de Telecomunicações e TI
1 Breve análise econômica do mais
recente trimestre
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Fonte: IBGE – Valores em bilhões de reais
No último estudo deste ano, analisamos brevemente o comportamento da economia nacional, com os números mais atualizados (terceiro trimestre de 2018). Os valores mostrados estão ajustados por sazonalidade.
De acordo com os dados apurados, o Produto Interno Bruto (PIB) teve um crescimento de 0,76% com relação ao trimestre anterior, e de 1,26% com relação ao terceiro trimestre de 2017. Os índices de crescimento alcançados são ligeiramente inferiores aos prognósticos oficiais.
Esse comportamento se deve essencialmente ao aumento nos investimentos, que compensou a diminuição no consumo privado. Sob essa conjuntura, a economia nacional teve uma leve recuperação. Apesar disso, o Banco Central espera um crescimento de 1,4% ainda em 2018 e de 2,5% em 2019. Este resultado estará condicionado aos primeiros resultados mostrados pela gestão do novo regime e a reação dos diversos setores econômicos do país e dos mercados internacionais.
A balança comercial do país registrou no mês de setembro de 2018 um superávit de US$4,931 bilhões de dólares, o que significa uma contração (-3,9%) em relação ao mesmo mês de 2017. Esse comportamento se atribui a um incremento acelerado das importações, que cresceram 10,2% em relação a setembro de 2017, enquanto as exportações cresceram em um ritmo menor (7,7%) no mesmo período comparativo.
As previsões oficiais são de um superávit comercial de mais de US$50 bilhões no fechamento de 2018.
Adicionalmente, apresentamos outras cifras macroeconômicas relevantes. A taxa de desemprego mostrou uma leve queda. No entanto, ainda está longe de níveis excelentes. Este panorama poderia se agravar, pois está prevista uma redução do setor público, como uma medida de austeridade por parte do próximo governo federal.
No que se refere à inflação, os prognósticos situam o indicador em 4,5% ao final de 2018 em 4,25% em 2019.
2 Análise setorial
2.1 Composição do PIB
Fonte: IBGE
O gráfico acima mostra a composição da economia brasileira a partir dos números do PIB do terceiro semestre de 2018. Os setores mais representativos são: as indústrias de transformação (13%), a indústria da construção (5%), o comércio (9%) e as atividades financeiras (13%) e
Como informação complementar, mostramos o índice de crescimento trimestral e anual dos diversos setores que compõem a economia brasileira. Destacam-se por seu crescimento no trimestre: as indústrias de transformação (9,63%), comércio (6,68%) e transporte (7,25%) e por seu crescimento anual transporte (2,9%), atividades imobiliárias (3,2%) e o setor agropecuário (2,53%).
2.2 Comportamento setorial
Fonte: IBGE
3 Variação do índice de atividade econômica
Nesta terceira seção, mostramos as variações do índice de atividade econômica.
Como podemos ver, nos últimos três meses analisados houve um crescimento anual (em comparação com o mesmo mês, porém no ano de 2017). Destaca-se pelo crescimento o mês de agosto de 2018. Em relação às variações mensais, o mês de setembro de 2018 mostrou uma leve queda (-0,09%). Esse comportamento é congruente com a evolução do PIB mostrada nas seções anteriores.
4 Comportamento da indústria analisada
(Telecomunicações e TI)
Este mês, analisamos a conjuntura da Indústria das Telecomunicações e da Tecnologia da Informação (TI).
4.1 Produto Interno Bruto Setorial
Fonte: IBGE. Valores em milhares de reais.
Fonte: IBGE
O quadro da esquerda mostra um resumo dos seus principais fornecedores dos serviços do setor de telecomunicações no Brasil. Em relação à receita bruta gerada, a Vivo é o maior fornecedor, e também o que concentra o maior volume de serviços de telefonia fixa (34,9%) e celular (31,9%). Em relação ao serviço de banda larga (internet), a Claro (América Móvil) é a empresa com a maior participação no mercado - e também no de TV a cabo, no qual a Claro detém quase 50% do total do mercado.
Primeiramente, analisamos a contribuição desta indústria à economia do país. Com números do terceiro trimestre de 2018, o setor representa 6,11% das atividades de serviços e 3,71% do PIB global.
Fuente: INDEC
4.2 Análise da oferta de Telecomunicações
Fonte: TELECO – números do primeiro trimestre de 2018 Fonte: IBGE
Além disso, a Indústria apresenta um crescimento de 1,22% em relação ao segundo trimestre de 2018 e 1,6% com relação ao mesmo trimestre de 2017.
O quadro da esquerda mostra os dados globais de acesso aos principais serviços da Indústria de Telecomunicações e Tecnologias da Informação. Como podemos ver, a telefonia celular é a tecnologia com a maior cobertura: mais de 233 milhões de linhas. A seguir, apresentaremos e analisaremos os níveis de acesso, por segmento.
Os valores da densidade foram calculados a partir de estimativas da TELECO. Os valores estão em milhares.
4.2 Análise de acesso por segmento
Fonte: TELECO
Fonte: TELECO – números do primeiro trimestre de 2018
Fonte: TELECO – números do primeiro trimestre de 2018
4.2.2 Acesso à telefonia celular
Apesar de ser o segmento com a maior cobertura e o maior nível de acesso, podemos observar uma tendência decrescente no acesso à telefonia celular. Essa conjuntura oferece uma
oportunidade de revisar as estratégias de preços e de penetração no mercado. Sem dúvida o aumento da concorrência e o acesso a outras tecnologias são desafios para os principais fornecedores.
Fonte: TELECO – valores em milhares
4.2.3 Acesso à telefonia fixa
Fonte: TELECO
Assim como nos dois segmentos analisados anteriormente, os níveis de cobertura e de acesso à telefonia fixa vem mostrando também uma tendência de queda em 2018. Este setor, especificamente, enfrenta uma conjuntura especial: O incremento dos serviços substitutos. Além da telefonia celular, os serviços on-line de comunicação (Skype, WhatsApp, etc.) exercem uma grande influência na queda contínua da demanda.
Podemos concluir que o serviço de TV a cabo sofreu uma contração em 2018. Podemos ver também que a tendência de cobertura é decrescente, o que obriga os principais fornecedores a construir estratégias comerciais mais eficientes, considerando uma análise dos diferenciais dos serviços substitutos (plataformas digitais como a Netflix).
O quadro acima mostra a evolução do total de acessos em cada segmento. Em relação ao
segmento de telefonia celular, a partir do primeiro trimestre de 2017 a tendência foi decrescente. Com valores do primeiro trimestre de 2018, e em comparação com o primeiro trimestre de 2017, houve uma queda de 2,37%. Em contraste, o segmento de serviço de internet de banda larga mostra um aumento anual no número de acessos (2,3%). Podemos concluir que, de forma global, o acesso a serviços de internet é o único segmento com crescimento contínuo.
4.2.4 Acesso à internet (banda larga)
Fonte: TELECO
Diferentemente dos três segmentos analisados anteriormente, o serviço de internet de banda larga mostra, em 2018, um aumento no total de acessos. Esse comportamento tem sido influenciando pela grande disseminação das plataformas digitais e pelo incremento dos serviços acessados pela internet. Espera-se que essa tendência se consolide nos próximos anos.
4.3 Análise dos resultados da América Móvil
América móvil é a empresa de telecomunicações mais importante da América Latina, portanto, seu comportamento é extremamente relevante globalmente. Os números apresentados devem ser multiplicados por mil.
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Receita e margem
Adicionalmente, mostramos os resultados financeiros da América Móvil, com valores dos últimos seis semestres dos quais foi possível apurar informações. Vale a pena destacar que, apesar da contração no número de acessos no segmento da telefonia celular, a receita gerada por este setor teve um crescimento trimestral de 1% é um crescimento anual de 10,5%. Este resultado implica que, no período analisado, houve um aumento das tarifas.
Globalmente, a receita gerada no segundo trimestre de 2018 aumentou 0,3% em comparação com o primeiro trimestre de 2018, e 0,9% em comparação com o segundo trimestre de 2017.
Fonte: TELECO
No que se refere à margem operacional (EBIT, na sigla em inglês), podemos ver que a América móvel duplicou o quociente nos dois primeiros trimestres de 2018, em comparação com o mesmo período de 2017. Considerando que a receita gerada manteve-se em níveis similares, podemos concluir que a empresa tornou-se mais eficiente na administração dos seus custos e investimentos. Essa conjuntura é favorável e permite pensar em boas perspectivas de futuro, inclusive frente a eventuais quedas na demanda de acesso.
4.4 Balança Comercial
Para concluir, apresentamos um quadro-resumo dos resultados da balança comercial do Setor das Telecomunicações. Como podemos ver, o saldo acumulado nos cinco primeiros meses de 2018 mostra um déficit (-US$739 milhões). De forma similar, os números globais do Comércio Exterior no mesmo período mostram uma contração (-6,09%) em comparação com o mesmo período de 2017. Essa conjuntura mostra a necessidade de tornar-se prioritário para os setores corporativos e governamental.
5 A Indústria das Telecomunicações
na América Latina
Os investimentos das empresas de telecomunicações aumentaram mais de 12% neste ano em relação a 2017, segundo o Sinditelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal), que representa as maiores empresas do setor.
De acordo com dados do sindicato, divulgados nesta 3ª feira (4.nov.2018), as empresas investiram R$ 20,5 bilhões até setembro. No mesmo período de 2017, o montante somou R$ 18,2 bilhões. O valor supera os números registrados nos últimos 4 anos para o mesmo período
De acordo com Eduardo Levy, presidente do Sinditelebrasil, os números representam maior confiança na retomada da economia brasileira.
“Ninguém estaria investindo se não estivesse vendo o crescimento no tráfego. A economia vai melhorando”, disse.
Levy defende que o novo governo adote políticas para redução da carga tributária que dificulta o desenvolvimento do setor, com mais investimentos e uma redução do preço dos serviços para a população.
Segundo dados do Sinditelebrasil, impostos e encargos representam, em média, 43% da receita líquida do setor de telecomunicações.
Ou seja, caso o consumidor pague R$ 10 em 1 serviço, são acrescidos R$ 4,30 de tributos. Em alguns Estados a conta é ainda maior, por conta da alíquota do ICMS. Em Rondônia chega a 63%. Levy também defendeu que o novo governo adote medidas para diminuir o custo de impostos dos telefones celulares.
Para ele, a redução do custo dos smartphones ampliaria a demanda da população, o que poderia levar a mais arrecadação de impostos em cima do serviço.
Segundo os dados, 88% da população que usa o serviço de telefonia móvel desde 2016. Ainda, quase metade dos usuários possuem planos pós-pagos: 42% dos brasileiros usam essa modalidade ou plano controle.
INVESTIMENTOS EM TELECOMUNICAÇÕES
CRESCERAM 12% ATÉ SETEMBRO
Reportagem: Marlla Sabino Fonte: Poder 360
6 Notícia Relevante
Claro investe para reduzir número
de reclamações
A Claro pretende chegar ao final do ano como a operadora que mais reduziu o número de reclamações no mercado de telecomunicações.
A Claro pretende chegar ao final do ano como a operadora que mais reduziu o número de reclamações no mercado de telecomunicações. Segundo levantamento da operadora, no mês de setembro, o número de reclamações contra a prestadora nos canais de atendimento da Anatel foi o menor dos últimos três anos. No período, a prestadora teve um total de 46.585 queixas, sendo que 7.856 foram relacionadas à banda larga fixa; 2.846 dizem respeito à telefonia fixa; 21.171, reclamações relativas à telefonia móvel e 14.712, para TV por assinatura.
“O nosso grande objetivo é não ter reclamação. E o foco é alcançar esta meta em todos os produtos: telefonia móvel, fixa, banda larga e TV por assinatura”, afirma o diretor de atendimento da Claro Brasil, Celso Tonet. Segundo ele, a prestadora tem uma estratégia genérica para trabalhar grandes assuntos que tenham impacto para os clientes, mas também há uma atenção específica para aspectos relacionados ao serviço móvel, que tem valor agregado, como é o caso da banda larga móvel. Temas relacionados transparência com o cliente também fazem parte da estratégia da operadora.
No caso da telefonia celular, o executivo revela que o foco é a cobertura. “Tínhamos muitas localidades com falha cobertura. Identificamos os problemas e direcionamos os investimentos para expansão de rede, ao longo dos últimos
Reportagem: André Silveira Fonte: Teletime
três anos”, comenta. Na banda larga, Tonet diz que o foco é o desempenho. “Apostamos no desenvolvimento de novos produtos e na parceria com fornecedores para melhoria do equipamento final na porta do cliente”. Outra área que tem recebido atenção é a de atendimento. O executivo informa que a companhia tem investido na parte de automação de atendimento. “Desenvolvemos soluções, via robô, para auxiliar os operadores de call center”.
Simplicidade
Para estabelecer uma relação mais próxima com o cliente, o diretor da Claro diz que a prestadora trabalha na simplificação de ofertas “Oferecemos o produto de forma transparente e objetiva, para estarmos em sintonia com a expectativa do cliente. Isso vale para todos os produtos que temos ofertado”.
Resultados
Os resultados nos investimentos e ações apareceram. Segundo Tonet, as taxas de reclamação vêm caindo entre 10% a 15% ao ano. Em contrapartida, a base da operadora pós-pago, por exemplo, vem registrando crescimento a cada ano. Em 2015, era 16,6 milhões; no ano de 2016,18,3 milhões; em 2017, 20,3 milhões e no terceiro trimestre de 23018, 33,2 milhões.
7 Conclusões
1
A economia brasileira mostra uma leve recuperação no terceiro trimestre de 2018. O incremento nos níveis de investimento foi o principal catalisador a nível macroeconômico. As perspectivas para o fechamento de 2018 e para 2019 são conservadoras (1,4% e 2,5%, respectivamente). Como mencionamos reiteradamente ao longo dos nossos estudos, a política econômica do novo regime vai condicionar o cumprimento ou não das expectativas. Um dos seus principais desafios será conseguir que o crescimento se traduza em melhores níveis de emprego, no controle da inflação e em um câmbio estável.2
Outro setor no qual o novo regime deve cuidar de perto e o comércio exterior. Apesar do saldo favorável na balança comercial, o fluxo de exportações vem diminuindo. Essa conjuntura exige ações que permitam manter o superávit comercial nos níveis previstos. Complementarmente, é indispensável fortalecer o mercado interno. Vamos acompanhar como serão conduzidos os esforços para cumprir estas duas premissas.3
Assim como nos outros países da América Latina, o setor das telecomunicações no Brasil tem uma relevância muito especial. O crescimento do produto interno bruto desse setor foi moderado.Por outro lado, os índices de acesso à telefonia celular, à telefonia fixa e à TV a cabo têm diminuindo. Essa conjuntura exige uma análise exaustiva e, a partir dos resultados obtidos, devem ser construídas estratégias comerciais, tecnológicas e financeiras mais bem direcionadas.
Para concluir, vale a pena destacar que o mercado das telecomunicações no Brasil e na América Latina está cada vez mais competitivo, em parte devido a uma regulação que fomenta uma maior concorrência. Nesse cenário, as empresas que operam nesse giro enfrentam vários desafios para manter-se sustentáveis ao longo do tempo; um deles é assegurar um investimento eficiente em tecnologia.
BRASIL