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RELATÓRIO MENSAL DE ACOMPANHAMENTO DE MERCADO Dezembro de 2010 ETANOL HIDRATADO

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CDC - Coordenadoria de Defesa da Concorrência

RELATÓRIO MENSAL DE ACOMPANHAMENTO DE MERCADO Dezembro de 2010

ETANOL HIDRATADO 1. Introdução

Neste relatório será analisado o comportamento do mercado de revenda de etanol hidratado à luz das informações do Levantamento de Preços ANP com o objetivo de identificar os municípios com baixos índices de dispersão de preços de revenda.

A segunda seção analisa a evolução recente dos preços médios de revenda em nível regional, ressaltando os municípios cujos preços médios situam-se em patamares elevados em relação aos de suas respectivas regiões. Além disso, é apresentado o comportamento dos preços dos produtores de etanol hidratado entre julho a dezembro de 2010 nas unidades produtoras dos Estados de São Paulo e Alagoas.

A terceira seção aponta, em cada região, os mercados de revenda com níveis muito baixos de dispersão entre os preços, para uma avaliação posterior mais detalhada, levando-se em conta características estruturais que possam caracterizar indícios de práticas anticompetitivas.

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2. Análise dos mercados de produção e revenda 2.1 Produção

A Tabela 1 expressa os preços do etanol hidratado nas unidades produtoras dos estados de São Paulo e de Alagoas, no período de abril a setembro de 20101. Esses dois estados foram responsáveis por 55% da produção nacional de etanol hidratado em 20092.

Tabela 1 – Evolução do Preço do Etanol Hidratado nas Unidades Produtoras

dos Estados de São Paulo e Alagoas – julho a dezembro de 2010

Mês/Ano São Paulo Alagoas

R$/litro (1) Variação R$/litro (1) Variação

jul/10 0,798 10,8% 1,059 6,3% ago/10 0,836 4,7% 1,089 2,8% set/10 0,896 7,2% 1,034 -5,1% out/10 0,978 9,1% 1,063 2,8% nov/10 1,001 2,4% 1,059 -0,3% dez/10 1,075 7,4% 1,062 0,2% Variação Acumulada (jul/10 a dez/10) 0,277 34,7% 0,003 0,3%

(1) Não inclui fretes e impostos

Fonte: CEPEA/ESALQ/USP

Os principais fatores que podem explicar flutuações dos preços do etanol hidratado nas unidades produtoras são: os períodos de safra e entressafra da cana-de-açúcar, as variações climáticas e o volume de estoque existente.

Em julho, o aumento na demanda pelo combustível no mercado paulista3 pode justificar a elevação de 10,8% no preço médio de produção do etanol hidratado. Em agosto de 2010, o preço médio de produção do etanol hidratado continuou aumentando com elevação de 4,7%, apesar do período de colheita de cana-de-açúcar, devido ao aumento das exportações de açúcar4, que possibilitou a redução do volume

1 Com base nos dados disponíveis no website do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - CEPEA/ESALQ/USP (http://www.cepea.esalq.usp.br/).

2 As participações dos estados de São Paulo e de Alagoas na produção nacional de etanol hidratado foram de 53% e 2%, respectivamente. Fonte: MAPA/SPAE/DCAA/CONAB

3 “Mesmo com o clima favorável à colheita e a chegada do período de pico de safra na região Centro-Sul do País, as cotações do etanol subiram no mercado paulista no início de julho, devido, principalmente, à maior demanda.” – Fonte: CEPEA/ESALQ 4“A entrega de açúcar, especialmente para o mercado externo, seguiu aquecida, aliviando a necessidade de vendas imediatas de etanol.” – Fonte: CEPEA/ESALQ

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negociado5, em função do valor dos recursos em caixa dos produtores, que se mantinham na expectativa de preços mais altos nos meses subsequentes. Em setembro de 2010, o aumento da demanda no mercado interno, aliado à disponibilidade para formação de estoque das usinas, pode justificar a elevação de 7,2% no preço médio de produção do etanol hidratado6. Em outubro, o preço médio de produção do etanol hidratado teve elevação de 9,1%, em função da proximidade do período de entressafra no centro-sul do país. Em novembro, a elevação no preço de produção do combustível em 2,4% pode ser justificada pela diminuição na oferta por parte dos produtores7, que esperavam melhores preços de venda, em função do início da entressafra da cana-de-açúcar, associada ao aumento na demanda no período8. Em dezembro, o fim da safra na região continuou influenciando os preços, que tiveram elevação média de 7,4% associado à expectativa de aumento do consumo de combustíveis no final do ano.

Entre julho e agosto, o preço do etanol registrou elevação de 9,3%, em relação a junho, que pode ser justificada pela diminuição da oferta do combustível em função da entressafra na região Nordeste. Já no mês de setembro, a redução de 5,1% pode ser justificada pelo início do período de colheita de cana-de-açúcar nos estados do Nordeste. Em outubro, o preço médio de produção do etanol hidratado teve elevação de 2,8%, em função do aumento na demanda do combustível na região e dos preços do açúcar no mercado internacional9. Em novembro, o preço médio de produção do etanol hidratado teve um leve recuo (0,3%) pressionado pela vantagem comparativa na substituição, por parte dos consumidores, do etanol pela gasolina10. Em dezembro, o preço de produção do etanol ficou praticamente estável, sob a influência do início da colheita da cana-de-açúcar no Nordeste e da persistente elevação dos preços do combustível em São Paulo.

5“Segundo pesquisas do Cepea, na segunda quinzena, os preços do etanol seguiram firmes no mercado paulista. De modo geral, parte das distribuidoras esteve com menos interesse em novas aquisições. Usinas, por sua vez, mantiveram os preços firmes, mas com baixo volume negociado.” – Fonte: CEPEA/ESALQ

6 “A reposição dos estoques principalmente de hidratado se manteve na segunda quinzena de setembro, embalada pelo aumento do consumo dos brasileiros, dando impulso extra às negociações.” – Fonte: CEPEA/ESALQ

7 “Na segunda quinzena de novembro, algumas usinas continuaram fora do mercado, o que diminuiu a oferta dos combustíveis no spot.” – Fonte: CEPEA/ESALQ

8 “Além disso, com o feriado de 15 de novembro (Proclamação da República), a demanda de distribuidoras esteve maior, favorecendo o aumento dos preços.” – Fonte: CEPEA/ESALQ

9 “Os preços dos etanóis subiram em outubro, devido à maior remuneração do açúcar e ao aumento da demanda pelo etanol nos estados do Nordeste.” – Fonte: CEPEA/ESALQ

10 “No caso do hidratado, a queda esteve atrelada à proximidade da paridade do preço do etanol ao da gasolina C, respeitando os coeficientes de rendimentos energéticos diferentes para esses combustíveis.” – Fonte: CEPEA/ESALQ

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2.2 Revenda

O Gráfico 1 mostra a comparação entre os preços médios mensais de revenda observados nas regiões brasileiras, com base nos valores referentes ao período de julho a dezembro de 2010, de acordo com o Levantamento de Preços ANP.

Gráfico 1 - Preços médios mensais de revenda por região (R$/litro)

Fonte: Levantamento de Preços/ANP

De acordo com o Gráfico 1, no período de novembro a dezembro de 2010, ocorreram elevações nos preços médios de revenda do etanol hidratado11 nas cinco regiões brasileiras, registrando os valores de R$ 1,815/litro, no Centro-Oeste, R$ 1,917/litro, no Nordeste, R$ 2,092/litro, no Norte, R$ 1,698/litro, no Sudeste, e R$ 1,875/litro, no Sul. Essas elevações podem ser justificadas por aumentos os preços médios de distribuição12 em todas as regiões.

Reduções maiores ou iguais a R$ 0,010/litro dos preços médios de revenda do etanol hidratado, entre novembro e dezembro de 2010, foram verificadas em Ariquemes (RO), no Norte; Candeias (BA), Conceição do Jacuípe (BA), Feira de Santana (BA), Serrinha (BA), Simões Filho (BA), Iguatu (CE), Ipu (CE), Timon (MA), Olinda (PE), Paulista (PE) e Aracaju (SE), no Nordeste; Araxá (MG), Januária (MG) e Unaí (MG), no Sudeste; e Assis Chateaubriand (PR), Concórdia (SC), Laguna (SC), no Sul. Na região Centro-Oeste, não houve registro de redução no preço médio em nenhum dos municípios pesquisados.

Por outro lado, no mesmo período, aumentos maiores ou iguais a R$ 0,80/litro foram registrados nos seguintes municípios: Ji-Paraná (RO) e Araguaína

11 Foram registradas elevações de 1%, no Centro-Oeste, 0,5%, no Nordeste, 1,6%, no Norte, 4,4%, no Sudeste, e 1,9% , no Sul. 12 Nesse período foram registradas elevações no preço médio de distribuição de 3,2%, no Centro-Oeste, 0,7%, no Nordeste, 2,2%, no Norte, 5,5%, no Sudeste, e 4,6% , no Sul.

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(TO), na região Norte; Petrolina (PE), na região Nordeste; Anápolis (GO) e Rondonópolis (MT), na região Centro-Oeste; Ibirité (MG), Campos dos Goytacazes (RJ), Duque de Caxias (RJ), Itaperuna (RJ), Nova Iguaçu (RJ), Resende (RJ), São João de Meriti (RJ), Americana (SP), Araras (SP), Barretos (SP), Bauru (SP), Campinas (SP), Carapicuíba (SP), Cosmópolis (SP), Diadema (SP), Ferraz de Vasconcelos (SP), Guarulhos (SP), Ibitinga (SP), Itapeva (SP), Itaquaquecetuba (SP), Jacareí (SP), Jandira (SP), Jaú (SP), José Bonifácio (SP), Limeira (SP), Mococa (SP), Mogi das Cruzes (SP), Monte Alto (SP), Ourinhos (SP), Piracicaba (SP), Poá (SP), Praia Grande (SP), Presidente Prudente (SP), Ribeirão Pires (SP), Rio Claro (SP), Salto (SP), , Santa Cruz do Rio Pardo (SP), Santo André (SP), São Bernardo do Campo (SP), São João da Boa Vista (SP), São José do Rio Preto (SP), São Roque (SP), Sertãozinho (SP), Sumaré (SP), Tupã (SP), Valinhos (SP), Várzea Paulista (SP), Votorantim (SP), Votuporanga (SP), na região Sudeste; e Francisco Beltrão (PR), Pato Branco (PR) e Umuarama (PR), na região Sul.

Com base nos preços médios de revenda nos municípios pesquisados, referentes ao mês de dezembro de 2010, foi elaborado o Gráfico 2, que demonstra a distribuição desses preços, por região, de acordo com os intervalos apresentados.

Gráfico 2 - Preços médios mensais de revenda por região e faixa de preços

(dezembro/2010)

Fonte: Levantamento de Preços/ANP

A partir do Gráfico 2, observa-se que, nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, respectivamente, 99%, 96%, 94% e 97% dos preços de revenda estiveram entre R$ 1,600/litro e R$ 2,199/litro. Na região Norte, 85% dos preços médios mensais de revenda estiveram iguais o acima de R$ 2,000/litro.

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Os municípios pesquisados que apresentaram os maiores preços médios mensais de revenda, em cada região brasileira, foram: Humaitá (AM), no Norte; Petrolina (PE), no Nordeste; Corumbá (MS), no Centro-Oeste; Dracena (SP), no Sudeste; e Uruguaiana (RS), no Sul.

3. Mercados com Baixos Níveis de Dispersão de Preços

Para identificar os mercados municipais com baixos níveis de dispersão de preços, foram calculados coeficientes de variação13 dos preços de revenda de etanol hidratado, pesquisados em cada semana de dezembro de 2010. Coeficientes inferiores a 0,01014 caracterizam uma dispersão de preços muito pequena, o que indica que há maior possibilidade de alinhamento dos preços ao consumidor final.

A Tabela 2 mostra o total de municípios por região que apresentaram simultaneamente as seguintes características:

• Coeficientes de variação iguais ou inferiores a 0,010, em pelo menos quatro das cinco semanas pesquisadas em dezembro de 2010; e

• Número de postos revendedores pesquisados por semana superior ou igual a 15.

Tabela 2 – Número de municípios com as características supracitadas

Fonte: Levantamento de Preços ANP

13 Coeficiente de variação = desvio-padrão/preço médio. É uma medida de variação relativa utilizada para comparar as variabilidades de duas ou mais amostras de tamanhos diferentes. Quanto mais baixo o seu valor, menor será a dispersão entre os preços.

14 Esses valores representam uma baixa variabilidade entre os preços e, em geral, mais de 70% deles estão em intervalos de até R$ 0,020/litro.

Região Total de Municípios

Norte 3

Nordeste 0

Centro-Oeste 3

Sudeste 3

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4. Conclusão

Nas unidades produtoras de São Paulo, em dezembro, sob a influência do fim da safra no centro-sul do país e da expectativa de aumento do consumo de combustíveis no final do ano, os preços médios tiveram elevação. Nas unidades produtoras de Alagoas, no mesmo período, o preço de produção do etanol ficou praticamente estável, sob a influência do início da colheita da cana-de-açúcar na região e da persistente elevação dos preços de produção do combustível em São Paulo.

Em dezembro de 2010, foram observados baixos índices de dispersão dos preços de revenda em 10 municípios. A ANP irá aprofundar a análise dos mercados de revenda de etanol hidratado para este município a fim de avaliar a existência de indícios de infração contra a ordem econômica, com base, principalmente, nas evoluções dos índices de dispersão entre os preços e das margens brutas. Caso sejam encontrados tais indícios, a Agência encaminhará estudos à SDE e ao CADE para que as devidas medidas relativas ao âmbito da legislação de defesa da concorrência sejam tomadas, de acordo com o art. 10 da Lei n.º 9478/97.

Nos últimos seis meses, a ANP elaborou análises acerca dos mercados de revenda de etanol hidratado, sob a ótica da defesa da concorrência, referentes aos seguintes municípios:

MUNICÍPIO UF PERÍODO DE ANÁLISE

Rio do Sul SC 2009

Ribeirão Preto SP janeiro a julho de 2010

Salvador BA julho de 2009 a fevereiro de 2010

Manaus AM janeiro a outubro de 2010

Campo Mourão PR janeiro de 2009 a outubro de 2010

Brasília DF outubro de 2009 a setembro de 2010

Avaré SP janeiro a maio de 2010

Cachoeira do Sul RS abril de 2009 a julho de 2010

Embú SP janeiro a dezembro de 2010

Guarapari ES janeiro a outubro de 2010

Pompéia SP janeiro de 2005 a setembro de 2010

Diamantina MG janeiro de 2009 a novembro de 2010

Referências

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