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VALOR DA PRODUÇÃO E SAZONALIDADE DOS PREÇOS DO ABACAXI PÉROLA COMERCIALIZADOS NA CEASA-GO

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VALOR DA PRODUÇÃO E SAZONALIDADE DOS PREÇOS DO ABACAXI “PÉROLA” COMERCIALIZADOS NA CEASA-GO

SIMONE PEREIRA DE CARVALHO; JAQUELINE MAGALHÃES PEREIRA; ED LICYS DE OLIVEIRA CARRIJO.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA, GO, BRASIL. siimoni@gmail.com

POSTER

COMERCIALIZAÇÃO, MERCADOS E PREÇOS AGRÍCOLAS

Valor da produção e sazonalidade dos preços do abacaxi “Pérola” comercializados na CEASA-GO

Grupo de Pesquisa: COMERCIALIZAÇÃO, MERCADOS E PREÇOS AGRÍCOLAS

Resumo

O Brasil ocupa a terceira posição mundial na produção de abacaxi. Em 2005, o Brasil produziu 1.528.313 mil frutos, com destaque para as regiões Nordeste e Sudeste e para os estados da Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte. Em relação à área colhida, em 2005, os destaques foram às regiões Nordeste e Norte. O estado do Pará apresentou a maior área colhida e a maior produção. O estado de Goiás ocupou a décima primeira colocação entre os estados em área colhida e nono em produção. A cultura de abacaxi em Goiás concentra-se nos municípios de Jaraguá, São Luiz do Norte e Hidrolina. O objetivo principal deste estudo se refere à avaliação do comportamento sazonal dos preços do abacaxi “Pérola” comercializados na CEASA-GO. Para tal avaliação utilizou-se a metodologia de Hoffmann (1980) de “Determinação do padrão de variação estacional em uma série temporal” e dados secundários, disponibilizados pelo departamento de estatística da CEASA-GO, referentes ao período de 1999 a 2005. Analisando a variação estacional de preços de abacaxi “Pérola” comercializados na CEASA-GO, observou-se que os meses de janeiro a abril, apresentaram os índices estacionais de preços mais elevados ao longo do ano, estas variações sazonais se devem aos efeitos do fotoperíodo.

Palavras-chaves: abacaxi “Pérola”, sazonalidade, preços Abstract

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The Brazil occupy the third worldwide place in the production of pineapple. In 2005, the Brazil producted 1.528.313 thousand fruits, to eminence for northeast and southeast areas and for Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte States’s. In report the area harvest, in 2005, to eminence for northeast and north areas. The Pará States showed a bigger harvest area and a bigger production. The Goiás State to be situated in the eleventh placement between the States in the haverst area and ninth in production. The pineapple cultivation in Goiás to ponder in Jaraguá, São luiz do Norte e Hidrolina country’s. The main objective of this study to refer to the estimation the temper conduct of the pineapple type “Pérola” price commercialized in CEASA-GO for this estimation the methodology utilized of the Hoffmann (1980) of the “determination of the standard of change season in one temporal series” and secondary die, available through statistics department of the CEASA-GO, referring to period of the 1999 to 2005. Analysing the season change of the prices of the pineapple type “pérola” commercialized in CEASA-GO, observed that months January to April, showed the season index the prices more raised in all year, these temper estimations happens just effect of the photoperiod.

Key Words: “Pérola” pineapple type, to season, prices.

1. INTRODUÇÃO

O abacaxizeiro (Ananas comosus L. Merril), pertence ao gênero Ananás, que é o mais importante da família Bromeliaceae, do ponto de vista econômico, pois nele estão incluídos os abacaxis, um dos frutos mais apreciados pelo sabor e aspectos nutricionais (CUNHA, 1999).

O cultivo de abacaxi concentra-se em cinco países produtores que respondem por mais de 53% da produção mundial. Dentre estes países a Tailândia destaca-se como principal produtor mundial, na seqüência tem-se: Filipinas, Brasil, Índia e China. Nesses países, com exceção da Tailândia e Filipinas, as produções são destinadas, basicamente, ao mercado interno (FAO, 2005).

As exportações mundiais de frutas frescas movimentaram segundo dados da FAO (2005) 26.942 milhões de US$ em 2004, as do abacaxi movimentou US$ 1.110 milhões de US$, o que representou uma participação de 4,11% de frutos de abacaxi, nas exportações mundiais de frutas. O Brasil participa timidamente do comércio internacional de abacaxi, apesar de ser o segundo maior produtor do planeta em fruticultura e o terceiro maior produtor de abacaxi.

Segundo Abreu et al. (1998), as cultivares de abacaxi, mais exportadas, atualmente são: “Pérola” e “Smooth Cayenne”. Os europeus e americanos tem preferido a “Smooth Cayenne”.

A variedade “Pérola” é a mais cultivada no Brasil, esta variedade se caracteriza por apresentar haste frutífera e folhas igualmente longas, com finos espinhos, os frutos apresentam a forma cônica e a casca pouco colorida. A polpa é rica em suco, saborosa, pouco ácida e de coloração branco ou amarelo pálido (GIACOMELLI & PY, 1981). A cultivar pérola é muito apreciado no mercado interno pela sua polpa suculenta e saborosa, considerada insuperável para o consumo in natura, o que faz com que os frutos tenham grande potencial de comercialização no mercado externo, pois são muitos apreciados na América do Sul e Europa (Souto et. al., 2004).

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No Brasil, segundo dados do IBGE (2006), a área colhida (hectares) de abacaxi foi de 61.787 ha. A área colhida foi maior na região Nordeste com 39,46% da área total, a região Norte com 31,14%, seguida pela região Sudeste com 23,81%, Centro-oeste (4,54%) e Sul (1,03%). Dentre os estados, conforme dados do Ministério da Agricultura (2006), o Pará apresentou a maior área colhida e a maior produção, sendo seguida pelo estado de Paraíba e Minas Gerais.

Em 2005, o Brasil produziu 1.528.313 mil frutos, dos quais 664.597 mil, cerca de 43,48%, foram produzidos na região Nordeste do país, seguida pela região Sudeste com 28,46%, Norte com 23,27%, Centro-oeste 4,10% e a região Sul com 0,66% da produção nacional (Tabela 1). Em 2005 os principais estados produtores foram Paraíba (325.612 mil frutos), Bahia (121.368 mil frutos) e Rio Grande do Norte (108.764 mil frutos) (IBGE, 2006).

Tabela 1. Evolução da área cultivada, produção e produtividade do abacaxi no Brasil, no

período de 1996 a 2005.

Ano Área (ha) Produção Produtividade

(mil frutos) (mil frutos/ha)

1996 45.843 763.987 16,7 1997 53.567 1.073.263 20,0 1998 54.998 1.113.219 20,2 1999 56.917 1.247.157 21,9 2000 60.406 1.335.792 22,1 2001 62.597 1.430.018 22,8 2002 57.413 1.433.234 25,0 2003 56.300 1.440.013 25,6 2004 56.193 1.477.299 25,0 2005 61.787 1.528.313 24,7 Fonte: IBGE

O estado de Goiás contribui com 2,48% da área colhida nacional e foi responsável por 2,57% da produção nacional ocupando a décima primeira colocação entre os estados em área colhida e nono em produção (IBGE, 2006). A cultura de abacaxi em Goiás concentra-se, principalmente nas microrregiões de Anápolis, Ceres, entorno de Brasília e Meia Ponte, essas quatro microrregiões participam, em média, com cerca de 85% do montante da produção estadual. Com destaque para os municípios de Jaraguá, São Luiz do Norte e Hidrolina responsável respectivamente por 34,4%, 16,41% e 9,68% da produção estadual, representando mais de 60% da área cultivada do estado.

O consumo interno do fruto é considerado baixo, oscilando em torno de 11kg/per capita/ano (EMBRAPA, 2005). Na região Sudeste se encontra os maiores mercados consumidores. A quase totalidade da produção brasileira é consumida in natura, sendo

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destinados apenas 2 ou 3% à industrialização. Em função da maior parte do consumo dos frutos de abacaxi se dá de forma in natura a variação dos preços dos frutos de abacaxi é importante tanto para os consumidores quanto para os produtores.

Apesar do significativo aumento da área cultivada e da produção, a cadeia produtiva de abacaxi em Goiás vem perdendo competitividade em seus principais mercados, Brasília e Goiânia, para a cadeia produtiva de Tocantins, conforme registros dos últimos 10 anos das CEASAs (Centrais de Abastecimento S/A) dessas cidades. A cadeia produtiva do abacaxi em Goiás, produtora unicamente do abacaxi in natura, deixa de aproveitar muitas oportunidades de agregação de valor, por não industrializar os frutos. A ausência do elo agroindustrial nessa cadeia produtiva limita sua competitividade, pois, sua sobrevivência no mercado fica restrita a um único produto, o que gera maiores riscos para os empreendedores.

O objetivo principal deste estudo foi avaliar o comportamento sazonal dos preços do Abacaxi Pérola, comercializado na CEASA-GO. Além desse objetivo principal, os seguintes objetivos específicos foram perseguidos: identificação dos períodos sazonais existentes e levantamentos das possíveis causas da variação sazonal observada.

Com este estudo será possível compreender melhor o comportamento dos preços do abacaxi pérola, comercializado na CEASA-GO, principal entreposto de comercialização no estado de Goiás, e também compreender alguns fatores responsável pelo efeito da sazonalidade dos preços de abacaxi pérola, observados no estado. A sazonalidade e os fatores que a influenciam, se bem conhecidos e avaliados, permitirão uma prospecção mais efetiva em torno de previsões de mercado.

2. Material e Métodos

Inicialmente realizou-se um estudo de caráter exploratório comparativo, baseado numa pesquisa bibliográfica e documental, com enfoque dentro de uma abordagem qualitativa e quantitativa. Foram utilizados dados secundários disponibilizados pelo departamento de estatística da CEASA-GO, referentes ao período de 1999 a 2005.

A CEASA-GO é responsável pela comercialização de grande parte dos frutos de abacaxi comercializados em Goiânia, a maioria destes frutos são destinados a feiras, supermercados grandes e pequenos, verdurões etc. Na tabela 2 estão apresentados os preços mensais de abacaxi Pérola comercializados na CEASA-GO, de janeiro de 1999 a dezembro de 2005.

Tabela 2. Preço médio (ton/R$) de Abacaxi Pérola, comercializado na CEASA-GO, de

janeiro de 1999 a dezembro de 2005. Mês Anos 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Jan 650,0 500,0 500,0 500,0 600,0 900,0 1000,0 Fev 600,0 500,0 550,0 500,0 700,0 750,0 1000,0 Mar 500,0 500,0 550,0 500,0 750,0 750,0 1000,0 Abr 450,0 400,0 500,0 500,0 750,0 800,0 1000,0 Mai 400,0 400,0 500,0 500,0 500,0 800,0 900,0 Jun 400,0 400,0 500,0 500,0 600,0 750,0 800,0 Jul 400,0 400,0 500,0 500,0 600,0 750,0 800,0 Ago 500,0 400,0 500,0 500,0 600,0 750,0 900,0 Set 400,0 400,0 500,0 500,0 650,0 750,0 900,0

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Out 500,0 400,0 500,0 500,0 700,0 800,0 900,0

Nov 350,0 450,0 500,0 650,0 600,0 750,0 900,0

Dez 400,0 400,0 500,0 500,0 500,0 750,0 900,0

Fonte: CEASA-GO

A variação, dos preços correntes, pode ser visualizada na figura 1. Visualizando os preços nominais mensais, se observa uma tendência ascendente dos preços, determinada pelo efeito da inflação. 0 200 400 600 800 1000 1200 Ano e mês P re ç o m é d io ( to n /R $ )

Preço médio Média geométrica móvel

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Figura 1. Variação do preço médio (ton/R$) de Abacaxi pérola comercializado na

CEASA-GO e da respectiva média geométrica móvel centralizada, de julho de 1999 a junho de 2005. Em se tratando do comportamento dos preços praticados mensalmente no período de 2004 e 2005, observou-se um aumento dos preços em valores reais e uma tendência estável, dos preços reais, entre 2001 e 2002.

Para determinação do padrão de variação estacional dos preços do abacaxi “Pérola” comercializado na CEASA-GO, foi adotado o modelo de “Determinação do padrão de variação estacional em uma série temporal”, proposto por Hoffmann (1980):

Empregando-se a expressão: Pij = Pt = Xt

є

j Ut, sendo: P = preço do produto; i = indica o ano; j = indica o mês.

Portanto, o preço é igual ao produto de três fatores: Xt, engloba todas as tendências e

variações nos níveis dos preços entre anos; єj, representa as variações sazonais e o Ut,

corresponde as variações aleatórias nos preços mensais.

A partir desta expressão foram obtidos os seguintes dados: a. média geométrica móvel centralizada;

b. índices estacionais de preços, de acordo com o método da média móvel centralizada; c. médias geométricas dos índices estacionais (100 Dj*);

d. índices sazonais mensais (100 єj); índices de irregularidades mensais (Sj); e. intervalo de dispersão dos índices sazonais, limites inferiores e superiores.

Os dados foram submetidos a análise de variância utilizando a distribuição F com o nível de 0,01 de significância.

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3. Resultados e Discussão

A média geométrica móvel centralizada de 12 meses para o preço do abacaxi pérola comercializado na CEASA-GO, de julho de 1999 a junho de 2005 podem ser visualizados na figura 2. Com a média geométrica móvel é possível anular os efeitos da inflação observada sobre os preços correntes, o que permite fazer avaliações mais condizentes.

0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00

jan/99 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04

Mês e ano Ín d ic e E s ta c io n a l

Figura 2. Índice estacional do preço médio (ton/R$) de abacaxi “Pérola” comercializado na

CEASA-GO, de julho de 1999 a junho de 2005, de acordo com o método da média geométrica móvel centralizada

Os valores das médias geométricas dos índices estacionais, índice sazonal e índice de irregularidade relativos ao preço médio (ton/R$) de Abacaxi Pérola comercializados na CEASA-GO, 1999 - 2005, estão apresentados na tabela 3.

Tabela 3. Média geométrica dos índices estacionais (100 Dj*), índice sazonal (100 єj) e

índice de irregularidade (Sj) relativos aos preços médio (ton/R$) de abacaxi “Pérola” comercializado na CEASA-GO, 1999-2005. Mês Média geométrica dos índices estacionais (100 Dj*) Limite inferior do índice sazonal Índice sazonal (100 єj) Limite superior do índice sazonal Índice de irregularidade (Sj) Jan. 1,90 99,90 111,20 123,77 1,113 Fev. 1,90 103,75 111,54 119,92 1,075 Mar. 1,91 102,96 111,90 121,60 1,087 Abr. 1,81 95,10 106,38 119,01 1,119 Mai. 1,65 86,78 96,87 108,13 1,116 Jun. 1,63 91,70 95,43 99,31 1,041 Jul. 1,61 89,69 94,24 99,01 1,051 Ago. 1,68 91,95 98,23 104,95 1,068 Set. 1,62 90,89 95,21 99,74 1,048 Out. 1,70 91,25 99,96 109,50 1,095 Nov. 1,62 84,06 95,18 107,76 1,132 Dez. 1,49 79,72 87,38 95,78 1,096 C = 0,998418768

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A figura 3 mostra a variação do índice sazonal (100 єj) do preço do abacaxi “Pérola” comercializado na Ceasa-GO, no período de julho de 1999 a junho de 2005. Nessa figura foi assinalado, também, para cada mês, um intervalo indicativo da dispersão dos índices estacionais em limite superior e inferior.

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Mês Ín d ic e s a z o n a l

Inice s azonal (100 єj) Lim ite inferior Lim ite s uperior

Figura 3. Variação estacional de preços médio (ton/R$) de abacaxi “Pérola” comercializado

na CEASA-GO, de julho de 1999 a junho de 2005.

Em relação ao comportamento dos preços observados, percebeu-se que os preços tiveram mais elevados nos meses de janeiro a abril, indicando comportamento sazonal dos preços, apresentando o índice sazonal máximo no mês de março e o mínimo em dezembro.

Análise de Variância

Causas da variação S.Q. Graus de liberdade Q.M. F

Meses (estacionalidade) 0,4186 11 0,0381 5,0174*

Resíduos (var.aleatória) 0,4550 60 0,0076

Total 0,8736 71 0,0123

* significativo segundo do teste o F a 1% de probabilidade de erro (α = 0,01 à direita)

A sazonalidade é caracterizada por movimento de preços ao longo do ano devido à safra e a entressafra. Como conseqüência da sazonalidade, o produtor recebe um preço menor durante a safra e preços mais atraentes ao longo da entressafra.

O período de floração natural do abacaxizeiro ocorre entre julho a setembro, desta forma, a safra concentra entre os meses de novembro a janeiro, conseqüentemente, exerce forte influência sobre os preços (BARBOSA et al, 1988). Sampaio et al. (1992), estudando a variação estacional de preços no mercado atacadista de São Paulo, observaram que os meses de fevereiro e março apresentaram os índices estacionais mais elevados de preços ao longo do ano.

O abacaxi sofre durante o ano, um efeito de sazonalidade (Chalfoun, 1998). Segundo Fagundes et al. (2000) e Paiva & Rezende (1998) meses de fevereiro a junho coincidem com a época de entressafra do abacaxi em todo o país, a redução da oferta causa o aumento dos preços do produto.

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Em relação a variação estacional de preços no mercado atacadista de Goiás - CEASA-GO, observou-se que os meses de janeiro a abril, apresentaram os índices estacionais mais elevados de preços ao longo do ano, apresentando o índice máximo no mês de março e o mínimo em dezembro. Fagundes et al. (2000), pesquisando a sazonalidade do abacaxi “Pérola” nas CEASA do Distrito Federal, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a partir do Plano Real, verificou que a quantidade de abacaxi comercializada em todas as CEASAs estudadas foi menor, no período de fevereiro a setembro, fato também verificado na CEASA do Rio de Janeiro por Gadelha (1998).

Morgado et al. (2004) analisando os índices sazonais dos preços médios de abacaxi, recebidos pelos produtores do Norte e Noroeste Fluminense, verificaram nos meses de novembro a dezembro índices de preços abaixo da média anual. Em relação aos demais meses os índices foram superiores à média anual.

De acordo com Barbosa et al. citados por Fagundes et al. (2000), a safra de abacaxi concentra-se entre os meses de novembro e janeiro, levando a uma queda no preço do produto, tendo como principal causa, a diferenciação floral natural da planta a partir de julho, prolongando-se até setembro.

Existe abacaxi plantado em todos os municípios brasileiros. Observa-se uma tendência de organização da produção em pólos ou núcleos especializados. Cada núcleo especializou-se no plantio em determinada época, levando em consideração o mercado, a oferta e principalmente o fotoperíodo. Assim, obtém-se uma oferta de abacaxi o ano todo provenientes de diferentes regiões tendendo a oscilações de preço cada vez menores.

O principal determinante do efeito da sazonalidade na cultura do abacaxi é o clima, este interfere na produção, nos aspectos quantitativos e qualitativos, e também na duração do período de maturação. Frutos que iniciam seu desenvolvimento no final do verão tendem a ter tamanho grande, porém apresentam teores de sólidos solúveis baixos, uma vez que o amadurecimento ocorre durante o inverno (Gonçalves & Carvalho, 2000).

Como vimos, o fotoperíodo é um fator determinante na cultura do abacaxi, em função desse fotoperíodo Goiás se especializou no plantio de abacaxi, nos meses de janeiro a abril, na prática observa-se uma concentração dos plantios em fevereiro. Segundo Souza & Souza (2000) plantando-se no mês de fevereiro, no período de inverno, quando ocorre o fotoperíodo as mudas estão pequenas e insensíveis aos efeitos do fotoperíodos, não ocorrendo assim um florescimento precoce da planta, e então um ano depois se faz a indução floral. Este tratamento tem por objetivo antecipar e uniformizar o florescimento de todas as plantas em um período determinado.

5. Conclusões

Os resultados apresentados e analisados neste artigo permitem a visualização de um efeito sazonal claro, nas séries de preços de abacaxi “Pérola” comercializados na CEASA-GO.

O efeito sazonal observado, durante o ano, está relacionado ao efeito climático, mas especificamente do fotoperíodo, o principal responsável pelo efeito sazonal na cultura do abacaxi “Pérola” em Goiás. Pois, no estado, o período da entressafra coincide com os meses de janeiro a abril.

Analisando a variação estacional de preços no mercado atacadista de Goiás, CEASA-GO, observou-se que os meses de janeiro a abril apresentaram os índices estacionais mais elevados de preços ao longo do ano, apresentando o índice máximo no mês de março e o

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mínimo em dezembro. Nesse período os preços do abacaxi “Pérola” foram superiores ao preço médio anual, em função da menor oferta do produto no mercado.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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