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CAÇA REPUBLIC P-47 THUNDERBOLT NA AMÉRICA LATINA

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Academic year: 2021

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CAÇA REPUBLIC P-47 THUNDERBOLT

NA AMÉRICA LATINA

Roberto Portella Bertazzo, Bacharel em História pela UFJF e Membro da Sociedade Latino Americana de Historiadores Aeronáuticos (LAAHS) Membro de Centro de Pesquisas Estratégicas “Paulino Soares de Sousa” da UFJF. robertobertazzo@hotmail.com

Derivado do Servesky P-35 (utilizados pelo Equador e pela Colômbia) e do Republic P-43 Lancer, o Republic P-47 Thunderbolt foi maior, o mais caro avião monoplace norte americano da segunda Guerra Mundial, e o mais produzido entre os caças deste país.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os únicos países da América Latina que operaram o P-47 em situação real de combate, foram o Brasil e o México no teatro europeu e pacífico, respectivamente.

BRASIL

Beneficiado pelo Lend-Lease, o Brasil recebeu centenas de aviões dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

Quando se decidiu enviar um grupo de caça à Europa, a Força Aérea Brasileira optou pelo emprego dos Republic P-47 (os North American P-51 também foram oferecidos ao Brasil).

A Força Aérea Brasileira operou na Itália com o Primeiro Grupo de Aviação de Caça , denominado Senta a Pua (um esquadrão para os padrões norte americano), subordinado ao 350º Grupo de Caça da 12ª Força Aérea da USAAF . (Força Aérea do Exército dos Estados Unidos).

O Primeiro Grupo de Aviação de Caça da Força aérea Brasileira foi condecorado em 1986, pelo Governo Norte Americano, com a Presidential Unit Citation, pela sua atuação na Segunda Guerra Mundial no teatro de operações do Mediterrâneo. Somente mais duas unidades aliadas não americanas receberam esta comeda.

A FAB recebeu um total de 118 aviões sendo um do modelo P-47B, recebido no Brasil em Novembro de 1944 e utilizado para treinamento de alunos na Escola Técnica de Aviação e 117 P-47D sendo que 48 foram recebidos na Itália inda durante a guerra, tendo perdido 19 em combates e 4 em acidentes. Os 25 P-47D que sobreviveram à guerra retornaram ao Brasil juntamente com mais dezenove recebidos nos Estados Unidos para repor as perdas da guerra. Depois, o Brasil recebeu mais cinqüenta aeronaves que ficaram em operação até 1958.

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Ainda sobrevivem no Brasil quatro aeronaves sendo que duas estão no Museu Aeroespacial no Rio de Janeiro, uma em condições de vôo, uma no Museu Asas de Um Sonho, na cidade de São Carlos, Estado de São Paulo e uma no Museu Casa do Expedicionário em Curitiba, Estado do Paraná.

Alguns P-47 D brasileiros operando na Itália em 1944-45, (Foto: Major Buyers) e o P-47 D do Museu Aeroespacial do Rio de Jan eiro, preservado em condições de vôo. (Foto: autor)

Detalhe do interior da cabine do P-47 D do Museu Aeroespacial do Rio de Janeiro., em condições de vôo. (Foto: autor)

MEXICO

A Força Aérea Mexicana lutou no Teatro de Operações do Pacífico, com seus aviões baseados nas Filipinas. O Escuadron Aéreo de Pelea 201 foi subordinado ao 58º Grupo de Caça da 5ª Força Aérea da USAAF (Força Aérea do Exército dos Estados Unidos), tornando-se o quarto esquadrão deste grupo.

Inicialmente os mexicanos foram equipados com os P-47D razorback, sendo retiradas seis aeronaves de cada um dos outros esquadrões do 58º Grupo de Caça. Posterirmente, os mexicanos receberam seus próprios P-47D-30RA que receberam uma pintura com insígneas mexicanas e norte americanas. Ao todo, os mexicanos utilizaram 42 P-47 Thunderbolt de diversos modelos na Segunda Guerra Mundial. Apóa a Guerra, a Fuerza Aerea Mexicana recebeu 25 P-47D-35-RA nos Estados Unidos e nove ainda operararam até 1958 quando foram substituídos pelos North American T-28.

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P-47 D do Escuadron Aéreo de Pelea 201 mexicano operando no Pacífico em 1945. (Foto USArmy)

EQUADOR

A Fuerza Aérea Ecuatoriana recebeu seus primeiros nove P-47D-40 em junho de 1947, tornando-se a primeira força da região a adotar o tipo após a Segunda Guerra Mundial. Os P-47 equatorianos foram baseados inicialmente em Quito e depois transferidos para Salinas, cidade litorânea, devido a problemas de funcionamento dos turbo compressores nas grandes altitudes da Cordilheira dos Andes.

Em 1949 a FAE recebeu mais quatro P-47D-40 (agora denominados F-47) e em 1953 chegaram mais oito unidades.

A chegada dos primeiros caças à jato Gloster Meteor MK9 em 1955 e dos Lockheed T-33 e F-80 em 1956, levou à desativação dos últimos P-47 equatorianos em 1958.

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PERU

O Peru foi um dos maiores operadores do Republic P-47 Thunderbolt na América Latina e o país onde estes aviões operaram mais tempo. Os primeiros vinte e dois P-47D-30-RA da Fuerza Aerea del Peru foram recebidos em 21 de Julho de 1947, seguidos por mais dois em outubro do mesmo ano. Em dezembro de 1952, a FAP recebeu mais quatorze F-47D-40-RA. Os últimos dezesete P-47D do Peru chegaram no decorrer do ano de 1953. Em 1958, com a chegada dos Lockheed F-80C, os P-47D são destinados à fução de treinamento de caça e somente saíram de serviço definitivamente em junho de 1966. Um dos P-47D peruanos foi destinado ao museu da USAF e outros seis foram vendidos para a Força Aérea Confederada. No Peru resta um avião, conservado em Lima.

Dois P-47 da Força Aérea Peruana. (Foto FAP)

COLOMBIA

A Colombia recebeu seus primeiros oito P-47D-30-RA em 21 de Julho de 1947, seguidos de mais 12 TF-47D-30-RA em 5 de Abril de 1949. Mais doze F-47D forma recebidos pela FAC e, 1953 e os trê últimos em setembro de 1954. A FAC não perdeu nenhum P-47D até Agosto de 1950, sendo que os aviões foram utilizados em missões contra forças guerrilheiras que atuavam na fronteira sul do país desde 1949. Em1955 os dezoito Thunderbolt sobreviventes da FAC foram retirados de serviço. Um P-47D está preservado no Museu da Força Aérea Colombiana, próximo ao aeroporto El Dorado, em Bogotá.

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VENEZUELA

A Fuerza Aerea Venezolana recebeu seus primeiros seis P-47D-30-RA em Agosto de 1947. Em 1949 foram recebidos mais 22 F-47 / TF-47 . Os últimos P-47D da Venezuela voaram até Junho de 1954. Dois P-47D venezuelanos estão preservados, um no Museo de la FAV em Maracay e o outro na Escuela Superior de la fuerza Aérea em Caracas.

P-47D da Força Aérea Venezuelana preservado em Museu. (Foto: Guido Chaves)

CHILE

O Chile recebeu uma dúzia de P-47D-30-RA em 1947, seguidos de dez em 1953. A pesar de nunca haverem entrado em combate, os P-47 chilenos sempre estiveram presentes nos atritos fronteiriços com a Argentina. Com a chegada em 1958, dos primeiros Lockheed F-80C ao Chile, os P-47 foram retirados de serviço. Um belo exemplar está preservado no Museo de la FACH em Los Cerrillos.

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BOLIVIA

A Bolívia recebeu somente um Republic TP-47-D-RE Razorback em Outubro de 1949. Este avião nunca operou e foi utilizado para instrução e mecânicos e depois como monumento. Na década de 70 esse avião foi comprado e restaurado para voar nos estados Unidos.

P-47 Boliviano – (Foto: Guido E. Buehlmann)

CUBA

A Fuerza Aérea del Ejercito de Cuba recebeu seus primeiros quatro P-47D em Maio de 1952, seguidos de mais dois no mesmo ano. Em 1953 foram recebidos mais 22 Thunderbolt pela FAEC. Em 1958 somente dez aviões ainda operavam com muitas limitações, principalmente por problemas relacionados com os tubos do turbo compressor. Algumas fontes informam que dois aviões podem ter sobrevivido até o confronto na Bahia dos Porcos .

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REPUBLICA DOMINICANA

A Aviación Militar Dominicana recebeu seus primeiros quatorze F-47D no final de 1952, seguidos de mais 11 em 1953. Com a chegada dos primeiros Vampires comprados da Suécia em 1955, os Thunderbolts foram sendo retirados de serviço. Os últimos saíram de operação em 1957.

F-47 D da Aviación Militar Dominicana. (Foto: Ola Thorn)

GUATEMALA e NICARÁGUA

Em 1954, a CIA financiou a formação de uma “Força Aérea de Libertação”, para auxiliar na luta contra o governo socialista da Guatemala. Entre os aviões utilizados estiveram oito P-47N. Depois do conflito, alguns foram parar em Nicarágua.

P-47 N da Força Aérea de Libertação operando na Guatemala., à esquerda e à direita P-47N da Força Aérea da Nicarágua (Fotos: FAG e via Hélio Higuchi)

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O P-47 foi o caça que combateu com os dois únicos países latinos que lutaram de fato na Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, a utilização dos Republic P-47 Thunderbolt coincidiu com o início de uma organização mais profissional em muitas das forças aéreas da América Latina . Ele foi também o caça de transição para os primeiros jatos naquelas forças aéreas. Seu tamanho, peso, robustez e potência marcaram uma época na Aviação Latino-Americana e mundial.

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