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Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde on line 15 (2019.2) Aula 52 Parte 01/04. Tema: Responsabilidade Civil do Hospital Veterinário e do Pet Shop

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Pós-Graduação em Direito Médico e da Saúde on line 15 (2019.2)

Aula 52

Parte 01/04

Tema: Responsabilidade Civil do Hospital Veterinário e do Pet Shop

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Sala cirúrgica:

1. mesa cirúrgica impermeável e de fácil higienização;

2. equipamentos para anestesia inalatória, com ventiladores mecânicos; 3. equipamentos para monitorização anestésica;

4. sistema de iluminação emergencial própria; 5. foco cirúrgico;

6. instrumental para cirurgia, em qualidade e quantidade adequadas à rotina;

7. bombas de infusão; 8. aspirador cirúrgico;

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9. mesas auxiliares;

10. paredes impermeabilizadas de fácil higienização, observada a legislação sanitária pertinente;

11. sistema de provisão de oxigênio;

12. equipamento básico para intubação endotraqueal, compreendendo no mínimo tubos traqueais e laringoscópio; sistema de aquecimento (colchões térmicos e/ou aquecedores);

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IV - setor de internação:

a) mesa e pia de higienização;

b) baias, boxes ou outras acomodações individuais e de isolamento compatíveis com os animais a elas destinadas, de fácil higienização, obedecidas as normas sanitárias municipais e/ou estaduais;

c) local de isolamento para doenças infectocontagiosas;

d) armário para guarda de medicamentos e materiais descartáveis necessários a seu funcionamento.

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V - setor de sustentação: a) lavanderia;

b) local para preparo de alimentos para animais; c) depósito/almoxarifado;

d) instalações para descanso, preparo de alimentos e alimentação do médico veterinário e funcionários;

e) sanitários/vestiários compatíveis com o número de funcionários; f) setor de estocagem de medicamentos e fármacos;

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Parágrafo único. O Hospital Veterinário deverá manter contrato/convênio com empresa devidamente credenciada para recolhimento de cadáveres e resíduos hospitalares.

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Clínicas Veterinárias

Clínicas Veterinárias são estabelecimentos destinados ao atendimento de animais para consultas e tratamentos clínico-cirúrgicos, podendo ou não ter cirurgia e internações, sob a responsabilidade técnica e presença de médico veterinário.

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No caso de haver internações, é obrigatório o funcionamento por 24 horas, ainda que não haja atendimento ao público, e um profissional médico veterinário em período integral.

Havendo internação apenas no período diurno, a clínica deverá manter médico veterinário e auxiliar durante todo o período de funcionamento do estabelecimento.

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RESOLUÇÃO Nº 1275, DE 25 DE JUNHO DE 2019

Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de Estabelecimentos Médico-Veterinários de atendimento a animais de estimação de pequeno porte e dá outras providências

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Responsabilidade civil do médico veterinário

A responsabilidade dos profissionais da área médica, assim como dos dentistas e veterinários, é regida pela cláusula geral que impõe a todos o dever de não causar danos, estabelecida no art. 186 do CC, em conexão com a norma especial do art. 951 do mesmo Estatuto. Esse entendimento é reafirmado pelo disposto no art. 14, § 4º, do CDC. De sorte que só por dolo ou culpa esses profissionais poderão ser responsabilizados quando do exercício de sua profissão" (in Tratado de responsabilidade civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. p. 562).

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APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS FUNDADA EM ALEGADO ERRO MÉDICO-VETERINÁRIO. ÓBITO DO ANIMAL. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTES OS PEDIDOS INICIAIS.1. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA DO MÉDICO-VETERINÁRIO. PROFISSIONAL LIBERAL (ART. 14, § 4º, CDC). RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DA CLÍNICA VETERINÁRIA ATRELADA À RESPONSABILIZAÇÃO DO PROFISSIONAL. ELEMENTOS DE PROVA QUE INDICAM QUE O MÉDICO-VETERINÁRIO REALIZOU A CIRURGIA DE CASTRAÇÃO NA PENDÊNCIA DE VACINAÇÃO DO CÃO E SEM REQUERER EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS. ÓRGÃOS DE CLASSE QUE RECOMENDAM A IMUNIZAÇÃO COMPLETA DO ANIMAL E A REALIZAÇÃO DE EXAMES PRÉVIOS À INTERVENÇÃO CIRÚRGICA. COMPLICAÇÕES PÓS-CIRÚRGICAS APRESENTADAS PELO CÃO QUE ENSEJAVAM A REALIZAÇÃO DE EXAMES MAIS APROFUNDADOS A FIM DE ALCANÇAR O DIAGNÓSTICO PRECISO.

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ALEGAÇÃO DE SUTURA ENTRE O INTESTINO E O COTO UTERINO DURANTE A CIRURGIA DE CASTRAÇÃO QUE TERIA LEVADO AO QUADRO DE INTUSSUSCEPÇÃO. ELEMENTOS PROBATÓRIOS QUE NÃO AFASTAM O DEFEITO DO SERVIÇO DURANTE O PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. ÔNUS QUE INCUMBIA AOS RÉUS DIANTE DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. CULPA NAS MODALIDADES DE NEGLIGÊNCIA E IMPRUDÊNCIA DO MÉDICO-VETERINÁRIO EVIDENCIADA. ATO ILÍCITO CARACTERIZADO. DEVER DE INDENIZAR. SENTENÇA MANTIDA.2. DANOS MATERIAIS. RECIBOS DE PAGAMENTO DAS DESPESAS MÉDICO-VETERINÁRIAS CORRELATOS E CONTEMPORÂNEOS AO EVENTO DANOSO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. REEMBOLSO DEVIDO.3. DANOS MORAIS. ATO ILÍCITO CARACTERIZADO. ÓBITO DO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO QUE CAUSOU CONSTERNAÇÃO E SOFRIMENTO. ABALO CAPAZ DE ROMPER O EQUILÍBRIO PSICOLÓGICO DO INDIVÍDUO. TODAVIA, QUANTUM INDENIZATÓRIO REDUZIDO PARA O TOTAL DE R$ 20.000,00 A SER DIVIDIDO ENTRE OS AUTORES. OBSERVÂNCIA DOS PARÂMETROS DE PROPORCIONALIDADE E DE RAZOABILIDADE. IMPORTÂNCIA QUE ATENDE À TRÍPLICE FUNÇÃO DA INDENIZAÇÃO. 4. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS MANTIDOS EM 20% (VINTE POR CENTO) SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO, CONSOANTE O DISPOSTO NO ARTIGO 85, § 2º, DO CPC/2015.5. MINORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO EXTRAPATRIMONIAL QUE NÃO IMPORTA EM SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. SÚMULA N° 326, STJ. DISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS MANTIDA TAL QUAL FIXADA NA ORIGEM.6. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS RECURSAIS. NÃO CABIMENTO. FIXAÇÃO NO PATAMAR MÁXIMO (ART. 85, § 11, CPC/15).7. PREQUESTIONAMENTO IMPLÍCITO.RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJPR 8ª C.Cível 000554880.2013.8.16.0017 Maringá -Rel.: Desembargador Luis Sérgio Swiech - J. 25.04.2019)

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Responsabilidade Civil da Pet Shop

Falha na prestação do serviço: não é necessária a investigação de culpa, porquanto a responsabilidade do pet shop é objetiva pelo defeito na prestação do serviço.

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Incumbe ao fornecedor provar que agiu de acordo aos procedimentos contratados, invocando alguma das hipóteses do artigo 14, § 3º, do Código de Defesa do Consumidor a fim de se eximir da responsabilidade.

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Atualmente, cães, gatos, pássaros e tantos outros animais domesticados são tratados como membros do grupo familiar, com laços de afeto e cuidado que se assemelham àqueles firmados entre humanos. A natureza desta relação já foi, por diversas vezes, alvo de apreciação do Poder Judiciário

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ÉTICA E DIGNIDADE ANIMAL: UMA ABORDAGEM DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, DA LEI DE CRIMES CONTRA A NATUREZA E DO DECRETO DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS SOB A ÓTICA DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS.

Gomes, Nathalie Santos Caldeira. "Ética e dignidade animal: uma abordagem da constituição brasileira, da lei de crimes contra a natureza e do decreto de proteção aos animais sob a ótica da declaração universal dos direitos dos animais." XIX Encontro Nacional do CONPEDI.

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O Superior Tribunal de Justiça, em decisão pioneira e inédita sobre o tema, no julgamento do REsp 1.797.175/SP, da relatoria do ministro Og Fernandes, reconheceu a dimensão ecológica da dignidade da pessoa humana e, ademais disso, atribuiu dignidade e direitos aos animais não-humanos e à Natureza, inclusive avançando rumo a um novo paradigma jurídico biocêntrico.

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O Superior Tribunal de Justiça, em decisão pioneira e inédita sobre o tema, no julgamento do REsp 1.797.175/SP, da relatoria do ministro Og Fernandes, reconheceu a dimensão ecológica da dignidade da pessoa humana e, ademais disso, atribuiu dignidade e direitos aos animais não-humanos e à Natureza, inclusive avançando rumo a um novo paradigma jurídico biocêntrico.

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Princípio Biocêntrico

O principio Biocêntrico se inspira na intuição do universo organizado em função da vida e consiste em uma proposta de reformulação de nossos valores culturais que tomam como referencial o respeito a vida.

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Não se pode ignorar que não é um simples objeto ou uma coisa a que se possa atribuir um simples valor econômico. A presença de um animal de estimação proporciona sentimentos ao ser humano, e a sua falta ou a possibilidade disso ocorrer acarreta distúrbios e abalos psíquicos que vão além do mero aborrecimento. (Recurso Cível Nº 71005594213, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Cleber Augusto Tonial, Julgado em 23/07/2015). Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

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Aqui não é necessário despender muitas razões, pois a obviedade conduz a uma questão sentimental. Quem tem animais de estimação dedica a eles carinho, e por isso os cerca com atenção e esmero. Assim, a falta deles sempre causa sofrimento da alma; atinge a moralidade e a tranquilidade psíquica do indivíduo. Não há mais o que dizer! (TJSC, Apelação Cível n. 2010.022972-8, da Capital, rel. Des. João Henrique Blasi, j. 29-05-2012).

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Excludente de Responsabilidade do Médico Veterinário

Artigo 14, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

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Serviço Defeituoso (Responsabilidade pelo Fato do Serviço)

O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em conta as circunstâncias relevantes, tais como, o modo do seu fornecimento, o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi fornecido.

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Fornecedor de serviço = dever de segurança (desconformidade com expectativa legítima do consumidor e a capacidade de causar acidente de consumo.

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Tema: Responsabilidade Civil do Hospital Veterinário e do Pet Shop

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O Superior Tribunal de Justiça, em decisão pioneira e inédita sobre o tema, no julgamento do REsp 1.797.175/SP, da relatoria do ministro Og Fernandes, reconheceu a dimensão ecológica da dignidade da pessoa humana e, ademais disso, atribuiu dignidade e direitos aos animais não-humanos e à Natureza, inclusive avançando rumo a um novo paradigma jurídico biocêntrico.

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Princípio Biocêntrico

O principio Biocêntrico se inspira na intuição do universo organizado em função da vida e consiste em uma proposta de reformulação de nossos valores culturais que tomam como referencial o respeito a vida.

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Não se pode ignorar que não é um simples objeto ou uma coisa a que se possa atribuir um simples valor econômico. A presença de um animal de estimação proporciona sentimentos ao ser humano, e a sua falta ou a possibilidade disso ocorrer acarreta distúrbios e abalos psíquicos que vão além do mero aborrecimento. (Recurso Cível Nº 71005594213, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Cleber Augusto Tonial, Julgado em 23/07/2015). Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul

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Aqui não é necessário despender muitas razões, pois a obviedade conduz a uma questão sentimental. Quem tem animais de estimação dedica a eles carinho, e por isso os cerca com atenção e esmero. Assim, a falta deles sempre causa sofrimento da alma; atinge a moralidade e a tranquilidade psíquica do indivíduo. Não há mais o que dizer! (TJSC, Apelação Cível n. 2010.022972-8, da Capital, rel. Des. João Henrique Blasi, j. 29-05-2012).

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Excludente de Responsabilidade do Médico Veterinário

Artigo 14, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor

§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

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Serviço Defeituoso (Responsabilidade pelo Fato do Serviço)

O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em conta as circunstâncias relevantes, tais como, o modo do seu fornecimento, o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam e a época em que foi fornecido.

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Fornecedor de serviço = dever de segurança (desconformidade com expectativa legítima do consumidor e a capacidade de causar acidente de consumo.

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Responsabilidade objetiva do hospital veterinário e da pet shop

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• Mesmo na responsabilidade objetiva é indispensável o nexo causal.

• Inexistência do defeito na prestação de serviço: O fato gerador do

acidente de consumo é o defeito, e o ônus dessa prova é do fornecedor.

• Se o fornecedor provar que o defeito inexiste, não haverá relação de

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• Defeito do serviço • Evento danoso

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Prestação de serviços. Acidente de consumo. Serviço de traslado e banho. Cachorro que, após banho, começou a passar mal. Animal que veio a óbito após atendimento hospitalar. Ação julgada parcialmente procedente. Necropsia. Causa mortis ligada a quadro de internação. Ônus da prova do prestador de serviços que é 'opes legis'. Art. 14, § 3º, do CDC. Não enquadramento como excludente de responsabilidade o fato de o animal estar acima do peso. Ausência de prova de outra causa adequada. Danos materiais. Valores comprovados sem impugnação idônea na fase recursal. Danos morais devidos. Ofensa ao direito de personalidade caracterizado. Sofrimento e abalo emocional evidentes. Indenização fixada em R$ 15.000,00. Critérios orientadores de razoabilidade e proporcionalidade não observados. Redução para R$ 6.000,00. Recurso provido em parte. Há legitimidade ativa aferida, pois a documentação trazida é suficiente para reconhecer que o animal pertencia ao casal

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Não se cuida de semovente que exija formalidade para a transmissão, podendo ocorrer de forma verbal, bastando a tradição. Em caso de acidente de consumo, considerando os termos do disposto no artigo 14, §§ 1º e 3º, do Código de Defesa do Consumidor, o ônus da prova é do prestador de serviços, 'opes legis', cabendo provar que o defeito inexiste ou a culpa exclusiva do consumidor, pois é fato incontroverso o ocorrido, que o cachorro veio a óbito após o serviço de banho prestado no 'pet shop', sendo atendido pela veterinária responsável e levado diretamente do local para o hospital veterinário, constando relatório médico e laudo de necropsia com causa da morte a 'internação' (elevação da temperatura corporal) e não se enquadra como excludente de responsabilidade o fato de o animal estar acima do peso, bem como cabia à ré a prova de outra causa adequada. Não há contraposição que rompa o nexo causal, tampouco cerceamento de defesa diante da inatividade das rés em requerer produção de prova. O dano material está comprovado e se refere ao valor pago pelo animal e os gastos do atendimento médico, sem impugnação adequada na fase recursal. É cabível a indenização por dano moral quando evidenciado o abalo emocional sofrido. A situação vivenciada supera o mero aborrecimento e constitui ofensa a direito de personalidade, sendo evidente o sofrimento decorrente da morte do animal de estimação.

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A quantificação dos danos morais observa o princípio da lógica do razoável, ou seja, deve a indenização ser proporcional ao dano e compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e a duração dos transtornos experimentados pela vítima, a capacidade econômica do causador dos danos e as condições sociais do ofendido. A fixação em R$ 15.000,00 revela-se excessiva, não ostentando razoabilidade e proporcionalidade, não podendo ser tratada a morte do cachorro, ainda que de estimação, como sendo similar ao do ser humano e reclamada por cada parte autora como se parente fosse, e os autores assim reconhecem quando buscam ressarcimento do valor do animal como se coisa fosse. A dor e o sofrimento são reconhecidos, razão da manutenção da verba, mas reduzidos para R$ 6.000,00 para os dois. (TJSP; Apelação Cível 1001943-18.2017.8.26.0009; Relator (a): Kioitsi Chicuta; Órgão Julgador: 32ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional IX - Vila Prudente - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento: 24/05/2019; Data de Registro: 24/05/2019)

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REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – ATENDIMENTO EM

CLÍNICA VETERINÁRIA – ANIMAL COM TUMOR E EXTRAVASAMENTO DE LÍQUIDO EM DECORRÊNCIA DE

SEU ROMPIMENTO – AUSÊNCIA DE ERRO MÉDICO – AVANÇADO ESTÁGIO DA DOENÇA 1 – Debate nos

autos que é delimitado a uma alegação, qual seja, a ocorrência ou não de erro técnico no atendimento veterinário que teria culminado com a morte de animal. A prova de tal fato é EXCLUSIVAMENTE técnica, afinal, quem tem condições de analisar a correção ou não do procedimento adotado pelo médico veterinário é apenas outro médico veterinário. Diante disso, absolutamente desnecessária a oitiva de testemunhas ou a colheita do depoimento pessoal das partes, que em nada auxiliariam na solução do caso, por não terem conhecimento técnico para tanto. Cerceamento de defesa inocorrente; 2 – Ausentes as hipóteses de intervenção do Ministério Público de acordo com os artigos 176 e 178 do NCPC. Ação individual de indenização por danos morais e materiais (direito patrimonial disponível), ajuizada por parte maior e capaz, devidamente representada por advogado regularmente contratado. Tese de nulidade por ausência do MP que margeia a má-fé; 3 - A responsabilidade civil dos profissionais liberais, inclusive a dos veterinários, profissão assemelhada à dos médicos, é a princípio subjetiva, por força do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, e repousa na demonstração da conduta culposa e do nexo causal com os danos sofridos pelo paciente; 4 – Não demonstrada culpa no caso concreto. Perícia extensa e bem fundamentada que concluiu pela correção dos procedimentos realizados, sendo que o animal já estava em estado avançado da doença quando levado na emergência do hospital veterinário, encontrando-se com tumor, ruptura no baço e extravasamento de líquido, não sendo a cirurgia a causa de sua morte. RECURSO IMPROVIDO. (TJSP; Apelação Cível 1094730-26.2013.8.26.0100; Relator (a): Maria Lúcia Pizzotti; Órgão Julgador: 30ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 13ª Vara Cível; Data do Julgamento: 16/05/2018; Data de Registro: 17/05/2018)

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§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

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A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro é causa de exclusão do nexo causal que equivale à força maior.

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• Fala-se em culpa exclusiva do consumidor quando a sua conduta surge

como causa direta e determinante do evento danoso, de maneira que não seja possível responsabilizar o prestador do serviço.

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• Se o comportamento do consumidor é a única causa do acidente de

consumo, não há como responsabilizar o produtor ou fornecedor por ausência de nexo de causalidade entre a sua atividade e o dano.

Referências

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