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Isabel de Freitas Vieira. A Participação. Um paradigma para a intervenção social

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Academic year: 2021

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Isabel de Freitas Vieira

Lisboa Universidade Católica Editora 2015

A Participação

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Índice Geral

Agradecimentos 10

Prefácio 11

Introdução 14

Apresentação 24

1. A sociedade, o Estado e os lugares da cidadania 53 1.1. Da modernidade à pós-modernidade 53 1.2. Uma sociedade globalizada 55

1.3. Uma sociedade em rede 57

1.4. Uma sociedade de risco 60 1.5. Uma sociedade do Conhecimento 62 1.6. Uma sociedade democrática 65 1.7. As Teorias do Estado e a construção das narrativas dominantes e alternativas 69 1.8. A transformação da Política 73 1.9. As novas formas de Governação 78 1.10. Os Lugares-estruturais ou espaços-tempo de relação 81 1.11. A cidadania e os novos lugares da participação 85 1.12. Multidimensionalidade da inclusão/exclusão 88 1.13. Os outros lugares da inclusão/exclusão 90

2. A teoria relacional 95

2.1. Paradigma, conceito 95

2.2. A Estrutura relacional 96 2.3. As Dimensões narrativas 99 2.4. A Organização das narrativas 99 2.5. A estruturação das narrativas 100

3. Participação, conceitos, abordagens e relações 104 3.1. Situar a participação no contexto actual 104 3.2. Individuação, a construção da realidade pelo sujeito 107 3.3. Dialogicidade, organização da dinâmica comunicacional 112 3.4. Quotidianidade e o referencial das escolhas éticas 118 3.5. Grupos de pertença e comunidades de práticas 122 3.6. Construção da Cidadania, significados e significantes da participação 128 3.7. A Participação, racionalidade semântica e instrumental 136 3.8. A participação colectiva, as parcerias e os partenariados 147

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8 A Participação. Um paradigma para a intervenção social

4. Serviço social – intervenção e participação 156 4.1. A participação vista como a inclusão do utente na intervenção social 156 4.2. Evolução dos diversos formatos de participação do utente na intervenção social 161 4.3. A participação do utente na pós-modernidade 164 4.4. Os espaços profissionais como processos relacionais de integração dos sujeitos 167

5. Desenho de um percurso de pesquisa qualitativa 172 5.1. As metodologias qualitativas e o lugar do observador na intervenção social 172 5.2. Definição do universo de análise – um mosaico de actores a entrevistar 174 5.3. A entrevista qualitativa – construção do guião e registo das entrevistas 175 5.4. Tratamento e análise da informação – Uma interpretação subjectiva 178 5.5. Reconceptualização e reconstrução da grelha de análise 179 5.6. A Participação como o analisante e o analisado 181

6. A participação na construção do serviço social, narrativas e narratividade 184 6.1. Os contextos e as estruturas da participação 184 6.2. As dinâmicas e as dimensões narrativas 185 6.3. Níveis de estruturação da relação participativa e suas dimensões 188 6.4. Dinâmicas organizadoras da participação – uma relação construída na acção 196

7. A participação como práxis e referencial ético dos interventores sociais 199 7.1. A Participação como lugar de construção da identidade do sujeito 199 7.2. A Participação como processo de identidade colectiva e pertença 202 7.3. A participação como lugar da cidadania, recontextualização do objecto de estudo 206 7.4. Construção da relação participativa, reconceptualização do objecto de estudo 208 7.5. As estruturas e as dinâmicas participativas percebidas em diferentes níveis 210

8. A participação como paradigma para a intervenção social 216 8.1. Uma matriz conceptual para ler as práticas 216 8.2. As narrativas dos Assistentes Sociais e as representações sobre a participação 218 8.3. A Acção dos Assistentes Sociais como uma gramática de práticas interiorizadas 219 8.4. Os contextos de práticas 222

Conclusões 225

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Índice de Figuras

Figura 1 – Triângulo da relacionalidade –

diagrama representativo da estrutura relacional 97 Figura 2 – Paradigma Relacional –

estrutura, organização e dinâmicas 102 Figura 3 – A participação como construção da identidade do sujeito 125 Figura 4 – A Estrutura Participativa –

nível micro – construção identitária 127 Figura 5 – Elementos constituintes da estrutura participativa 169 Figura 6 – As Dinâmicas participativas e a acção colectiva 206

Índice de Quadros

Quadro1 – Matriz Hermenêutica e Analítica

A Participação: níveis, estrutura, organização e dinâmica 52 Quadro 2 – Elementos de estruturação da relação participativa como lugar 171 Quadro 3 – Assistentes Sociais que participaram na entrevista individual 174 Quadro 4 – Assistentes Sociais que participaram no focus group, alunos

do curso de Serviço Social de 1978/1982 do Instituto Superior

de Serviço Social de Coimbra 175 Quadro 5 – A participação como processo de construção da identidade do sujeito 202 Quadro 6 – A Participação como processo de identidade colectiva e pertença 205 Quadro 7 – A Organização Participativa – dinâmicas interníveis – dimensão meso 213 Quadro 8 – Elementos constitutivos da estruturação participativa 215 Quadro 9 – Análise da participação integrada nas práticas profissionais

dos Assistentes Sociais 217

Quadro 10 – As narrativas dos Assistentes Sociais e os significados atribuídos

à participação 218

Quadro 11 – A acção dos Assistentes Sociais e os diversos formatos da participação 221 Quadro 12 – Os contextos de práticas e alguns dos factores da participação 224 Quadro 13 – A Matriz Analítica da Participação

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Prefácio

A questão dos direitos sociais é crucial para o entendimento político da cidadania e, por maioria de razão, para a concetualização e desenvolvimento da intervenção social. No âmbito do contrato social moderno, o cidadão, ao prescindir da sua soberania individual, tornava-se sujeito de direitos garantidos pelo Estado. Estes direitos dimanavam da natureza dos seres humanos e da substância do próprio contrato. À medida que o paradigma social e político da modernidade se foi desenvolvendo e, sobretudo a partir do século xix, combi-nando com o capitalismo, os direitos sociais e a cidadania foram sendo reconfi-gurados. A cidadania atribuída aos indivíduos pelo contrato social moderno era delimitada pelo estado nação, pela identidade cultural e pelo território. Todavia, dinamizado pelo desenvolvimento do capitalismo, o paradigma social e político da modernidade exacerbou as lógicas de regulação económica, tornando a desi-gualdade social crescentemente num problema individual e, no mesmo passe, os indivíduos prisioneiros da sua própria individualização. Por outro lado, mas sem constituir uma dinâmica independente daquela, a organização política das sociedades ocidentais conduziram a um excesso da representação em detri-mento da participação democrática dos cidadãos. Estes processos económicos e políticos estão na base do surgimento do individualismo de despossessão, de que fala Boaventura de Sousa Santos.

A compreensão deste processo de individualização é, presentemente, cen-tral para a análise das políticas sociais e para o pensar da intervenção social. No atual contexto de hegemonia do discurso e práticas de governação neoli-berais, mais do que serem ‘renegociados’, os direitos e os deveres pelos quais os indivíduos se tornam cidadãos estão a ser ‘descontratualizados’. Esta descon-tratualização está a ter lugar em termos de regulação económica e em termos sociais e políticos. Por um lado, a regulação económica fundada no processo de desterritorização e na mitigação da soberania dos Estados, põe em causa a garantia do contrato social, em favor das lógicas de mercado de trabalho e individualização dos trabalhadores. Por outro lado, mas em articulação, os indivíduos são obrigados a prepararem-se permanentemente para o trabalho, para serem empregáveis num mercado de trabalho assente na volatilidade e no curto prazo. Combinadas, a regulação económica e a reconfiguração social e política das sociedades ocidentais estão a ressignificar a cidadania e a partici-pação enquanto seu exercício.

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12 A Participação. Um paradigma para a intervenção social

Hoje, em nome do individualismo, os indivíduos encontram-se em perma-nente risco, sendo a sua vulnerabilidade vista, numa lógica de mercado, como uma vantagem competitiva… Os excessos do individualismo da narrativa e das práticas neoliberais nas sociedades contemporâneas têm vindo a exacerbar as injustiças sociais e, consequentemente, a condicionar a cidadania e o seu exercício.

É nesta encruzilhada de preocupações sociais e políticas que posiciono esta obra de Isabel Vieira. A autora discute, na esteira de Z. Bauman, a tensão entre as dinâmicas da individualização, que condenam o indivíduo à sua própria sorte social, e as de individuação, que correspondem à sua assunção enquanto sujei-tos de si mesmos. Neste trabalho, esta tensão é mediada pela conceptualização da participação como ontologia social, isto é, ao identificar a reflexividade como a base do processo pelo qual os sujeitos tomam decisões individuais e coletivas, a autora não só identifica o indivíduo como potencial sujeito das suas próprias ações, como o projeta socialmente ao identificá-lo como agente nos e dos processos coletivos. A dimensão ontológica da participação no trabalho de Isabel Vieira resulta precisamente do facto de os indivíduos serem entendidos, nas suas palavras, como ‘sujeito epistémicos’. Assim, a participação é erigida em pedra de toque da cidadania, dos direitos e deveres dos sujeitos em relação ao Estado, ao mercado e à multiplicidade de formas que a organização social pode assumir. A participação surge, nesta obra, como o organizador das condi-ções para o exercício da cidadania, assumida, por seu turno, como baseada na redistribuição, reconhecimento e restituição.

Esta concetualização da participação como ontologia social tem amplas consequências para a intervenção social. Aliás, a entrada nesta problemática é feita a partir da assunção da autora como assistente social. A relação entre a intervenção do/a trabalhador/a social com os sujeitos da sua intervenção é, nesta obra, revisitada de uma forma inovadora. A ênfase é colocada no sistema de interações entre a organização no âmbito da qual a intervenção acontece, os sujeitos envolvidos – interventores/as incluído/as - as famílias, grupos de pertença e a comunidade ou comunidades envolventes. A obra desenvolve uma profunda reflexão sobre a relação entre os direitos atribuídos e os direitos reclamados pelos sujeitos-agentes, não já concebidos como meros ‘objetos’, da intervenção do/a assistente social. A autora assume que, assim, não só se amplia a reflexividade sobre os fatores que interferem na construção do sujeito e das relações socais, como se alarga o entendimento da agência dos atores e se altera a conceção dos cenários das intervenções. Nas suas palavras:

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Prefácio 13

Abre-se, então, um novo campo performativo para a afirmação do profissional e do utente cidadão na negociação entre direitos atribuídos e direitos reclamados, poderes reconhecidos e poderes reivindicados, na construção de uma cidadania libertadora e emancipatória. (Vieira, 2015: 93)

Em síntese, esta obra concetualiza a intervenção social através da assunção dos sujeitos como entidades que co participam de um processo complexo onde o poder de exercer direitos de cidadania é função da luta por esse mesmo poder. Diz Isabel Vieira que

A participação pode ser entendida tanto como razão existencial dos sujeitos (na sua relação com o outro e com o mundo), como processo pedagógico de aprendizagem (de aquisição de competências participati-vas), quer ainda, como lugar político ou relação conflitual entre poder atribuído e poder reclamado. (Vieira, 2015: 39)

A leitura da obra A participação: um paradigma para a intervenção social é, pois, importante não só para os trabalhadores sociais e para a sua formação e reflexividade profissional, mas também para quem tem responsabilidades no desenho e desenvolvimento de políticas sociais. O trabalho interpela os leitores de forma incisiva, induzindo formas de relação no âmbito da intervenção social que põem em causa os modelos dominantes. Da sua leitura surgirão porventura outras e diferentes ideias e perspetivas de ação, mas nunca, estou certo, dela resultará indiferença às que aqui são propostas.

Porto, 30 de dezembro de 2014

Referências

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