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Thais - Avaliação do Nível das Atividades Inovadoras e Obstáculos a Inovação na Área de TI em Uberlândia

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Avaliação do Nível das Atividades Inovadoras e Obstáculos a

Inovação na Área de TI em Uberlândia

Thais Alves Sales, Sônia Aparecida Santana

Instituto de Informática – Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) Caixa Postal 309 – 38.411-106 – Uberlândia – MG – Brasil thaa_salles@yahoo.com.br, sonia.ap.santana@gmail.com

Resumo. Com o avanço da inovação tecnológica as empresas têm sido bastante dependentes de inovação para se criar um diferencial perante os concorrentes. Esse avanço faz com que as mesmas invistam em ações para desenvolver estratégias de inovação ou melhorar suas atuais. Este artigo avalia o nível das atividades inovadoras e os obstáculos a elas na cidade de Uberlândia por meio de uma pesquisa que avalia o quão importante essas empresas julgam relevantes essas atividades. Observou-se que as grandes empresas são as que dão mais importância ás atividades inovativas e são as que vêm utilizando essas atividades de forma mais contínua. Por outro lado, existe uma série de variáveis que interferem no desenvolvimento da inovação, entretanto, nenhum deles de forma significativa.

1. Introdução

O início do século XXI foi marcado pela difusão de várias inovações tecnológicas e pelo seu processo de geração, e ao longo do desenvolvimento e expansão da economia mundial tornou-se um tema extremamente marcante. Este tema relacionado a inovação tecnológica alcançou crescente destaque em vários meios, ultrapassando os meios científicos e acadêmicos aos meios empresariais e do governo, simplesmente por posicionar-se no centro das transformações que foram associadas a novos e diferentes padrões de imensa oportunidade de acumulo capitalista, e também, por exercer influencias significativas no mercado competitivo de pequenas regiões a países [Pintec 2003 - IBGE].

Entretanto, enquanto se destaca cada vez mais a evolução do sistema produtivo, essa geração e inserção de meios técnicos do progresso no mercado se tornam bastante complexas. Essa complexidade pode ser identificada de várias formas; desde a variação de aspectos pelas quais a incorporação do progresso técnico pode ocorrer, como por exemplo, por resultados de atividades de pesquisa que a empresa realiza, ou relacionado à aquisição externa de conhecimentos e recursos (terceiros), até questões referentes ao relacionamento econômico-social frente ao envolvimento de processo de geração e difusão de novos conhecimentos. Desta forma, seria interessante iniciar o entendimento destes componentes tão importantes para o desenvolvimento econômico, avaliando de forma abrangente (qualidade e quantidade), como se da o processo de geração, difusão e incorporação do progresso tecnológico [IBGE - 2004].

A teoria relacionada aos estudos de Inovação tem avançado cada vez mais, e métodos de medir a capacidade e atuação da inovação empresarial tem priorizado a importância de avaliação de seus resultados – que essas ações inovativas alcançam. É perceptível que os meios tecnológicos são excelentes instrumentos para garantir o crescimento e sucesso da empresa, porém, não se tratam de um objetivo em si para as metas e missão da organização. Dessa maneira, consegue-se equiparar vários aspectos que são igualmente cruciais para o momento da inovação tecnológica, que identificam impactos que podem afetar a empresa econômica e

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empresarialmente, como resultados da capacidade de inserir novos produtos no mercado, bem como processos inovadores nacionalmente, obter receita a partir da introdução destes produtos inovadores, e o impacto das inovações para o crescimento desta fatia de mercado das organizações [Pintec 2003 – IBGE].

Assim, o objetivo deste trabalho é contribuir para o desenvolvimento teórico-conceitual e de uma base empírica que permitam melhor compreender a inovação tecnológica empresarial. A metodologia envolveu revisão da literatura especializada, levantamento de dados produzidos pelo IBGE, através da Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (PINTEC-IBGE), consolidação desses dados e sua posterior análise. Nas seções seguintes, serão abordados os conceitos fundamentais para a compreensão do assunto a ser tratado.

2. Conceitos Fundamentais sobre Inovação

Inovação possui um conceito definido de forma bem variável e este conceito depende, principalmente, da forma com a qual é aplicada. Em resumo, o conceito de inovação pode ser considerado como explorar com sucesso o surgimento de novas ideias.

Segundo Cimoli et alli, (200, p.62). “Todos os processos de geração de novos conhecimentos científicos e tecnológicos, tanto quanto os de imitação e adaptação tecnológica, envolvem uma ampla variedade de atores complementares, frequentemente incluindo empresas mercantis, mas junto com elas, instituições públicas de pesquisa e treinamento, comunidade de intercâmbio, sociedades técnicas e sindicatos, entre outros".

Pode ser entendida como inovação tecnológica a associação de ações sistemáticas e coordenadas, que geram e aplicam conhecimentos tecnológicos para o desenvolvimento de produtos/produtos novos ou aperfeiçoados para as empresas. Há vários outros tipos de inovações que podem se relacionar a introdução de novos mercados, novos modelos de negócio, novos processos e métodos organizacionais, além de novas fontes de suprimentos para pequenas, médias e grandes organizações. Para as organizações empresariais, as inovações tecnológicas são definidas como um processo de introdução no mercado com algo novo ou aperfeiçoado para a empresa se diferenciar das outras (IBGE, 2005; ROCHA, 2003; RICYT, 2001).

A inovação está associada conseguir vantagens competitivas, ao posicionamento sustentável, á capacidade de inovar e ao conhecimento organizacional. Em latim, a palavra inovar significa tornar novo, renovar, enquanto que o substantivo inovação é traduzido pelo ato de inovar. Contudo, no que se refere a algo mais tangível, teóricos da Inovação aceitam que a ideia pode ter outras formas de definição. Quando nos referimos de estratégia, podemos dizer que, a inovação aponta como um elemento fundamental para a diferenciação das organizações (Hamel, 2007; Davila et al., 2007).

A aplicação de inovação, segundo Peter Drucker (2008, p.45) é um “processo sistemático que consiste na busca deliberada e organizada por mudanças e na análise sistemática das oportunidades que tais mudanças podem oferecer para a inovação econômica ou social”

2.1. Tipos de Inovação:

O desenvolvimento de cada tipo de inovação acontece conforme cada empresa, com possíveis variações de uma para outra. Grande parte das empresas opta por introduzir ações que

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desenvolvam novos produtos, enquanto outras decidem aperfeiçoar e realizar melhorias destes produtos e/ou processos. Há várias empresas também que decidem inovar em métodos organizacionais ou de marketing. Independentemente da opção que a empresa faz para Inovar e do ramo de atividade o qual ela exerce no mercado, quaisquer empresas tem a chance de se tornar um exemplo de inovação de sucesso.

Tidd (2008, p.86) diz que “um dos problemas no gerenciamento da inovação é a variação com que as pessoas compreendem o termo, normalmente confundido com invenção”. Porém a OCDE (2006) diz que a “complexidade do processo de inovação e as variações na forma como ele ocorre em diferentes tipos de empresas e indústrias fazem que definições claras nem sempre sejam possíveis” (Manual de Oslo, 2008, p.55).

Para O Manual de Oslo, terceira edição (2005, p. 57), os tipos de atividade de inovação são:

Inovação por Novo Produto ou Aprimorado–Envolve mudanças nos produtos e serviços (Especificações técnicas, componentes, softwares, etc) isso inclui serviços totalmente novos e aprimoramentos essenciais para produtos existentes.

 Inovação por Processo Novo ou Aprimorado – é a introdução de métodos de produção novos ou aprimorados, bem como à entrega destes. Para os serviços, envolvem alteração durante a utilização destes equipamentos ou softwares, e nos procedimentos ou técnicas que são utilizados para criar e fornecer esses serviços.

Inovação Organizacional – implementar novas estratégias organizacional para práticas de negócios da empresa, para melhor organização do ambiente de trabalho ou em relacionamento externo, visando a eficiência de fluxos de trabalho ou a qualidade dos bens ou serviços.

 Inovação de Marketing – implementar um novo método de marketing com mudanças na elaboração de um produto ou em sua embalagem, seja no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços.

2.2. Atividades Inovativas

No Manual de Oslo - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, diz que: “As empresas engajam-se em inovações em virtude de inúmeras razões. Seus objetivos podem envolver produtos, mercados, eficiência, qualidade ou capacidade de aprendizado e de implementação de mudanças. Identificar os motivos que levam as empresas a inovar e sua importância auxilia o exame das forças que conduzem as atividades de inovação, tais como a competição e as oportunidades de ingresso em novos mercados.” (OCDE, 2005, p. 26)

Atividades Inovativas são etapas que conduzem a implementação de inovações. Algumas atividades são inovadoras, outra atividades não são, mas são para a implementação de inovações. As atividades podem variar muito de organização. Algumas empresas optam por inserir inovações bem definidos, bem como o desenvolvimento e introdução de um produto novo, quanto outras realizam aperfeiçoamentos contínuos em seus produtos e processos (Manual de Oslo, 2005).

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Serão listadas, a seguir, as diferentes categorias de atividades levantadas na Pintec (2011), e suas definições apresentadas são as que foram registradas no questionário da pesquisa:

 Atividades internas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) – o objetivo é o aumento de conhecimentos e o uso do mesmo para desenvolvimento de novas aplicações, como produtos\processos novos ou aprimorados. O desenvolvimento de software também é incluso, porém desde que se tenha um avanço tecnológico ou científico;

 Aquisição externa de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) - entende-se por adquirir as atividades citadas acimas, que são realizadas por outras organizações;

 Aquisição de outros conhecimentos externos – compreende por transferência de algumas tecnologias (comprar de licença de diretos de exploração de patentes, uso de marcas, aquisição de know how), entre outros conhecimentos científicos de terceiros para que a organização possa implementar ou desenvolver inovações;

 Aquisição de software – entende-se por aquisição de software, aqueles exclusivamente adquiridos para a implementação de produtos/processos novos ou aprimorados. Aqueles que registrados em atividades internas (P&D) não são inclusos;

 Aquisição de máquinas e equipamentos – entende-se por adquirir máquinas, equipamentos e hardware, exclusivamente para a implementação de produtos/processos novos ou aprimorados;

 Treinamento – entende-se por um treinamento de orientação ao desenvolvimento de produtos/processo novos ou aprimorados, com relações às atividades inovativas da organização, podendo ser incluso também a aquisição de serviços técnicos especializados externos;

 Introdução das inovações tecnológicas no mercado – entende-se por atividades de venda com ligação direta ao lançamento de produtos novos ou aprimorados, com pesquisa e teste de mercado, e propagação para o lançamento.

 Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e distribuição – entende-se por preparações pra efetuar a implementação de inovações de produtos/processos. Abrange a inclusão de desenhos orientados para definição de procedimentos, especificações técnicas e atributos operacionais necessários para a implantação de inovações de produtos ou processos.

3. Obstáculos à Inovação

A lista de obstáculos pode ser extensa dependendo do contexto e da empresa, sendo assim a Pintec (2007), consolidou as informações de uma forma mais genérica conforme figura 1:

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Figura 1 - Obstáculos aos Produtos e Processos de Inovação PINTEC (IBGE, 2007).

As empresas enfrentam diversos obstáculos no seu dia a dia, e não é diferente na implementação de inovações. Os investimentos em inovação trazem consigo Riscos e Obstáculos, e esses citados na figura 1 são os obstáculos mais comuns em organizações de todos os portes. Segundo a Pintec (2011), tiveram maiores destaque os Obstáculos com elevados custos de se inovar, pela escassez de fontes apropriadas de financiamento e pelos riscos econômicos excessivos.

4. Metodologia PINTEC

A PINTEC é uma pesquisa sobre inovação tecnológica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), baseada no Manual de Oslo e tem como objetivo:

“a construção de indicadores setoriais, nacionais e regionais das atividades de inovação tecnológica nas empresas industriais brasileiras, e de indicadores nacionais das atividades de inovação tecnológica nas empresas de serviços de telecomunicações, de informática e de pesquisa e desenvolvimento, compatíveis com as recomendações internacionais em termos conceituais e metodológicos.” (IBGE,2007, p. 12).

Essa pesquisa busca conhecer e mensurar o processo inovativo realizado pelas empresas brasileiras e com isso compreender melhor o crescimento econômico do país. Este estudo também proporciona a obtenção de informações sobre inovações tecnológicas em produtos e processos, aprender comportamentos, atividades empreendidas, impactos e outros fatores, como por exemplo, os incentivos e obstáculos que levam o acontecimento da inovação na empresa como um todo.

5.Metodologia de Pesquisa

O estudo de caso apresentado neste trabalho foi respaldado por levantamentos bibliográficos em literatura especializada e envolveu 2 pesquisas; uma, de campo, cuja coleta dos dados necessários concentrou-se, fundamentalmente, na aplicação do instrumento de baseado na Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (PINTEC-IBGE), para caracterização do cenário de

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Uberlândia, ou seja, de natureza exploratória, e a outra de natureza investigativa para a verificação das relações de implicância entre as variáveis obtidas, através de tratamento estatístico não paramétrico. Conforme já mencionado, a escolha da pesquisa de campo deste modelo (Pintec) se deu por se tratar de um instrumento desenvolvido levando em consideração as recomendações internacionais, em termos conceituais e metodológicos e por ser dirigido às empresas registradas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do Ministério da Fazenda, e que no cadastro do IBGE constam ter atividade principal compreendida, entre outras, nas divisões 72 e 73 (atividades de informática e serviços relacionados e pesquisa e desenvolvimento, respectivamente).

O questionário consta, basicamente, de 38 questões divididas em INOVAÇÃO DE PRODUTOS E PROCESSOS NOVOS OU APRIMORADOS, ATIVIDADES INOVATIVAS (P&D), PROBLEMAS E OBSTÁCULOS À INOVAÇÃO E APOIO DO GOVERNO. Todas as questões são objetivas e possuíam quatro alternativas para respostas, sendo assim o respondente deveria optar por aquela que mais se adequava à situação atual da sua empresa.

Foram distribuídos 187 questionários em empresas de pequeno, médio e grande porte de Uberlândia que têm sua área de atuação ligada à área da tecnologia da informação. Ressalta-se, entretanto, que foram considerados na tabulação dos dados, apenas os questionários completamente respondidos, totalizando 113pesquisas.

6. Resultados

Após a coleta dos dados disponibilizados pelas empresas, as informações obtidas foram compiladas e organizadas na forma de gráficos, a partir dos quais foram feitas as análises para a comparação e confronto dos dados, objetivando a confirmação ou rejeição dos objetivos e pressupostos do trabalho.

Segue abaixo as informações prioritárias e quais as estatísticas levantadas por meio da pesquisa – ressaltando que se trata de respondentes aleatórios, o que acarreta um percentual de acuracidade e assertividade relativo.

6.1.Representatividade de Inovação por Porte de Empresas.

Peter Drucker (2008) citou em seu livro “Inovação e Espírito empreendedor - Prática e princípios” que para a empresa o tamanho não é impedimento para inovar ou empreender. Porém para as grandes empresas o desenvolvimento e a competência de investimentos em pesquisa é mais descomplicado. A pequena e média empresa de acordo com seu perfil empreendedor, suas características e o domínio do negócio, também podem desenvolver inovações. Oportunidades, agilidade, conhecimento de seus clientes, concorrentes, fornecedores e capacidade para gerar inovação o que faz da organização uma empresa inovadora, e não sua estrutura interna/externa, ou seu crescimento e tamanho.

Os resultados obtidos mostram, de uma forma geral, que a maioria das empresas de Uberlândia que decidiram inovar, conforme figura 2. As empresas de grande porte são, em sua maioria, as que mais investem em ações de inovação – representando um total de 94% de respondentes que informaram a existência de processo inovador, coerentes com o entendimento de Peter Drucker (2008).Na sequência, aparecem as empresas de médio porte (84%), pequeno porte (72%) e micro empresas (63%).

A figura 2 mostra, ainda, que as atividades inovativas são voltadas, na sua maioria, para a inovação em produtos novos ou substancialmente aprimorados (52%) e, não menos importante,

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porém em segundo plano, para a inovação em processos novos ou substancialmente aprimorados.

Figura 2 – Representatividade de empresas que inovaram por porte.

6.2. Inovação com Recursos de Programas do Governo

Para as empresas de Uberlândia a aquisição de recursos financeiros que possam arcar ativamente com custos da inovação também é relatada na pesquisa – as oportunidades em programas do governo se faz presente conforme figura 3 demonstra que as empresas de PEQUENO PORTE (69%) obtiveram maior recurso de programas do Governo para orçamento de suas atividades, seguido da GRANDE PORTE (56%) e MÉDIO PORTE (32%) que teve um índice mais baixo. Desde 2005, mais de R$ 3,5 bilhões em investimentos foram anunciados. Esses números comprovam que Uberlândia tem se tornado um polo atrativo para investimentos de todas as partes do Brasil e do mundo [FUNDASUS, 2011].

Figura 3–Representatividade por recursos de programas do governo.

Foi lançado em 2013 o Programa de Apoio à Inovação Tecnológica em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. A iniciativa foi financiar propostas de desenvolvimentos de produtos ou processos inovadores para promover o aumento de atividades de inovação e da

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competitividade das empresas, esse pode ter sido um dos fatores para que as empresas de pequeno porte tenha sido destaque nos dados acima.

6.3. Importância das Atividades Inovativas

Cada atividade de inovação pode proporcionar benefícios diretamente ligados ao objetivo da ação inovadora.

Considerando uma escala variando entre baixa, média ou alta importância às atividades inovativas foram classificadas e compiladas segundo o porte das empresas respondentes. De um modo geral, todas as empresas julgam ser importante a realização de todo o tipo de atividade que leve à inovação/melhoria de produtos e processos, conforme consolidado abaixo (figura 4), entretanto, são as empresas de grande porte (figura 7) que dão maior importância às mesmas, seguida das de médio porte e pequeno porte.

Levando em consideração o nível de importância por porte de empresa, a empresa de grande porte (figura 7) julga como maior importância à atividade de P&D EXTERNA (44%), seguido da INTRODUÇÃO DAS INOVAÇÕES (39%) e AQUISIÇÃO DE SOFTWARE (36%). Para as empresas de médio porte (figura 6), a atividade de maior relevância é AQUISIÇÃO DE SOFTWARE (33%) seguida do TREINAMENTO (30%), e por fim, para as empresas de pequeno porte (figura 5) a AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTOS (32%) e AQUISIÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS (31%) são as atividades que tem maior relevância. Como isso observa-se que as empresas de Grande e Médio porte dão importância de alta relevância para uma atividade em comum que é a AQUISIÇÃO DE SOFTWARE, comparado ao resultado da pesquisa nacional (Pintec 2011), conforme figura 8, em que a Aquisição de Software (31,2%) é considerada pelas empresas como atividade de média ou alta relevância, pode se dizer que essas empresas de Uberlândia não estão fugindo do padrão nacional.

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Figura 5–Nível de importância para as Pequenas Empresas

Figura 6–Nível de importância para as Médias Empresas

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Figura 8 – Pesquisa Pintec 2011 – Relevância das Atividades Inovativas

As grandes empresas além de julgarem importantes essas ações vêm utilizando essas atividades de forma contínua, conforme figura 9 (51%). Por outro lado, apesar das empresas de pequeno e médio porte também empregarem estas ações de forma contínua, a frequência e o nível de importância que as mesmas têm para o negócio é relativamente menor - figura 9 (MÉDIO PORTE 48%, PEQUENO PORTE 48%).

Os números apresentados anteriormente mostram a estatística de uma realidade de mercado que aproveita o advento da tecnologia a seu favor, com ações que inovam em suas perspectivas para o cliente interno (colaboradores e liderança) e também o cliente externo (cliente final que adquire o produto ou serviço resultante da inovação na empresa). Independente do porte da empresa a inovação está ao alcance de todas, é isso que os dados da pesquisa apontam, que mesmo com um percentual mais baixo comparado com as empresas de grande porte, as de médio e pequeno porte também vem empregaram suas ações inovadoras, e com isso acompanhando as tendências de mercado.

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6.4. Obstáculos a Inovação

Apesar da inovação tecnológica ter atingido seu ápice no atual mercado, as empresas de todos os portes alegaram dificuldades em implementar ações inovativas conforme demonstrado na figura 9 abaixo. Estes obstáculos variam entre recursos financeiros, organizacionais e estruturais.

Como já mencionado (figura 7), as grandes empresas são as que dão mais importância ás atividades inovativas e são as que vêm utilizando essas atividades de forma mais contínua, e são elas que estão à frente no percentual de Obstáculos a Inovação (77%), pelo fato de empregarem mais suas Atividades Inovativas em suas organizações, conforme figura 10. As empresas de MÉDIO PORTE (74%) também tiveram seu percentual alto (figura 10), a falta de incentivo do Governo (32%), conforme figura 3 pode ser uma das causas desses obstáculos, e por fim as de PEQUENO PORTE (58%) que também tiveram obstáculos a essas ações inovadoras.

Podem ser inúmeros os obstáculos para essa inovação, porém realizada uma pesquisa investigativa, levantou-se os principais obstáculos a essa inovação – RISCO ECONÔMICO EXCESSIVO (se dá por elevada taxa de juros ou instabilidade/valorização de câmbio, Instabilidade no Crescimento Econômico do Brasil, etc); FALTA DE PESSOAL QUALIFICADO (falta de profissionais com mão de obra qualificada/preparada, etc); RIGIDEZ ORGANIZACIONAL (pode estar ligada a dificuldade em inserir a inovação na agenda da direção, devido às lideranças da empresa serem conservadoras, o que dificulta a idéia de adotar um novo produto ou processo, etc); FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE O MERCADO (Esse obstáculo se deve basicamente a uma fraca tecnologia de informação da empresa resultando em uma maior dificuldade na identificação das necessidades do mercado consumidor e etc); FRACA RESPOSTA DOS CONSUMIDORES QUANTO A NOVOS PRODUTOS (pode estar ligada pela resistência à mudança, a ideia de um produto inovador assusta os consumidores que já estão familiarizados com o antigo, etc).

Figura 10 – Percentual de dificuldade para Inovar

6.4.1.Cruzamento de Dados entre Atividades Inovativas e Obstáculos a Inovação

A análise da correlação entre as atividades inovativas e os obstáculos à inovação foi feita através da avaliação não paramétrica obtida pelo coeficiente de Spearman utilizando o programa SPSS. Esta análise fornece parâmetros indicando como as variáveis se comportam, conjuntamente. Esta medida foi escolhida em função da natureza dos dados (ordinais) e pelo fato de não requerer a necessidade de se fazer qualquer tipo de suposição sobre a distribuição de frequências dos mesmos.

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Onde:

= a diferença entre cada posto de valor correspondentes de x e y, e = o número dos pares dos valores.

A figura 10 mostra os resultados obtidos após o cruzamento dos dados. Ressalta-se que foram levados em consideração apenas os dados mais significativos em cada cruzamento.Para definição da correlação entre os dados cruzados, foram utilizados os valores de Correlação de Spearman:

 0 = não existe correlação entre os dados cruzados;  Entre 0 e .3 = fraca correlação;

 Entre 0.3 e 0.7 = correlação moderada;  Acima de 0.7 = correlação forte.

Baseado nestas correlações e considerando a figura 10, observa-se que ainda existe uma série de obstáculos à inovação, entretanto, nenhum deles de grande influência ou que cause um grande impacto nas atividades desenvolvidas (forte correlação). Observa-se uma correlação moderada no impacto que os obstáculos exercem em atividades específicas, conforme abaixo:

Figura 10–Principal obstáculo referente a cada atividade inovativa

A falta de pessoal qualificado é um obstáculo à inovação e faz com que as empresas voltem suas atividades inovativas para o treinamento e a busca de outros conhecimentos externos que orientem o desenvolvimento de produtos/processo novos ou aprimorados, podendo ser incluso também a aquisição de serviços técnicos especializados externos.

Esse obstáculo também foi apontado como relevante na pesquisa nacional feita pela Pintec, que demonstra que tomando a indústria como exemplo, revelou-se que este problema foi o sexto mais relevante no período 2003-2005, passando a ocupar a terceira posição no período 2006-2008, e esta tendência também foi reforçada na Pintec 2011. Esse obstáculo pode estar

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ligado à falta de profissionais com mão de obra qualificada/preparada, o que pode ser um gargalo para o avanço da inovação tecnológica.

A falta de informação sobre o mercado impacta a aquisição externa de P&D prejudicando o aumento de conhecimentos e o uso do mesmo para desenvolvimento de novas aplicações, como produtos\processos novos ou aprimorados, incluindo o desenvolvimento de software, haja vista que este tipo de atividade é realizada por empresas externas.

A fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos é um obstáculo à realização de atividades internas de P&D, à introdução das inovações tecnológicas no mercado, ou seja, as atividades de venda com ligação direta ao lançamento de produtos novos ou aprimorados, com pesquisa e teste de mercado, e propagação para o lançamento e, por último ao desenvolvimento de projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e distribuição, que envolvem as preparações pra efetuar a implementação de inovações de produtos/processos. Abrangem a inclusão de desenhos orientados para definição de procedimentos, especificações técnicas e atributos operacionais necessários para a implantação de inovações de produtos ou processos.

Por sua vez, a aquisição de máquinas e equipamentos e hardware exclusivamente para a implementação de produtos/processos novos ou aprimorados é impactada pelos elevados riscos econômicos decorrentes, principalmente, das elevadas taxas de juros ou instabilidade/valorização de câmbio.

Por fim, a rigidez organizacional dificulta a aquisição de softwares que sejam utilizados, exclusivamente para a implementação de produtos/processos novos ou aprimorados.

7. Conclusões e Sugestões

Com o resultado dessa pesquisa, observou-se que para as empresas de Uberlândia o tamanho da organização não é importante para se desenvolver inovação, os dados mostram que todos os portes tiveram índices altos de investimento em inovação, seja em produtos ou processos, dando destaque para as empresas de grande porte que obtiveram maior porcentagem sobre essas inovações.

Outro resultado obtido com a pesquisa é a alta importância que essas empresas dão para as Atividades Inovativas e qual a Periodicidade de se utilizar as mesmas. Todas as empresas julgaram importantes as atividades inovativas, porém a grande empresa novamente teve o seu destaque, e vem aplicando de forma contínua essas ações o que pode significar um dos fatores por ser considerada de grande porte. Com os dados da periodicidade dessas atividades, nota-se que as empresas com média igualitária vem empregando essas ações em suas organizações, o que significa que as empresas de médio e pequeno porte, apesar de julgar em nível mais baixo a importância dessas ações, vem acompanhando as tendências de mercado e empregando de forma, também contínua, essas ações.

A pesquisa também revelou quais são os obstáculos a essas atividades inovativas. Estes obstáculos estão presentes em todos os portes de empresas, mas são as grandes empresas que tiveram um percentual maior de obstáculos dentre os quais se pode citar a Fraca Resposta dos Consumidores Quanto a Novos Produto, Falta de Pessoal Qualificado, Falta de Informação sobre o Mercado, Rigidez Organizacional e o Risco Econômico Excessivo.

Sugere-se, como continuidade a este trabalho, que seja feita a avaliação da maturidade das empresas quanto à inovação.

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8.Referências

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Referências

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