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Responsabilidade ambiental em empreendimentos de turismo rural no Distrito Federal e entorno

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Academic year: 2017

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RESPONSABILIDADE AMBIENTAL EM EMPREENDIMENTOS DE

TURISMO RURAL NO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO

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KALLEY GEAN COSTA BRITO

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL EM EMPREENDIMENTOS DE

TURISMO RURAL NO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília como requisito para obtenção do Título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental.

Orientadora: Profª Dra. Sueli Corrêa de Faria

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

KALLEY GEAN COSTA BRITO

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL EM EMPREENDIMENTOS DE

TURISMO RURAL NO DISTRITO FEDERAL E ENTORNO

Dissertação aprovada em 11 de setembro de 2006 para obtenção do título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental.

Área de Concentração: Planejamento e Gestão Ambiental

Banca Examinadora:

_______________________________________________________ Profª. Dra. Sueli Corrêa de Faria

Orientadora

_______________________________________________________ Dra. Cecília Maria Parlato

Examinadora Externa

_______________________________________________________ Prof. Dr. Mário Lisboa Theodoro

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, pelo empenho e dedicação no desenvolvimento deste trabalho, à Profª. Sueli, pessoa que, com paciência, carinho, atenção, sapiência, comedimento e respeito às opiniões deste simples pupilo, orientou-o a fim de que até aqui chegasse.

Aos componentes da banca examinadora, pela grande oportunidade de compartilhar o resultado deste trabalho e pelas inestimáveis sugestões para o aprimoramento não apenas do trabalho em si, mas, também meu, como pessoa ávida pelo saber que procuro ser.

À direção do Programa em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, na pessoa do Prof. Antônio José.

À minha família, pela compreensão nos momentos difíceis de ausência para me dedicar aos estudos o que permitiu que eu alcançasse o meu objetivo.

Aos amigos João Adair e Kátia, pelo apoio.

Ao amigo Josué Silva, pela ajuda na revisão do texto.

Ao amigo Wender, pela ajuda na formatação do trabalho.

À minha amiga e cunhada Andreza, pela valiosa cooperação na montagem da apresentação deste trabalho.

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Aos colegas de turma, pelos bons momentos de convivência que passamos juntos na busca pelo conhecimento.

Ao SEBRAE/DF, na pessoa da senhora Aparecia Vieira, pela atenção e colaboração.

Aos empreendedores por, de bom grado, nos haverem aberto as portas de seus empreendimentos e, com receptividade, receberem-nos ao longo da pesquisa.

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RESUMO

Este trabalho procura analisar de que forma os empreendimentos de turismo rural do tipo hotel-fazenda, localizados em Goiás e no Distrito Federal, na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE, têm absorvido o conceito de responsabilidade ambiental. A pesquisa avalia o nível de comprometimento dos empreendedores com esse conceito, com base no desempenho ambiental apresentado. A análise foi feita por meio de um questionário que contempla os critérios da norma ABNT ISO 14001:2004, cuja aplicação foi complementada por entrevistas com os administradores dos empreendimentos. Do universo de 14 empreendimentos registrados na RIDE, 11 concordaram em responder ao questionário e receberam o entrevistador. Constatou-se que o desempenho ambiental dos hotéis-fazenda ainda é incipiente em relação aos critérios definidos pelas normas de gestão ambiental ISO 14001 e 14004 e ao conceito de responsabilidade ambiental preconizado pela SA 8000. A questão ambiental preocupa os empreendedores, mas atuação sócio-ambiental responsável – a responsabilidade corporativa que alia a gestão de um empreendimento a boas práticas sociais e ambientais – ainda não é uma prioridade na condução de seus negócios. Percebeu-se que práticas ambientais sustentáveis não aparecem de maneira sistemática nos empreendimentos analisados. Por exemplo, no critério Planejamento e Coordenação, apenas um empreendimento atingiu desempenho de 60% nos requisitos pesquisados. Também no critério Infra-estrutura e Organização, apenas um empreendimento atingiu 40%; em Mobilização e Sensibilização, dois atingiram 40%; em Procedimentos, apenas um atingiu 50%; em Tecnologia, dois atingiram 50%; em Manutenção de Tecnologias, apenas um atingiu 30%; em Controle e Gerenciamento, apenas um atingiu 50%; e em Avaliação de Resultados, todos os empreendimentos obtiveram desempenho nulo.

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ABSTRACT

This work intends to assess the level of compliance to the concept of environmental responsibility in rural tourism enterprises, such as Farmhouse Hotels located in Goiás State and Brazil´s Federal District, in the Federal District and Surrounding Areas

Integrated Development Region (herein called RIDE). The research evaluates

entrepreneurs’ level of commitment to environmental responsibility, based on the environmental performance showed. The survey was carried out through a questionnaire comprehending the ISO 14001:2004 norm and complemented by interviews with enterprises managers. Out of 14 enterprises registered at RIDE, 11 agreed to answer the questionnaire and welcomed the interviewer. The study demonstrated that environmental performance at farmhouse hotels is still incipient with regards to the criteria established by environmental management norms ISO 14001 and 14004 and to the concept of environmental responsibility presented by SA 8000. Though environmental management concerns entrepreneurs, social-environmental responsible actions, such as corporate responsibility linking business management to good social and environmental practices are not a priority for them when managing their businesses. Sustainable environmental practices are not systematically seen in the studied enterprises. For example, in the Planning and Coordinating criterion, only one enterprise scored 60% performance in the items evaluated. Also in the Infrastructure and Organization criterion, only one enterprise scored 40%; in Mobilization and Awareness Raising, two scored 40%; in Procedures, only one scored 50%; in Technology, two scored 50%; in Technology Maintenance, only one scored 30%; in Managing and Control, only one scored 50%; and in Results Assessment, all enterprises got null performance.

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LISTA DE FIGURAS

1 Distribuição de hotéis-fazenda nos municípios da Região Integrada de

Desenvolvimento do DF e Entorno... 43

2 Mapa de localização do Araras Hotel Fazenda, Formosa-GO... 44

3 Mapa de localização da Fazenda Barra do Dia, Padre Bernardo-GO... 45

4 Mapa de localização da Fazenda Hotel Mestre D’Armas, Padre Bernardo-GO 46 5 Mapa de localização do Hotel Fazenda Águas Emendadas, Planaltina-DF... 47

6 Mapa de localização do Hotel Fazenda Cabugi, Alexânia-GO... 48

7 Mapa de localização do Hotel Fazenda Capão, Planaltina-DF... 49

8 Mapa de localização do Hotel Fazenda do Tacho, Luziânia-GO... 50

9 Mapa de localização do Hotel Fazenda Lagoa Tour, Planaltina-GO... 51

10 Mapa de Localização do Hotel Fazenda Raizama, Alexânia-GO... 52

11 Mapa de localização do Hotel Fazenda Retiro das Pedras, Brasília-DF... 53

12 Mapa de localização do Hotel Fazenda Stracta, Brasília-DF... 54

13 Mapa de localização do Hotel Fazenda Vale do Arco Íris, Brasília-DF... 55

14 Mapa de localização do Hotel Fazenda Jardim do Éden, Brasília-DF... 56

15 Mapa de localização do RM Hotel Fazenda, Sobradinho-DF... 57

16 Critério 1 de responsabilidade ambiental - Planejamento e Coordenação... 65

17 Critério 2 de responsabilidade ambiental - Infra-estrutura e organização... 66

18 Critério 3 de responsabilidade ambiental - Mobilização e sensibilização... 67

19 Critério 4 de responsabilidade ambiental – Procedimentos de orientação aos funcionários e de padronização dos procedimentos... 68

20 Critério 5 de responsabilidade ambiental – Adoção de tecnologias racionalizadoras... 69

21 Critério 6 de responsabilidade ambiental - Manutenção e atualização de tecnologias racionalizadoras... 70

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

1 ABRATURR Associação Brasileira de Turismo Rural

2 ADCE Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa 3 AGOTUR Associação Goiana de Turismo Rural

4 AMETUR Associação Mineira de Empresas de Turismo Rural

5 CET/UnB Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília 6 CNUMAD Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento

7 COARIDE Conselho Administrativo da RIDE 8 EIA Estudo de Impacto Ambiental 9 EMBRATUR Empresa Brasileira de Turismo

10 ISO International Standardization Organization 11 PARATUR Companhia Paraense de Turismo

12 PRORIDE Programa de Desenvolvimento da RIDE

13 RIDE Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno 14 SCO Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste

15 SEBRAE Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa 16 SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural 17 SETUR Secretaria de Turismo

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS... x

LISTA DE QUADROS... xi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS... RESUMO... ABSTRACT... xii viii ix 1 INTRODUÇÃO... 14

1.1 Delimitação do tema... 14

1.2 Objetivos ... 19

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 20

2.1 Responsabilidade ambiental como parte integrante da responsabilidade social.... 20

2.2 Turismo rural e desenvolvimento sustentável... 28

2.2.1 Base conceitual e características... 28

2.2.2 Tipologia de meios de hospedagem... 33

3 DESCRIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO... 39

3.1 Turismo rural no Distrito Federal... 39

3.2 A RIDE... 42

3.3 Hotéis-fazenda na RIDE... 45

4 METODOLOGIA... 59

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 6 CONCLUSÕES... 66 74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 79

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Delimitação do tema

O Brasil conta, atualmente, com quase 5 mil propriedades rurais com atividade turística, segundo a Associação Brasileira de Turismo Rural (ABRATURR, 2006). A grande maioria desses empreendimentos (55,78%) encontra-se na região Sudeste, conforme mostra o Quadro 1.

Propriedades rurais com atividade turística Região

Nº %

Norte 176 3,62

Nordeste 436 9,05

Centro-Oeste 588 12,12

Sudeste 2.706 55,78

Sul 942 19,41

Total 4.851 100

QUADRO 1 – Turismo em propriedades rurais brasileiras. FONTE: www.sebraego.com.br. Acesso em: 22 fev. 2006.

Para o Ministério do Turismo (2003), o turismo rural, segmento turístico relativamente novo e em fase de expansão no Brasil, deve seu crescimento à necessidade do produtor rural diversificar sua fonte de renda e de agregar valor aos seus produtos e à vontade dos moradores urbanos de reencontrar suas raízes por meio do convívio com a natureza buscando reviver as tradições os costumes e as formas de produção das populações do interior.

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manifestações culturais de caráter local e regional e associação entre hospedagem e participação do turista nas atividades rotineiras da propriedade.

A atividade turística no meio rural começou a desenvolver-se no início dos anos 80, quando produtores rurais do município de Lages (SC) viram-se diante da necessidade de buscar uma alternativa econômica e novas fontes de renda, para fazer frente às dificuldades financeiras por que passavam. Assim, surgiu a idéia de se aproveitar a estrutura existente nas fazendas para receber turistas. “Considerada pioneira do turismo rural brasileiro, Lages teve o mérito de organizar e promover essa forma de turismo, conferindo-lhe personalidade e marca, transformando-a em produto conhecido e imitado“ (TULIK, 2003, p. 61). À pioneira Fazenda Pedras Brancas juntaram-se outras da mesma região - Barreiro, Asa Verde, Ciclone do Boqueirão e Refúgio do Lago -, oferecendo atividades vinculadas ao cotidiano das fazendas, “como ordenha, passeio a cavalo, shows folclóricos” (SALLES, 2003, p. 23).

Outras iniciativas inspiraram-se no sucesso de Lages, como o agroturismo na região serrana do Espírito Santo (pioneiro na elaboração de rotas do agroturismo), que se desenvolveu, mais especificamente, em Venda Nova do Imigrante, com a venda de produtos da Fazenda Providência, na principal rodovia de acesso ao município, seguida da abertura da propriedade para visitação. Em 1986, foi criado o Agrotur, Programa de Agroturismo, por iniciativa dos produtores locais, com a participação do Governo Estadual e parceiros institucionais.

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oferta de produtos formatados para uma clientela crescente” (PORTUGUEZ, 2005, p. 581).

No estado de São Paulo, as áreas onde ocorreu a fase áurea da monocultura cafeeira, sobretudo o Vale do Paraíba, são os espaços mais representativos e usados por essa modalidade turística. Conforme Krahl (2002), em meados de 1980, na região de Mococa, um grupo de proprietários reuniu-se e construiu um produto turístico formado por 15 antigas fazendas, ofertando cavalgadas, hospedagem e gastronomia típica. Em 1996, com apoio do programa de fomento “Volta ao campo”, oferecido pelo SEBRAE/SP, o turismo rural se fortaleceu nesse estado. “Em um ano, 1.000 produtores assistiram a palestras, 80 diagnósticos de viabilidade foram efetuados e 15 projetos de adequação foram desenvolvidos” (SALLES, 2003, p. 24).

No Nordeste do Brasil, as experiências do turismo rural têm gerado interessantes resultados, em alguns estados. O chamado turismo sertanejo1 tem ganhado força e feito sucesso, a exemplo da Rota Paraíba – Pernambuco, na qual os turistas fazem uma viagem, no tempo e no espaço, por antigos caminhos de tropeiros, na Serra Borborema. Em Pernambuco, no entorno da cidade de Garanhuns, algumas propriedades do Agreste e algumas usinas de açúcar do litoral e da Zona da Mata optaram, também, pelo turismo rural. Em ambientes diversos, o turista participa das atividades rotineiras relacionadas ao funcionamento das propriedades e conhece os costumes e a cultura local, seja por meio de estadas para repouso, seja pelas romarias.

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No Rio Grande do Sul, o turismo rural está fortemente apoiado na colonização européia, na produção de uvas e vinho e na hospedagem rural. Segundo Santos (2004), a atividade pode ser considerada uma alternativa econômica para as propriedades do estado pelo fato de viabilizar retorno monetário em tempo menor que a agricultura e a pecuária, sem necessidade de grandes investimentos e sem descaracterizar o meio rural.

O Paraná tem o turismo rural fundamentado no tropeirismo, nas romarias religiosas e em roteiros gastronômicos.

Na região Norte, o Pará já conta com o projeto de implantação do pólo de turismo rural (Marajó), uma parceria entre o SEBRAE e a Companhia Paraense de Turismo – Paratur. Segundo a Associação Brasileira de Turismo Rural2, há na região norte 176 propriedades voltadas para o segmento. Desse total, 33 estão no Pará. Isso inclui hotéis-fazenda, hotéis e pousadas na selva.

Na região Centro-Oeste, o turismo rural tem-se vinculado à natureza. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, desenvolvem-se atividades de cunho ecológico e ambiental. Nas regiões próximas a Campo Grande e o Pantanal, há propriedades que oferecem pescaria, passeios a cavalo, safáris fotográficos, hospedagem, esportes radicais, mergulhos e outras possibilidades. Segundo Mariane (2003, apud PORTUGUEZ, 2005, p. 581), a maior parte dos atrativos turísticos da cidade de Bonito, por exemplo, localiza-se no meio rural. A cidade está entre os mais importantes destinos ecológicos do país, de reconhecimento internacional.

Em Goiás, de acordo com o SEBRAE-GO3 e a AGOTUR – Associação Goiana de Turismo Rural o turismo rural cresce 20% acima da média nacional e está em pleno

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Informação disponível em: <http://www.paraturismo.com.br>. Acesso em: 04 jul. 2006.

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desenvolvimento, embora para a Agência esse crescimento necessite ser mais organizado, de modo a atender um mercado cada vez mais exigente.

No Distrito Federal e seu entorno (do qual fazem parte municípios de Goiás e Minas Gerais), o turismo rural é considerado uma atividade nova, mas que vem apresentando um crescimento acentuado. Conta com cerca de oitenta empreendimentos implantados segundo SEBRAE/DF (2003) e outros em fase de implantação. Dentre os empreendimentos rurais voltados para a atividade turística, destacam-se a agroindústria, o ecoturismo, o pesque-pague, os restaurantes rurais, as chácaras de eventos e os hotéis-fazenda.

O crescimento do turismo rural, que utiliza principalmente áreas naturais, tem feito surgir um consumidor mais exigente e consciente. Nessa perspectiva, questiona-se se os empreendedores têm absorvido o conceito de responsabilidade ambiental para melhor atender as exigências de um consumidor mais consciente. Para responder a essa questão, este trabalho procura avaliar o nível de comprometimento de empreendimentos do tipo hotel-fazenda com esse conceito, com base no seu desempenho ambiental. Objeto de análise foram os hotéis-fazenda localizados na RIDE – Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno.

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1. 2 Objetivos

1.2.1 Geral

Analisar a incorporação do conceito de responsabilidade ambiental nos empreendimentos de turismo rural do tipo hotel-fazenda, localizados na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), a partir do seu desempenho ambiental.

1.1.2 Específicos

• Identificar, com base na literatura disponível, um modelo de análise de

desempenho ambiental com potencial de utilização na avaliação de hotéis-fazenda;

• Adaptar o modelo identificado e desenvolver instrumento de avaliação;

• Avaliar o desempenho ambiental dos hotéis-fazenda situados na RIDE,

com uso do instrumento desenvolvido;

• Elaborar conclusões sobre a situação dos hotéis-fazenda no que se refere

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Responsabilidade ambiental como parte integrante da responsabilidade

social

A responsabilidade ambiental é parte integrante da responsabilidade social. Conforme a (SA 8000:1997), o conceito de responsabilidade é amplo e a ética é princípio balizador das ações e relações com todos os públicos com os quais a empresa interage: acionistas, funcionários, consumidores, rede de fornecedores, meio ambiente, governo, mercado e comunidade. A questão da responsabilidade social vai, portanto, além da postura legal da empresa, da prática filantrópica ou de apoio à comunidade. Significa mudança de atitude, numa perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de valor para todos. É um termo concebido como uma resposta do mundo dos negócios para um conjunto de fatores operacionais que afetam as diferentes partes interessadas de uma organização. 4 Estes fatores operacionais se referem ao ambiente de trabalho, ao cumprimento da legislação trabalhista, à segurança no trabalho, aos direitos humanos e discriminação, à responsabilidade com a comunidade, à preocupação com o meio ambiente, ao ciclo de vida do produto e a assuntos legais e requisitos regulatórios.

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Esses fatores podem não estar diretamente ligados ao processo de produção, mas criam a necessidade de avaliar o cumprimento das normas, a conformidade e os riscos que afetam a empresa, o meio ambiente e sua rentabilidade.

Segundo Neto e Froes (2005), criada em 1987 pelo “The Council on Economic Priorities Acreditation Agency – CEPAA”, a SA 8000 foi desenvolvida, também, com o objetivo de assegurar que na cadeia produtiva de um determinado produto não existam ocorrências anti-sociais, entre estes, os danos ambientais que não podem ocorrer no processo produtivo. Daí a importância de se coadunar, conforme os autores, esta Norma a uma outra Norma: a ISO 14001, que segundo Morandi (2001), trata-se de um conjunto de normas, com abordagem internacional, que as empresas podem implantar em qualquer lugar onde desenvolvam suas atividades. Para a NBR ISO 14001 (2004, p. 2):

...as organizações de todos os tipos estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar um desempenho ambiental correto, controlando o impacto de suas atividades, produtos e serviços no meio ambiente, levando em consideração sua política e seus objetivos ambientais.

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O objetivo da NBR ISO 14001 é especificar os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental, permitindo a uma organização formular uma política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactos ambientais significativos.

Ashley (2005), ao fazer uma abordagem histórica sobre os primórdios do conceito de responsabilidade social corporativa no século XX, afirma que se começou a discutir, no meio empresarial e acadêmico, a importância da responsabilidade social corporativa pela ação de seus dirigentes e administradores, inicialmente nos Estados Unidos e, posteriormente, no final da década de 1960, na Europa, e sua evolução a partir da década de 70.

No Brasil, ainda segundo a mesma autora, a propagação da idéia e do conceito de responsabilidade social das empresas é muito recente. As primeiras discussões remontam a meados da década de 70, tendo como protagonista a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas ADCE5 Brasil, cujo objetivo inicial era promover o debate sobre o balanço social. Para a entidade, o valor social, entendido como valor que representa o compromisso social da empresa, deve ser encarado como assunto estratégico nas agendas destas, o que possibilitará, acredita-se, um avanço na busca de uma consciência do empresariado em relação a suas responsabilidades sociais. Nessa perspectiva, a responsabilidade social é uma prática que atesta o comprometimento da empresa com os seus públicos

(stakeholders) e com a sociedade.

No dizer de Ashley (2005), para que a responsabilidade social exista, é necessário, antes de tudo, que as técnicas e filosofias das empresas sejam repensadas e que o fim social não seja massacrado pelo desejo do lucro. Nesse

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contexto, Almeida (1999, apud ASHLEY, 2005, p. 71) afirma que a atuação das empresas deve calcar-se em valores fundamentais da vida no âmbito social, econômico e ambiental, tais como direitos humanos dos funcionários, colaboradores da empresa e dos grupos de interesse; proteção ambiental; envolvimento comunitário; relação com fornecedores e clientes; monitoramento e avaliação de desempenho.

Ainda no Brasil, conforme May et al. (2003), na década de 90, observou-se que as empresas, nacionais ou estrangeiras, tomaram uma posição mais proativa em relação ao meio ambiente. A questão ambiental ganhou espaço nas preocupações sociais das empresas.

Já para Maimon (2005), nos anos 90, no caso brasileiro, além da sinalização positiva dos consumidores e investidores e da demanda de maior transparência nas ações públicas e privadas, outros fatores específicos foram responsáveis pela incorporação da responsabilidade social por parte das empresas. Grande número de organizações iniciou a adesão às certificações de qualidade ISO 9000, Qualidade Total, outras migraram gradativamente para a ISO 14000 e SA 8000, para os quais a produção ambientalmente respeitosa e engajamento no social são pré-requisitos fundamentais.

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Segundo Wrigt (2000), responsabilidade social refere-se à expectativa de que as empresas ajam de acordo com os interesses públicos. Implica mais que isso. A sociedade espera que as empresas ajudem a preservar o ambiente, vendam produtos seguros, tratem seus funcionários com igualdade e sejam verdadeiras com seus clientes.

“... Responsabilidade social e ambiental pode ser resumida no conceito de ‘efetividade’, como o alcance de objetivos do desenvolvimento econômico-social” (TACHIZAWA, 2004, p. 73). Para o autor, a efetividade está relacionada à satisfação da sociedade quanto ao atendimento de seus requisitos sociais, econômicos, ambientais e culturais.

... responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que afetem positivamente, de modo amplo, ou alguma comunidade, de modo específico, agindo proativa e coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e à sua prestação de contas para com ela. (CARDOSO e ASHLEY, 2002, apud VINHA, 2003, p. 187).

De acordo com May (2003), conceito de múltiplos significados, a responsabilidade social empresarial (ou corporativa) teve o mérito de resgatar valores morais que a sociedade, em geral, não associava às empresas, além de considerar um compromisso permanente dos empresários com a integridade do meio ambiente. Conforme a autora, no Brasil, o principal responsável pela disseminação do conceito é o Instituto Ethos de Responsabilidade Social.

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As empresas, de um modo ou de outro, dependem de insumos do meio ambiente para realizar suas atividades. Faz parte da responsabilidade social evitar o desperdício de tais insumos como energia e matérias-primas em geral.

Este mesmo Instituto trata da responsabilidade social empresarial dividindo-a em sete temas, entre eles, o meio ambiente e apresenta alguns passos para se fazer sempre mais pelas questões ambientais: a política e operações – estabelecer compromissos e padrões ambientais para a empresa que incluam metas formais. Compromissos que deverão determinar as intenções da empresa, no que diz respeito ao meio ambiente, no projeto, na produção e na distribuição de seus produtos e serviços. Minimização de resíduos mediante a reutilização e a reciclagem de materiais. Prevenção da poluição – reduzindo o uso de produtos tóxicos e promovendo o descarte seguro desses produtos. Uso eficaz de energia e água – usando iluminação inteligente, administrando com eficiência o uso da energia. Projeto ecológico – criando um sistema de reciclagem, utilizando técnicas de construção ecologicamente corretas e trabalhar em parceria com fornecedores e clientes.

Para o Instituto Ethos (2005), mesmo em meio a avanços e recuos, benchmarks inovadores e marketing de superfície, mudanças relevantes e maquiagens enganadoras, é perceptível a expansão do comprometimento ambiental entre empresas brasileiras.

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cresce em escala mundial, que clientes e comunidade em geral passam a valorizar cada vez mais a proteção ao meio ambiente e que a demanda e, portanto, o faturamento das empresas passam a sofrer cada vez mais pressões e a depender do comportamento de consumidores que enfatizarão suas preferências por produtos e organizações ecologicamente corretas.

Maximiano (2004) afirma que a idéia da responsabilidade social, embora não seja nova, ganhou muita força quando a deterioração dos ecossistemas, provocada pela poluição, estimulou o debate sobre os benefícios e os malefícios da sociedade industrial. O autor coaduna com o Instituto, ao fazer referência ao fato de que a ética e a transparência devem ser um dos principais fatores que as empresas devem levar em conta na relação com os seus stakeholders.

Grajew (2000, apud MELO NETO e FROES, 2001, p.79) afirma que o conceito de responsabilidade social está se ampliando, passando da filantropia, que é a relação socialmente compromissada da empresa com a comunidade, para abranger todas as relações da empresa, quais sejam, com seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, concorrentes, com o meio ambiente no qual está inserida e com as organizações públicas e privadas.

Conforme Tachizawa (2004), a responsabilidade social e ambiental nas organizações está se transformando num parâmetro e referencial de excelência para o mundo dos negócios e para todo o Brasil corporativo.

Com vistas a incentivar iniciativas socialmente responsáveis e a gerar mais

lucros, o banco ABN Amro Real6 criou, em julho de 2003, uma linha de crédito para financiar projetos socioambientais. Com essa prática, o referido banco foi escolhido pelo Internacional Finance Corporation, braço financeiro do Banco Mundial, para

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operar uma linha de crédito em financiamentos socioambientais e de governança corporativa. Em julho de 2005, foi lançado o leasing socioambiental com investimentos de 6 milhões de reais, direcionado a médias e grandes empresas, por meio do qual é possível financiar até 100% de equipamentos de reúso de água, controle de emissões de poluentes, geração de energia renovável, reciclagem industrial e até 30% de serviços de instalação.

Fatores ambientais são determinantes para as organizações. Segundo Seiffert (2005), dentre os múltiplos fatores percebidos, um dos que afetam as empresas, de forma particularmente intensa, diz respeito às ações dos seus clientes ou a seus possíveis clientes. O papel das pessoas e suas motivações não é um tema novo para as organizações, mas, face à questão ecológica, vêm se revelando uma conjunção de fatores os quais se apresentam, por exemplo, na forma de um ganho de importância para a questão ambiental, sobretudo graças à evolução dos meios de comunicação que possibilitam muitas vezes acesso imediato aos fatos ligados aos temas ambientais.

As empresas constatam, cada vez mais, a importância dada pelos clientes à qualidade ambiental. Para Nogueira (2005), os clientes estão atentos ao que as empresas fazem e como se posicionam em relação ao meio ambiente e à responsabilidade social. Em resposta a essa nova realidade, estas, por sua vez, vêm procurando incorporar a dimensão ambiental a suas atividades, bem como desenvolver uma política ambiental (DIAS, 2002).

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sobre as organizações, exigindo um posicionamento mais adequado e responsável, no sentido de minimizar a diferença verificada entre os resultados econômicos e sociais, bem como a preocupação ecológica, que tem ganhado um destaque significativo, em face de sua relevância para a qualidade de vida das populações, têm exigido das empresas um novo posicionamento em sua interação com o meio ambiente.

2.2 Turismo rural e desenvolvimento sustentável

2.2.1 Base conceitual e características

Assim como a história do turismo não é recente, o turismo rural também não é um fenômeno novo. O interesse crescente pelas atividades recreativas no meio rural, segundo Ruschmann (2000), já se manifestava no século XIX, na Europa, como uma reação ao estresse e às atribulações decorrentes da expansão das cidades industriais. Ainda para Ruschmann (2004) atualmente, reconhece-se que o contato com o meio natural é uma necessidade humana essencial para o homem moderno, a fim de recuperar as forças vitais indispensáveis para lidar com os desgastes dessa vida moderna.

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o seu Plano Nacional do Turismo, por meio do qual, em 1958, deu-se início ao desenvolvimento do turismo verde e das pousadas rurais. Na Europa, os empreendimentos no setor começam a se desenvolver na década de 70, em Portugal. Expandiu-se depois para a França, Espanha, Áustria, Dinamarca, Itália e Suíça e atingiu a América do Sul através da Argentina. Para o SEBRAE/DF (2003), apenas recentemente se definiu o conceito de turismo rural e a atividade se destacou como segmento econômico.

Nos dias atuais, percebe-se que, como segmento turístico, a atividade no meio rural vem crescendo e se despontando e possibilitando se reconhecer as várias formas de se fazer turismo nos chamados espaços rurais onde algumas dessas atividades têm o seu envolvimento com o dia-a-dia da população local. Outras, embora possam vir a ocorrer no meio rural, acredita-se não ter nenhum envolvimento com a cultura rural.

Segundo Portuguez (2005), do ponto de vista conceitual, pode-se dizer que é possível criar tantas concepções de turismo rural quanto se é capaz de identificar espaços rurais diferentes. Para Tulik (1997), no Brasil, “... além do pioneirismo, pouco se sabe sobre Turismo Rural e, menos ainda, sobre os efeitos gerados por essa atividade”. Dessa “riqueza de termos, expressões e conceitos”, surgem “confusões terminológicas”, como a que ocorre entre turismo rural e ecoturismo, no uso do termo “turismo verde”. Entendendo como uma “forma alternativa do turismo contemporâneo em oposição ao turismo convencional”, a autora sugere o tratamento “turismo no espaço rural” – “como tudo o que ocorre no meio rural, em relação ao aproveitamento do turismo”. Ruschmann (2000, p. 63) afirma:

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Para Zimmermann (2000, p. 129-130):

Em virtude das características das áreas rurais brasileiras, é comum essa multiplicidade de atividades turísticas.

A identidade de uma outra atividade vai ocorrer pelo grau de atratividade que ele detenha no produto final. A junção de recursos naturais, diversificação cultural e atividades produtivas rurais dá ao turismo rural brasileiro características ímpares. Assim, podemos defini-lo como um produto que atende à demanda de uma clientela turística atraída pela produção e pelo consumo de bens e serviços no ambiente rural e produtivo.

De acordo com o mesmo autor (1996), uma das características principais do

turismo rural consiste em fomentar o “atendimento familiar”, isto é, a recepção dos hóspedes no estilo de vida camponês, na economia e na cultura local.

Almeida e Blos (2000, apud SALLES, 2003) abordam a relação entre atividade no meio rural com o desenvolvimento local e argumentam que as coletividades locais podem incrementar e desenvolver suportes para atividades turísticas sem suprimir a tradicional atividade agrícola.

Graziano da Silva et al. (1998, p. 14), consideram turismo no espaço rural ou em áreas rurais como sendo...

todas as atividades praticadas no meio não urbano, que consiste de atividades de lazer no meio rural em várias modalidades definidas com base na oferta: turismo rural, agroturismo, turismo ecológico ou ecoturismo, turismo de aventura, turismo de negócios, turismo de saúde, turismo cultural, turismo esportivo, atividades estas que se complementam ou não.

Segundo Gomez (1998, p.14 apud PORTUGUEZ, 2005), nos países europeus,

onde o turismo rural se encontra mais amadurecido, existem diferentes concepções sobre o conceito de espaço rural. Na Itália e na França, por exemplo, define-se como espaço rural as zonas com pequenos núcleos de população que apresentam características de baixo dinamismo urbano. Já na Grécia e em Portugal, trata-se de áreas com vocação para as atividades agrárias.

(31)

Ministério do Turismo do Brasil, para o período de 2003-2007, traz algumas novidades mostrando que a conceituação de turismo rural fundamenta-se em aspectos que se referem ao turismo, ao território, à base econômica, aos recursos naturais e culturais e à sociedade. Segundo o documento, turismo rural é

(...) o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade.

Para Portuguez (2005), a Carta de Joinville, assinada no encerramento do IV Congresso Internacional sobre Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável – 2004, propõe o seguinte conceito de Turismo Rural: “Aquele que, do ponto de vista geográfico, acontece no espaço rural; do ponto de vista antropológico, oferece ao visitante a possibilidade de vivências da cultura rural; do ponto de vista socioeconômico, representa um complemento às atividades agropecuárias; finalmente, do ponto de vista do imaginário, atende as expectativas de evasão da rotina urbana e de realização de outras experiências de vida”.

Essas construções conceituais, válidas para o Brasil, compõem, em parte, o

significado no qual se insere o turismo rural implantado no país. Segundo Cruz (2001), o turismo tem o espaço como seu objeto de consumo e para Dias (2003b) o turismo sempre foi visto como um consumidor intensivo do espaço.

(32)

A definição mais corrente e aceita está apoiada no relatório Brundtland. Dessa feita, turismo sustentável é assim definido: “Formas de turismo que satisfaçam hoje as necessidades do turista, da indústria do turismo e das comunidades locais sem comprometer a capacidade de as gerações satisfazerem suas próprias necessidades” (SWARBROOKE, 2000, p. 17). Em outra obra, Swarbrooke (2000, apud COSTA, 2002, p. 64) afirma que “a expressão turismo sustentável encerra uma abordagem do turismo que reconhece a importância da comunidade local, a forma como as pessoas são tratadas e o desejo de maximizar os benefícios econômicos do turismo para essa comunidade”.

Para Coduras (2004, p. 400), turismo sustentável “es, por lo tanto, una forma de turismo que es capaz de mantener su viabilidad en una determinada área y durante

un período de tiempoindefinido” .

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necessidade de bom planejamento e investimentos que deverão manter as paisagens intactas, estimular uma estrutura social sadia nas comunidades, promover uma excelente qualidade de vida e de repouso para os visitantes e estimular o potencial da valorização econômica do meio rural.

No dizer de Petrocchi (2001), a preservação da natureza, dos rios que cortam as cidades e dos espaços rurais, bem como das lagoas, praias, enseadas, áreas de reserva ambiental, além da integridade do ar, dos níveis de ruído e dos demais aspectos ligados ao meio ambiente é fator imprescindível à vida – e ao turismo. Para Dias (2003a), a Conferência Rio-92 (CNUMAD) consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável e gerou cinco documentos importantes, dentre eles a Agenda 21, na qual, no entanto, o turismo é pouco abordado. Esse documento, no seu capítulo 11, combate o desflorestamento. O item propostas para o incremento da atividade de gestão, sugere “promover e apoiar a organização da flora e da fauna silvestres, incluídos o turismo ecológico (...), para aumentar a renda e o emprego rurais e obter benefícios econômicos e sociais sem causar danos ao meio ambiente” (CNUMAD, 2001, p. 176). Assim, “o futuro e a sustentabilidade dessa atividade dependem da qualidade do produto oferecido, pela promoção dos valores locais e da estabilidade da autenticidade cultural e da proteção ambiental” (RUSCHMANN, 2000, p. 73).

2.2.2 Tipologia de meios de hospedagem rural

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a) Hotel de lazer – estabelecimento de hospedagem enquadrado na categoria hotel, que, de acordo com a legislação, possua serviços e os equipamentos de lazer e de repouso em localização geográfica com destacados méritos cênico-paisagísticos;

b) Hotel-fazenda – estabelecimento comercial de hospedagem situado em propriedades rurais e antigas fazendas, com equipamentos novos ou adaptados de tradicionais edificações originais, voltados à prática de atividades recreacionais campestres e contato com a natureza;

c) Eco-hotel – estabelecimento comercial de hospedagem situado em florestas tropicais ou em áreas naturais protegidas, com arquitetura e estrutura construtiva adaptadas às condições do meio ambiente no sentido de preservar a integridade da paisagem e integrar o hóspede no primitivismo do entorno original;

d) Alojamentos de turismo rural - casas de colonos transformadas em alojamentos turísticos, com o objetivo de estabelecer o contato bem maior do hóspede com a natureza.

Como se insere no meio rural, o desenvolvimento dessa tipologia de turismo precisa respeitar a integridade de seus recursos (efeitos diferenciais da paisagem natural, da tranqüilidade, de repouso, de arquitetura de época e popular). A conservação ambiental onde são ou serão implantados esses estabelecimentos é um fator preponderante.

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paisagem e construções diversas que agridem a natureza, com suas formas, tamanhos e cores, etc. Assim, ante esses problemas, surge a necessidade da conservação dos recursos turísticos naturais, o que exige a aplicação das normas ecológicas, que devem estar presentes em toda metodologia de formulação de desenvolvimento turístico: estratégia, preservação, restauração, maximização, reutilização, substituição e uso integral (satisfação de diferentes necessidades mediante um só recurso, isto é, o uso múltiplo).

Para Rodrigues (2000), hotéis-fazenda são aqueles localizados na zona rural, implantados deliberadamente para a exploração do turismo rural, valorizando a cultura rural, como o folclore, a gastronomia, as atividades rurais como cavalgadas e esporte rural dos mais apreciados. Pousadas rurais, de menor porte e menos luxo, procuram ofertar aos visitantes a fruição da vida no campo, sem muita sofisticação. Spas rurais podem ser enquadrados também na categoria turismo de saúde, constituindo a versão moderna das antigas estações termais, hoje mais com fins estéticos. Situam-se na zona rural com o intuito de oferecer ao paciente-hóspede o bucolismo da vida campestre. Campings rurais já representaram um meio de hospedagem importante no país e ainda hoje, apesar de passarem por uma aparente estagnação, são importantes para hospedar jovens e famílias com crianças, aos quais constituem demanda bastante importante no turismo rural. As áreas de campings localizam-se geralmente em vales de rios, em áreas de significativa cobertura vegetal, como as matas ciliares.

Para Martínez e Monzonís (2000 p. 24):

(36)

E: Albergue o residencia rural. Se trata de alojamientos en los que se dan ciertas peculiaridades: habitaciones compartidas por grupos, normalmente hay una orientación hacia una filosofía ecológica o pedagógica, etc.

Conforme Cruz (2001), no Pantanal são os hotéis-fazenda que se destacam como meios de hospedagem para turistas ecológicos. A autora afirma que, na mesma linha dos lodges amazônicos, esses hotéis buscam uma arquitetura equilibrada com o seu entorno, ou seja, edificações de médio porte, relativamente rústicas, mas, em alguns casos, com serviços de padrão internacional.

Para a EMBRATUR (1998, apud CASCÃO, 2005, p. 17), hotéis de lazer são aqueles onde predomina o partido arquitetônico horizontal, com extensa área não edificada e vasta área verde. Meio de hospedagem normalmente localizado fora dos centros urbanos, com áreas não edificadas amplas e com aspectos arquitetônicos e construtivos, instalações, equipamentos e serviços especificamente destinados à recreação e ao entretenimento. E ainda: entende-se como hotel de lazer o empreendimento que esteja localizado em área com conservação ou equilíbrio ambiental cuja construção tenha sido antecedida por estudos de impacto ambiental e planejamento da ocupação do uso do solo, visando à conservação ambiental e tenha áreas edificadas e não edificadas bem como infra-estrutura de entretenimento e lazer, significativamente superiores à dos empreendimentos similares. Assim, os hotéis-fazenda são enquadrados no item hotel de lazer.

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equipamentos e atividade e oferta integral – articulada com atividades e alojamentos, pois sua demanda é de qualidade e possui consciência ambiental. Para Oliveira (2004), a incorporação de atividades turísticas na rotina da propriedade exige soluções de gerenciamento dos impactos turísticos que possivelmente serão causados, e as sugestões de minimização dos impactos negativos devem vir dos próprios interessados na manutenção da atividade. A sensibilização para a consciência sustentável precisa despertar no proprietário rural uma reflexão sobre as perspectivas a longo prazo de sua atividade turística. A busca imediatista e desordenada de rendimentos fáceis não é salutar e, provavelmente, induzirá a frustrações futuras. A gestão de um empreendimento de turismo rural deve considerar a importância de se avaliar a descaracterização sociocultural para que a demanda seja atraída pelo seu diferencial rural.

Para Almeida (2000), a clientela do turismo rural, em sua maioria, provém dos grandes centros urbanos e busca no campo uma interação mais intensa e direta com a natureza, a qual precisa ser preservada.

Kirk (1996, apud GONÇALVES, 2004, p. 73-74), ao falar sobre Sistemas de Gestão Ambiental em meios de hospedagem no Brasil, ressalta que, desde os anos 80 e 90, a questão ambiental vem afetando diretamente uma variedade imensa de segmentos, dentre esses o de hospitalidade. Na visão desse autor, esse segmento representa um caso interessante que expõe os muitos conflitos que surgem com a implantação de políticas ambientais. Por exemplo, muitos hotéis e restaurantes estão situados em áreas de beleza natural, em cidades históricas e em regiões de delicado equilíbrio ambiental.

(38)

quantidades de recursos não renováveis, não devendo, portanto, estar na linha de frente das preocupações ambientais. As atividades desse segmento são constituídas por inúmeras pequenas operadoras, que consomem relativamente pouca energia, água, alimentos, papéis e outros tipos de recursos, representando uma pequena parcela de poluição em termos de fumaça, ruído e poluentes químicos. Contudo, se os impactos de todas essas pequenas operadoras forem somados, o segmento pode desenvolver um relativo potencial danoso ao meio ambiente. Assim, tem-se um dilema: como convencer as organizações e os empreendedores envolvidos nesse segmento a assumir uma postura ambientalmente correta?

Na visão de Swarbrooke (2000), um relacionamento mais sustentável entre turismo e meio ambiente envolve, dentre outros aspectos, o encorajamento de práticas corretas, ou seja, é mais positivo encorajar práticas corretas e não apenas evitar as incorretas. Quanto ás construções feitas no meio ambiente, o ideal seria assegurar que todo novo empreendimento: a) seja construído em locais apropriados, tendo em vista a existência de serviços de infra-estrutura locais; b) seja edificado em uma escala adequada para o lugar e a localidade; c) seja construído a partir de materiais reciclados e obtidos no local, sempre que possível; d) seja projetado para ser eficiente no uso de energia e desenvolvido de forma a minimizar o uso de recursos, como a água, e a perturbação dos hábitats de animais selvagens.

(39)

que, para Ribeiro (2004), é um documento em que as informações da avaliação ambiental estão consubstanciadas, que apresenta e discute os impactos considerados relevantes para o empreendimento em questão e propõe as medidas mitigadoras e um plano de monitoramento. Ainda segundo Cascão (2005), desde a elaboração dos projetos de engenharia e arquitetura do hotel, seguindo-se pela definição de trilhas, passeios e outros atrativos ligados à natureza e o destino correto dos resíduos produzidos no empreendimento, já devem estar previstas soluções inteligentes para gerir os recursos naturais sem agredir o meio ambiente. E, a utilização de energia solar, reciclagem de materiais, campanhas de educação ambiental, entre outras, são ações recomendadas ao empreendimento de hotel-fazenda.

3 DESCRIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

3.1 Turismo rural no Distrito Federal

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referente a produtos de origem animal, que permitiu que agroindústrias e abatedouros fossem criados, tornando a propriedade rural economicamente viável. Segundo o CET – Centro de Excelência em Turismo (2003) até 1995, apenas cinco propriedades realizavam atividades turísticas no DF: Fazenda Mugi, Restaurante Rural Trem da Serra, Pontal Pesque-Pague, Agroturismo Buriti Alegre e Hotel-Fazenda Águas Emendadas.

Em 1996, oficialmente, foi criado o Programa de Turismo Rural do DF, pelo SEBRAE/DF, com participação da Secretaria de Turismo – SETUR e do Sindicato Rural do Distrito Federal – SRDF. A partir desse marco, iniciou-se uma série de ações por parte do SEBRAE/DF para implementação do programa. Essa entidade teve participação decisiva na consolidação do segmento, com incentivo, sistematização e capacitação empresarial, seminários, workshops, aplicação de metodologias de inventários/diagnósticos das propriedades, caravanas técnicas e de negócio para propriedades no DF (e em outros estados, como São Paulo e Espírito Santo), oficinas de ecoturismo e turismo rural e ajuda na divulgação e na participação em feiras, exposições, seminários temáticos, encontros técnicos e outros acontecimentos voltados aos interesses dos empreendedores e da população (SEBRAE, 2003)

(41)

Com sua história, de apenas quatro décadas, e sem tradições comuns a outras regiões do país, Brasília surpreende a todos com seu turismo rural, tornando-se uma interessante mostra da diversidade da cultura brasileira, já que “uma das marcas fortes do Brasil, ao lado da natureza e da hospitalidade de seu povo, é a sua cultura” (TRIGO, 2005, p. 101). Consoante Bravo (2000, apud SEBRAE/DF, 2003, p. 10):

... num raio de 50 quilômetros da Praça dos Três Poderes, é possível, por exemplo, experimentar pela manhã um saboroso café colonial, como no Sul, no almoço degustar um leitão à pururuca, como em Minas Gerais, e à noite deliciar-se com um pato no tucupi, como no norte do país. E isso produzido por gente daquelas origens, que trouxe para o planalto central o jeito próprio de cultivar o chão do cerrado, exercitando aqui o melhor de sua tradição agropastoril.

Para se desenvolver, o turismo no espaço rural necessita de uma superestrutura o que, para Beni (2001), refere-se à complexa organização, tanto pública quanto privada, que permite harmonizar a produção e a venda de diferentes serviços do sistema turístico. Para o autor, essa organização compreende a política oficial de turismo e sua ordenação jurídico-administrativa que se manifesta no conjunto de medidas de organização e de promoção dos órgãos e instituições oficiais, e estratégias governamentais que interferem no setor.

O Ministério do Turismo (2003), ao lançar o Plano Nacional do Turismo 2003-2007, apresenta diretrizes, metas e programas para o setor. A elaboração desse documento recebeu a contribuição de diversas entidades do setor, dentre as quais, da ABRATURR (Associação Brasileira de Turismo Rural), do SEBRAE, do SENAR, do BANCO DO BRASIL, da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL e da Sub-Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados.

(42)

“potencial de encontrar alternativas de desenvolvimento local e regional” (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2003).

Segundo Krahl (2002), no âmbito do Governo do Distrito Federal, acredita-se que as políticas públicas são incipientes ou não são perceptíveis as ações voltadas para o segmento turístico.

3.2 A RIDE

A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE) foi criada pela Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998 e regulamentada pelo Decreto nº 2.710, de 04 de agosto de 1999 o qual foi alterado pelo Decreto nº 3.445, de 04 de maio de 2000.7

Após a inauguração de Brasília, em 1960, iniciou-se um rápido processo de ocupação do quadrilátero do Distrito Federal e dos municípios vizinhos. Uma vez implantada, Brasília continuou a exercer atração sobre as demais regiões do país, principalmente sobre a população de seu entorno. Logo, a alta concentração urbana decorrente de migração criou sérios desequilíbrios econômicos e sociais entre o Distrito Federal e os municípios vizinhos, o que motivou a criação da RIDE, como mecanismo capaz de, por meio de uma ação integrada entre a União, o Distrito Federal e os Estados e Municípios que integram a região, implantar soluções imediatas e de médio prazo para os problemas existentes.

7

(43)

A RIDE funciona a partir do COARIDE (Conselho Administrativo da RIDE), instituído pela mesma Lei Complementar que a criou, com o objetivo de promover o aprimoramento da qualidade e ampliação dos serviços públicos essenciais ao DF e aos 19 municípios de Goiás e 3 de Minas Gerais. Dá ênfase, também, às atividades de promoção da atividade econômica regional, criando empregos e gerando renda. O PRORIDE – Programa de Desenvolvimento da Região Integrada do Distrito Federal e Entorno tem o objetivo de implementar um modelo de gestão para o desenvolvimento sustentável do Entorno do Distrito Federal sob a responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento do Centro-Oeste (SCO).

Compõem a RIDE: o Distrito Federal; Goiás, com as cidades de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina de Goiás, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso e Vila Boa e Minas Gerais, com as cidades de Cabeceira Grande, Buritis e Unai.

(44)

FIGURA 1 – Distribuição de hotéis-fazenda nos municípios da Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno.

FONTE: BRASIL. Ministério da Integração, 2005. Adaptado.

(45)

Hotéis-fazenda na RIDE

De acordo com o SEBRAE-DF (2003), na Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno - RIDE encontram-se 14 hotéis-fazenda (FIGURA 1) com uma demanda considerável de turistas e ainda em fase de crescimento. São eles:

- Araras Hotel Fazenda

Situado em Formosa-GO, com acesso pela BR-020, km 36 (FIGURA 2), o empreendimento possui os seguintes atrativos: criação de bovinos, suínos, eqüinos entre outros animais, pomar, encilhar animais, passeio a cavalo, charrete, córregos, cachoeiras, grutas, cavernas, reserva florestal e trilhas ecológicas.

(46)

- Fazenda Barra do Dia

Situado no município de Padre BernardoGO, com acesso pela rodovia GO -424, km 1 (FIGURA 3), o empreendimento possui os seguintes atrativos: criação de bovinos e eqüinos, passeio a cavalo, horta convencional, opção de apanhar frutas no pé, rios, cachoeiras, elevações rochosas, trilhas ecológicas, canyonning, rapel e trilhas para mountain bike e trekking.

(47)

- Fazenda Hotel Mestre D’Armas

Situado no município de Padre Bernardo-GO, com acesso pela Rodovia 433, km 30 (FIGURA 4), o empreendimento possui os seguintes atrativos: parque aquático, trilhas interpretativas para caminhadas ecológicas, pescaria, ordenha manual, cavalgadas, rappel e bóia cross, horta orgânica, viveiro de mudas para reflorestamento, pomar, criação de bovinos, eqüinos, suínos e caprinos. O hotel ainda produz queijos, doces e geléias.

(48)

- Hotel Fazenda Águas Emendadas

Situado na área isolada Sítio Novo, lote 04, Núcleo Rural Planaltina-DF (FIGURA 5), o empreendimento possui os seguintes atrativos: criação de bovinos, suínos, caprinos, eqüinos, galinhas, patos e gansos. Também possui criação de animais silvestres, horta convencional e pomar, opção de apanhar frutas no pé, encilhar animais, ordenha manual, cavalgadas, passeio de pôneis, rios, córregos e reserva florestal.

(49)

- Hotel Fazenda Cabugy

Localiza-se na cidade goiana de Alexânia, próximo ao Distrito de Olhos D’Água, com acesso pela Rodovia-GO 139, km 10 (FIGURA 6). O empreendimento conta com os seguintes atrativos: criação de bovinos, eqüinos, marrecos, galinhas e patos, animais silvestres, horta orgânica, viveiro de mudas, pomar, e opção de apanhar frutas no pé, colheita na horta, passeio de charrete, cavalgadas e passeio com pôneis.

Ainda possui rios, ribeirões, córregos, nascentes, reserva florestal e trilhas ecológicas.

(50)

- Hotel Fazenda Capão

Localizado no Núcleo Rural Rio Preto, nº 126, Planaltina-DF (FIGURA 7). O empreendimento oferece os seguintes atrativos: criação de bovinos, eqüinos, passeio de charrete, cavalgadas, córregos e trilhas ecológicas.

(51)

- Hotel Fazenda do Tacho

Localizado na cidade goiana de Luziânia, com acesso pela Rodovia BR-040, km 35 (FIGURA 8) e conta com os seguintes atrativos: criação de bovinos, eqüinos, suínos e galinhas. Também possui horta convencional e pomar. Encilhar animais, passeios de charrete, cavalgadas, córregos, lagos, nascentes, grutas, cavernas, reserva florestal, trilhas ecológicas e cachoeirinha.

É um empreendimento que possui patrimônio de valor histórico/cultural.

(52)

- Hotel Fazenda Lagoa Tour

Localizado na cidade de Planaltina de Goiás, com acesso pela BR-020 (FIGURA 9), o empreendimento possui os seguintes atrativos: lagos, lagoas naturais, nascentes, pesca na lagoa e esportes náuticos.

(53)

- Hotel Fazenda Raizama

Localiza-se na estrada para Silvânia, km 12, cidade de Alexânia-GO (FIGURA 10). Conta com criação de bovinos, suínos, eqüinos, piscicultura, animais silvestres, horta orgânica, produção de ervas medicinais e pomar. Apresenta, ainda, outros atrativos como apanhar frutas no pé, encilhar animais, passeios de charrete, cavalgadas, rios, córregos, cachoeiras, lagos, lagoas naturais, nascentes, reserva florestal e trilhas ecológicas.

(54)

- Hotel Fazenda Retiro das Pedras

Acesso pela BR 040 – DF 495, km 08, Brasília-DF (FIGURA 11). Conta com os seguintes atrativos: cascata, trilhas ecológicas, lago e cavalgada.

(55)

- Hotel Fazenda Stracta

Localiza-se na área isolada Estanislau, lote 09, Brasília-DF (FIGURA 12). O empreendimento possui os seguintes atrativos: turismo pedagógico para escolas e colônias de férias para o público do ensino fundamental.

Atividades desenvolvidas: visita aos animais e à área de produção, caminhadas, passeios a cavalo e de carroça. Criação de bovinos, eqüinos, carneiros, coelhos, marrecos, patos, pavões, pomar, colheita na horta, trilhas ecológicas e produção e comercialização de produtos artesanais.

(56)

- Hotel Fazenda Vale do Arco Íris

Localiza-se na cidade de Novo Gama, DF. Com acesso pela DF 290-km 27 (FIGURA 13). Possui os seguintes atrativos: criação de bovinos, eqüinos, piscicultura, galos, patos, animais silvestres, horta orgânica e pomar.

Apresenta outras atividades como apanhar frutas no pé, encilhar animais, rios, ribeirões, cachoeiras, nascentes, elevações rochosas, reserva florestal e trilhas ecológicas.

(57)

- Jardim do Éden

Localiza-se em Brasília-DF, via Estrada da Cachoeirinha, 530 (FIGURA 14). Conta com os seguintes atrativos: lagos, animais silvestres e domésticos, passeio a cavalo, horta orgânica e pomar.

(58)

- RM Hotel Fazenda

Localiza-se na Fazenda Rafaela, via DF-440, km 01, no Núcleo Rural de Sobradinho-DF (FIGURA 15). O empreendimento possui como atrativos: moderno observatório de astronomia, cavalos, charrete, carro de boi, passeio de búfalo, cachoeira, trilhas, mini zôo e museu ecológico.

(59)

4 METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho consistiu, basicamente, de uma pesquisa de campo, com aplicação de questionário fechado, seguida de entrevistas feitas em todos os empreendimentos do segmento hotel-fazenda registrados na RIDE – Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno conforme informação do Sebrae/DF (2003). O procedimento teve o objetivo principal de avaliar o grau de responsabilidade ambiental apresentado pelos empreendimentos do segmento analisado.

Como pré-teste, o questionário foi aplicado primeiramente em um empreendimento, o que deu origem a ajustes e complementações.

A aplicação do questionário abrangeu 11 dos 14 empreendimentos do universo total do tipo hotel-fazenda situados na RIDE (FIGURA 1), pois 3 empreendimentos recusaram-se a respondê-lo. As respostas obtidas nos questionários, em cada empreendimento visitado, encontram-se no Anexo A. As entrevistas possibilitaram um aprofundamento na compreensão de respostas obtidas em relação a determinados requisitos, conforme discriminado em nota de pé de página, nos questionários.

(60)

concernentes a consumo de energia, emissões aéreas, emissões de ruídos e geração de resíduos sólidos.

O questionário, apresentado a seguir, é constituído de 8 critérios de avaliação, que consideram requisitos de desempenho definidos pela ISO 14001. Esses requisitos receberam pontuação de acordo com o seu grau de relevância para o critério analisado.

Questionário de avaliação da responsabilidade ambiental em empreendimentos de turismo rural do tipo “hotel-fazenda” Critério 1 - Planejamento e Coordenação – 20 pontos

Este critério examina as atividades relativas à liderança, foco e metas da Política Ambiental da Empresa, resultantes de suas atividades.

Grau de atendimento

Descrição dos requisitos

Integral Parcial

Não Atende

1.1 (02 pt) O hotel definiu sua missão por escrito? 01 0,5 0

A responsabilidade ambiental está contemplada na Missão? 01 0,5 0

1.2 (04 pt) O hotel possui uma Política Ambiental escrita e

divulgada? 02 1,0 0

A política ambiental é claramente compreendida pela equipe e

por seus fornecedores? 02 1,0 0

1.3 (04 pt) A implementação da Política Ambiental é liderada

pelo principal executivo? (dono) 02 1,0 0

O dono se envolve diretamente nas ações voltadas para a

implementação da Política Ambiental? 02 1,0 0

1.4 (03 pt) O hotel tem um diagnóstico dos aspectos

ambientais relacionados com suas atividades: consumo de água, consumo de energia, emissões de gases e poeira,

emissão de ruídos, geração de resíduos sólidos? 03 1,5 0

1.5 (03 pt) O hotel tem metas definidas para controlar esses

aspectos? 02 1,0 0

Essas metas têm origem no diagnóstico dos aspectos

ambientais das atividades realizadas? 01 0,5 0

1.6 (04 pt) Existem ações planejadas para cumprir essas

metas? 02 1,0 0

Existe delegação de responsabilidade pelo cumprimento das

metas? 02 1,0 0

(61)

Critério 2 – Infra-estrutura e organização – 10 pontos

Este critério avalia as questões relativas à designação de um responsável pela área do meio ambiente, sua capacitação, processo de planejamento e disponibilização de recursos necessários para o cumprimento das metas ambientais.

Grau de atendimento Descrição dos requisitos

Integral Parcial Não

Atende

2.1 (06 pt) O empreendimento possui um responsável

(gestor) pela área de meio ambiente? 02 1,0 0

O responsável pela área do meio ambiente tem capacitação

específica? 02 1,0 0

O responsável tem a função de cumprir as metas estabelecidas para melhorar o desempenho na área do meio

ambiente? 02 1,0 0

2.2 (04 pt) Estão previstos os recursos necessários para o

cumprimento das metas ambientais? 02 1,0 0

Os recursos necessários estão sendo aplicados em acordo

com o planejado? 02 1,0 0

Desempenho por critério: /10 pontos %

Critério 3 – Mobilização e Sensibilização – 10 pontos

Neste critério é analisado como o empreendimento integra e prepara a comunidade interna para participar do cumprimento das metas ambientais e como incentiva a comunidade externa a adotar os conceitos básicos de racionalização.

Grau de atendimento Descrição dos requisitos

Integral Parcial Não

Atende

3.1 (05 pt) O empreendimento tem ações de mobilização,

esclarecimento e sensibilização da equipe funcional e de clientes em relação:

a) ao uso racional de água 01 0,5 0

b) à redução do consumo de energia 01 0,5 0

c) ao controle de emissões aéreas 01 0,5 0

d) ao controle de ruídos 01 0,5 0

e) à gestão de resíduos sólidos 01 0,5 0

3.2 (05 pt) O empreendimento tem ações próprias de

mobilização, esclarecimento e sensibilização dirigidas à comunidade, estimulando a prática:

a) do uso racional da água 01 0,5 0

b) da redução de consumo de energia 01 0,5 0

c) do controle das emissões aéreas 01 0,5 0

d) do controle de Ruídos 01 0,5 0

e) da gestão de resíduos sólidos 01 0,5 0

(62)

Critério 4 – Procedimentos - 10 pontos

Este critério examina os procedimentos relativos as ações e atividades que impactam o meio ambiente causados por seus processos e produtos ou serviços. Verifica-se também como estes são elaborados, revisados e disponibilizados.

Grau de atendimento Descrição dos requisitos

Integral Parcial Não

Atende

4.1(07 pt) O empreendimento dispõe de procedimentos

voltados à orientação e padronização de algumas atividades ou ações relativas:

a) ao consumo de água 01 0,5 0

b) ao consumo de energia 01 0,5 0

c) a emissões aéreas (poeiras e gases) 01 0,5 0

d) ao controle de ruídos 01 0,5 0

e) à geração de resíduos sólidos 01 0,5 0

Esses procedimentos são elaborados por escrito e

comunicados a todos os funcionários? 02 1,0 0

4.2 (03 pt) O hotel costuma revisar, atualizar e melhorar os

procedimentos existentes, periodicamente? 02 1,0 0

Os funcionários discutem e propõem mudanças para

melhorar os procedimentos? 01 0,5 0

Desempenho por critério: /10 pontos %

Critério 5 – Tecnologia - 10 pontos

Este critério avalia os aspectos relativos às possibilidades do uso de tecnologias que poderiam ser adotadas como alternativas de soluções visando à diminuição do consumo de água, consumo de energia, de emissões aéreas, de emissões de ruídos e geração de resíduos sólidos, bem como o uso dessas tecnologias no empreendimento.

Grau de atendimento Descrição dos requisitos

Integral Parcial Não

Atende

5.1 (05 pt) A administração do hotel analisa as possibilidades tecnológicas que poderia adotar para diminuir:

a) o consumo de água 01 0,5 0

b) o consumo de energia 01 0,5 0

c) as emissões aéreas 01 0,5 0

d) a emissão de ruídos 01 0,5 0

(63)

5.2(05 pt) O hotel adota tecnologias:

a) racionalizadoras de consumo de água 01 0,5 0

b) racionalizadoras de consumo de energia 01 0,5 0

c) controladoras de emissões aéreas 01 0,5 0

d) controladoras de ruídos 01 0,5 0

e) racionalizadoras da geração de resíduos sólidos 01 0,5 0

Desempenho por critério: /10 pontos %

Critério 6 – Manutenção e atualização - 10 pontos

Este critério examina os esforços do empreendimento para manter e atualizar as tecnologias racionalizadoras do consumo de água, consumo de energia, de emissões aéreas, produção de ruídos e geração de resíduos sólidos, bem como o aproveitamento de todo o potencial e benefícios destas tecnologias.

Grau de atendimento Descrição dos requisitos

Integral Parcial Não atende

6.1 (05 pt) O empreendimento dispõe de um mapeamento das

tecnologias economizadoras para:

a) racionalização do consumo de água 01 0,5 0

b) racionalização do consumo de energia 01 0,5 0

c) redução de emissões aéreas 01 0,5 0

d) redução de ruídos 01 0,5 0

e) redução da geração de resíduos sólidos 01 0,5 0

6.2 (05 pt) O empreendimento mantém e atualiza essas

tecnologias 03 1,5 0

São feitas ações corretivas e preventivas. 02 1,0 0

Desempenho por critério: /10 pontos %

Critério 7 – Controle e Gerenciamento - 10 pontos

Este critério examina os aspectos relativos ao gerenciamento da evolução das metas ambientais, incluindo a coleta e disponibilidade dos dados.

Grau de atendimento Descrição dos requisitos

Integral Parcial Não

Atende

7.1(06 pt) O empreendimento coleta dados e informações

relativas:

a) ao consumo de água 01 0,5 0

Imagem

FIGURA 1 – Distribuição de hotéis-fazenda nos municípios da Região Integrada de  Desenvolvimento do DF e Entorno
FIGURA 2 – Mapa de localização do Araras Hotel Fazenda, Formosa-GO.
FIGURA 3 – Mapa de localização da Fazenda Barra do Dia, Padre Bernardo-GO.
FIGURA 4 – Mapa de localização da Fazenda Hotel Mestre D’Armas, Padre Bernardo-GO.
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Referências

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