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Rev. adm. empres. vol.55 número1

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Academic year: 2018

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ISSN 0034-7590

RAE-Revista de Administração de Empresas | FGV-EAESP

© RAE | São Paulo | V. 55 | n. 1 | jan-fev 2015

EDITORIAL

N

este ano que se encerrou, ficamos envolvidos de maneira

intensa no debate sobre visibilidade dos periódicos bra-sileiros. Alguns têm insistido em que a solução para au-mentar a nossa visibilidade é tornarmos nossos perió-dicos 100% anglófonos, abandonando de vez o Português, língua praticamente ignorada no mundo científico. Segundo esse raciocí-nio, ao publicarmos em Inglês, aumentaríamos nossa visibilidade e passaríamos a ser mais lidos por pesquisadores de outras par-tes do planeta.

Sem entrar no mérito de uma série de questões complexas que envolvem o abandono de nossa língua pátria, custos, relevân-cia local etc., vale uma reflexão sobre o tipo de visibilidade que

procuramos. O ranking SCImago de países

(http://www.scimago-jr.com/countryrank.php) nos permite fazer uma análise comparati-va interessante. Embora seja uma informação a respeito dos artigos publicados na base Scopus, e não dos nossos periódicos nacio-nais, vale o raciocínio para discutir a visibilidade que queremos.

A comparação entre o que Brasil, Espanha, México e África do

Sul publicaram de 1996 a 2013 na área de Business, Management

& Accounting é reveladora. Nesse período, o Brasil teve desempe-nho considerável, aumentando o número de artigos publicados em 442%, tendo evoluído mais do que Espanha (345%), México (291%) e África do Sul (144%). Por esses números, poderíamos dizer que a visibilidade dos pesquisadores brasileiros está num ritmo acelera-do. Ainda que estejamos num patamar equivalente a apenas 60% do que a Espanha publicou, em 2013, publicamos 2,4 vezes mais do que o México e 4,3 vezes mais do que África do Sul, em nossa área.

Quando analisamos o índice de citações das publicações de cada país, entretanto, a situação é bem diferente. Se, em 1996, di-vidíamos com a Espanha a liderança de citações nesse grupo (31% cada), bem acima de México e África do Sul (19% cada), em 2013, caí-mos para o quarto lugar, com apenas 18% das citações, enquanto Espanha (35%), África do Sul (27%) e México (20%) passaram à nos-sa frente. Mais triste é nos-saber que México e África do Sul, publicando bem menos artigos do que nós, conseguiram ser mais citados. Ou seja, enquanto a nossa presença (ou visibilidade) aumentou no ce-nário científico internacional, nossa relevância diminuiu no período. Uma possível explicação para esse nosso baixo número de citações comparativo diante desses países pode ser encontrada na evolução dos índices de colaboração internacional em nossos arti-gos. Em 1996, Brasil, Espanha e México estavam empatados, com 27% de seus artigos sendo fruto de colaboração internacional. A

África do Sul, recém-saída do Apartheid, tinha apenas 19% de

ar-tigos resultantes de colaboração internacional. Quase duas déca-das depois, em 2013, Espanha e África do Sul possuíam 42% de seus artigos frutos de colaboração internacional, com o México

logo atrás, com 38%. E o Brasil ficou estacionado: 28% de colabo-ração internacional.

A lição que esses números nos ensinam é que não basta ter visibilidade para ter sucesso no universo acadêmico. A busca por qualidade parece ter relação direta com a colaboração internacio-nal. Visibilidade sem relevância não nos levará a lugar algum. Te-mos que investir em colaboração internacional para alcançarTe-mos a visibilidade que importa.

Se traduzirmos essa análise para o mundo dos periódicos, o foco exclusivo na publicação em Inglês pode não ser o alvo cor-reto a ser perseguido. Seguindo esse caminho, poderemos ter ape-nas brasileiros publicando em Inglês para outros brasileiros lerem. A língua deve ser o meio, não o objetivo final, se quisermos visibilidade com qualidade. Entre as alternativas, podemos traba-lhar para construir parcerias internacionais consistentes, seja com chamadas de artigos coordenadas por editores convidados de ou-tros países, seja na construção de comitês científicos realmente ati-vos e com membros atuantes de instituições estrangeiras. É bem provável que esses comitês e chamadas de artigos devam optar pelo Inglês como língua de trabalho, mas isso é bem diferente do que acreditar na anglofonização dos periódicos nativos como solu-ção para aumentar a visibilidade de nossas pesquisas.

Nesta edição da RAE, publicamos o Fórum Internacional

so-bre Finanças Comportamentais. Os organizadores Wesley Mendes--Da-Silva, Newton C. A. da Costa Jr., Lucas Ayres Barros, Manuel

Rocha Armada e Jill M. Norvilitis, no artigo de abertura “

Behavio-ral Finance: advances in the last decade”, destacam os avanços da área nos últimos anos e apresentam os quatro artigos aprovados.

Ainda sobre o tema, na seção Pensata, o texto “The behavioral

pa-radigm shift”, do professor Hersh Shefrin, traz uma reflexão sobre a mudança na área de Finanças por meio da incorporação de concei-tos da Psicologia Comportamental em oposição à premissa da ra-cionalidade. Na seção Resenha, o professor Sergio da Silva

apre-senta um clássico de Daniel Kahneman, o livro Thinking, fast and

slow, e a seção Indicações Bibliográficas traz sugestões de livros

sobre Finanças Comportamentais e decisões sobre investimentos, e sobre Finanças Comportamentais e Psicologia Econômica.

Completam esta edição dois artigos inéditos. Em Gestión

de recursos intangibles en instituciones de educación superior”, os autores investigam os recursos intangíveis sobre a gestão

estratégi-ca de Institutos de Ensino Superior. Em “Um modelo

Fuzzy-DEA-Ga-me para estratégias de produção sob incerteza”, os autores

desen-volvem um novo modelo para apoiar as estratégias de produção em uma empresa do segmento de energia.

Tenham uma boa leitura!

EDUARDO DINIZ | EDITOR CHEFE

Referências

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