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Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento - RC: ISSN:

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Academic year: 2022

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Implantação do Sistema Double Stack no setor ferroviário na Malha Norte e Malha Paulista: Comparando o Sistema Double Stack com o transporte rodoviário de carne bovina

ARTIGO ORIGINAL

ROCHA, Rafael Lins da [1], SOUSA, Jonathas Rothiery Dias de [2], GUADAGUINI, Viviane Cristina [3], RIBEIRO, Rafael Fernando [4]

ROCHA, Rafael Lins da. Et al. Implantação do Sistema Double Stack no setor ferroviário na Malha Norte e Malha Paulista: Comparando o Sistema Double Stack com o transporte rodoviário de carne bovina. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 13, pp.

74-93. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-de-producao/double-stack

RESUMO

O artigo teve como objetivo: implantar o sistema Double Stack ferroviário comparando-o com o transporte rodoviário, de modo a verificar o aumento da capacidade do transporte de carne bovina brasileira e a diminuição do custo do frete e do tempo de percurso desse transporte. Esta pesquisa foi de suma importância para demonstrar as diferenças dos custos de transportes ferroviário no sistema Double Stack comparado ao sistema convencional rodoviário, sendo que os resultados obtidos supriram as necessidades e foram satisfatórios, onde serão detalhados no decorrer desse artigo. Nesse estudo verificamos o transporte ferroviário de carne bovina na Malha Norte e Malha Paulista, entre o Estado de Mato Grosso até o interior de São Paulo, no qual foi possível identificar também que a implantação do sistema Double Stack pode ser utilizada para todos os tipos de cargas em contêineres empilhados, visando à redução de engarrafamentos e o grande tráfego de caminhões em rodovias, bem como outras vantagens que veremos ao longo deste estudo. Foram utilizadas informações atuais da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), as fiscalizações da Anvisa nos terminais ferroviário, para assegurar a qualidade da carne bovina nos contêineres refrigerados, e as informações da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), a fim de obter sucesso no uso da ferramenta na ferrovia. Esse artigo comprovou a viabilidade econômica da implantação do sistema Double Stack, demonstrando valores expressivos quando comparados ao transporte rodoviário de caminhões, assim como outros fatores foram

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influenciados positivamente, sendo um deles o consumidor final do produto, visto que o volume de carne transportado supriu a necessidade no estudo proposto. Além dos pontos positivos ressaltados a acima, a implantação dos contêineres empilhados ajuda muito na segurança e na diminuição dos investimentos de monitoramentos. Portanto, veremos também como a não implementação desse sistema Double Stack pode causar o aumento da poluição no meio ambiente, devido ao maior consumo de combustível proveniente do aumento do número de caminhões nas estradas e os custos das despesas da carne brasileira.

Palavras-chave: Ferramenta Double Stack, Carne Bovina.

1. INTRODUÇÃO

Desde a necessidade do transporte ferroviário, a primeira ferrovia brasileira foi construída a partir de 1854 no Rio de Janeiro, no final do século XIX e início do século XX foram na época, efetuados investimentos de britânicos para a construção de uma malha ferroviária no país. O setor ferroviário foi desenvolvido para o transporte de cargas e para interligar os centros de produção agrícola e de mineração aos portos.

Com a grande demanda que o transporte ferroviário proporcionou na década de 80, uma empresa americana chamada Greenbrier liderou o projeto de vagões Double Stack que foi introduzido na América do Norte para transportar contêineres.

Esse sistema ferroviário chamado de Double Stack, revolucionou o transporte de cargas de longa distância, sendo que na implantação do mesmo, um trem de carga de um determinado comprimento pode transportar cerca de duas vezes mais contêineres, reduzindo drasticamente os custos de transporte. Este sistema foi usado em quase 70% de todas as remessas intermodais dos EUA.

No momento atual, onde a situação do Brasil também requer alta demanda de transportes de carga, a implantação do sistema Double Stack é frequente nas ferrovias da Malha Norte e da Malha Paulista, entre as cidades de Sumaré (SP) a Rondonópolis (MT) pela empresa Brado Logística (concedida pela Rumo Logística).

A importância do projeto Double Stack vem demonstrando valores expressivos comparados ao transporte rodoviário de caminhões, pois o volume de carga transportada é bem elevado, bem como a diferença entre os custos de transportes.

Além de que, outro ponto positivo com a implantação do sistema Double Stack, o mesmo poderá favorecer todo o processo econômico e social do país, com as novas construções de ferrovias no Brasil, gerando novos empregos, onde haverá uma nova demanda de commodities de longo percurso;

alavancando a economia e o desenvolvimento.

No Brasil, o consumo de carne bovina tem valores expressivos; relacionando o sistema Double Stack com o setor alimentício brasileiro, verificou-se que a aplicação desse sistema para o transporte de carne bovina auxiliaria no maior volume de carga transportada, se comparado ao sistema rodoviário convencional realizado por caminhões, fazendo com que o valor da carne bovina barateasse.

Diante disso, nesse estudo verificaremos a viabilidade econômica da implantação do sistema Double

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Stack, para que possa ser comparada com o sistema rodoviário no transporte de carne bovina, principalmente, no desenvolvimento da exportação e importação, a fim de aperfeiçoar o gerenciamento da logística de carnes para os consumidores finais.

O transporte de carne bovina pode ter a logística de ser deslocada das unidades de caminhões e ser levada ao terminal ferroviário, para que possam percorrer de trem até em outro terminal ferroviário, sendo direcionada a distribuição ou aos portos para ser exportada.

A empresa Brado Logística, que opera o sistema Double Stack atualmente no Brasil, fez um investimento R$ 30 milhões na aquisição de 74 vagões no trecho já implantado, permitindo que o sistema Double Stack transporte outras mercadorias além da carne bovina, por existirem três tipos de contêineres: reefer (produtos refrigerados e carnes), dry (produtos secos) e iso tank (líquidos), onde cada produto a ser transportado consegue ser atendido de forma individual.

A Friboi, unidade de negócios de carne bovina da JBS, é um dos exemplos de empresas que cederam às vantagens da utilização das ferrovias. A companhia transportou em 2015 cerca de 125 mil toneladas de carne por trens, um crescimento significativo em comparação às 18 mil toneladas movimentadas em 2013.

Umas das partes mais importantes que será analisada neste estudo é o custo-benefício, que essa logística de transporte, no sistema Double Stack comparado ao sistema rodoviário, trará na economia no setor pecuário, assunto pelo qual vamos dar sequência nos próximos capítulos com mais detalhes.

O sistema ferroviário se tornou uma opção economicamente viável, assim outro ponto favorável que é importante nos dias atuais é o aspecto da sustentabilidade, onde o modal ferroviário leva vantagem se comparado a outros tipos de transporte, já que o mesmo emite em menor quantidade poluentes na atmosfera.

As falhas mais frequentes que podem ocorrer com a implantação do sistema Double Stack são: a falta de flexibilidade de percurso; a maior necessidade de maquinários auxiliando no carregamento; a dependência de outros transportes; a inviabilidade em pequenas distâncias; elevados custos de manuseio, entre outros.

Porém, para solucionar as possíveis falhas acima citadas, o seguinte aspecto deve ser aplicado para que o sistema Double Stack atinja o pleno sucesso, sendo este o maior incentivo do governo federal para expandir as extensões de linhas férreas para outros estados e para pequenas distâncias de transporte, a fim de obter maior movimentação de trens e gerar mais investimentos de iniciativa privada, abrindo espaço para mais concorrência no mercado interno, proporcionando assim, maior competitividade no setor ferroviário.

Também, iremos analisar a quantidade de carne a ser transportada, comparar os custos e verificar se há possibilidade de beneficiar a economia do setor bovino ao consumidor final, demonstrando, contudo, os resultados obtidos, a verificação e comparação da questão da diminuição da emissão de poluentes utilizando o sistema Double Stack em comparação aos outros modais, como o sistema de transporte rodoviário.

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Este trabalho poderá contribuir para os setores de logística, administração, planejamento e, principalmente, para o setor econômico, verificando a relação de valores nos sistemas de transportes e toda modernização de tecnologias.

Todavia, para total confiabilidade no presente artigo, foram utilizadas bibliografias confiáveis para o desenvolvimento desta pesquisa, sendo uma delas, a ANTT (Agência Nacional do Transportes Terrestres).

Para o presente artigo, foi elaborado um banco de dados que irá confrontar e apresentar valores, bem como a viabilidade da implantação do sistema Double Stack comparado ao sistema rodoviário de transportes.

2. OBJETIVO GERAL

Este trabalho teve como objetivo a implantação da ferramenta Double Stack no setor ferroviário, no transporte da carne bovina, sendo aplicada no trecho ferroviário que liga a Malha Norte e a Malha Paulista, visando diminuir os custos de transporte e, consequentemente, o custo do produto ao cliente final.

O trabalho visa analisar, aplicar e comparar os resultados, através da implantação da ferramenta Double Stack, levando em consideração os problemas típicos enfrentados no momento atual do Brasil.

2.1 OBJETIVO ESPECÍFICOS

O artigo tem como objetivos específicos:

Analisar as situações e comparar todos os benefícios dos modais ferroviários com os transportes rodoviários no país.

Verificar a implantação do sistema Double Stack ferroviário para transportar duas vezes mais a capacidade dos contêineres, aumentando a sua capacidade e diminuindo os custos no transporte de carne bovina.

Aplicar as metodologias para viabilizar a operação e desenvolver projetos, a fim de proporcionar o crescimento da implantação da ferramenta ferroviária no setor bovino.

3. METODOLOGIA

3.1 TRANSPORTE FERROVIÁRIO

O modal ferroviário é adequado para transportar grandes quantidades de carga de baixo valor agregado, a grandes distâncias e a um baixo custo (DIAS, 2012)

Em países com grandes extensões territoriais, como o Brasil, as ferrovias devem ter uma significativa participação na matriz de transportes onde os produtos básicos, tais como o minério de ferro, os produtos agrícolas e o carvão, apresentam uma forte participação no total das cargas movimentadas. Além do custo

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fixo de implantação e manutenção elevado, o modal ferroviário tem uma grande eficiência energética, no qual também viabiliza a circulação de grandes volumes de cargas com um baixo valor agregado, a altas velocidades, e grandes distâncias (ARAÚJO, 2008).

Do ponto de vista de Ballou (2006), as Ferrovias apresentam diversos serviços especiais aos embarcadores, que vão desde o transporte de granéis á vagões refrigerados voltados aos produtos que precisam deste cuidado, bem como vagões para automóveis novos, que exigem cuidados e equipamentos específicos.

Sobre o transporte ferroviário, a capacidade de transporte corresponde cerca de 25 a 100 toneladas de carga, dependendo da mercadoria. Assim, sobre essa capacidade individual dos vagões, torna-se possível montar composições com dezenas ou centenas de vagões, de modo a criar trens com grandes capacidades, superiores a muitos navios (KEEDI, 2004).

Pelo uso de vias exclusivas para trens, algumas vantagens devem ser consideradas, tais como o fato deste modal não ser muito afetado pelo tráfego, assim como o mesmo apresentar pouco impacto ambiental, visto que a emissão de poluentes das locomotivas são menores. (DIAS, 2000.)

A CNT (Conselho Nacional dos Transportes) mostrou em seu site os principais problemas atuais encontrados na malha ferroviária brasileira. Foi citada uma grande variação nos tempos de viagem e as baixas velocidades na transposição de regiões metropolitanas, estas causadas pelo excesso de passagens de trens e pelas invasões na faixa de domínio. Também revelou que o crescimento do sistema ferroviário depende de ajustes tributários, regulatórios, físicos e operacionais, além de investimentos na construção de variantes para resolver os problemas de traçado.

Paoleschi (2011) cita suas vantagens e desvantagens ferroviárias no Quadro 1:

Quadro 1: Vantagens e desvantagens do modal ferroviário

Vantagens Desvantagens

Referências

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