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CO
ÍSSIDEHACOES G EllAES
1
S O 11 KE
T H E S E
A P R E S E N T A D A A F A C U L D A D E D E M E D I C I N A
I>0 RIO DE JANEIRO,
DE DEZEMBRO DE1839.
A
PAR\SERSUSTENTADAA FlMDE OBTEROGRAUDEDODTOR I*on
Argemiro Antonio
Correia
doRego ,
Naturaldo Rio de Janeiro;EstudantedoG.° Annode Medicina.
Jamais questionnofut pluscontroversée que celle relativeàlanature etautraitementdel'érysi
-
pèle;toutes les feuilles médicalespériodiques l'ontagitéetour-à-tour,etcependantles opi
.
nions sontencore biendivergentessur lopoint
.
GAZ
.
M E D.
,T.
2..
r.
6-19.im
-
RIODEJANEIRO. —
jrtCPQjWtAPIIIADEJ.
E.
S.
CABRAI.
Impressor doInsii%ib\M)rtf)ric<U(
^
Grngrn|)liico Brnsilciro.
A MEV rRESADOPAZ
,
3
J -
HintiaSlmatia,Stfremwa
,c
eariuluwaS
&ae ,
Autoradosmeus dias
,
amiga mais fiel e verdadeira,que nem-
uma outra
,
quemesmo possater,
ingrato seria sc me offcrccendoa occasiäo de dar publicamentc umahomenagem do quanto vos devo, nãovos dedicasse estemeu primeirotirocíniolitterario,fructo dos vos-
sos disvelosc carinhos
,
cque por tanto vospertence;benigna pois acceitai-
o , como umadasprovasda minha eternagratidão.
AJMeus Queridos IrmãoseParentes,
AMinhaQueridaTia,
A’Illm.aSnr.aD.Joaquina Rosa Pamplona.
A’MeusVerdadeirosAmigos,
Oslllm.08Snrs.
Dr
.
FranciscoJulio Xavier.
Dr.
JoaquimVicenteTorres Homem.
Dr
.
Manoel de ValladãoPimentel.
Dr. João deSiqueiraQueirós
.
JoséJoaquim de Menezes
.
José Antonio daFonseca.
JoséAlvesFerreiradeMagalhães.
JoãoMarcosVieira de Sousa Pereira.
Francisco Jorge Moço.
SimãoPortugal
.
AntonioJosédoAmaral
.
Testemunhodeaffeição e amizade.
A'MeusCollegas do6."Anno,
Demonstração daCordial estima eConsideração que lhe>
consagra.
A
.
A.
C.
doREGO.
SOBRE
A ERYSIPEL A EM GERAL .
AERYSIPELA derivada segundo uns deduas palavras gregas das quaesmero,umadeoutrassignifica vermelhiddas quaesumaão e outra pellesignifica ,esegundoo maior nu
-
attrahir
,
eoutrachegado,J
éuma inflammaçãoda pelle, ordenada nos exanthemas por Cullen, Bateman
,
M.M.
Biett, Rayer,
:nas dermatoses eczémattosas, por M.Alibert;por William na ordem das bolhas:erythema, Hyp-
pocrates;febriscrysipelatosa,Sedenham;Fr.Hoffmannerysipelacea
,
ignes sacer
,
mal dos ardentes,fogo deSanto Antonio,emuitos aulho-
res antigos;rosa anglicana Senner,abcesso de fogo noqualqueima umprincipiomorbifico, VanIlclmont
.
Sauvages,Cullen,Sagar,Lin-
nco coutros,Erysipela
.
Deixandodepartodediscutirasopiniõesdos Medicos daantigui
-
dade,que observavãoaErysipelacomoformada pelabillis,ophleumon pelo sangue
,
oedemapela pituita,oscirrhopelaatrabilis;depensar comGaleno*•seaErysipela6 oresultado d’
uma iluxão tumoral for-
mada pela bilis amarella fortemente aquecida;
„
com Van Helmont“ seconsiste cmumabcessodefogo,no meio doqual ardeumespirito vitalirritado,edealgumasorteprovocadocm cólera por umacausa morbifica.
,,
Estastheorias,cestasexplicações semfundamentonão merecem por certo deumasériarefutação.
Quedissidênciasnão en-
contramosnósnasopiniões dos Medicos relativamenteíinaturezadesta alteração, cujaorigem existenaturalmcnte naespeciede identidade com que setemquerido ligarmodospathalogicos
,
quenãotem mesmo muitas vezes entre si a semelhança dossymptomas pelos quaes'clles são vertidosánossainvestigação? Assim para chegarmosásolução do problema,exporemossomente asideas dos práticosmaisvizinhos de nós ; asopiniões da nossa época;sua approximação,
eacompara-
ção com os factos
.
SYDENHAM
. —
*•Esta enfermidade ataca todas aspartesdocorpo, c sobretudoaface;ellapóde appareccrem todos ostempes doanno,
nrincipalmentcnofim do Verão.
Afacese tumefica toda d umavez:I
tornn
- -
e mut vcrmollin odolorosa ,
c semeadado um grandenumero
tie postulas,mui npproximndns umas dasoutras,
as quaesamedida< juc a mtlammnçao augmenta se convertem algumas vezes empequenasl*o.has
.
()mal se propaga sobreorosto,
mesmosobretodaacabeç
a,
fainchação torna
-
setilogrande quemuitas vezesoccultaos olhos. Os
symptomas deste mal parecem-
se muito comaquelles que causão as picadas das abelhas. .
E’
ordinariamente acompanhadode arrepios etremor,
sêde,
inquietação,
cdooutrossymptomas defebre ; á medidaqueaenfermidadesedesenvolve,
avermelhidão,
a inflamma-
çao, alebre
,
e os outros symptomas augmentão.
e algumas vezes mesmo elles terminSAUVAGES.
ão-
sepelagangrena.
,,(Œ uv.
de mcd.
prat.
p.
430.
)Cognoscitur
cxpyrcxia acutâ ettumorediflusoco-
loris rubro
-
roseicum sensu ardoris.
(Nosog.
method,tit.
11,
part.
1.
*,
pag
.
418.
)LAMOTTE . —
44A causadestaenfermidadeéaobstrucçãoque não seformasenãonasuperficieda pelle,cujos poros nãoachando-
seassaza
^
rtos para deixar sahir uma serosidade ácre e picante,
quescsepara dosangue,
fazcomque ella ahiscdetenha,
cqueadur,quecausapor suaextase,
tornevermelha etumeficadaa parteáproporção da quan-
tidadedohumordetido
. ,
,(Trat,completode Cirurgiatom.
l.
op.
402.) HEVIX. —
44AErysipelaéumtumorinflammatorioextensosuper-
ficial
,
acompanhadode um calor vivo cardente,
ed'umadôrpungitiva ou picante,
e d'umavermelhidãoclara,
que desapparece desde que a compressão cessa.
A Erysipela augmenta durante 3ou4dias,
fica quasi tanto tempo cmtoda suaforça,cdissipa-
seosdias seguintes;a cutisseséccaesepara-
seporescamas. „
(CursodePathalogia,
tom.
1.
<>,
pag
.
3)DESAULT
. —
44A Erysipela,
emgeral6umtumor inflammatorio superficial,
nãocircunscripto comcal
ôrácrecdôrpungitiva.
Toda a parteaflcctada6d’
umvermelho vivo,claroolusidio,
quedesapparece debaixodo dedo,ctornaavir logo que cessa acompressão.
Estesca-
racteres geracs convém atodasasErysipelas; poré m emalgumas ou
-
tros diversos symptomasapparccem; o(piedetermina asdifférentes especiesdeErysipelas
. ,
,(ObrasCirúrgicas,tom.
Il,
pag.
581.
)M .
MAHON.
perficial , J
eI
que,t n—
jãão tem outra sêo"temEntendeoutra-
se porsêdedeseseErysipelannããoona pelleuma.
AinflammaErysipela proção su- -
priamente
dita ,
é uma affecçãodapelle só,
dizGaleno.
Esta inflam-
inneiioé d’um vermelho umpouco amarollado; ellatem sua sêdecm
grandepartecmvasos mais pequenos que aquellesquecontém osan
-
rmcvermelho
.
Não liaparte algumaexteriordo corpoqueesteja isemp-
ra
:entretanto
éomaisdnsvezesnacabeç
a c nalacequecilascmos*tn „(
Encyclopedia metliodica ,
tom.VI,
pag.
68.
)I
ASHf-
s— “
Inflammação dasuperficie
da pelle dum vermelho, ,
hiBÍdio,
umpouco amnrcllado ,
com tumefaeçãomui ligeira,
oc-
limitcs marcados
,
mudandodo p.
ndo uinagrande
extensão,
semm
j
.
ir,cxtcmleiulo-
so «le cnmada(\cnmada,
causandoumador ardente pruriginosa.
A vermelhidãodesapparece
pelapressãododedo,
creap* pareer quando sc cessa decomprimirapelle. „
(Path.
Cirurg.
torn.
J pag. » .
)I’lM
-
.i..—
••Debaixo donome de Erysipela,
cu não comprelicndo senão esta phlegmasiada pelle,
queéligeira,
superficial,
nãocircuns-
cripta
.
extensa emcumprimento,
de uma côrvermelha carregada,que desapparecepelapressão c que depoisserenova.
Eu nãoconsiderodemais a Erysipela como uma a ílécção puramente local
,
porémcomo phlegmasiaqueestáligadacom umadisposiçãointernaesympto-
masgeraes
,
que affectãomais oumenosaeconomia animal. ,,
(S
'osog.
philosoph. ,
tom. 1 1., pag.
82.
)RICHLRAND
. — “
AErysipeladillere essencialmente do phleumon,l
.
o por suasedeque é primitivamente no tecidodapelle,
ainda que cila possaestender-
seao tecidocellular sub-
jacente,
2.
°pelas modifi-
cações que apresentão os quatrosymptomasprimitivosdeinflamnia
-
ÇdO
.
O tumor épouco considerável,quasi insensí vel;ha maistensão que inchação verdadeira;a vermelhidãoémenor quenophicumoft
e desapparece debaixo da pressãododedo;cila estende-
se regularmen-
te,nãoé exactamente limitada
,
efrequentementeapresenta umaligei-
ra côr amarelladamisturadacomatinta roscada pelle
.
Ruber subfla-
vescens
.
Ocalôré acre,mordicante,analogoáquelle das febres bellio-
sas, a dôr ardente; 3
.
«A Erysipela ofierece um caracter demobili-
dade que não temo phleumon
. . . .
4.
®A Erysipelaéraramenteidio-
pathica
,
quasi sempreésympnthica,
dependendo deuma causainter-
na,existindo irritaçãode estomago
,
cdo duodenopelo fluido belia-
rio:é também procedida cacompanhadanomaior numero decasos desymptomas gástricos
,
comodôr noepigastrio,amargurade boca , inducto amarelladonalingua; cephalalgia sub orbitaria e febre que precede,acompanhaesegueamarchadeinllammação, cmfimacu-
ra deErysipelaobtem
-
se polos remédios internos; ostopicossãoqua-
si inúteisnosou tratamento
.
AErysipela verdadeiraésempre bcliosa; existe uma outravariedade poucofrequente,
dependendo de irritação da pelle por um attrito cu applicaçãodeuma substancia acreirritan-
te. (Nosographia Cirurg
. ,
tom.
I.
®,
pag.
149.
)LAWRENCE
.
Esteauthor consideraadivisão deErysipelacm erythemaecmErysipela phlcumonosa comoamelhor,não sóporque estas palavras dão uma idéasufiiciente danaturezadaenfermidade,
comotambémporque cilasestejão bojo gcralmento adoptadasnoCon-
tinente
.
Elleasobservacomodesignandonãoduasenfermidades diffe-
rentes
.
porém antesdiversos gráos damesmaaflccçãoque varino itcnsidadc,
e passão muitas vezesdeuma variedadeaoutra.
OEry -
themaé
-
f"undoelle,
uma inflammnção de umaespecic particular,li-
mitadaunienmenteúpelle
,
eque produzpoucatuniolacção,deixando«mal
no
superficiedapelle, polo pressãodo dedo.
cquomtoraoom-
3 * uma
no
4
panhiuhido muitavermelhidão
.
O malestende-
serapidamente na pelle sa circumvisinha,
abandonauma parte paraatacar uma outra,
eper-
corredesta sorteuma grande extensão docorpo
.
AErysipcla phleti-
monosaao contrarioé esteestado noqualo malaffectanãosóapel
-
le
.
mastambém otecidonas cellulas,
nasquaessedepoemagordura co mesmo tecidocellular
.
Nestecasoavermelhidão,
ocalor,
a tume-
faeção
,
existem emumgráomuinotável,
esão logoseguidos,
no teci-
do cellular
,
de umaefVusãode serosidade que determinaumagrande tensão, cacabalogo pelagangrenae asuppuraçãodestetecido.
(A clinica doshosp.
edacid.
,tom.
I.
»,
n.
°80, pag.
3)RENANLDIN
. — “
A Erysipcla é umtumorinflammatorio,
agudo, doloroso commumentc plano,
superficial,
não circunscripto,
esten-
dendo
-
se emcumprimentosobrealguns pontos da superficie da pelle,
e cuja côr rosca purpuraou vermelha carregada passamomentanea
-
mente ao branco por effeitode umacompressão operada comosde
-
dos
.
„(Dice,dasscienc.
med.,
tom.
XIII.
, pag.
254.
)BOYER
. —
41AErysipclaé umainflammação dasuperficiedapel-
le, de uma extensão maior ou menor, porémsc.mlimites marcados
,
acompanhada de ligeira tumefaeção
,
de umcalôrvivoeacre,
deuma dôr ardente com comichão,edeum vermelho claro, lusidio, tirando um pouco sobreo amarello,
desapparecendo quando comprime-
scapelle como dêdo, ereapparecendo logo queapressãocessa.Oque caractérisa ulteriormente aErysipclla,é quea inflammação parece mudar de lugar á medida que cila se dissipanoprimeiro que cilaoc
-
cupava;cila cstendc
-
sc de camadaa camada nas partes visinhas. „
(Tratado das inf
.
cirurg.
,tom.
11, pag.
6.
)BATEMAN
. —
44AErysipcla6umaenfermidade seguida deumes-
tado febril
,
naqualocalôr,
avermelhidão,
ainchação e algumas phlyc-
tenas aflectão noexterior différentespartesdocorpo. Ütumorerysi
-
pelatoso6 molle
,
extenso,cirregularmente circunscripto; ellenãoé acompanhado nemdepalpitação,
nemde dures lancinantes, ouagu-
das
. . . .
O tumoreaphlyctena impedem de confundirestaenfermida-
decomoerythema
.
Os authoresdesdeGalenoaténós,temfeitomen-
são
,
entreos signaes caractcristicos da Erysipcla,
dadesappariçãoda vermelhidãopelapressão,edaappariçãonovadestamesmavermelhi-
dão logoquecessa a pressão;este phenomeno observa
-
senão só na Erysipcla,
comotambémcmoutrosmuitos exanthemas,
comonaeflo-
rcscenciadaescarlatina, emalgumasvariedades dosarampo
,
cnoery-
thema
. „
(Comp.
prat,dascnf.
da pelle,
pag.
107.
)S. COUPER
. —
4 4 A Erysipclapódeser diffinida umainflammação cutanea sem grande tumefaeçãoacompanhada de vermelhidão que dcsapparccc momentaneamentedebaixodapressão dodedo.Estaal-
fecção, quenão éregularmente circunscriptacomo ophleumão,éca* ructerisada porumapropensãosingularcmestender
-
se;aparte égc-
ralmentc de umvermelhovivo, claro, mui apparente , otumornãoé
ó
pnnlmilo do palpitnção
,
o scnte- se
umcalórardentecoincomi-
• Imo,v uina dor nguda
. Em
muitos casosclevfio-
scalgumas vesicu-
las.„lln(Dice
.
ir,,CAZENAVEdecirurg, .
SCHEDELprat. ,
tom. .
l.
Ao,
Erysipelapag. -
131.
)6umexanthemanão contagiosole com calor,caracterisado poretumefação desta membranaumamanchavermelho,emuitascarregadavezes do tecidodapel-
cellularsub
-
cutaneo occupando sempre umasuperficiemais ou menos extensa,
c podendo em alguns casos mui raros tornar-
se geral. „
(Comp
.
prat.
das inf.
da pelle,
pag.
13.
)J
.
COSTER. —
*•A Erysipelaattaca omaisdasvezesa face,
al-
gumas vezes os braços,aspernas, opeito; outras vezes estainflam
-
ma çãolimita
-
seá superficiedapelle; poré m em outrascircunstancias cilase eleva a um altograu,einteressatoda aespessuradapelle,e mesmo ao tecidosub-
cutaneo....
E’ordinariamente precedida de in-
commodo
,
laxidãocmtodos osmembros,
arrepios,nauseaseperda deappetite.
Nofim dedousoutrezdias,distingue-
seumaligeirain-
chação da pelle sobreospontoscmqueaErysipela se manifesta com uma vermelhidãoviva que desapparece debaixoda pressão ere
-
appa-
rece logo
.
Ha calor ardentedaparte enfermacomfebremaisoume-
nosforte depoisde seis, sete ou oitodias
,
desenvolvem-
sepequenaspús-
tulas,cheiasd
’
umliquidoseroso,adôr c ainchaçãodiminuem,
efor-
mão
-
seligeirascrostas quesedesprendem ordinariamente nofimde noveou dezdias. „
(Dice,da saude,
tom.
I.
«pag.
420.
)ROSTA N
.
A Erysipelaé aphlcgmaziaamaissimples da pelle, a maisfacil areconhecer; póde-
seaconsiderarcomo oprototypo da inflammação;ella reunenomais alto gráu de simplicidadedamaneira a maiscompletaoscaracteresquenos temosattribuidos aestaclasse de enfermidades( phlegmasias agudasdapelle).
A intumescênciasó é pouco sensí vel á vista,porqueellaégeral.
DemaisaErysipela nasce, cresceetermina-
se assimcomonós temos expostonasnossasgenera-
lidades
uma verdadeiradôr,acompanhada de um calor mais ou menos vivo
.
de uma vermelhidãointensa
,
diffusa,
desapparecendopela pressãopa-
ra rc
-
apparecer logodepoisde umaligeiraintumescência dapelle,ca-
ractérisa;iErysipela simples
.
E’depropositoque nos omittimos dizer queapelleésobremontada de phlyctenasnaErysipela,
entretanto que ella é unida no erythema; nós observamosestadistineçãocomo mui subtil paraserconservada,
eo erythemanãodeveserconsiderado se nãocomoaErysipela noseu maior estadodesimplicidade. „
(Curs.
demod.din
.,
torn.
I I,pag.
179.
)OEOROF
.
S-
HU.
ME WEATHERHEAD. “
Esteautorconsidera oery-
thema,aErysipelac ophleumãodiífusoenfermidadescsscncialmentc differentes
.
Segundo elle,
a Erysipelaéuniuenfermidadesuigeneris
que reconhece ordinariamente por causa uma disposiçãoparticular.
oqueadmitte sobre tudo segundo asdissimiibunçasdasupuraçãonas ucom
Um sentimento depruido,comichão,immcdiatamente
G
mflummnoocs erysipolatosas, c piiloumonosas sem mcsrnodarattciiçüo « diversidadedoa tecidosatlectados
.
ElleobservaaErysipel«comoum exanthema contagioso upoiumlo-
se nasopini
ões deSydenham o dellotVmaim
.
Admittc alémdisto(pieaErysipela perfeitamentepuranão devo jamais suppurar ,pode serseguidadesuppuração,
obrando neira deumirritante local sobre partescujatexturaépropriaatornar-
se a sede de um phleumão; porém nãopensaque ainflnmrnaçãoda pelle
,
e aquella do tecido cellular sejãoda mesmanatureza. „
(Journ.complém
.
du Diet, dessciencesmcd. ,
tit.
XIV.
pag.
171.
AUBERT
. — “
Eczemamanifestando-
se na superficie do tegumen-
to
,
principalmentena face, braços,
pernasousobre outras partiesdo corpo por erupções de um vermelho flavescente,
porém mui raramen-
tede um vermelho carregado; estavermelhidãodesapparece momen
-
taneamentepela pressão do dedo
.
lia calôr,dôr,
comprurido ouar-
dência
,
afebre c primitivaou secundaria; a enfermidade íinda-
scpor descamação
,
ouperforação de dezaquatorze dias.
Ellapodeter terminaçõesmaisincommodas. ,
,(Nosog.
dasdermatosesedit.in-
4,
pag
.
32.
)BROUSSAIS
. — “
As causas externas einternas daErysipelasão aquellas das inflammações em geral,
isto é,tudooqueaccumula a irritabilidadeou produzaplethora Estaenfermidade póde-
semos-
trar em todasaspartes docorpo, porémellatemfrequentementesua sede na face
.
Ella oflerece os quatro caracteres conhecidos, verme-
lhidão
,
tumefaeção,
calôr, dôr,
c representa umdos principacsty-
pos de inflammação
.
O calôr éexcessivo, avermelhidão tem porca-
rácterenfraquecer c perder
-
se insensivelmente atéchegaracôr nor-
mal da pelle
,
dcsapparecer pelapressãodo dedo,que deixaumaman-
cha brancamelhid ; entretanto quando a inílammação cintensa esta ver
-
ãonãodesapparece mais debaixo dodedo
.
Seainflà mmação é ainda mais intensanoso subcutâneo,algumas pátumefaeçãústulasodoapparecemtecido cellular ena superficieestadophleumo; isto-
contra
-
se em quasi todasas Erysipelas,
porém particularmente Zona,
queé uma Erysipelacomo outraqualquer,
que nãose deve isolar,
apezarda sua fôrma particular.
Seoobjecto queestáem rela-
ção comalgumasaffecçóes gastricas; curesponderei
—
que pôde ser independente e primitiva como asoutras,
cubemotenho provado. ..
(Curs,depath,etherap
.
geral,
tom.
1,
png.
108.
)CHOMEL EBLACHE
.
A Erysipelaéumaenfermidade
caractc-
nsada pela vermelhidão circunscripta
,
deaspectolusidio,
dostusiu-
mentos comtumefaeçãopouco considerável
,
porém sensível, tensão,
dôr, ecalôr,
mais ou menos vivo,
com ou semapparatofebril por uma marcha sempre aguda c uma terminação prompt «,quasisem-
pre pela resolução
,
c com descamaçãodeepiderme.
Estainflamma
*.
uma das mais frequentes daquelias que observa-
se na pcllo.
-«r mostrar sobre todos os pontos da superficie do corpo
,
aía ma
-
en
-
na
tão
parus
hnhitualmonto
descobertas são o maisdasvezes a sede. . .
AErysipela
quasi nuncaiica limitada ásuasedoprimitivano maior numerode casos,ellu cstendc-
scde camada acamada em umoumui-
tos sentidos
,
junto as partes visinhasc algumasvezes acaba desta sortealcançando progressivamente as maisafastadas. Em
outrosca-
sos muiraros
,
ella excede de algumasorte os espaçosc mostra-
sesuccessivamentenas regiões muidistantesumasdasoutras
.
Amobili-
dade pôde poisserconsideradacomo umdos caracteres deErysipela
,
visto(piecncontra-
sede qualquer forma cmtodasasvariedades des-
taenfermidade
.
„(Diet,de mcd.
, tit.
12,
pag.
215.
)ROCHE ESANSON
. —
“ OErythema,aErysipela simpleseaErv-
sipcla phleumonosanão são propriamente fallandosenãotrezgráos dif
-
ferentes da mesma phlegmasia:Todaa inflammação agudamaisli
-
geira
.
superficial passageira da pelle,
tem recebidoonome deEry-
thema;mais intensa,viva
,
cmaisdurável,
chama-
se Erysipelaphleu-
monosa
.
Nósconservaremosestasdenominações,
porém ellasnão expri-
mirãoparanóssenão l
.
°,2.
° c 3.
°gráode inflammação aguda da pel-
leouda cutis
. „
(Nov.
elem de path. ,
tom.l.
o,
pag.
290.
)RAYER
. — “
A Erysipelaéuma inflammaçãoexanthematica,
ex-
tensivaenãocontagiosa
,
caracterisada porumamancha vermelha da pellecom inchação dotecidocellular sub-
cutaneo,
terminando-
seor-
dinariamente pelaresolução cdcscamação
,
algumas vezes por suppu-
ração eraramenteporgangrena
. „
(Trat,theor.
eprat.
dasinf.
dapel-
le
,
tom.
l.
o, pag.
145.
)Emquanto nós
,
deaccordo com Ph.
Ricord,asErysipelas varião segundosuascausas,
suasede,
marcha,terminaçõesccomplicações, que podemasacompanhar.
Porém qualquer que sejaacircunstancia naqual cilasseapresentem,aalteraçãolocaldostecidosaflectados.
o estado morbido,patlmlogicodapelle,oílerccemsempre osmesmos caracteres particulares
,
pelos quaesse tem convindodedarum nome especial á enfermidade de quenós nosoccupamos.
Ora estes caracte-
ressão aqucllcsdafluxão
,
da congestãoinílammatoria,
em fim de um movimento inverso á absorpção.
Depoisdetermosnarradoquasi todasasprincipacs opiniões rcla
-
tivamente áErysipela
,
vamosagoraestudarestaenfermidade cm suas circunstancias,
c caracteres geraes,
examinando successivamente a natureza,sedo,
caracteres anatómicos,
predisposições, causas,
syinp-
tomas
,
typos,
marcha,
terminações,
duração,
analogias,
complica-
ções,pronostico
,
tratamento c aconvalescênciada inflamma çãoErv-
sipclatosa
.
NATUREZA . --
SeolharmosaErysipela douma maneiragcrnl.
de- baixo do ponto do vista das modificaçõeslocacs.
queimprime na}>n »te do tecido cutâneo
,
na qual estabelecesuasedo,
noséimpossível de não reconhecer os caracteresfundamontacs da mllammaçBo'» edo exanthema:sem ofleroccr clarnmonto na maioria dossujeitososca-
U
racteres de umu o dooutra
,
senãode umainílnmmação sempre fran-
i\ i,aomonostioum movimento iluxionario indicado pela vermelhidão
,
culòr,
inchar
ão e dor,
com modificaçõesvariadassegundoaprofun-
didademento,sobre tudodos elementos cutâneos invadidos
,
aintensidadedeste movi-
anatureza dos agentes
,
cdas circunstancias que a determinão.
Porém logo quenós consideramosesta enfermidade suas relações com todooorganismo,
nósvemos seupoderioaugincn-
tar
-
se,
seugenioespecial apparecer;enós reconhecemos,segundo os tactos(pie seria esscncialmenteerronco,
na maioridade dos casos, querer ahi achar umainflammaçãopura,
umaenfermidade encerrada na circunscripção de suas manifestaçõestópicas.
A fluxãoinflammato-
.
ia local nãoé senãoum resultado,uma dasexpressõesdaenfermida-
de ou pelomenosdamádisposiçãoconstitucional,edesdeentãoaqui o tratamento da phlegmasia sesecompozer demeioslocaes,não é se nãouma parte acccssoria da medicação
.
Sc nósaugmentamos actual-
mente queestasenfermidades
,
estasmalignasdisposições constitucio-
naes que podem favorecer,ou mesmo determinar immcdiatamentea Erysipela
,
sãonumerosas,
diversificadas,
sentir-
se-
halogoovicio de uma expressão (pie parece destinadaa consagraromaisfunesto dos erros, identificando-
se na linguagem medicaenfermidadestãoessen-
cialmente differentes
.
Entretantoqueoexanthema,porqueasenfermi-
dades (pie merecem estetitulo
,
tacscomoaescarlatina,
osarampo,
etc
.
, temsempreemseu desenvolvimento,
á acçãode causas inteira-
mentedesconhecidas, nãoaffectãoordinariamenteo mesmoindivíduo se nãouma vez navida
,
cnãopódeserproduzidoávontade,etc.
,lo-
goa Erysipelaofferece
,
em quasi todas suasvariedades,
disposições absolutamenteoppostas.
SEDE
. —
A sede daErysipelaé napelle,além de queKuhn,
Rust,
John e muitos medicos Alemães parecem quererestendera outros te
-
cidos
,
c sobretudo aomucosoasededaErysipela; dizem elles„
a Ervsipela simples procedida exanthematicamentc,póde,emsuaquali-
dade deenfermidade especial, affcctarosorgãosinteriores
,
como ou-
trosexanthemas
,
como aarthrites,
etc.
,erevistir deumcaracterpro-
prio
.
bemque muitas vezes una-
se ahiuma complicaçãoinflammatoria.
M
.
Lepricm exprime quasias mesmasideasnapassagemseguin-
.
, Haaindaumaaffecção da pelle quemeparecemerecerumaat-
tcricão particular debaixo da relaçãodasluzes que ella pódeespalhar sobre a historia dos progressos
,
e a natureza das phlegmasias das membranas,
c sobre tudo daqucllas docanalintestinal,
é aErysipela.
A analogiadostecidosnãopodia deixardefazer pensarnasanalogias devem ter lugar cm seu estado
pathalogico ,
masas similhançasofferece
apelle
cmsuasalteraçõespela Erysipela,
casmembra-
mucosas pela
phlogoso fazemaindamelhor sentiraidentidadedasenfermidades , ,
Na Erysipela quandoa suamarchanão é in-
S
-
mptomasinllaminntorios cosoutros accidentesdiminuem emte :
que que nas
111a. t e r
9
no sétimodin
,
bomcomoo l.
«>sc|tcnario das fcbresgastricas , simples
ola' benignaso mais das,e dovezos descollocatodas aspldegmasias mucosas
-
sc,
c quandoae serosasphlogose principia.
AEry
sipea-
eftoctuarprolonga
- -
sesedo umo asmudançlado
ascilasãoreproduzmaisrepctidas-
sede um; nsoutrophlogoses;entãomucosaeasccnado peito e docanalintestinalofterccemigualmenteexemplos de loco
-
moção (|ue prolongãoa duração daenfermidade
,
a qual compõe-
seentãode um certonumerodepldegmasias consecutivas A pleu
-
ra pode ser affectada logo sobreumponto
,
levando-
seatéáporçãoque reveste oslobosdopulmão
,
odiaphragma, etc.
póde determinar além de um ponto dolado ordinárioalternativamenteumaperipneu-
monia ou umaparaphrénésia, etc
.
(OHomemconsideradoemsuas relaçõescomaatmosphera,
tom.
11,
pag.
55.)Estes factosc estes raciociniossãode natureza afixarattenção dos práticos sobreasconsiderações que ellestempor objecto, porém supponho(piojamais deixarão aopiniãogcralmente admittida
,
quea Erysipelatemsua séde exclusivamentenapelle.
Na Erysipela
,
nográo o mais superficial,
esta phlegmasia se-
gundoa natureza mesmo dossymptomas,csobre tudoosresultados da necropsia, parece
-
nos alfectar estacamadavascular,superficiale sub-
epidermoide.
consideradaporuns comouma rededc vasoslympha-
ticos,poroutros dc vasoscapillares
,
poroutros emfimdecanaessu-
dorí ficos exhalantes
,
etc.
etc.
No primeiro gráoa côr éantes rosca que vermelha carregada,
ocalôr é secco comprurido,
haausência de perspiração.
Nos gráosmaisavançados ainflamma ção estende-
seacamada profunda da mesma rede
,
aochorion,
em fimao tecidocellu-
larsub
-
cutaneo,
quando cilatomaocaracterdeErysipela phleumono-
sa
.
O corpo mucosode Malpighi não é t ãocspccialmcnte atléctado quando não existe complicaçãoextranha noscaracteres proprios da Erysipela;estopigmentumnãoexperimenta alteração comocmmuitas outraspldegmasiascutaneas,
tacs comoovirus vacino,
avariola,
etc., que oinvadem no seu desenvolvimento,
c asdesordenssãolimitadas á vesica ção,adescamaçãodoepiderme,
comonasimples queimadura no segundo gráo.
Os feixes celJulosos evasculares(pieatravessãoas areolas do derme nãosãocomprometlidos como no forunculocnoan-
thraz; nos casosordináriosaformação dos carnicócsporestrangula
-
çãodestes feixes nãoé umaterminação daErysipela
,
comooé sem-
pre nas duas enfermidades que nós acabamosdeassignnlnr
.
Em fim o panniculo adiposodapelle nãopareceser jamaisoprimeiro ponto dc ,eleição da inflammaçãocrysipclatosa
,
comoobserva-
sefrequent emen-
te no pbloumão sub cutâneo; tambémasuppurn ção
.
terminaçã ona-turaldeste ultimo não se manifesta scnãoaccidentnlmente naErysi* pda1e se estainvade algumasvezesotendo sub
-
dermoideésomentepela extensãodoseu pontonaturaldeestabelecimento,cmudando dc alguma sorte,sc liãodc natureza, ao menosde caracter odegra
vidade
.
121
10
CAKU'l’EUES ANATÓMICOS
. —
AErysipela simple
»étalvez«um dasenfermidadesquo a anatomia pathalogicatem menoseach:
rocitloatéestesúltimos tempos
.
Apenasencontramosalgunstraços Morgagni.
(Epist.
XXII.
, art.
JG, Epist.XXXIX
,art.
2.
o)M
.
Louisdiz »pioelle tem achado,
entreosenfermosmortosdu-
ranteo curso de umaErysipela,apelledura
,
espessaefriável.
(Lan-
cetteFranc
.
,1833,tom.
VII.
, pag.
21,0.)M
.
RAYER, em muitas Erysipelas < pic tem dessecado, não tem achadoo maisligeirotraço deinllainmaçãodaspequenasartériase veias cutaneas.
Sobre um cadaver a pelle da face estava pallida , exccptosobre as palpebras(pieconscrvavãoalguma vermelhidão nos pontos em que não haviãobolhas; otecidocellularcutâneocinter-
muscular daface estava infiltradode umascrosidade amarellada, pu
-
rulenta; pequenosdepositos de umverdadeiro púsexistiãopelaparte anterior eposterior dos musculos orbiculares das palpebras
,
no tecido cellular da orbita,
epropagavão-
se atéasfossas temporaes; otecido cellulardo couro cabelludo estavada mesmasorteinfiltrado.
Aspa-
redesdas veias da faceedopescoçoainda que banhadasnopúsnão offereciãotraçoalgumdeinflamma ção; muitos destespequenos vasos continhão urna scrosidade purulenta similhanteáquella derramadano
-
tecido cellular inflammado
.
Aspequenasartériasestavãoperfeitas.
Eu tenhoigualmente achado pús nos vasos lymphaticos de ummembro abdominalatacado do phleumão erysipelatoso, esem alteração apre-
ciável das paredes destes vasos
. Em
fim,cutenhoencontrado vedra-
deiras inflainmações nas veias principaes do membro invadido por umaErysipela phleumonosa
,
ou por um phleumão,
como emconse-
quência de um panar íciooudeumaamputação
.
Sceujulgo segundo minhaspropriasindagações,aphlebetis complica frequentementeasin-
flammações do tecido cellular assim comoa da pelle
. „
(Loc.
cit.
, pag.156.
)SegundoMM
.
CHOMELKBLACHE ( LOC.
cit. ,
pag.
235)45quandoa morte chega nocurso de uma Erysipela as regiões queérãoa séde apresentão depoisdoresfriamentodocorpo uma mancha atrigueirada preenchendoavermelhidão,
aepiderme descolloca-
secomfacilidadec a pressãodo dedo determina umacovamaisou menosnotável. ”
Segundo
M.
RIBES (Mein, da Soc.
med.
deernul. ,
tom.
VIII. ,
pag.622.)
“
As pequenas veias dostegumentossãovesiveiscprinci-
pahnentc afícctadas;a vermelhidãoinflammatoriaé sobretudonotá
-
velsobroatunica interna
,
cujacavidade épreenchida
pelopús;ospe-
quenosramos arteriaese os vasos
lymphaticos
são tambémlesados,
porémemumgrãomenorque os
pequenos
vnsos. „
MM
COPLAN ECKUVKII.
IIIER tem achadodisposiçõesanatómicasquasi similhante»úquellasqueM
.
Uebisnssignala.
Quandoa Erysipela forna
-
se phleumonosa,
esobre tudogangre -
• .
d'^ordens muito mais profundas,o mais facilmenteaprcciavei*
i i
-
cm
1 1
Kiicontiilo
-
se.
Nos unmos cuidadodo asindicartratandodestagen-
peetaluludcs
.
Diremossómontoaquiquo,
sain lomarocaracterda
Ery-
f'ipola phlcumonosa, acnibrmidnde(|ucnósestudamos
,
limitando seus progressos ao tce’doíiltratiododerma,
podeahi determinar|>equenos abcessos regularmentecircumscriptos.
PilEDÍSPOSiÇÕ KS
. —
M.
i\ l.BLACHE
ECHOMEL,
eumgrandenu-
merodepráticospensãoqueestaenfermidademesmo(piando ellaópro
-
duzidapor causa externa
,
eque descnvolvc-
se comseus caracteres cs-
scnciacs
,
depende sempred'uma modifica ção interior daconstituição, quese torna oagente"principal,paranãodizer indispensável,aoseu de-
senvolvimento
. ”
SegundonósaErysipelanãoéjamaisoresultado d’
umacausaexterna,ouaomenos sealgumas vezesumacausaexterna con
-
corre asuaproducção
,
ellanãoé senãouma parte secundariaaoseu desenvolvimento;suppõeo concurso d’
uma causa interna,
d’
uma dis- .
posição particularquenósnãoconhecemos.
Com efíeito,sendoeste ponto umdosmais importantes na historia d’ Erysipela,
somosporcon-
seguinteobrigadosaestudarascondiçõesnasquaes esta disposição so
-
brevém
,
cas circunstancias que podem provocaraappariçãodaErysi-
pelaentreaquellesquesãopredispostos
. .
,Senósprocuramosasprinci-
pacs circuíistaucias,acharemosnas condições seguintes:na idade
,
sexo,
temperamento,
idiosyncrasia,profissão,herança,habito,
estações,
cli-
mas,econstituiçõesathmosphcricas
.
Na idade viriléaErysipelamais frequenteemconsequênciadomaior desenvolvimento das paixõescon-
centradas, einquietações inseparáveis da vida social. Em geralas mulheres sãomais affectadasdasErysipelas porcausadasuamaiorex
-
citabilidade
,
da suavida mais sedentária,emenoslivres nassuasex-
pansões
.
Osindiv íduos de temperamento bilioso,emelancholicossão os mais predispostos.
Certos indiv íduos,
semalguma disposiçãoapre-
ciávelcrelativaátodasas outras condições achão
-
semaisfa cilemais frequentemente aiTectados d'Erysipcla debaixodasinfluencias queas pódemdeterminar.
A respeito de profissõesindicaremossobretudoas profissões sedentários semfatiarmos
daqucllas,
nasquaesaimmundi-
cie
.
ocontacto habitual dos miasmaspútridos,
aalimentação obrigada;<ormeio dascarnessalgadas,das substancias d'umamá escolha,A\
.
torrião-se causas susceptiveis do explicar odesenvolvimentoda Erysi
-
pela.
Os authorcs referem factos queparecem provar que as predis-
posições á Erysipelasão transmissíveis por via dageração:comef
-
feitonósconhecemos umafamília
,
cujos indivíduos habitandoemuma locação sadia, com tudosão accommettidos destaenfermidadenos membros,
ou pelooOutono, ou pela voltadaPrimavera.
Ila poucas enfermidade»,
dizTissot,
quese reproduzão tão facilmente debaixo destainfluencia,
calgumas vezesumindivíduotcinapresentadomuitas Erysipelas inim pontodeterminado,esuccessivamentemuitasoutras, atéque»disposição eainfluencia dohabitonchcm-
sccoinpletnmcnte destruídas.
Nós temosobservado nErypipeln.
sobre tudonoOutono .
1 2
enolimilosEstios quontes
,
ohúmidos,
cmc|ii:itilo <|iin as outras iu-
llammaçòes francas encontrão-
sc antes na Primavera. Um
grande nu-
mero doautliores considerãoentretanto esta estarãocornopredispon
-
ilo aenfermidade que nosoccupa
.
A Erysipela apparece mais vezes nos paizes húmidos,quentes,
pantanosos,
ondeoárcirculaerenova-
sccomdifticuldade
.
Constituições athmosphericas muito podem influir. Esta
influencia merece sobre tudo de fixar a attenção dospráticos.
Aê-
sealgumasvezescmcertasestações,
emesmodurante ocurso de muitosannos,
quecondiçõesathmosphericasabsolutamente inapreciá-
veisaos nossos meios de
investiga
ção,dispõemde talsorte aErysipela toda amassadosindivíduosacilasujeitos,
comoaferidamenospro-
funda, aoperação a maisligeira
,
algumasvezes mesmoaexcitaçãoa mais superficial da pelle,
bastão para determinarodesenvolvimento do Erysipelas,
muitas vezes muigraves, e cmtodososcasos bem dispropor-
porcionadas ácausaoccasional de sua manifestação
,
de talsorteque éimpossível denãoadmittir constituiçõeserysipelatosas comoadmit-
te
-
se variolosas,
rheumatismaes,e escarlatinosas,
&.
Algumas vezes mesmoestapredisposição6tão poderosa,
(pienão necessitad'uni ou-
troagenteparacausara Erysipela ,e toma então umcaracter verda
-
deiramente epidemico
.
Assirn Tozzi falia d’nniaErysipela quereinou epidemicamente cm Nápoles,n’
OutonoeInvernode 1770.
Estaaffec-
çãoqueoccupavasobre tudo afaceera complicada d’epistaxis
,
de de-
lírioed’outrossymptomasmalignos mui graves
.
Bromfield,
menciona uma epidemia d'Erysipela,
que durou dois annos tendo a suasédc na cabetcndo-
scçavantagens; o tratamentoda quininaantiphlogistico foie (los cordiaesgeralmente.
M.
M.
Chomelfatal,
ob,
c-
Blache temobservado muitas vezes reinar epidemicamenteem Pariz; porexemplono Outono de 1818,cmconsequência d
’
umalonga secura ecalores excessivos.
M.
Calmeil diz“
que em certosannosasEry-
sipelas multiplicão
-
seaoinfinito entre os alienadosdetal sorte,
queé necessáriosuspender,durante um tempo mais oumenoslongo,
todas as medicações revulsivas,
que fazem porassim dizer a base do tra-
tamento da alienação mental
.
Aapplicaçãod'unisedenho,d’umamo-
xa
,
d'umvisicatorio,6seguidad’
umainflammaçãocrysipclatosa; uma feridasuperficialda pelle, tem omesmoinconveniente;omaisligeiro
golpe,
a abertura d’
umaveia,
umaapplicação desanguexuga
occasionaErysipelas.
O anuo de 1828,
debaixo desta relação,
tem sido singu-
larmentenotável,edurante seismezes
,
asenfermarias tem sido atu-
•lhadasdealienados
erysipelatosos
( Rayer lox.
cit.
pag.
14li.
) M.Lis-
franc:, naPrimaveradomesmoannocollicogrande numero decasos semelhantes no HospitaldaPiedade
.
M.Velpeau,
nesteHospitaldu-
rante oEstiodo 1831
,
vioigualmente uma epidemiacPErysipelns .
Se nos
quizermos
aproximardestas predisposiçõesdetodoorga*,
acpiellas
das differentes regiões do involucrodermoide
,nossegundo
osfactos ,
que cortaspartesparecem olVorccer
a mamocharerno;
13
Erysipeln
uma sédo do prodilocçãoindcpcndentcmcnte detoda causa local.
Bó
de-
scestabelecerdesta sorteagradaçãorelu tiva
aestas pre-
disposiçõesloc.nes
.
IuA Cabeça. —
M.
Chomel e Blacheestavãobem convencidosdestefacto quando dizem:“
aErysipcla
espontancaévin-
te vezes mais frequente nacabe
ç
a quoem outroqualquer lugar do corpoNoescroto. „ —
2no.“ Nohomempesco,nosço.
grandes—
Ivtamblábiosém frequentenamulherneste. —
Nós temos obponto. —
3. -
«servado um grandenosdiví
,
duos cachetionssobre tudonos,velhosnumeroen’aquelles,
segundo a observaçãnestas(piepartessuas profiss. —
l.
ooNosõde Franckesmembrosobrigão;a ficarnospelviain- -
longo tempoem pé
.
Celso refereque aErysipcla daspernas eramuicommuaientreosRomanos
. —
5.
oNos
membrosthoracicos,
sobretudoentreosPadeiros
,
Tintureiros,
&—
6.
«Emfim,
notronco,ondeain-
flammaçãoestabelece
-
sefrequentemente em forma de zonaoucintura; é com eAfeito nestepontoqueobserva-
seomais dasvezesestavarie-
dade
,
conhecida debaixo donome dcZona,
Zoster.
AHrysipela
,
comonósveremos,
póde percorrersuccessivamen-
te a maior parte das regiõesdapelle
,
porém observa-
sebera poucas vezesemtodas suas partes aomesmotempo. Uma
variedademui ra-
ramenteobservadaé aErysipcla universal; n
ó
snãoatemos visto se nãoumaúnica vez,
em umaSenhora de 50 annos;todaapelle do tron-
coedos membros estavaligeiramente tumeficada
,
capresentava uma vermelhidãoerysipelatosa muiextensa.
A enferma muipaciento,
não podia guardar posiçãoalguma,
nem gozar d’
uni instante desomno ,ella sentia
-
secomo devorada por ardentes chammas.
Felizmente este supplicionão foi dclonga duração;foi acalmadopor banhos inteiros frequentemente repetidos,
e pelo usodos medicamentos aperitivos.
(Renauldin.
)CAUSAS
. —
No estado actual da sciencia,
nosé impossivel attingir comacausa próxima eimmediata dodesenvolvimentodaErysipela,
não encontramossenãomvstcrioeobscuridade.
Hyppocrates,
cGalenoat-
tribuem auma congestãoda bilis
,
á influencia d’uma bilis corrompida,
d’
umsangueaquecidoemisturadoa estetluido.
Hofimannairritação dres'uni;Lorryîibilisaacre causticauma serosidadealteradaacrimoniosapela estagnaçã,
irritante.
oTissotnosseusdiz:passadof4a Ery- -
sipela dependede duascausas
,
l.
od’
um tumor ácre eordinariamente bilioso,
espalhado no sangue;2.
°cmrazãodeste tumor nãoevacuar-
se bem pelamaria na Erysipclatranspiraespontanca sobreção
. „
E’
evidente paratudoseliganós,
ouque estaapredisposicausaçõpries-
individuaes
,
ouaconstituiçõesathmosphericas; porém em queconsis-
tem positivamente estas constituiçõescpredisposições:é um mvstcrio quo não será talveznunca dado ao Medico
dcscobril -
o.
Assim porcausad1Erysipclanósentenderemos sómente ascircunstanciasmais ou menos apreciáveis pelosnossos meios dc investigação , nomeio das