Uso de resina camaleão para reanatomização de elementos anteriores: relato de caso

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UNIVERSIDADE POTIGUAR ÂNIMA EDUCAÇÃO

LARA MARIA FARIAS DE CASTRO

GEORGIA BEATRIZ VASCONCELOS FERREIRA

USO DE RESINA COMPOSTA COM EFEITO CAMALEÃO PARA REANATOMIZAÇÃO DE ELEMENTOS ANTERIORES: RELATO DE CASO

Natal 2022

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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em Odontologia da Universidade Potiguar como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Odontologia.

Orientador: Prof. Rodolfo Xavier de Sousa Lima

Natal 2022

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Página destinada à ficha catalográfica.

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Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Odontologia e aprovado em sua forma final pelo curso de Odontologia da Universidade Potiguar.

Natal, ____ de _____________ de 20____

__________________________________________________

Orientador: Prof. Rodolfo Xavier de Sousa Lima Universidade Potiguar

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Letícia Virgínia de Freitas Chaves Universidade Potiguar

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Joyce Figueiredo de Lima Marques Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Natal

2022

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Dedicamos este trabalho uma à outra, sem a amizade e parceria que construímos e cultivamos não teríamos chegado até aqui.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter nos dado saúde e força para superar as dificuldades.

À Universidade Potiguar e seu corpo docente, que nos oportunizou um abundante crescimento, tanto intelectual quanto pessoal.

Ao nosso orientador, Rodolfo Xavier, que é um exemplo de professor, por não medir esforços para nos conduzir e apoiar da melhor forma neste trabalho, estando sempre presente trazendo leveza, competência e confiança nos momentos em que mais precisamos. Obrigada por nos exigir mais do que acreditávamos que seríamos capazes de realizar. Sem ti nada disso teria sido possível.

À clínica Neo Face, por ter aberto as portas e nos cedido uma casa para a realização deste trabalho.

À nossa paciente Andrezza Pessoa por toda confiança depositada em nós, pela disponibilidade e por ter tornado cada atendimento único com o seu carisma.

Aos nossos pais e irmãos, em especial às nossas mães, Fátima e Rosangela, que nos incentivaram nos momentos difíceis e compreenderam a nossa ausência. Vocês são o nosso porto seguro.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da nossa formação, muito obrigada!

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Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver para sempre.

(Mahatma Gandhi)

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RESUMO

Introdução: as resinas compostas surgiram há mais de 50 anos e vêm evoluindo em relação à tecnologia de sua composição. São materiais utilizados em tratamentos conservadores, o que as torna cada vez mais populares entre os cirurgiões-dentistas. Uma das mais assíduas dificuldades encontradas pelos profissionais em relação ao tratamento com resinas compostas é a seleção de cor. Em face disso, a fim de simplificar os procedimentos, foi idealizada a resina unicromática.

De acordo com os fabricantes, as resinas com efeito camaleão copiam a cor do substrato dental durante a fotopolimerização, ocasionando uma redução no tempo de trabalho. Objetivo:

descrever, através de um relato de caso clínico, protocolo de reanatomização dental em elementos anteriores com diastema, realizado com a resina composta unicromática como material restaurador. Metodologia: paciente do sexo feminino, 26 anos, procurou atendimento odontológico queixando-se da estética do seu sorriso. Após exame clínico, constatou-se que a paciente apresentava diastema nos incisivos laterais com necessidade de pequenos ajustes estéticos para reanatomização. Depois de duas sessões de clareamento de consultório com peróxido de hidrogênio (35%) e clareamento caseiro durante 15 dias e 7 dias de intervalo, foram feitas as reanatomizações dos elementos 22 e 12 utilizando a resina composta unicromática.

Conclusão: a resina composta unicromática com efeito camaleão cumpre seu papel, atingindo o mimetismo esperado. É uma opção aplicável para a reanatomização de dentes anteriores.

Palavras-chave: Resina composta. Resina unicromática. Estética dental. Diastema.

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ABSTRACT

Introduction: Composite resins appeared more than 50 years ago and have been evolving in relation to the technology of their composition. They are materials used in conservative treatments, which makes them increasingly popular among dentists. One of the most assiduous difficulties encountered by professionals in relation to treatment with composite resins, is the color selection. Taking this into consideration, in order to simplify the procedures, the unichromatic resin was idealized. According to the manufacturers, resins with a chameleon effect copy the color of the dental substrate during photopolymerization, causing a reduction in the working time of the dentist. Objectives: to describe, through a clinical case report, a dental reanatomization protocol in anterior elements with diastema, performed with unichromatic composite resin as restorative material. Method: female patient, 26 years old, searched for dental appointment complaining about the aesthetics of her smile. After clinical examination, it was found that the patient had diastema in the lateral incisors requiring minor aesthetic adjustments for reanatomization. After two sessions of in-office bleaching with hydrogen peroxide (35%) and at-home bleaching for 15 days, the reanatomizations of elements 22 and 12 were performed with 7 days apart between them, using the unichromatic composite resin.

Conclusion: the unichromatic composite resin with chameleon effect fulfills its role, achieving the expected mimicry. It is an applicable option for the reanatomization of anterior teeth.

Keywords: Composite resin. Unichromatic resin. Dental aesthetics. Diastema.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Aspecto inicial mostrando os diastemas entre os incisivos laterais e os caninos (12 e

13, 22 e 23) e elementos 13 e 23 levemente mais amarelados que os demais elementos ... 10

Figura 2 – Aspecto da coloração inicial dos elementos dentários comparados com a Escala Vita Classical ... 11

Figura 3 – Passo a passo de aplicação da barreira gengival fotopolimerizável ... 12

Figura 4 – Material utilizado para realizar o clareamento de consultório (peróxido de hidrogênio a 35%) ... 12

Figura 5 – Protocolo de clareamento dental em consultório seguindo as recomendações do fabricante ... 12

Figura 6 – Aspecto da coloração dos elementos dentários imediatamente após a primeira sessão do clareamento de consultório ... 13

Figura 7 – Aspecto da coloração dos elementos dentários previamente à realização da segunda sessão do clareamento de consultório ... 13

Figura 8 – Aspecto da coloração dos elementos dentários imediatamente após a segunda sessão do clareamento de consultório ... 14

Figura 9 – Isolamento semiabsoluto ... 14

Figura 10 – Ranhuras feitas no esmalte do elemento 22 ... 15

Figura 11 – Inserção de fio retrator 00 na gengiva do elemento 22 ... 16

Figura 12 – Aplicação do condicionamento ácido com ácido fosfórico (35%) ... 17

Figura 13 – Lavagem do condicionamento ácido fosfórico com o jato de água ... 17

Figura 14 – Aplicação de duas camadas de sistema adesivo com secagem após cada camada e fotoativação após segunda camada ... 18

Figura 15 – Resina composta Vittra Unique ... 19

Figura 16 – Fotoativação do incremento de resina composta ... 19

Figura 17 – Retirada de excessos presentes na face palatina com ponta diamantada 3118 FF em alta rotação ... 20

Figura 18 – Acabamento com discos de lixa em baixa rotação ... 20

Figura 19 – Polimento feito com Jiffy Polisher Espiral (Ultradent) ... 21

Figura 20 – Ranhuras feitas no esmalte do elemento 12 ... 22

Figura 21 – Acabamento e polimento final ... 22

Figura 22 – Protocolo fotográfico inicial e final ... 23

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 OBJETIVO ... 10

3 METODOLOGIA ... 10

4 DISCUSSÃO ... 24

5 CONCLUSÃO ... 26

REFERÊNCIAS ... 27

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1 INTRODUÇÃO

As resinas compostas surgiram e foram inseridas na odontologia há mais de cinquenta anos e vêm evoluindo bastante em relação à tecnologia de sua composição, com alterações na porção inorgânica, que passaram de macroparticuladas para nanoparticuladas, melhorando, assim, as propriedades superficiais — como o polimento — e proporcionando uma maior resistência aos desgastes (ARRUDA, 2018). Dessa maneira, tornaram-se adequadas e gradativamente mais utilizadas na reanatomização de elementos dentários anteriores e tratamentos restauradores estéticos. São materiais muito usados em tratamentos conservadores, o que as torna cada vez mais populares entre os cirurgiões-dentistas (FERNANDES, 2014).

Para a realização de uma restauração estética e satisfatória, é necessário o uso do processo de estratificação natural. Nele, o material resinoso é depositado em camadas, obedecendo aos volumes que corresponderiam aos substratos naturais, com o intuito de criar um padrão de opalescência e translucidez capaz de reproduzir a anatomia do dente. Nessa situação, uma das maiores dificuldades atualmente encontradas pelos cirurgiões-dentistas em relação ao tratamento com resinas compostas é a seleção e adaptação da cor (CARVALHO, 2021). Em face disso, em busca de simplificar esses procedimentos estéticos, foi idealizada pela FGM Dental Group a resina unicromática, que tem como proposta facilitar o dia a dia do cirurgião-dentista a partir da proposta de uma só resina para todas as tonalidades de substrato dental.

As resinas com efeito camaleão, de acordo com os fabricantes, copiam a cor do substrato dental durante a polimerização. Dessa forma, sua tecnologia unicromática alcança um mimetismo, captando e refletindo a cor do remanescente dental com um só tom de material (FGM DENTAL GROUP, 2021). Reduz-se, assim, o tempo a ser gasto em todo o processo, já que ele não exige uma seleção de cor e dispensa, na maioria dos casos, a estratificação, podendo ser adotada a técnica de incrementação simples (CARVALHO, 2021).

Tendo em vista a problemática da estratificação e a sua importância para os cirurgiões- dentistas clínicos, o objetivo do estudo é apresentar um relato de caso clínico de ajustes e recontornos estéticos em elementos anteriores realizados com resina unicromática com efeito camaleão. O procedimento buscou eleger uma melhor aparência e alcançar os padrões estéticos de maneira mais simples.

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2 OBJETIVO

Descrever, através de um relato de caso clínico, o processo de fechamento de diastemas anterossuperiores com resina composta unicromática com efeito camaleão.

3 METODOLOGIA

Paciente do sexo feminino, 26 anos, procurou atendimento odontológico queixando-se da estética do seu sorriso. Após anamnese, exame clínico e registro fotográfico (Fig. 1), constatou-se que ela apresentava diastema nas regiões distais dos incisivos laterais laterais como queixa do seu sorriso, além de caninos levemente amarelados. Foi realizada a orientação sobre as questões éticas e de uso de imagem para fins científicos/didáticos e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Figura 1 – Aspecto inicial mostrando os diastemas entre os incisivos laterais e os caninos (12 e 13, 22 e 23) e elementos 13 e 23 levemente mais amarelados que os demais elementos

Fonte: Autoria própria (2022).

Após a realização do odontograma e da profilaxia, foi feito o protocolo fotográfico utilizando-se a escala Vita Classical (VITAPAN, Anapolis, GO, Brasil) para checagem de coloração inicial dos elementos dentários (Fig. 2). Em seguida, em consultório, deu-se início ao clareamento dental em região de primeiro molar a primeiro molar nas arcadas superior e inferior, protegendo toda a região de gengiva com Barreira Gengival Powertec Dam (SSPlus, Serra, ES, Brasil) (Fig. 3) para prosseguir à aplicação de peróxido de hidrogênio a 35%

Whiteness HP (FGM, Joinville, SC, Brasil) (Fig. 4). O material foi aplicado com uma seringa descartável em toda a região vestibular dos elementos a serem clareados, em duas sessões de consultório, com 3 aplicações de 15 minutos em cada sessão, com intervalo de 7 dias, conforme

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as recomendações do fabricante (Fig. 5). O protocolo fotográfico foi realizado novamente logo após a primeira sessão de clareamento (Fig. 6). Com o intervalo de uma semana, foi feita a segunda sessão de clareamento em consultório e feito o registro fotográfico (Fig. 7) e do pós- procedimento imediato (Fig. 8). Ambos os protocolos foram efetivados para o acompanhamento do clareamento de consultório no substrato dental. Posteriormente à segunda sessão, foi feita a moldagem em alginato para a confecção da moldeira de clareamento caseiro.

Foram passadas as orientações para a realização do clareamento caseiro com gel Whiteness Simple 16% à base de peróxido de carbamida (FGM, Joinville, SC, Brasil) e indicado o seu uso durante a noite, ao dormir.

Figura 2 – Aspecto da coloração inicial dos elementos dentários comparados com a Escala Vita Classical

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Figura 3 – Passo a passo de aplicação da barreira gengival fotopolimerizável

Figura 4 – Material utilizado para realizar o clareamento de consultório (peróxido de hidrogênio a 35%)

Figura 5 – Protocolo de clareamento dental em consultório seguindo as recomendações do fabricante

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Figura 6 – Aspecto da coloração dos elementos dentários imediatamente após a primeira sessão do clareamento de consultório

Figura 7 – Aspecto da coloração dos elementos dentários previamente à realização da segunda sessão do clareamento de consultório

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Figura 8 – Aspecto da coloração dos elementos dentários imediatamente após a segunda sessão do clareamento de consultório

Foram executados os testes cromáticos em manequim para averiguar a capacidade de mimetismo da resina unicromática no substrato dental. Em seguida, a paciente foi orientada a interromper o clareamento dental caseiro após duas semanas de uso contínuo para que a cor do substrato dental estabilizasse. Sete dias depois, foi feito o último protocolo fotográfico para checagem da coloração e demos início ao fechamento de diastema do elemento 22.

Realizou-se um isolamento semiabsoluto em região de pré-molares utilizando-se um dique de borracha (Madeitex, Santa Branca, SP, Brasil) com um corte para isolar os elementos anteriores e adaptar a ponta do corte entre o primeiro pré-molar e o segundo pré-molar de cada lado (Fig. 9). Além disso, foram colocados roletes de algodão por baixo do lábio superior para evitar o contato da saliva com a região de trabalho.

Figura 9 – Isolamento semiabsoluto

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Posteriormente, foi feita uma asperização da superfície com a caneta de alta rotação (GNATUS, Barretos, SP, Brasil) utilizando-se a ponta diamantada 2135FF (KG Sorensen, Cotia, SP, Brasil) no elemento para promover ranhuras na superfície dental com o intuito de melhorar a adesão da resina composta (Fig. 10). Logo após, foi inserido, com a ajuda de uma espátula sulprafil (Golgran, São Caetano do Sul, SP, Brasil), um fio afastador (00) (Biodinâmica, Ibiporã, PR, Brasil) na gengiva para evitar o possível sangramento no contato entre a tira de poliéster e a gengiva (Fig. 11).

Figura 10 – Ranhuras feitas no esmalte do elemento 22

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Figura 11 – Inserção de fio afastador 00 na gengiva do elemento 22

Em sequência, foi aplicado o condicionamento ácido em esmalte com ácido fosfórico (35%) (Ultradent, Indaiatuba, SP, Brasil) durante 15 segundos (Fig. 12). A lavagem foi feita com a aplicação do jato de água por 15 segundos, e a secagem se realizou com o jato de ar obediente à distância de 15 cm entre a seringa tríplice e o elemento dentário (Fig. 13). Na sequência, foram aplicadas duas camadas do sistema adesivo Single Bond Universal (3M Espe, Sumaré, SP, Brasil), com o auxílio de um microbrush (FGM, Joinville, SC, Brasil), por meio de movimentos de fricção em toda a superfície de esmalte vestibular e palatina. Após a primeira camada, foi feita uma secagem com o jato de ar por 15 segundos; depois da segunda camada, realizou-se a fotoativação com unidade fotoativadora Radii Cal (SDI, Bayswater, Austrália) durante 20 segundos, com uma tira de poliéster isolando apenas o elemento dentário a ser restaurado (Fig. 14).

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Figura 12 – Aplicação do condicionamento ácido com ácido fosfórico (35%)

Figura 13 – Lavagem do condicionamento ácido fosfórico com o jato de água

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Figura 14 – Aplicação de duas camadas de sistema adesivo com secagem após cada camada e fotoativação após segunda camada

Após a aplicação completa do sistema adesivo, foi iniciada a reanatomização do elemento 22 com a resina Vittra Unique (FGM, Joinville, SC, Brasil) (Fig. 15). A técnica adotada foi a de incrementação simples à mão livre, com 20 segundos de fotoativação em cada incremento com a unidade fotoativadora Radii Cal (SDI, Bayswater, Austrália) (Fig. 16). Após a aplicação da resina e ajustes anatômicos finalizados com o auxílio do pincel (Hotspot Design, Curitiba, PR, Brasil) e resina umidificadora Composite Wetting Resin (Ultradent, Indaiatuba, SP, Brasil), foi retirado o dique de borracha, o fio afastador e, então, efetuou-se um acabamento inicial utilizando-se uma ponta diamantada extrafina 3118 (KG Sorensen, Cotia/SP, Brasil) em alta rotação para retirar os excessos de resina na face palatina (Fig. 17).

Na sequência, procedeu-se com o manuseio da lâmina de bisturi número 12 (Medix, Cascavel, PR, Brasil) em região de cervical e discos de lixa (TDV, Pomerode, SC, Brasil) em baixa rotação com quatro diferentes granulometrias nas regiões vestibular e palatina (Fig. 18).

Em seguida, foi feito o polimento utilizando-se um kit de borrachas abrasivas (American Burs, Palhoça, SC, Brasil) em três diferentes granulometrias e um polidor Jiffy Polisher Espiral (Ultradent, Indaiatuba, SP, Brasil) (Fig. 19).

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Figura 15 – Resina composta Vittra Unique

Figura 16 – Fotoativação do incremento de resina composta

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Figura 17 – Retirada de excessos presentes na face palatina com ponta diamantada 3118 FF em alta rotação

Figura 18 – Acabamento com discos de lixa em baixa rotação

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Figura 19 – Polimento feito com Jiffy Polisher Espiral (Ultradent)

Passado o período de sete dias, iniciou-se a sessão para o fechamento de diastema do elemento 12. Realizou-se um novo protocolo fotográfico, e o procedimento para a reanatomização do elemento 12 começou. Em seguida, foi repetido todo o processo de isolamento, asperização (Fig. 20), inserção do fio afastador, posicionamento da tira de poliéster, aplicação do sistema adesivo e fechamento de diastema com a resina Vittra Unique (FGM, Joinville, SC, Brasil) com a técnica de incrementação simples à mão livre. Realizou-se o acabamento e polimento final nos elementos 12 e 22, dando brilho e lisura de aspecto natural à superfície dentária (Fig. 21); por fim, foi feito o protocolo fotográfico final (Fig. 23).

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Figura 20 – Ranhuras feitas no esmalte do elemento 12

Figura 21 – Acabamento e polimento final

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Figura 22 – Protocolo fotográfico inicial e final

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4 DISCUSSÃO

O sorriso é tido como um dos principais fatores associados à estética e à autoconfiança nas pessoas. A falta de harmonia nesse quesito pode acarretar grande impacto estético- funcional, podendo comprometer também o convívio social do indivíduo, visto que interfere em seu bem-estar psíquico e social (SANTOS; CUNHA, 2021). No entanto, pequenas alterações anatômicas são comuns em grande parte da população; com isso, é nítida a procura cada vez mais recorrente por tratamentos com influência na autoimagem das pessoas, como reanatomizações nos elementos dentários, não só por saúde e função, mas também por uma melhora na autoestima (ARAUJO et al., 2020; PEREIRA, et al., 2016).

Além da forma anatômica, a cor também é um fator muito relevante na estética do sorriso. Nesse sentido, o clareamento é uma ótima opção para resolver casos nos quais a forma dos elementos não é o fator mais relevante, mas, sim, a cor. As principais substâncias utilizadas são o peróxido de carbamida, o peróxido de hidrogênio e perborato de sódio, que quebram os pigmentos com agentes oxidantes na porção orgânica do dente, promovendo o clareamento da superfície (SOSSAI; VERDINELLI; BASSEGIO, 2011). Um estudo feito por Goyatá et al.

(2017) relata que a associação entre o procedimento restaurador e o clareamento dental feito previamente possibilita um resultado mais favorável, uma vez que aumenta o valor e o brilho do esmalte dental, de modo a acentuar as características de translucidez. Nesse ensejo, o uso de clareador antes de tratamentos estéticos tem por finalidade chegar a uma cor aceitável e evitar a troca posterior dessas restaurações, principalmente em tratamentos com resinas compostas.

As resinas compostas são, hoje, materiais com amplo uso e um dos maiores sucessos dos resultados das pesquisas em biomateriais (CRAMER et al., 2011), tendo em vista que possibilitam a reposição de tecidos perdidos por cárie ou fraturas simulando sua estética e com resistência mecânica aceitável. A utilização desse recurso para os processos restauradores estéticos em dentes anteriores é recorrente, visto que ele apresenta uma gama de cores compatíveis aos remanescentes dentários, além de translucidez e ótima opacidade, colaborando para o contentamento estético do procedimento.

No entanto, mesmo com toda a evolução das resinas compostas e com toda variedade de cor e opacidades, os cirurgiões-dentistas ainda enfrentam dificuldades em relação à seleção de cor, principalmente em tratamentos estéticos (NAHSAN et al., 2012). Trata-se de uma etapa complexa, pois aumenta o tempo de atividade clínica e ainda potencializa a chance de um retrabalho, já que o erro na seleção pode ensejar trocas futuras das restaurações, exigindo um retratamento em virtude da mudança de coloração da resina composta em relação ao

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remanescente dental. Além disso, causa receio em alguns pacientes, tendo em vista que tratamentos estéticos são envoltos pela expectativa de se conquistar um resultado satisfatório.

Nesse sentido, o desenvolvimento tecnológico dos materiais restauradores associado ao aprimoramento no estudo do comportamento dos tecidos dentários permitiu a criação de novas resinas compostas com melhorias em suas propriedades mecânicas e ópticas (NAHSAN et al., 2012), viabilizando um trabalho mais satisfatório esteticamente. O surgimento das resinas com efeito camaleão é fruto desse avanço: sua tecnologia unicromática tem como proposta se comportar como os tecidos dentários em relação à sua coloração, refletindo-a e alcançando um mimetismo perfeito entre a resina composta e o elemento dentário restaurado. Ademais, elas aumentam a produtividade clínica e diminuem as falhas no tocante à seleção de cor por dispensá-la, trazendo as tonalidades do bleach ao D4 em uma única resina composta, de acordo com o fabricante (FGM DENTAL GROUP, 2021).

Entretanto, a estabilidade de cor permanece um ponto duvidoso sobre o uso desses sistemas restauradores. Por ser uma nova tecnologia, ainda não existem muitas referências de longo prazo que explanem se a resina na questão de estabilidade de cor é satisfatória ou não.

Todavia, existem estudos que mostram que o material restaurador Vittra APS Unique (FGM, Joinville, SC, Brasil) teve maior estabilidade de cor comparado à resina composta Vittra APS (FGM, Joinville, SC, Brasil) (SOUZA, 2022). Em relação às propriedades mecânicas, os estudos que as avaliam são escassos; no entanto, Vittone, Servían e Urbina (2022) afirmam que as propriedades são aceitáveis, sendo necessários, porém, mais estudos para avaliar essa asserção. Em um caso de reanatomização de dentes anteriores com o uso da resina composta unicromática da FGM, realizado por Santos e Cunha (2021), foi relatado que, com o uso do referido material, obteve-se uma reprodução da anatomia dentária e óptica satisfatória, além de diminuição do custo e do tempo de execução.

Assim, alinhado às pesquisas acima, este estudo buscou demonstrar a eficácia do efeito camaleão da resina composta unicromática na execução de pequenos ajustes estéticos anterossuperiores, descrevendo o processo de fechamento de diastemas por meio da técnica de incrementação simples sem o uso de diferentes graus de opacidade e translucidez. Antes da polimerização, o contraste e a cor mais opaca facilitam a visualização e o controle do procedimento restaurador; todavia, durante o processo fotopolimerizador, é alcançado o espelhamento cromático, de modo a efetuar a reanatomização dos incisivos laterais superiores com êxito.

No que diz respeito a esta paciente, a resina composta unicromática foi uma escolha favorável por ser um caso de fechamento de diastemas com necessidade de ajustes estéticos

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pequenos. Ademais, ela possuía elementos dentários de diferentes tonalidades; dessa forma, o uso de uma única resina composta possibilitou um menor tempo de trabalho, sendo mais conveniente para a paciente e para o profissional.

Em vista disso, de acordo com os resultados obtidos neste caso, observa-se que a resina composta unicromática com efeito camaleão pode ser inserida no dia a dia clínico do cirurgião- dentista na realização de tratamentos estéticos, com o intuito de aumentar a taxa de sucesso em relação à seleção da cor e à satisfação do paciente, principalmente daqueles inseguros quanto a obter restaurações estéticas com tonalidades diferentes de seus remanescentes.

5 CONCLUSÃO

A resina composta unicromática com efeito camaleão cumpre seu papel, atingindo o mimetismo esperado. É, portanto, uma opção aplicável para a reanatomização de dentes anteriores.

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REFERÊNCIAS

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BORGES, Maria Heloísa de Souza et al. Faceta direta em resina composta: Relato de caso clínico. Revista de Iniciação Científica em Odontologia, [s.l.], v. 17, n. 2, p. 111-118, 2019.

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CRAMER, N.B.; STANSBURY, J.W.; BOWMAN, C.N.. Recent Advances and

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FERNANDES, Hayanne Kimura et al. Evolução da resina composta: revisão da

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PEREIRA, Davisson Alves et al. Reabilitação estética do sorriso por meio de procedimento restaurador direto com resina composta nanoparticulada: relato de caso. Revista

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SANTOS, Neiara Silva dos; CUNHA, Thalita Fernanda Carneiro da. Intervenção restauradora em dente anterior fraturado por trauma com resina unicromática: relato de caso. Brazilian Journal of Development, [s. l.], v. 7, n. 12, p. 116104–116117, 2021.

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SOSSAI, Najara; VERDINELLI, Ellen Carla; BASSEGIO, Wagner. Clareamento dental.

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