O estado do tempo no Continente foi condicionado pela passagem de depressões às quais estiveram associadas superfícies frontais, excepto de 12 a 14 em que predominou a influência de um anticiclone.
De 12 a 14, o céu esteve em geral limpo e o vento soprou do quadrante leste, moderado por vezes forte e com rajadas nas terras altas do Norte e do Centro e no litoral Oeste. Nos restantes dias o céu esteve muito nublado e ocorreram períodos de chuva ou aguaceiros, por vezes fortes, e acompanhados de trovoada. Nesta década verificou-se uma descida da temperatura máxima.
MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR
INSTITUTO DE METEOROLOGIA
BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA
Publicação TrimensalPRESIDENTE: Dr. Adérito Vicente Serrão Dia 21 de Outubro de 2006 — N.º 1983
2.ª década (11-20) de Outubro de 2006
Propriedade do Instituto de Meteorologia Rua C ao Aeroporto de Lisboa 1749-077 LISBOA — PORTUGAL
Sai aos dias 1, 11 e 21 de cada mês
Assinatura anual: ¤ 53 (inclui IVA e portes de correio) Avulso: ¤ 2
Depósito Legal n.º 7919/85 — ISSN 0870-4694
INFLUÊNCIA DO TEMPO NAS CULTURAS
INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS
De 11 a 20 de Outubro, os valores da temperatura média do ar foram ligeiramente superiores aos valores normais (61-90) para a época em quase todo o território. Variaram entre 9.4ºC nas Penhas Douradas e 20.3ºC em Faro. Os desvios em relação aos valores normais (61-90) variaram entre -0.2ºC nas Penhas Douradas e +2.1ºC em Alvalade.
Os valores da quantidade de precipitação ocorridos nesta década variaram entre 21.3 mm em Faro e 146.0 mm em Proença-a-Nova e foram bastante superiores aos normais (61-90) para a época em todo o território, excepto em alguns locais do Sul.
Os valores de insolação variaram entre 34 horas no Porto e 67 horas em Sagres e foram inferiores aos normais (61-90) para a época em todo o território.
Nesta década os valores de evapotranspiração potencial (calculada pelo método de Penman) apresentaram-se próximos dos normais (61-90) para a época em todo o território. O menor valor de 12 l/m² ocorreu em Montalegre, e o maior, de 30 l/m2, em Faro.
Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, foram superiores a 50% em todo o território excepto nas regiões do Baixo Alentejo e Algarve onde não ultrapassaram os 20%, valores superiores aos normais (61-90) para a época. Variaram entre 7% em Faro e 100% em alguns locais a Norte.
No inicio da década a percentagem de armazenamento de água nas principais albufeiras situadas a norte do rio Tejo era, em média, de 55%, sendo em igual data do ano passado de 47% (segundo informação retirada dos boletins da REN).
VALORES NA DÉCADA E DESVIOS DA NORMAL TEMPERATURA DO AR PRECIPITAÇÃO (mm) Média Desvio da normal Total Desvio da normal ESTAÇÃO
Temperatura do ar
(isotérmicas médias) A norte do Tejo: Temperatura média: 15.7 Desvio da normal: -0.5Precipitação (mm)
(isoietas)2.ª década, 11-20 de Outubro de 2006
Montalegre ... 11.6 +0.9 126.0 +89.8 Mirandela ... 16.1 +0.8 47.3 +27.8 Braga ... – – – – Vila Real ... 14.8 +0.4 71.1 +31.7 Viseu ... 14.8 – 104.4 – Coimbra ... 18.1 – 60.0 – Castelo Branco ... 16.8 +1.1 71.1 +38.2 Santarém/Fonte Boa ... 19.3 +1.8 – – Lisboa ... 19.6 +1.3 88.0 +51.0 Portalegre ... 16.8 +0.8 116.3 +81.3 Elvas ... 19.1 +2.0 64.1 +34.8 Évora ... 18.6 – 71.1 – Beja ... 19.0 +1.6 35.6 +11.2 Alvalade ... 19.4 +2.1 28.5 +2.3 Faro... 20.3 +1.8 21.3 -14.3 A sul do Tejo: Temperatura média: 19.0 Desvio da normal: +1.6 A norte do Tejo: Precipitação média: 86.3 Desvio da normal: +44.4 A sul do Tejo: Precipitação média: 57.8 Desvio da normal: +27.1Evolução provável das condições meteorológicas até 31 de Outubro de 2006
O estado do tempo continuará a ser influenciado pela passagem de depressões às quais por vezes estão associadas superfícies frontais. A partir de dia 26 prevê-se que este cenário se altere, devido à influência de um anticiclone.
Previsão do estado do Tempo no Continente até 31 de Outubro de 2006
Até dia 25 há condições favoráveis à ocorrência de trovoada e continua-se a prever períodos de chuva ou agua-ceiros que serão por vezes fortes.
A partir de dia 26 o céu deverá apresentar-se em geral pouco nublado.
Valores normais na 3.ª década (21-31) de Outubro
TEMPERATURA DO AR PRECIPITAÇÃO TOTAL (mm)
Montalegre ... 9.8 26.8 Mirandela ... 13.6 18.4 Braga ... 14.5 49.5 Vila Real ... 13.0 37.9 Viseu ... – – Coimbra ... – – Castelo Branco ... 14.5 24.7 Santarém/Fonte Boa ... 16.3 26.8 Lisboa ... 17.4 26.2 Portalegre ... 15.4 29.7 Elvas ... 15.9 17.5 Évora ... – – Beja ... 16.4 22.9 Alvalade ... 16.1 20.5 Faro... 17.7 19.5 ESTAÇÃO ESTAÇÃO TEMPERATURA-BASE NA DÉCADA DESDE 1 Set 1 Jan
TEMPERATURAS ACUMULADAS
0°C 6°C 10°C 12°C Tb = 0°C Tb = 6°C 132.6 72.6 32.7 14.7 870.1 2646.2 - - - -150.0 90.0 50.0 30.0 920.5 2861.8 184.0 124.0 84.0 64.0 943.7 3055.4 147.7 87.7 47.7 27.7 906.0 2771.9 180.8 120.8 80.8 60.8 992.4 3265.5 182.7 122.7 82.7 62.7 966.7 -168.0 108.0 68.0 48.0 1037.3 3459.4 167.6 107.6 67.6 47.6 1036.7 3499.3 - - - -192.2 132.2 92.2 72.2 1089.9 3678.1 185.8 125.8 85.8 65.8 1085.0 -190.0 130.0 90.0 70.0 1098.2 3633.2 190.2 130.2 90.2 70.2 999.5 3262.5 203.4 143.4 103.4 83.4 1114.5 3792.3 193.4 133.4 93.4 73.4 1029.3 3433.3 BRAGANÇA... VIANA DO CASTELO ... VILA REAL ... PORTO/PEDRAS RUBRAS ... VISEU/CENTRO ... COIMBRA/CERNACHE... MONTE REAL ... CASTELO BRANCO ... PORTALEGRE... FONTE BOA ... LISBOA/G.COUTINHO ... ÉVORA ... BEJA ... SINES/MONTE CHÃOS... FARO ... SAGRES ...CLASSIFICAÇÃO DO ANO AGRÍCOLA
DE 2005-2006 QUANTO À PRECIPITAÇÃO
LEGENDA DOS QUADROS
QUADRO I
CAU...Capacidade de Água Utilizável (mm) T ...Temperatura Média do Ar (ºC) H R ... Humidade Relativa do Ar – Média às 09 UTC (%) V ...Velocidade Média do Vento (km/h) I ...Insolação (h) R ... Precipitação (mm) ETP ... Evapotranspiração Potencial – Penman Original (mm) % AS ... Percentagem de CAU preenchida D ... Desvio de cada elemento em relação ao valor médio
QUADRO II
Notas:
1. O desenvolvimento potencial das culturas é calculado em função da temperatura média na década;
2. A cada espécie e variedade corresponde um zero vegetativo, isto é, uma determinada temperatura a partir da qual a planta se desenvolve.
QUADRO III
TMIN ... Temperatura Mínima do Ar em abrigo (ºC) TMAX ... Temperatura Máxima do Ar em abrigo (ºC) TREL ... Temperatura Mínima do Ar junto à relva (ºC) T10 ... Temperatura do Solo à profundidade de 10 cm T20 ... Temperatura do Solo à profundidade de 20 cm H R ... Humidade Relativa do Ar às 09 UTC MIN ...Valor Mínimo MÁX ... Valor Máximo MED ...Valor Médio
Notas:
• Consideram-se os meses divididos em 3 decêndios ou décadas: 1ª década – 1 a 10; 2ª década – 11 a 20; 3ª década – 21 até ao último dia do mês.
• Os elementos meteorológicos observados nas diferentes estações, que serviram de base aos valores inscritos nos quadros I, II e III chegam ao IM, em tempo real, através de mensagens telegráficas, pelo que se poderão considerar apenas provisórios.