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Edição 41 Ano IV 10 de agosto de 2014
Informativo de Dança exclusivo do do IBT e Espaço VIRALAPA
M e n s a g e m d o E d i t o r
PERCY RODRIGUES
Este Informativo é distribuído gratuitamente por meio eletrônico. Para recebê-lo, atualize seu-email na secretaria do Espaço VIRALAPA. Esta e todas as edições passadas podem ser acessadas
no www.tangoporsisolo.com.br e www.viralapa.com
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brLEIA NESTA EDIÇÃO
02 - Entrevista
Clara Vainboin 05 - Reportagem
SegundAlternativa
C
om justificada satisfação, chegamos à quadragésima primeira edição do nosso Informativo, registrando os principais fatos ocorridos no Espaço VIRALAPA, divulgando notícias do IBT, da Milonga Xangô e SegundAlternativa entre outras.Para esta edição, tivemos a fe- liz oportunidade de entrevistar Clara Vainboin, veterana partici- pante do movimento do tango no Rio de Janeiro, notável pela sua incomparável capacidade de se re- lacionar com as pessoas do gru- po, constituindo-se numa especial agregadora.
Nossa repórter tanguera, Sandra Santos, conta, com peculiar esti- lo e fotos sugestivas, o que acon- teceu na SegundAlternativa do dia 28 de julho passado.
Assim, continuamos com nossa missão de registrar os acontecimentos verificados no Espaço VIRALAPA e IBT, e divulgar fatos e pessoas do passado, trazendo para o presente o que acontecia nos primórdios do atual movimento de tango na cidade. Como afirmou o filósofo Mahatma Gandhi, “ o presente é o resultado do que fizemos no passado”.
C
lara Vainboin é graduada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, antiga Univer- sidade Nacional de Direito, e em Comunicação Social pela Escola de Comunicação da Universidade do Rio de Janeiro, além de ter par- ticipado de diferentes seminários e cursos correlatos. Foi servido- ra pública no cargo de Auditora Fiscal da Receita Federal e, como atividade privada, Guia de turismo para o exterior, principalmente Europa e Extremo Oriente. Atual- mente é sócia de escritório de ad- vocacia especializado em Direito do Consumidor, Seguro e Resse- guro, e Trabalhista.Iniciou-se no mundo da dança não muito jovem, porque não era apreciadora de dança na juventude. Começou, então, com dança de salão, mas não se identificicou com o gênero.
Levada por Aparecida Belloti, Clara assistiu a uma aula de tango dos professores Eric e Jeusa que se encontravam de passagem pelo Rio. Contudo, somente começou suas aulas de tango
meses depois quando Eric e Jeusa formaram uma turma. Quando o casal viajava,
era substituído pela dupla de professores Marcia Figueiredo e Plínio. Aos poucos, foi conhecendo outros professores, como Álvaro Reys, Paulo Araújo, Ângela Cepeda, José Antonio, Luciano Bastos e Marcos Cayres ( M a r q u i n h o s ) . Pede desculpas se esqueceu de algum, mas acredita que mencionou todos.
Ela frisa que sem- pre gostou muito da música, o que fa- cilitou a entrada no ritmo: as mel- hores experiências vieram do convívio com o pessoal que frequentava o tan- go, as viagens que
fez juntos, os encontros nos res- taurantes em Bs.AS., mas menciona
CLARA VAINBOIN, nascida em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, não é uma grande bailarina do tango, nem tão pouco professora do ritmo portenho.
Também, não é uma constante empreendedora de eventos de tango, mas o que não se pode negar é a sua incomparável capacidade de agregar pessoas ligadas ao tango. Sempre muito bem apresentada, com muita classe, charme e simpatia, ela transmite uma energia incrível às pessoas que dela se acercam. Clara é também uma das pessoas que participaram do movimento de revitalização do tango no Rio de Janeiro e no País, no limiar do terceiro milênio. A dança de salão nunca foi o seu forte na juventude, mas, depois de assistir a uma apresentação do casal teuto- brasileiro, Eric e Jeusa, Clara apaixonou-se pela magia do ritmo, dedicando-se literalmente de corpo e alma nas aulas com renomados professores argentinos e brasileiros, e, ativamente, na organização e realização de inesquecíveis milongas.
Com sua notável energia, foi protagonista em fatos marcantes acontecidos com colegas do movimento, que até ela desconhecia , porém, dignos de registro.
Entrevista Clara Vainboin
Talismã e agregadora de tangueros
que, graças ao Eric Mueller que lhe solicitou hospedar um casal de professores, Maria e Rodolfo Cierri, sua primeira viagem a Bs.
As., já dançando um pouco de tan-
go, foi única e inesquecível. Por eles, ela foi apresentada a tudo e a todos, ouvindo tangos maravil- hosos com gravações antigas de manhã à noite. Fora o carinho e atenção com que seus amigos da velha guarda a recepcionaram.
“Inesquecível”, exclama Clara.
Ela lastima que os velhos tempos passaram. Entende que na vida te- mos que nos adaptar às novas re- alidades, mas a sensação de ir ao baile hoje mudou. “Não são como os de antigamente em que todos dançavam com todos, não havia necessidade de se fazer acompan- har por profissionais para poder dançar.”
Devido ao excesso de trabalho e viagens constantes, Clara não tem acompanhado de perto os últimos acontecimentos no tan- go. Saudosamente, ela declara que “adoraria ver o retorno dos velhos tempos em que todos se confraternizavam com respeito, carinho e companheirismo”.
Entrevista Clara Vainboin
Continuação da pág 2
Clara, um talismã
Além das virtudes já cita- das de Clara, ela tem a ex- traordinária propriedade de estar na hora certa no lugar certo, transmitindo sua ener- gia positiva para circunstantes que eventualmente se acercam dela. Veja a seguir relatos de Paulo Araújo e Percy Ro- drigues sobre episódios onde a presença de Clara foi decisiva.
P
avadita é uma interessante e frequentadíssima milonga da cidade de Buenos Aires. Prevalendo-se da logística do salão, cavalheiros se colocam lateralmente no centro do salão, num plano ligeiramente elevado, enquanto damas sosinhas e casais se acomodam nos outros lados do salão, formando uma expontânea e curiosa configuração, inusitada em outos locais de dança da cidade.Naquela tarde, Paulo Araújo, embora tivesse de cumprir dia repleto de compromissos, estava ansioso para dançar e decidiu ir à Pavadita . Lá chegando, Paulo, por acaso, encontrou Clara, sua aluna, que pas- sava uma temporada na cidade, recebendo aulas de Rodolfo e Maria Cierri, mestres do tango argentino.
Paulo e Clara dançaram in- tensamente durante vários se- guimentos. Paulo, com sede de dançar, Clara, aquecidíssima, com os recentes ensinamentos de Rodolfo e Maria Cierri.
O que o casal desconhecia é que estava sendo permanente- mente filmado por um observa- dor europeu à procura de um mestre de tango para realizar aulas em cidades da Espanha.
Passaram-se meses até que, numa noite, estava Paulo Araújo dando aulas no espaço da Rua da Passagem, quando viu chegar um estranho visi- tante, de bigode espesso, com aparência de cansado, carre- gando uma pesada bolsa. Paulo não o conhecia, mas pensou que,certamente, seria alguém em busca de aulas de tango.
Terminada a aula, Paulo apresentou-se ao visitante, de nome Elagio, o qual, num ufa
! de satisfação, afirmou “final- mente, encontrei você. Estou procurando-o há meses!”.
Em seguida, Elagio informou a Paulo que tinha sido enviado ao Rio para localizá-lo, pois tinha em mãos uma grava- ção feita em Buenos Aires que despertara grande interesse em alunos de tango na Espanha.
Ele tinha sido incubido de encontrá-lo e, eventualmete, contratá-lo.
Desse encontro, resultou uma profícua excursão a cidades da Espanha. Patrocinado pela saudosa Varig, Paulo Araújo com a parceira da época, Laure Quiquempois, em parceria também com Blas Rivera, renomado sax, Ana e Eduardo, respectivamente, violinista e pianista da OSB, realizou magníficas apresentações nas cidades de Penínscola, Valência e Albacete. Entre uma apresentação e outra, Paulo Araújo, dava classes de tango aos tangueros locais, despertando enorme ciumeira no grupo de professores argentinos presente, pela notória preferência dos alunos espanhóis às aulas do brasileiro, em detrimento dos
“hermanos” que, até então, detinham “aquele mercado”.
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Outro episódio, no qual fun- cionou o talismã Clara, ocor- reu mais ou menos na mesma época. Percy Rodrigues fazia uma temporada de aprendiza- do do tango em Buenos Aires.
Ao sair de um táxi, em frente ao hotel onde se hospedava, Percy perdeu sua carteira, portando todos os cartões de crédito e de identidade, exce- to o passaporte, que ele tinha deixado no quarto do hotel, e algum dinheiro em espécie.
Preocupado com a perda, Per- cy imediatamente cancelou os cartôes de crédito e comu- nicou ao consulado brasileiro sobre a perda das identidades brasileiras. Passaram-se meses.
O assunto estava praticamente esquecido. Mas aí, funcionou a incrível energia da nossa en- trevistada. Num determinado momento, Clara estava na casa de Rodolfo e Maria, no seu último dia de aula em Bs.As. , quando alguém telefonou ao casal, comunicando que havia encontrado documentos de um brasileiro chamado Percy Rodrigues.... Ao ouvir o nome, Clara, de imediato, disse que conhecia a pessoa e poderia entregar-lhe os documentos no Brasil O generoso cidadão argentino foi de extrema gen- tileza, marcando encontro com Clara na estrada, a camin- ho para o Aeroporto de Ezei- za, entregando-lhe os docu- mentos por ele achados.
A carteira tinha sido encon- trada nos fundos de um ôni- bus urbano, obviamente, sem o dinheiro. Nessa carteira, Per- cy havia colocado o cartâo de visitas de Rodolfo e Maria Cierri, recebido durante uma temporada do casal de profes- sores no Rio, o que possibilitou o contato do desconhecido com o casal de mestres.
Clara não é mesmo um talismã?
Entrevista Clara Vainboin
Continuação da pág 3
EXPEDIENTE
INSTITUTO BRASILEIRO DO TANGO
Presidente: Paulo Araújo
ESPAÇO VIRALAPA
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andraS
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área para comentar o baile da SegundAlter- nativa do mês de julho. Nesta edição destaco os bolos da fes- ta que estavam muito gostosos.Parabéns aos aniversari- antes!!! Eles estavam radi- antes de alegria e satisfação.
Vida longa com muitas dança, boa música, realizações e con- tentamentos, são os meus votos!
O VIRALA- PA atrai e fica repleto de gente bo- nita – Vejam só: Célia está de volta pra se jun- tar a nós e dançar como nunca – dança todos os ritmos muito bem – Fe- licitações pelo seu encanto!
Bianca estava radiante com um sorriso contagiante – lindinha essa menina!!
Valéria, Lilian, Leila e Rubén sempre prestigiando com as suas presenças. Viva – olha o abraço dos amigos, uma beleza sem igual!!!
Monica e Ronaldo também estavam encantadores – o sorriso deles diz o quanto estavam felizes – queridos como sempre!!
Com muito charme, mais uma vez os amigos abrilhantaram a noite, Sheila e Ronaldo são amigos da Valeria e da Célia.
Bem vindos!!!!!
Segun Alter
tagiante e o salão estava re- pleto de dançarinos.Quem veio aproveitou para rever os amigos, dançar, comer e ouvir boa música. A vida fica bem melhor quando en- contramos os amigos na dança, você concorda?
O baile foi animado como sempre.
Voltem na próxima Se- gundAlternativa de agos- to que será dia 25, a di- versão é garantida!
Nesta edição, fico por aqui, mas leitores queri- dos, contamos com a sua presença!!!!