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Grupo de Atuação da Estratégica da Defensoria Pública nos Tribunais Superiores
1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO ROBERTO BARROSO
RELATOR DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N° 5.874/DF DO COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
ADI 5.874/DF
A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO em
conjunto com a DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA, A DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL, A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO, a DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL, A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ,e a DEFENSORIA
PÚBLICA DO ESTADO DE TOCANTINS, por intermédio dos respectivos
Defensores Públicos que subscrevem a presente peça processual, vêm, com fundamento no artigo 138 do Código de Processo Civil, requerer a habilitação na qualidade de AMICUS CURIAE na Ação
Direta de Inconstitucionalidade n° 5.874/DF, pelos
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NOTA PRÉVIA
Em vista do peticionamento conjunto, as requerentes solicitam que futuras intimações sejam dirigidas à sede da representação da DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
em Brasília, situada no SCS - Quadra 8, Edifício Venâncio 2000, Bloco B60, 3º andar, sala 311, Asa Sul, Brasília/DF - CEP 70.333-900 – Telefone: (61) 3322-1293, conforme previsão contida na Cláusula quarta, inciso I, do Acordo de Cooperação para Atuação Estratégica das Defensorias Públicas Estaduais perante o STJ e STF, assinado pelas ora requerentes.
1. BREVE RESUMO DOS FATOS
Cuidam os autos de Ação Direta de Inconstitucionalidade, com requerimento de medida cautelar,
ajuizada pela Procuradoria-Geral da República, em 28.12.2017, objetivando a declaração de inconstitucionalidade do “art. 1º- I, §1º - I do art. 2º, e os artigos 8º, 10 e 11 do Decreto nº 9.246, de 21 de dezembro de 2017, que concedem indulto”, por contrariedade aos arts. 2º, 5º, caput, e incs. XLVI, XLII, LIV, e 62 § 1º, al. b, da Constituição da República.
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3 Lei n. 9.868/1999, no sentido de suspender os efeitos do inc. I do art. 1º; do inc. I do § 1º do art. 2º, e dos arts. 8º, 10 e 11 do Decreto n. 9.246/17.
É nessa fase em que se encontram os autos.
2. RELEVÂNCIA DA MATÉRIA E REPRESENTATIVIDADE DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS ESTADUAIS E DO DISTRITO FEDERAL
Não há dúvida de que a decisão a ser proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos desta ADI atingirá pessoas em cumprimento de pena por todo o país, dentre as quais, a grande maioria é de assistidas das Defensorias
Públicas estaduais e da Defensoria do DF a quem cabe, nos
termos do artigo 134, caput, da Constituição Federal, a defesa dos necessitados e, inclusive, daqueles em execução de penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e pecuniárias.
Ademais, também é fato notório que essa grande maioria de pessoas em cumprimento de penas, além de serem pobres e de baixa escolaridade, cumprem penas privativas de
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4 Ainda, os Defensores Públicos estaduais e distritais fazem constante atendimento a presos nos diversos presídios espalhados pelos Estados e pelo DF, além de mutirões nacionais em determinados locais que exijam atuação urgente e concertada.
A par da representatividade das Defensorias Públicas estaduais e do DF no que tange à defesa de boa parte das pessoas em cumprimento de penas, soma-se o fato de que as Instituições poderão contribuir para o debate com informações, dados estatísticos e demais diligências que essa E. Corte Suprema entender relevante para o melhor deslinde da ação.
Vale ressaltar que as requerentes, por possuírem representação em Brasília, atuam diretamente nos seus processos junto ao Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça, e poderão contribuir para o debate com dados de sua própria experiência, inclusive em casos concretos relacionados à matéria em debate.
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pessoas negras. Na população brasileira acima de 18 anos, em
2015, a parcela negra representava 53%, indicando a sobre-representação deste grupo populacional no sistema prisional”. Em termos de escolaridade, 90% não possui sequer o ensino
médio completo. E, apenas tratando-se de pessoas presas por furto, receptação, estelionato e uso de documento falso, por
não haver grave ameaça ou violência à pessoa, o universo de beneficiados com o referido dispositivo de indulto seria de
101.174 pessoas.
Sem qualquer dúvida, a grande maioria, se não todas as pessoas nessas situações são assistidas por Defensores Públicos estaduais e distritais em seus processos execucionais.
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3. DO PEDIDO
Por todo o exposto, requer-se a admissão das peticionantes nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 5.874/DF, na qualidade de amici curiae, para todos os efeitos legais, inclusive para fins de apresentação de memoriais e formulação de sustentação oral.
Nestes termos,
Pedem deferimento.
Brasília, 30 de janeiro de 2018
Assinado digitalmente
RAFAEL MUNERATTI
DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
JOÃO HENRIQUEIMPERIAMARTINI
DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
RAÚL PALMEIRA
DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA
HÉLIA BARBOSA
DEFENSORA PÚBLICA DO ESTADO DA BAHIA
MÔNICABARROSO
DEFENSORA PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ
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7 DEFENSOR PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
THIAGO PILONI
DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
ANNA WALLERYA RUFINO E SILVA
DEFENSORA PÚBLICA DO ESTADO DE PERNAMBUCO
RAFAEL RAPHAELLI
DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
LEILAMAR DUARTE
DEFENSORA PÚBLICA DO ESTADO DE TOCANTINS
MARIA DO CARMO COTA