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A SUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA VIÁRIA ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO

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A SUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA VIÁRIA ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO Regina de Fátima Fructuoso de Andrade

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária

Camila Belleza Maciel Barreto Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária

Amir Mattar Valente

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Departamento de Engenharia Civil

Valter Zanella Tani

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária

Romeu Scheibe Neto

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT Coordenação Geral de Operações Rodoviárias

Edemar Martins

Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT Superintendência do Estado de Santa Catarina

RESUMO

As melhores estratégias para alcançar o êxito na mitigação dos riscos associados ao comportamento do homem no ambiente viário estão ligadas aos novos enfoques da educação para o trânsito, incluindo-a na educação infantil e no ensino fundamental onde, mais recentemente, as ações que objetivam a redução dos riscos, vêm se tornando mais abrangentes e integradoras no currículo escolar. Este novo enfoque é abordado no Projeto Percepção de Risco no Trânsito em Escolas Públicas Lindeiras às Rodovias Federais, realizado através da parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT. O projeto propõe a conscientização e mudanças no comportamento, propiciando uma tomada de consciência para a humanização do tráfego, abordando a segurança viária em um contexto social mais amplo, valorizando os aspectos éticos e de solidariedade humana, com a inserção destes temas de maneira transversal em escolas lindeiras às rodovias federais, prioritariamente em municípios onde existem segmentos críticos identificados. Busca-se conscientização e mudança de comportamento da comunidade lindeira à rodovia, pois o elemento humano é o foco estratégico das ações do sistema trânsito, considerando seu múltiplo papel como pedestre, condutor e passageiro.

Palavras-chave: educação no trânsito; segurança viária; escolas lindeiras às rodovias federais; sustentabilidade.

1. INTRODUÇÃO

A educação para o trânsito, como disciplina específica ou sob a forma interdisciplinar, é um tema complexo, atual e de grande relevância, seja na formação do futuro cidadão consciente no trânsito, ou como pedestre, ciclista, motociclista ou motorista, como também no aproveitamento do grande potencial multiplicador que as crianças podem exercer sobre os adultos.

A educação tem sido considerada como “um instrumento indispensável para o desenvolvimento social e econômico” (ORDOÑEZ, 2005). No entanto, no trânsito faz-se necessário repensar o que trata Ordoñez (2005), pois cada vez mais a escola tem assumido um papel social que busca formar cidadãos aptos a viver em comunidade. Porém, é incômodo estarmos no impasse de não sabermos quando vamos começar o processo definitivo de educação de trânsito nas instituições educacionais, não somente nas escolas de ensino

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fundamental e médio. Estamos falando de dezenas de milhares de mortes que podem ser evitadas, de bilhões de reais que poderiam ser canalizados para outras prioridades e de imensos benefícios para a sociedade (CORRÊA, 2009).

De acordo com o Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes, lançado em dezembro de 2008 pela Organização Mundial da Saúde e UNICEF, 830 mil crianças morrem anualmente vítimas de acidentes em todo o mundo e quando há sobrevida, as sequelas temporárias ou permanentes têm um índice elevado.

A prevenção é a principal saída para a problemática dos acidentes, que parece ser um problema de educação e um grande desafio para a sociedade, já que o ser humano traz no seu desenvolvimento ações de risco, como o erro e a violação a normas exigidas pela sociedade.

As crianças têm uma relação muito extensa e muito intensa com acidentes, pois são curiosas por natureza e necessitam assim, desde o seu nascimento, de proteção e acompanhamento para o desenvolvimento da sua autonomia que envolve diversos processos e habilidades motoras, cognitivas e sensoriais.

Com o passar do tempo, enquanto este processo não está completo, a criança fica vulnerável a uma série de perigos, inclusive no próprio ambiente familiar, o que exige cuidados especiais e atenção vigilante. Na escola, também não é diferente, principalmente porque a criança está exposta aos perigos da forma como elas percorrem o trajeto casa/escola e escola/casa.

A prevenção e a educação caminham juntas, todo dia é um novo recomeçar e isto parece ser um obstáculo para o ser humano adulto. No entanto para crianças parece ser o caminho mais adequado, pois estas incorporam os conceitos apreendidos e disseminam novos conceitos ao confrontar com as atitudes dos adultos.

O Projeto Percepção de Risco no Trânsito não objetiva de imediato a redução de acidentes e mortes no trânsito, mas sim, desenvolver um processo de conscientização das crianças para que possam perceber os riscos e as ameaças no trânsito e que sua formação seja adequada para quando for um condutor. Dessa maneira, as crianças iniciam um processo de percepção das atitudes dos adultos e chegam as suas próprias conclusões de que alguns adultos no trânsito, não devem ser modelos a serem seguidos.

Dessa maneira, este projeto atende as diretrizes estabelecidas pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), que visam possibilitar e incentivar os educadores a desenvolver

“atividades que promovam, por exemplo, a importância de atitudes voltadas ao bem comum, á análise e a reflexão de comportamentos seguros no trânsito”.

2. PROJETO PILOTO PERCEPÇÃO DE RISCO NO TRÂNSITO

O projeto Percepção de Risco no Trânsito teve início com a criação do Núcleo de Estudos sobre Acidentes de Tráfego em Rodovias - NEA, através do convênio o DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e a UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina.

O grande objetivo do NEA está voltado para a realização de estudos, projetos e pesquisa para a redução das causas por acidentes de trânsito. Dentro desse enfoque, surgiu em 2006, o projeto piloto denominado “Percepção de Risco no Trânsito nas Escolas Públicas Lindeiras às Rodovias Federais de Santa Catarina”, visando melhorar a percepção de risco no trânsito dos

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alunos e profissionais das escolas públicas situadas nas áreas de influência das rodovias federais do estado de Santa Catarina.

O estado de Santa Catarina possui cento e vinte e três municípios cortados por rodovias federais e o Projeto Percepção de Risco no Trânsito está sendo desenvolvido em escolas públicas lindeiras, situadas nas rodovias BR-101, BR-116, BR-280, BR-470, BR-153, BR- 158, BR-163 e BR-282.

Desenvolvido em quatro escolas públicas de quatro municípios, o projeto piloto foi implantado no Estado de Santa Catarina contemplando o Grupo Escolar Guilherme Wiethorn Filho, situado no km 212 da rodovia BR-101, no município de Palhoça; a Escola Básica Municipal Nemésia Margarida, situada no km 62 da BR-470 em Blumenau; a Escola Estadual Básica Alvino Tribess, situada no km 61 da BR-280 em Jaraguá do Sul e a Escola Estadual Básica Profa. Maria Salete Cazzamali, localizada no km 139 da BR-116 em Santa Cecília.

Houve grande participação dos alunos nas atividades, pois o material traz várias situações de risco e de prevenção no trânsito, sempre com personagens de desenho animado ou mesmo com personagens humanos. O material impresso traz os planos de aula prontos para o professor, com as sugestões de atividades para cada tema, modelos de questionamentos que podem ser feitos aos alunos, como também mostra os tipos de avaliação que podem ser realizados após o uso do material.

Antes dos professores iniciarem as aulas do projeto, é aplicado o questionário-diagnóstico para os alunos, objetivando a verificação do conhecimento sobre trânsito. Após o desenvolvimento dos oito temas, no término do projeto, o questionário-somativo é aplicado. O questionário-somativo é o mesmo questionário que foi aplicado no diagnóstico, e mostra a progressão na aprendizagem dos educandos.

Durante o projeto, acontece o encontro de avaliação, para realizar levantamento dos pontos positivos e dos pontos negativos, a motivação dos professores e dos alunos, a construção do conhecimento e utilização do material. Ao término do projeto, é realizado o encontro de encerramento, com a apresentação da CIPAT - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trânsito, que é criada durante o desenvolvimento do projeto na escola, para dar continuidade nas atividades de trânsito nas escolas.

Este projeto tem alcance a curto e a longo prazo, pois objetiva desenvolver o processo de conscientização nas crianças. A curto prazo, com relação à diminuição de acidentes, por exemplo, verifica-se que as crianças estão influenciando seus pais e famílias a terem um comportamento mais adequado no trânsito. A longo prazo, estas crianças serão os futuros condutores e futuros cidadãos do país, na construção de uma nova sociedade.

O projeto apresenta etapas de preparação, formação, operação e sustentabilidade, que serão apresentados a seguir.

2.1. Etapa I - Preparação

2.1.1. Mapeamento dos segmentos críticos

Na fase inicial, são identificados os segmentos considerados críticos, no que tange à segurança viária, dentro da área à qual se pretende implantar o projeto podendo esta ser

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constituída por um trecho de rodovia, um município, um estado ou até mesmo todo o país.

O cálculo de identificação de segmentos críticos segue o método homologado pelo Laboratório de Transportes e Logística – LabTrans junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT através do Núcleo de Estudos sobre acidentes de tráfego em rodovias - NEA. Todos os métodos de cálculo podem ser consultados nos produtos desenvolvidos pelo Núcleo, os quais estão disponíveis em http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/convenios-com-a-ufsc.

Além do desenvolvimento do método, o LabTrans criou um Sistema Georreferenciado de Informações Viárias - SGV que objetiva ser uma ferramenta auxiliar no gerenciamento e consulta aos dados de tráfego do país, tais como volumes e acidentes. Dentro deste sistema existe uma consulta específica sobre a identificação de segmentos críticos, que nada mais é que consultas simples aos resultados de aplicação do método homologado.

2.1.2. Localização das escolas

Após o mapeamento dos segmentos críticos, buscaram-se escolas localizadas em áreas lindeiras às rodovias federais e que estivessem próximas aos segmentos críticos identificados ou em municípios com segmentos críticos. A partir daí, foi realizado contato pelo telefone com os diretores das escolas e as Secretarias de Educação, para verificar o interesse na participação no projeto que tem a duração de 10 meses. A Figura 1 mostra os municípios participantes no Projeto Piloto Percepção de Risco no Trânsito.

Figura 1 Mapa de Santa Catarina

Conforme o mapa acima, os municípios participantes do Projeto Piloto foram os municípios de Palhoça, Blumenau, Jaraguá do Sul, Santa Cecília, Concórdia. Irani, Descanso, Palmitos e São Miguel do Oeste.

2.2. Etapa II - Formação

Na capacitação dos professores é discutida a metodologia, os temas e as técnicas que estimulam os alunos a pensar, participar e chegar as suas próprias conclusões para compor, debater e comparar suas respostas. A metodologia utilizada não necessita que o professor

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ministre o conteúdo de trânsito separadamente de sua disciplina.

O material didático inclui material impresso, cartazes, DVDs e CDs. O projeto contempla oito temas sobre o trânsito: Travessia de Rua, Pedestre, Brincadeiras de Rua, Cidadania no Trânsito, Ciclista, Sinalização, Cinto de Segurança e Primeiros Socorros.

2.3. Etapa III - Operação

Os temas são trabalhados transversalmente ao conteúdo curricular. Por exemplo, na disciplina de matemática, os professores utilizam o trânsito para solucionar problemas ou mostrar equações, em português, os alunos aprendem sobre gramática, textos e redações, utilizando o tema trânsito, em ciências, os professores abordam quais os efeitos do álcool no organismo, em história, sobre os acidentes que envolvem o bairro relacionado com a geografia do bairro, e assim, o tema trânsito vai sendo abordado em todas as disciplinas.

Dentro do tema pedestre, os professores apresentam aos alunos o que é ser pedestre e quais as regras que regem a sua circulação. Quanto aos ciclistas, muitos são os acidentes que envolvem crianças entre 6 e 14 anos, que atravessam a rodovia sem os conhecimentos das regras básicas de circulação e o uso do capacete.

O tema sinalização auxilia o conhecimento e a interpretação dos significados dos códigos e sinais de trânsito. No tema sobre cinto de segurança é mostrado a sua utilização correta, como também outros dispositivos de segurança, como cadeirinhas e assentos de elevação.

Em brincadeiras de rua é possível compreender os perigos que podem estar presentes em brincadeiras infantis de rua e identificar locais adequados para brincar. O tema cidadania visa reconhecer os direitos e deveres, para que as crianças possam atuar de forma consciente e responsável.

Em travessia de rua é trabalhada a compreensão dos procedimentos de travessia segura em diversas situações no trânsito. No tema primeiros socorros, o objetivo é aprender o que fazer em algumas situações de emergência. Algumas atividades desenvolvidas nas escolas são apresentadas na Figura 2.

Figura 2 Atividades de trânsito desenvolvidas nas escolas

Segundo Rosa & Gomes (1992), com a integração das disciplinas em torno de um tema comum, extraído do mundo real, do cotidiano do aluno, o conhecimento assume sua forma e seu objetivo real, o de possibilitar ao homem a relação com o mundo e consigo mesmo para modificar a sua situação.

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As Figuras 3 e 4 apresentam algumas respostas obtidas na avaliação do projeto realizada na escola de São Miguel do Oeste, em relação à faixa de pedestre e à passarela. A cor azul mostra o número de respostas antes da aplicação do projeto e a cor vermelha após a aplicação do projeto.

0 2040 6080 100120 140

desenhou incorretamente - sem contexto com o

trânsito

desenhou incorretamente - no contexto do trânsito

não respondeu desenhou corretamente - sem

contexto com o trânsito

desenhou corretamente - no

contexto trânsito

N°de Questionários

Respostas - Questionário sobre conhecimento da faixa de pedestre

PARTE I - Antes da aplicação do curso PARTE II - Depois da aplicação do curso

Figura 3 Avaliação dos alunos em relação à faixa de pedestre

0 5 10 15 20 25 30

respondeu incorretamente

respondeu corretamente para

que servem

não respondeu respondeu corretamente o que

são

respondeu corretamente o que

são e para que servem

N°de Questionários

Respostas - Questionário sobre passarela

PARTE I - Antes da aplicação do curso PARTE II - Depois da aplicação do curso

Figura 4 Avaliação dos alunos em relação à passarela

Nota-se que na escola de São Miguel do Oeste, as questões que precisaram ser revistas referem-se à definição de passarela, pois nem todos os alunos responderam corretamente a esta questão. No entanto, ocorre o aprendizado do tema, já que os gráficos em vermelho apresentaram a maior concentração de respostas corretas na faixa de pedestre. Os professores ao serem informados da avaliação, retornam os trabalhos para recuperação do conteúdo e aprendizagem, pois as crianças inicialmente ao processo atribuem o mesmo significado para faixa de pedestre e passarela. Nas aulas de recuperação paralelas é dada atenção aos temas em que os alunos tiveram mais dificuldade.

Este tipo de questionário aplicado no projeto pode ser retratado como objeto de estudo da pesquisa qualitativa, que analisa a ação social e os significados atribuídos pelos seus agentes (grupos, instituições, movimentos sociais). Segundo Enguita (1999), tem o propósito comum de analisar o significado atribuído pelos sujeitos aos fatos, relações e práticas, isto é,

“interpretando tanto as interpretações quanto as práticas dos sujeitos”. Envolve de forma mais ou menos direta a vida e a auto-imagem de seus participantes.

De acordo com o mesmo autor, a “participação como agente ou usuário de determinado programa pode considerar uma considerável mudança de status daquelas pessoas diante de

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seus familiares e comunidade (seja de forma positiva ou negativa). A avaliação qualitativa envolve sempre a perspectiva de mudança de uma situação, comportamento ou problema”.

Segundo Enguita (1999), a avaliação tem de adequar-se à natureza da aprendizagem, levando em conta não só os resultados das tarefas realizadas, o produto, mas também o que ocorreu no caminho, o processo. Para isso, é preciso observar quais as tentativas o aluno fez para realizar a atividade? Que dúvidas este aluno manifestou? Como interagiu com os outros alunos?

Demonstrou alguma independência? Revelou progressos do ponto em que estava?

Tendo como referência os pressupostos de avaliação de Enguita, é válido afirmar que os alunos demonstraram conhecimentos sobre o trânsito, pois analisando os questionários, é possível observar a mudança de conceitos e perspectivas que os alunos faziam sobre o trânsito anteriormente e após o projeto, de forma mais gradual.

Esta avalição foi realizada nas 15 escolas do projeto, distribuídas em 9 municípios, atingindo, 250 profissionais da educação e mais de 3000 alunos diretamente e 3000 famílias indiretamente.

2.3.1. Monitoramento do Projeto

O portal web Percepção de Risco no Trânsito foi construído para monitorar o projeto e pode ser acessado pelo endereço http://www.labtrans.ufsc.br/projetoescola. O portal traz informações gerais sobre o projeto, envolvendo seu desenvolvimento, sua estratégia de ação, como também resultados e avaliação.

A metodologia utilizada no portal reforça o favorecimento de situações lúdicas, criativas e desafiadoras de aprendizagem e o desenvolvimento de atividades exploratórias e cooperativas, pois a plataforma foi desenvolvida utilizando conceitos da web, que se destina a um espaço de publicação e comentários. Desta forma, enfatizam a colaboração e o compartilhamento entre os usuários, com o objetivo de proporcionar uma rica experiência num ambiente onde é possível absorver e gerar conhecimento. A figura abaixo refere-se a página inicial do portal.

Figura 5 Página Inicial do Portal

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O blog é também uma ferramenta interativa presente no portal, onde todos podem agir, interagir e trocar experiências sobre assuntos de mesmo interesse.

O blog pode ser utilizado por professores de diversas modalidades de ensino e de todas as áreas de conhecimento como uma ferramenta de co-autoria de atividades e assuntos, que podem ser abordados com os alunos ao mesmo tempo em que vão criando o domínio da ferramenta. A Figura 6 mostra o blog da Escola Básica Municipal Paulina Wagner, localizada na BR-470 em Blumenau.

Figura 6 Blog de escola participante do projeto

2.4. Etapa IV - Sustentabilidade do Projeto

A sustentabilidade do projeto se dá através da CIPAT – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trânsito, onde a escola se compromete em dar continuidade ao projeto após o período de duração de dez meses, entre o desenvolvimento dos temas e a avaliação. Esta comissão é formada por professores, funcionários, alunos, pais e outros convidados da comunidade, que se reunirá periodicamente para avaliar e discutir os problemas relativos à segurança do trânsito que afetam a escola, as famílias e a comunidade. Este grupo irá propor e implementar soluções, encaminhar solicitações e denúncias. Desta maneira estará ensinando a prática da cidadania e exercitando a responsabilidade e a autonomia.

Dentre as importantes atividades da CIPAT está a realização do diagnóstico da situação atual dos problemas relativos ao trânsito no ambiente escolar; a sistematização das análises destes diagnósticos, priorizando as ações das quais o grupo participará; o monitoramento e avaliação dos resultados obtidos, por meio de reuniões periódicas; o encaminhamento das ações da escola para publicação no portal do projeto, além do encaminhamento de sugestões para a melhoria das condições do trânsito e do meio ambiente local às autoridades competentes de instituições públicas federais, estaduais e municipais.

Cabe salientar que a CIPAT será entidade independente, que formará relacionamentos e vínculos espontâneos com diversos setores da comunidade, estando previstas parcerias com entidades da comunidade científica, convênios com órgãos do setor público, bem como, apoio e patrocínio do setor privado.

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3 RECOMENDAÇÕES FINAIS

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a segurança e a prevenção de acidentes de trânsito são obrigações das autoridades gestoras e operadoras de trânsito e transporte. O DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes em cooperação com a UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, buscam atingir este objetivo, na conscientização e mudança de comportamento no trânsito.

De acordo com o DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito, os acidentes de trânsito representam a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil. Em 2008 foram registradas 22.472 vítimas fatais de acidentes de trânsito, com idade entre 0 e 12 anos e 802 vítimas fatais da mesma faixa etária (UNICEF, 2008).

Neste projeto, as crianças ao se envolverem com os temas do trânsito, acabam por alterar o comportamento dos pais e familiares, pois tornam-se observadoras do seu ambiente e conscientes do seu papel na sociedade, ao prestarem atenção como os adultos se comportam diante de situações de riscos e ameaças no trânsito. Com o processo de conscientização será notada a redução dos impactos sociais e econômicos da mortimobilidade no trânsito.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORRÊA, J.Pedro. 20 Anos de Lições de Trânsito – Desafios e Conquistas no Trânsito Brasileiro de 1987 a 2007. Infolio Editoral, Curitiba, 2009

DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito. Brasil avança na Educação de Trânsito. Página Internet http://www.denatran.gov.br/ultimas/20100115_educacao.htm

ENGUITA, M. F. Educação e Transformação Social. Mangualde: Edições Pedago. 2007.

ONG Criança Segura. Página Internet http://criancasegura.org.br/.

ORDOÑEZ, V.M. A Educação Fundamental no século XXI. IN: DELORS,J. Educação para o século XXI. Porto Alegre: Artmed, 2005.

ROSA, C.M e GOMES,V Interdisciplinaridade. Nova Escola. N° 6. São Paulo, abril, 1992.

UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância (2008) Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes

em Crianças e Adolescentes. Página Internet

http://www.who.int/violence_injury_prevention/child/injury/world_report/en/index.html

Endereço dos autores, telefones e e-mail de contato

Regina de Fátima Fructuoso de Andrade, regina.andrade@labtrans.ufsc.br, (48) 3229-1669 Camila Beleza Maciel Barreto, camila.maciel@labtrans.ufsc.br, (48) 3229-1773

Amir Mattar Valente, amir@labtrans.ufsc.br, (48) 3721-9904 Valter Zanela Tani, vztani@labtrans.ufsc.br, (48) 3229-1669 Edemar Martins, edemar57@gmail.com, (48) 3229-1770

Romeu Scheibe Neto, romeu.scheibe@dnit.gov.br, (61) 3315-4420

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