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Feiras Livres e Espaço Urbano

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Academic year: 2021

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Feiras Livres e Espaço Urbano

A feira Livre em Itabaiana

A cidade de It abai ana est á si tuada na parte cent ral do Es tado de Sergi pe, na mi cro-região do Agent e (a 55 Km da capit al ). A cidade poss ui um a das maiores fei ras livres do Est ado, onde possui e ocupa um a i mens a área que s e encontra todo ti po de obj etos , como m antim entos (alim ent os) i nst rum ent os de trabalho e de di versão, ent re out ros . E isso faz del a a fei ra m ais conhecida popul arm ent e e visit ada de todo o Est ado.

A fei ra de Itabaiana é realiz ada na quart a-fei ra e no s ábado, onde as pes soas da regiões circunvizinhas dei xam seus trabal hos e resi dências e desl ocam -s e para It abai ana. C om o obj etivo de visit ar a feira. Es ta pela sua imensidão e vari edade modifica, em s eus dias de acont ecim ent o, part e de um a vida soci al urbana cotidiana, ou sej a, por caus a da fei ra a cidade muda em al guns aspectos suas caract erísti cas com uns de t odos os out ros di as.

O com ércio, princi pal ati vidade econômica da cidade, volta-s e para a realiz ação da fei ra no sentido em que muda al guns de s eus comportam entos provocados pel a fei ra li vre. Onde os estabel ecim entos com erci ais funcionam durant e todo o di a, incl usive aos s ábados, ent ão fecham s eus estabelecim ent os durant e o horário do alm oço que corresponde ent re as 12:00hs e 14:00hs, pois est e fato não ocorre durant e os out ros di as. Pes soas são contrat adas para trabalhar apenas nos dias da feira-livre, e t odos os funcionári os t rabalham em um expedi ente de duração mai s longa.

Por faz er part e da soci edade it abai anens e percebo as m udanças que ocorrem na est rut ura e vi da soci al da cidade por cont a da feira li vre, pois o trânsit o da cidade em seus di as de fei ra apres ent a um aum ento consi derável em suas m ovim ent ação, percebo a chegada de vários ônibus que conduz em pes soas de povoados e de out ras cidades1.

Ao visit ar a fei ra li vre const ant em ent e poss o obs ervar com o as rel ações soci ai s s ão di ferent es, onde existe um a aproxim ação ent re o vendedor e o

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com prador no ato da com ercial ização e que es ta aproximação entre eles s ó se realiz a durant e a feira e at ravés dela. Percebo t ambém que pess oas que se conhecem. Porém, não s e encont ram no dia-a-dia da vi da cot idiana, muit as vezes ess as pessoas s e encontram durante às com pras. E outra coisa im port ant e que percebo, é que durante os dias de fei ra, podemos presenciar uma “mi stura” em um m esmo lugar e em um m esm o acontecim ento, de pessoas que poss uem e pert encem a vi da urbana e pessoas que pert encem a vida rural . Ess as que caracteriz am-se em poss uir vidas muit o diferentes, valores e hábit os di ferente, e as pessoas que possui um a vida rural s ent em m uit a difi culdade em transitar pela cidade, pois não est ão habituados à vida na cidade j á que est a poss ui um carát er de indi viduali dade que na zona rural não se apres ent a.

Georg Sim mel fal a s obre ess e ass unt o quando afirmam que a vida urbana é contradit ória à vida rural e que a metrópol e promove condições psi col ógi cas contrast ant e e diz: “Na m edida em que a met rópol e promove est as condições psicológicas cont rast ant es – em cada atraves sar de rua, no ri t mo e na variedade da vida soci al, econômi ca e ocupaci onal -, surge, na bas e sensori al da vida ment al, assim como no grau de cons ci ênci a requerido pel a noss a organização soci al , como cri aturas expost as às diferenças, um contrast e marcant es face ao flui r sensori al e m ental mais lento, m ais fam ili ar e mais t ranqüilo, característ ico das pequenas locali dades e da vi da rural – As sim, o carát er ess enci alm ent e raci onal da vida m ental da m etrópole t orna-s e compreensível por oposição ao da pequena locali dade, que s e bas ei a mai s em s entim ent os e emoções ”. (Simm el, Georg; A m et rópole e a vida do Espí rito, pág. 32)

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mesm o possui ndo di ferent es modos de vida, a feira cons egue aproxim ar duas cl ass es t ão cont ratantes, ou seja, a com erci alização obri gada a exist ênci a de um a rel ação ent re pes soas que poss uem uma vida rural, j á que es tes na m aioria das vez es vão vender produtos agrí col as , e pes soas que possuem uma vi da urbana, que na m aiori a das vezes s ão os compradores.

“Es ta qual idade int el ectualist a, reconheci da como prot eção da vida int eri or face a influênci a da m et rópol e, reparte-s e por um a s érie de fenômenos especí ficos. A met rópol e foi sem pre a sede da economi a monet ári a, desde que a multipli ci dade e a concent ração da ati vidade com erci al inveros meios de troca de uma dim ensão impossível de ass egurar no quadro do m ercado agrí col a. Ora a economia monet ária e o domíni o do int el ect o encont ram-se em est rei ta relação ent re si. Ambos requerem um a atitude pragm áti ca do m odo de l idar com as pes soas e com as cois as , na qual se com binam uma just iça formal e uma indi ferença impl acável . A pessoa purament e raci onal m os tra-s e i ndi ferent e a todos os aspectos pess oai s, j á que del es decorrem relações e reações que não poderão s er devidam ent e compreendidas com recurs o a m étodos excl usivam ent e intel ectuais , da mes ma m anei ra que o princí pio do dinhei ro não cont empl a a singularidade das vári as si tuações. O dinheiro põe em dest aque aquil o que é com um, ou s ej a, o valor de troca, e reduz a um nível puram ent e quanti tat ivo tudo quanto é qualit ativo e indi vidual . Todas as rel ações em ocionais ent re as pess oas ass ent am na sua individual idade, enquant o as rel ações de tipo racional as convert em em num eros a, isto é, t ratam -nas com o s e foss em el em ent os que, embora indiferent es em si , não ent anto, s e revel am de i nt eres s e quando vist as em termos obj etivos ”. (Simmel. Georg; A met rópole a vi da do Espí rito. Pág. 32 e 33).

Tal sit uação leva-m e a consi derar e interrogar da vi da rural que em di as de fei ra est ão, s em pre total mente diferent e que el as não perdem aos poucos, às medi das que adquirem novos conhecim entos, suas caract erí sti cas típi cas da vi da e de carát er rural?

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consi gam apagar por compl eto os ant eriores ti pos de associação hum ana. Em maior ou m enor grau, port anto, a noss a vida social t em a marca de um a ant erior soci edade rural (folk societ y), cuj os sinai s caract erísti cas de organiz ação eram a vida agrí col a, a casa senhorial e a aldeia. Est a influênci a his tóri ca é reforçad a pel a ci rcunst ânci a de a própri a população da ci dade s er, em grande medida, oriunda do campo, onde persist e ai nda um modo de vida rem inis cent e dest a ant erior forma de ex istênci a. Daí que não se devam regis atrar vari ações abrupt as e des cont ínuas ent re os dois ti pos de personalidade: a urbana e a rural ”. (wirt h, Louis : O urbani smo com o modo de vi da. Pág. 46)

Port ant o, através da fei ra livre de It abai ana percebo que em det ermi nados dias o espaço urbano se torna um local de convívio e rel ações soci ais ent re duas vidas tipi cam ent e contrast ant es , porém neces sit a de t al rel ação para s e obt er o princi pal motivo que caus a ess as vidas se encont rarem, poi s e com o objeti vo econômico que é possível obs ervar o contat o ent re caract erí sti cas urbanas e rurai s. M as ao m esm o tempo em que es sas pess oas são obri gadas a conviverem e adquirirem um a nova caract erísti ca de vida di ferent e da rural . J á que para prati car a com erci ali zação na fei ra livre, neces sit a da adapt ação a vida urbana, pois s ão os urbanos os m aiores compradores precis am esquecer um pouco a s ua indivi dualidade para entrar em um novo mundo onde não exi ste individualidade, mas há s empre um a aproxim ação emocional ent re as pessoas .

Ess a indivi dualidade, mas há s empre um a aproxim ação em oci onal ent re as pes soas.

Ess a indi viduali dade de carát er urbano ceda lugar ao convívi o que existe quando o com erci ante negoceia com seu cli ent e e com o seu empregado e, freqüent ement e, com as pessoas com quem se vê forçado a rel acionar-s e, pois t al ação exis ge tal sit uação. Percebendo então, que t ant o o rural quant o o urbano perdem um pouco suas caracterís ticas contrast ant es quando ambos est ão em um a mesm a situação regi da pelo m esm o obj et ivo que é a ativi dade econômi ca.

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Ref erên cia Bibliográfica

- SIMMEL, Georg. 91997), “A metrópole e a Vida do Espírito”. In: Fortuna, Carlos (org) cidade, cultura e gl obalização. Ens aios de sociologi a. Oeiras, Celt a Editora.

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Referências

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