LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL
RESISTÊNCIA DE MATERIAIS
EXAME DE RECURSO - FEVEREIRO / 2013 FLEXÃO PLANA - ESTADO PLANO DE TENSÃO
RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIO CONSIDERANDO AS
CONVENÇÕES:
ISABEL ALVIM TELES
G
300 kN
L
0,80 m S
S
4 11.0
P
8 8 8
30.0
4
SECÇÃO DA EXTREMIDADE (medidas: cm)
SECÇÃO S-S (medidas: cm) 300 kN
12.0 18.0
x x
y
y yx
yx xy
xy
+
xy
G
y x
+ +
M
x+ENUNCIADO
Considere a viga encastrada representada na Figura 1, cuja secção transversal é constituída por dois elementos pré-fabricados simétricos (ver Figura 2) com peso próprio desprezável.
As características do elemento pré-fabricado estão indicadas na Tabela abaixo.
Na extremidade da viga está a actuar uma única força cujo valor de cálculo é 300 kN (valor majorado).
O plano de solicitação é baricêntrico.
Figura 1
Figura 2 Figura 3 Tabela
a) Tendo em conta os valores indicados na Tabela para a tensão resistente de cálculo à compressão ( σ
RD,comp) e a tensão resistente de cálculo à tracção ( σ
RD,trac) do material que constitui a viga, determine o seu máximo vão (L) compatível com a verificação da segurança;
b) Considere o ponto P da secção S-S (secção a 0,80 m da estremidade da viga), tal como representado na Figura 1 e Figura 3.
b
1) Defina o tensor das tensões que caracteriza o estado plano de tensão no ponto P;
b
2) Calcule por um processo analítico a tensão normal ( σ ) e a tensão tangencial ( ττττ ) a actuar na faceta AC e represente-as na Figura 4.
Nota: Se não conseguiu determinar o tensor das tensões na alínea anterior, considere o seguinte:
Figura 4
G
300 kN
L
0,80 m S
S
4 11.0
P
8 8 8
30.0
4 SECÇÃO DA EXTREMIDADE
(medidas: cm)
SECÇÃO S-S (medidas: cm) 300 kN
12.0 18.0
4.6 7.4 G
a a
b b
13.5 16.5
Área = 240 cm I = 12 708,0 cm
2 a 4
I = 2 153,6 cmb 4
(medidas: cm) ELEMENTO PRÉ-FABRICADO
= 290 MPa = 330 MPa
P A 65°
B D C
MPa 0 10
10 25
−
−
−
RESOLUÇÃO Alínea a)
Área da secção transversal
2 -4 2
480 10 m cm
480 240 2
A = × = = ×
Posição do centro de gravidade
Os centros de gravidade das 2 peças que constituem a secção transversal estão sob o eixo a, logo o centro de gravidade da secção transversal também tem que estar sob o eixo a ⇒ eixo x ≡ eixo a
O eixo y é eixo de simetria, logo o centro de gravidade da secção transversal também tem que estar sob o eixo y.
O eixo x e o eixo y são eixos principais centrais de inércia, pois o eixo y é de simetria.
Momento de inércia Ix
4 -8 4
25 416 10 m cm
416 25 708 12 2
x = × = = ×
I
O dimensionamento deverá ser realizado para a secção onde ocorrem os maiores esforços, ou seja, para a secção do encastramento.
Esforços na secção do encastramento:
kNm L 300 M
kN 300 V
X
×
−
=
=
Tensões normais: M Y
X
σ
X= I
Fibra superior: ( 0,165 ) 194 759,2 L kPa
10 416 25
L 300
cm 16,5
y σ
-8× − = ×
×
×
= −
− ⇒
= (tracção)
Fibra inferior: 0,135 159 348,4 L kPa 10
416 25
L 300
cm 13,5
y σ
-8× = − ×
×
×
= −
= ⇒ (compressão)
Verificação da segurança
m 1,69 L m
1,69 L
m 1,82 L 000
330 L 759,2 194
000 290 L 348,4 159
σ σ
σ
σ
trac Rd, trac
Ed,
comp Rd, comp
Ed,
⇒ ≤
≤
⇒ ≤
≤
×
≤
⇒ ×
≤
≤
O vão máximo compatível com a verificação da segurança é 1,69 m.
8 4 8
13.5 X
Y G
4
16.5
(cm)
Alínea b) - b1)
Esforços na secção S-S a 0,80 m da extremidade da viga:
kNm 240 0,8 300 M
kN 300 V
X
−
=
×
−
=
=
Tensão normal no ponto P: M Y
X
σ
X= I com Y = 2,5 cm kPa
607,2 23 0,025 10 416 25 240
-8
σ × = −
×
= − (compressão)
MPa 6 23, σ = −
Tensão tangencial no ponto P:
b
S V τ
= I V = 300 kN
4 -8 4
25 416 10 m cm
416 25
= = ×
I
cm 0,16 0,08 2
b = × =
estático)
(momento
m 10 408 1 cm 408 1 2 11 13,5 8 11 2
S =
3= ×
-6 3
−
×
×
×
=
MPa 10,4 kPa 387,2 10 0,16 10
416 25
10 408 1 300 b
S V
-8
-6
τ = =
×
×
×
= ×
= I
Estado de tensão: Tensor das tensões : MPa 0
10,4
10,4 23,6
T
−
−
= −
Alínea b) - b2) - Fórmulas
Tensão normal e tensão tangencial numa faceta
2θ sen 2θ 2 cos
σ σ 2
σ σ
x y x y xy
σ
θ= + + − + τ
2θ cos
2θ 2 sen
σ σ
x y xy
θ
τ
τ = − − +
Ponto P
kPa 10,4 0
kPa 23,6 kPa 10,4
kPa 23,6
YX XY
Y X
τ τ
σ σ τ
σ
−
=
=
=
−
=
⇒
−
=
−
=
4 11.0
P
4 X
Y G
8 2.5
13.5
(cm)
= 23,6 MPa
τ τ
τ
= 10,4 MPaτ
P
x y
+ + +
Para θ = 155°
MPa 15,7
MPa 11,4 MPa
15,7 ) 155 (2 cos 10,4 ) 155 (2 2 sen 23,6
MPa 11,4 ) 155 (2 sen 10,4 ) 155 (2 2 cos 23,6 2
23,6
AC AC
155 θ
155
σ
σ
−
=
−
=
⇒
−
=
×
−
− ×
−
=
−
=
×
−
− ×
− +
=
=
= θ
τ
o oτ
o o
o o
Alínea b) - b2) - Cálculo Matricial
) 155 cos
; 155 sen ( n
) 155 sen
; 155 cos ( n
//
o o
o o
−
=
⊥
=
[ ]
[
⊥]
⊥⊥
⇒ = × ×
×
= T n σ T n n
σ
R T[ ] 11,4 MPa
155 sen
155 cos x 426 , 9 994 , 16 155 sen
155 cos x 155 sen
155 x cos 0 4 , 10
4 , 10 23,6 σ
T
−
=
=
−
−
= −
oo o
o o
o
Como o sinal é negativo, o sentido da tensão σ vai ser contrário ao do vector n .
⊥[ ]
[ ]
T ////
R
n T n n T
× ⇒ = × ×
= τ
⊥τ v
v
[ ] 15,7 MPa
155 cos
155 sen x 426 , 9 994 , 16 155 cos
155 sen x 155 sen
155 x cos 0 4 , 10
4 , 10
23,6
T =
= −
−
−
= −
oo o
o o
o
τ
Como o sinal é positivo, o sentido da tensão ττττ vai ser igual ao do vector n
//, que pela convenção corresponderá a uma tensão tangencial negativa.
Tensões positivas:
(convenção)
65°
x y
n n
θ=155°
x x
y
y yx
yx xy
xy
+
P
65°
x y
25°
155°
P
65°
= -11,4 MPa
= -15,7 MPa
A
C
P
65°
= -11,4 MPa
= -15,7 MPa
A
C