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A representação social da saúde num bairro de baixa renda de Campina Grande, Paraiba

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8 C H - P E R tO O /C O ~

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R ev. de Psicologia, Fortaleza, 3 (1) : 49-61, jan/jun. 1985 49

A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE NUM BAIRRO DE

BAIXA RENDA DE CAMPINA GRANDE, PARAIBA*lkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

ANGELA M. S. ARRUDA

Prof.a de Psicologia Social

o

objetivo do trabalho era conhecer o universo

repre-sentacional de m ães de fam ília, no que se refere à saúde, a

fim de com preender 'Sua conduta com respeito a ela e

esta-belecer indicadores para a avaliação dos serviços

correspon-dentes. O s resultados, fruto da análise de entrevistas

profundas, configuraram estratégias diversificadas frente à

saúde/doença e contradizem os estereótipos sobre a relação

destas m ulheres com a saúde, bem com o os padrões

habituais de avaliação dos serviços m encionados. A

utiliza-ção do m odelo de representações sociais para o estudo de

fenôm enos desta categoria dem onstra aqui seu interesse.

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa se situa na perspectiva da im portância dos fatores subjetivos

com o direcionadores da m aneira de gerir a saúde, bem com o orientadores da

avaliação, por parte do público, das políticas e serviços a ela dirigidos. O papel

da Psicologia Social para o estudo destes fatores revela-se fundam ental, um a vez

que eles abarcam o universo de representações dos sujeitos no que tange ao tem a

previsto, bem com o seus valores e norm as de conduta perante. ele, em interação

com influências advindas das instituições e ideología oficiais da saúde.

Infelizm ente, o fato de situar-se no fim do cronogram a e da não renovação

do financiam ento inicialm ente previsto, prejudicaram o desenvolvim ento do

(2)

trabalho. A ssim , os resultados obtidos são m eram ente indicativos, não perm i-tindo estabelecer conclusões sobre a m atéria.

A hipótese básica de que se partia era de que as representações sociais

encontradas no público a respeito da saúde seriam o substrato que explica a

gestãO da saúde por parte dele, função já explicitada para as representações

quanto ao com portam ento social (K aes, 1968, M oscovici, 1976 e Jodelet, 1981).

A m etodologia com preendia, além do levantam ento dos dados objetivos,

a com paração de 3 extratos sociais distintos situados em localidades ou bairros

de níveis sócio-econôm icos e culturais diferentes. O que se pretendia averiguar

com essas diferenciações era a incidência de variáveis culturais (origem rural/

urbana, nível universitário/baixa escolaridade) e econôm ico-sociais (nível de

renda, condições de vida, qualidade da inform ação e m edicalização acessível)

sobre a gestão da saúde. Pelas razões já m encionadas, som ente um dos 3 extratos

pôde ser pesquisado: o de baixa renda/baixa escolaridade. O instrum ento

esco-lhido para esta etapa foi a entrevista sem i-diretiva, aplicada a m ães de fam ília do

segm ento explicitado. Sua escolha se deveu ao pressuposto de que são elas as

adm inistradoras da saúde e da higiene da fam ília, incum bindo-Ihes, geralm ente,

a tom ada de decisão quanto ao que fazer, o encam inham ento a dar, assim com o

as práticas e as 'concepções que circulam no lar neste terreno, sendo tam bém elas

as dêpositárias das tradições a esse respeito (cf. A rruda, 1983).

Foram realizadas cerca de 20 entrevistasde 1.5 a 2 horas de duração cada,

num dos bairros da cidade. Lam entavelm ente, por problem as técnicos e pelo

extravio de um a parte do m aterial gravado, som ente 50% deste total puderam

ser aproveitadas, o que determ ina a fragilidade dos resultados já com entada. A

única entrevistadora foi a autora do Projeto. A população do bairro por onde se

iniciou a investigação atendia às exigências de um dos segm entos definidos para

a am ostra contrastada: nível sócio-econôm ico baixo (renda m édia de 1 a 3

salá-rios m ínim os), origem rural, baixa escolaridade; exposição prolongada a vida

urbana contacto com serviços de saúde da rede oficial. A s entrevistadas são

todas m ães de 3 a 6 filhos, contactadas através do C lube de M ães. O total dos

depoim entos utilizáveis foi de dez.

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RESULTADOS

D ado o exíguo m aterial de que pudem os dispor ao fim do projeto,

expo-rem os apenas os resultados correspondentes às questões m ais im portantes, e isto

quando, tendo sido respondidas pelo conjunto (N = 10). hajam apresentado

proporção significativa. O que aqui será exposto constitui-se, pois, sim plesm ente,

num conjunto de categorias para um eventual prosseguim ento do trabalho, no

seu agenciam ento sob a form a de hipóteses para averiguação, e, sobretudo, num a

base para reflexão e questionam entos futuros.

O espaço de que dispom os nos com pele, por outro lado, a om itir a

discus-são e revidiscus-são bibliográfica, bem com o os dados secundários relativos à saúde da

população da cidade e do bairro, restringindo-nos apenas àqueles contidos no

discurso das inform antes.

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- -

--R ev. de Psicologia, Fortaleza, 3 (1) : 49-61, janfjun. 1985

oQPONMLKJIHGFEDCBA

d is c u r s o s o b r e a s a ú d e e o f a n t a s m a d a d o e n ç a

Em sua conceituação da saúde, esta brota do discurso das m ulheres com o

a cham a da vida, ilum inando-a ou perm itindo lutar por ela ("!:a m elhor coisa da

vida; a pessoa com saúde enfrenta tudo!"). U m outro corte tem ático nas m esm as

respostas evidenciou sua divisão entre associações com a im portância da saúde

("!:a prim eira coisa"!) e com sua preservação ("Eu penso em assistência m édica, filho forte ... "},

C om relação à origem da saúde, todas as falas chegam à m esm a conclusão,

por cam inhos m ais ou m enos tortuosos: ela vem de D eus, seja sob a form a de

m istério ou de recom pensa ("~ dom de D eus: quem tem , tem . Q uem não tem ,

paciência. ").

Q uanto à doença, a reação negativa à sua sim ples denom inação tam bém é

unânim e, traduzindo-se por sinais de desagrado, ansiedade, chegando até a

recusa de responder (''Tenho até m edo de falar em doença ... ~ um a coisa m

iste-riosa, ninguém sabe de onde vem .") Tudo isto revela forte conteudo fantasm

á-tico, presente em todos os discursos, dificultando a expressão de respostas

estru-turadas.

E s t r a t é g ia s d ia n t e d a d o e n ç a

O que fazem essas m ulheres diante da doença, quando esta invade seus

lares? N ovam ente, encontram os aí um a estratégia com um a todas, em bora nem

sem pre confessada de im ediato: elas percorrem circuitos de atendim ento

para-lelos, traçando "itinerários terapêuticos" (Loyola, 1984) diversificados. V

erifi-cam os que, para a m aioria das doenças acusadas (as m ais freqüentes são as

rela-cionadas com as vias respiratórias, confirm ando a incidência m órbida detectada

na cidade, e as infantis), prim eiro apela-se para a m edicação caseira. Esta,

costum a apoiar-se na m edicina popular - chás, lam bedores etc. - por um lado,

e/ou na auto-m edicação: repetição da' m edicação previam ente utilizada para os

m esm os sintom as, tenham estes sido tratados por um m édico ou vividos por um

conhecido que usou a receita curativa. Para outras enferm idades, é com um

utili-zar-se o. segundo padrão. C abe salientar que, quando se trata de problem as com

os filhos, a m edicação caseira é em pregada, m as, se não produz resultado

rapi-dam ente, recorre-se ao m édico.

A s doenças consideradas "piores" são o câncer (50% das m enções) *e

a doença m ental (20% das m enções). por não terem cura. Para estas, o itinerário

terapêutico com porta um a passagem obrigatória pelo circuito oficial. M as nem

sem pre se encerra aí. N as respostas de doença m ental, sobretudo, (6 m ulheres

aludem a ela em sua fam ília, colocando-a em 3.0 lugar entre as doenças m ais

freqüentes), m etade das entrevistadas, que têm casos de parentes, relatam a

passagem pelo circuito inform al após terem recorrido aos serviços institucionais.

*Nas perguntas que provocaram várias respostas, foram considerados até 4 temas por pessoa a fim de não empobrecer os conteúdos. Assim, quando aludimos àporcentagem de menções, significa que ela foi calculada sobre N x 4.

(3)

C urandeiros, pastores que praticam a im posição de m ão

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* , ou padres, foram

consultados, produzindo bons resultados, segundo elas. C onclui-se, por aí, que a

m aioria das doenças aludidas são tratadas fora do sistem a oficial de saúde, pelo

m enos até certo ponto, o que coincide com os resultados da pesquisa de M .

A ndr~a Loyola (1984) no R io de Janeiro, cujos dados são bem m enos questioná-veis que os nossos.

Estes resultados R O S conduzem a algum as reflexões na tentativa de

com preender tal situação, que deve ser analisada a dois níveis. U m , o do por quê

das escolhas da população; outro, o do que estas im plicam . Fica evidente no

discurso obtido que, por um lado, o fator econôm ico e as condições de vida

pesam na definição da estratégia a seguir: "O IN PS, a pessoa precisa ter tem po

para ir; se tirar do serviço, depois vai tirar do ordenado, que já não é lá grande

coisa." M as esta não é toda a verdade. Por que doenças consideradas graves

freqüentem ente term inam seu itinerário terapêutico fora do sistem a oficial de

saúde, enquanto as infantis, depois de um a tentativa m alograda fora deste,

acorrem im ediatam ente a ele?

N ão podem os esquecer que estas m ulheres provém do cam po, onde via de

regra, sem acesso à m edicina oficial, recorriam ao que a natureza oferecia,

bene-ficiasdo-se de um conhecim ento em pírico acum ulado e transm itido de geração

a geração (A rruda, 1983), e que vai sendo preferido, na vida urbana. A ssim , se

por um lado, não se deixam intim idar por sintom as que identificam e já viram

tratar, tão logo .percebem que seu saber não traz os resultados necessários,

recorr~m à instância seguinte: o farm acêutico, o m édico, o pastor ou outro,

dem onstrando assim um a fina sabedoria.

V em os aí confirm ada a existência de estratégias adicionais na relação com

a saúde. O u seja, que para essa am ostra das classes populares, os dois tipos de

m edicina não são antagônicos (B oltanski, 1979).

E aqui se insere o segundo tipo de itinerário que despertou nossa

curiosi-dade: o das doenças cham adas graves, com o a doença m ental, cujo percurso, na

crônica da m orbidade fam iliar registrada, cham a a atenção.

Os tipos de doença e a doença mental

Para m elhor com preenderm os esse tipo de percurso, convém prim eiro

abordar as classificações das doenças encontradas na fala das inform antes.

A m aioria delas (6 em 10) se refere à existência de doenças "não m

edi-cinais", "da alm a", "que vêm do pecado" etc. C om o a saúde vem de D eus, e a

doença provoca, ao seu sim ples m encionar, as reações já descritas, tenderíam os

a dizer, com o M aria A ndréa Loyola, (1984) que

" ... !:

o espírito que fornece ao corpo a energia vital, donde sua im

por-tância para o estado de saúde. N ão há saúde do corpo sem saúde da alm a e

vice-versa. B aseando-se nesta concepção geral de um a dualidade com

ple-*Tratamento consistindo na colocação' da mão sobre o local afetado por uma pessoa repu-tada como possuidora de dons curativos.

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m entar entre corpo e alm a, e partilhando o sistem a de representsçõ qu

perm item à m aioria dos especialistas religiosos - particularm ent os

pais e m ães-de-santo ( ... l. aos pastores (... ) e aos rezadores - legitlm r

suas práticas perante a m edicina oficial, a população (... ) distingue du

categorias principais de doenças: as "doenças do corpo" e as "doenças da

alm a", ou as doenças m ateriais e as doenças espirituais" ... (p. 163)

Sendo assim , a doença m ental é facilm ente associada às "não m edicinais",

"m ediunidade", justificando desta form a o apelo a especialistas do m istério,

com o pastores e curandeiros, m encionados pelas entrevistadas. C om efeito, a

loucura é designada com o proveniente

de

"um m edo", ou "um susto", que

provocaram a quebra do resguardo, de um a contrariedade que "esquenta o

juízo", e tam bém de encosto, "m edi unidade". V em os aqui delinear-se um

esquem a figurativo (cf. M oscovici, 1976; H erzlich, 1972; Jodelet, 1981) da

representação desta enferm idade, fruto da objetivação da representação do

corpo, que vai servir de substrato para o encam inham ento terapêutico. A

duali-dade corpo-alm a, a inter-relação dos dois se expressa em falas com o:

"O nosso corpo tem que pensar bem , se livrar do m al, se não ele sufoca.

N ão foi a alm a, foi a quentura, giração no cérebro. Se ele girar bem , não

vai lá (na loucura) nunca ... "

E a loucura é um ponto nevrálgico nesta relação, já que ela está freqüente-m ente associada à freqüente-m ente, ao cérebro, ou aos nervos. Estes' seriafreqüente-m ufreqüente-m a instância

interm ediária, um a espécie de arcabouço que faria a ligação entre o m aterial e o

espiritual:

... "acredito que os nervos da gente são as arm ações do corpo da gente;

assim , quando você vai fazer um a casa e tem que ter aquelas vigas, aqueles

negócios de ferro, acredito que os nervos são aquilo. O ra, se aquilo tá

abalado, você não consegue nem se pôr em pé; é com o um a casa ... ela não

consegue. U m a tem pestade vem , que são as crises que dá na gente, a casa

cai. M esm o assim som os nós corn nossos nervos. Então a pessoa fica

chorando, não se controla, passa o tem po todo assim taciturno ... "

(M . E., 31 anos).

D esta form a, um a doença grave, um choque, um a contrariedade, podem

abalar os nervos e provocar a loucura. ~ esta qualidade de "arm ação" que

perm ite apor à representação da doença m ental a categoria "espiritual", sem

obrigatoriam ente elim inar a sua vinculação com o orgânico. .

"M inha irm ã teve febre tifóide aos nove anos. D aí ficou com os nervos

m uito fracos e a gente nota que, com o os nervo é no corpo todo, então

ela esfraqueceu por causo da doença. Foi m uito grande, ou o organism o

dela era m uito fraco, ela não resistiu. A quela doença, tão grande que foi,

que chegou ao ponto de quase enlouquecer ela, né." (A .A .C ., 57 anos).

O u seja, que os nervos, arcabouço do corpo nele dissem inado, são ao

m esm o tem po arm ação e proteção, ou filtro. Isto é, abalados, deixam penetrar o

m al, atingindo a integridade m ental do indivíduo:

(4)

"Problem a de nervo acarreta loucura; um a pessoa altam ente nervosa,

difi-cilm ente se controla, não tem com o se controlar. Passa o tem po todo

assim parado, bota pra chorar, não consegue parar, quer dizer que tá sem

controle ... " (M . E., 31 anos). .

Isto pode ser interpretado tam bém com o resultado de m ediunidade

encos!o etc., justificando assim um encam inham ento terapêutico que coloca os

circuitos oficial e inform al (este, do tipo H ospital Espírita, um a instituição da

cidade, ou guia espiritual, com o o pastor etc.) em com plem entaridade, ou, pelo m enos, sem antagonism o.

D eparam o-nos. aqui, com um bom exem plo de representação do corpo

subjacente à representação da doença, e que term ina por orientar a escolha das

estratégias diante desta. A característica am bígua dos nervos, sua posição

inter-m ediária na relação corpo-m ente, sua dupla função, m edular e defensiva,

parecem estar na base do sistem a. U m a surpresa negativa (contrariedade, susto,

m edo), bem com o um a doença orgânica (a febre tifóide, por exem plo), podem

provocar um abalo nesta estrutura, gerando a loucura, ou a "fraqueza do juízo",

de form a que são eles os responsáveis pela estabilidade m ental. A o m esm o

tem po, seu caráter m isterioso (m aterial ou espiritual?) de arm ação invisível, m as

poderosa, facilita a relação com as doenças "não m edicinais" atribuida à doença m ental.

Estratégias da Saúde: A prevenção

C om relação à prevenção, as respostas em vantagem são as que a

preco-nizam (6). A s entrevistadas, que afirm am dispensá-Ia (4), o fazem em decorrência

d~ sua concepção da origem da saúde: ela é um dom de D eus, por conseguinte,

nao é preciso preocupar-se com ela (caberia um a exploração posterior a respeito

desse tipo de resposta: corresponderia a segm entos m ais tradicionais, de relação

m ais profunda com o cam po?) Entretanto, interrogadas sobre o que fazem para

evitar adoecer, m esm o as que negam a necessidade da prevenção arrolam m edidas

preventivas, indicando sua, preocupação e participação na m anutenção da saúde.

A s que efetivam ente a entregam ao m istério divino, negando qualquer atuação de

sua parte, ficam em m inoria (~) afirm am não fazerem nada para conservar a

saúde; não se cuidam ). Incide aqui o peso de um a visão fatalista do hom em , tão

encontradiça no m eio rural, e que seria precipitado criticar sem levar em conta as

condições de existência, que historicam ente conform aram tal visão com o recurso de auto-preservação, inclusive psíquica.

A s práticas preventivas m encionadas pelas inform antes são coerentes com a

integração corpo-espírito anteriorm ente descrita. Elas abarcam tanto hábitos

corporais com o a higiene m ental. A prevenção, configurada com o higiene de

vida, é indicativa de um a representação abrangente da saúde, nesta am ostra, que

não separa saúde m ental e som ática com o coisas estanques.

O s cuidados relativos à m ente, com o a distração ("Se a gente cuida da

cabeça, procura ter sem pre a m ente arejada, sair, se divertir, aí você está

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cuidando da sua cabeça."). são tão presentes nas respostas com o os hábitos

corporais, tais com o dorm ir bem , não fum ar. Em seguida, estão os cuidados com

a alim entação (com er bem , não com er o que faz m al). quase na m esm a

propor-ção que o controle m édico periódico.

Estes' resultados nos levam a dois tipos de reflexão. O prim eiro,

corrobo-rando a perspectiva da visão integral do hom em e de sua saúde, é o que perm ite

supor ser esta um a das explicações para a procura, nos circuitos inform ais, de

pessoas que tratam da saúde da m aneira m ais abrangente possível. O u seja,

prodigando rem édio para os m ales do espírito, e não só do corpo. A partir disto,

seria por dem ais sim plificador acreditar que as classes populares procuram os

curandeiros, os pastores e rezadeiras apenas pela sua condição econôm ica, ou

pela sua visão "m ágica" de m undo, facilm ente identificada com "ignorância"

(B oltanski, 1979). A representação da saúde seria, pois, um a vez m ais, um a das

orientadoras para a escolha de estratégias a seguir.

A segunda reflexão a fazer é de que a prevenção, com o se pode ver, se

baseia fundam entalm ente em práticas que não acarretem gastos adicionais para

essa população, tão carente. A distração, por exem plo, se refere à conversação,

ou aos bons pensam entos (" ... m e trato som ente pra m e anim ar, né, porque a

doença, a gente fica pensando nela, a gente fica nervoso, né? Porque nós tem os

que tirar aquele pensam ento. A gente vai pra casa dum vizinho, conversa, af

aquilo sai todo, né?" (I. B ., 53 anos). e não no consum o de bens de lazer. D a

m esm a form a, os hábitos de vida, ligados à conservação da saúde (m esm o

podendo representar às vezes um a aspiração m ais do que um a realidade), são

m uito m ais de evitação (evitar extravagâncias, não beber, não com er com ida

pesada) do que de acréscim o (tom ar vitam inas, por exem plo). Isto, certam ente,

é um a m arca da situação objetiva da população em que se insere a am ostra.

Entretanto, o que é interessante observar é a escolha de estratégias, baseadas seja

na solidariedade (conversa com vizinhos, "um a boa am izade", bem com o a troca

de experiências no dom ínio da adm inistração da saúde fam iliar). seja na

proxi-m idade de visão de m undo e da saúde (afinidade com os especialistas da m

edi-cina' "não-científica"). Isto nos indica que, para estas m ulheres, a rede que

envolve a prevenção e a gestão da saúde é bem m ais am pla do que estam os

habi-tuados a considerar. Ela passa por todos esses contactos, enfeixando todo o seu

cotidiano. A inda que, de novo, se possa argum entar que, nas suas condições de

existência, isso é perfeitam ente justificável, cabe acrescentar que, ao m esm o

tem po, traduz, sob a form a m ais racional, a utilização dos recursos que essas

condições oferecem . E abarca, um a vez m ais, um a gam a am pla de aspectos,

coerente com um a visão integrada da saúde e da assistência que a ela se pode dar.

Fica evidente, por outro lado, que a rede oficial de cuidados m édicos entra no

tecido geral da prevenção, urdido pela am ostra com o um elem ento a m ais,

som ente.

(5)

Os Serviços de Saúde: sua avaliação

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Esta foi um a das partes onde se colocou de m aneira m ais evidente o

problem a m etodológico da pesquisa: até que ponto a presença da pesquisadora,

oriunda da "legitim idade" acadêm ica tanto quanto o saber sobre o qual

inves-tiga, perm ite a em issão de respostas objetivas pelas pesquisadas? A s respostas que

tratam da avaliação dos serviços e agentes de saúde constitu íram , pois, as m ais

delicadas a serem analisadas, a partir desta preocupação.

C om efeito, perguntadas sobre a relação com o m édico, todas as afirm

a-ções, à exceção de um a, no prim eiro m om ento, são elogiosas, ou pelo m enos

neutras. V em os repetir-se aqui o m esm o tipo de com portam ento havido no

início da entrevista, onde a resposta sobre a origem da saúde (D eus) é diferida.

O u seja, de início, ela é encoberta por um discurso, que persegue o que a

entre-vistada pensa ser a expectativa da entrevistadora. A resposta definitiva é escam

o-teada, s6 vindo à tona m ais tarde, no decorrer da entrevista, às veies durante o

relato de um a experiência concreta, ou sob a form a de um desabafo que não

pode m ais ser contido.

A ssim , a resposta diferida sobre a relação do m édico com a paciente

term ina por revelar que ela é desagradável ou indiferente, com a m esm a

freqüên-cia que é' atenciosa ou positiva. Fica claro nos depoim entos o tratam ento

infan-tilizador que é dispensado às m ulheres, sobretudo através da linguagem m édica,

que não leva em conta nem a ansiedade delas para saberem o que ocorre, nem o

aspecto educativo da form a de inform ar. U m a entrevistada conta:

... "num a consulta no H ospital Escola essa m enina tava assim esverdeada

de tão am arela. Essa criança tá é m orta de anem ia; fiquei com o coração

na m ão. E ele (o D r. A .) explicou, explicou praqueles alunos. A í eu

perguntei da anem ia dela e aí ele olhou pra m im e disse: Eu falei em

anem ia? Eu disse: N ão. A í ele disse: C om o é que eu ia falar num a coisa que

a criança não tem ? A í eu disse pra ele assim : M as o senhor falou tanta

coisa, que subia, que descia, que eu pensava que no m eio disso tudo tinha anem ia. Ele riu tanto ...•• (M . E., 31 anos).

-C om relação à eficácia, são relatados tantos casos de acertos quanto de

erros m édicos. A qui se esclarece um pouco m elhor a dificuldade em responder

sobre a m á relação m édico-paciente. O m édico é colocado com o alguém que

detém um saber, que regulam enta, ou corrige as falhas da saúde, dom de D eus.

Evidentem ente, o peso deste saber, que o próprio m édico faz sentir, está

inter-nalizado nas pessoas pelo efeito da ideologia circulante, e, acrescido desta

repre-sentação da fonte da saúde, confere ao especialista um

status

quase sacerdotal

(00. "abaixo de D eus, s6 o m édico ... "l. o que torna difícil criticar. A ssim ,

m esm o as suas falhas são justificadas, m uitas vezes:

"A m édica falou que a m enina não podia operar o cisto na vagina senão

ela ficava ... sem honra, né? A í, eu fiquei apavorada ... A í, quando eu

chego noutro m édico, ele falou que não tem nada a ver um a coisa com

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outra. Q uer dizer que se eu não tivesse procurado outro m édico, alT1 11111

ia ficando doente (. .. ) a O ra. G . tam bém é ótim a, apesar dela ter dito qU I

se operasse a m enina, ela ficava assim . M as ela, em todo caso, I n

lkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

I

opera, ela só faz tratam ento, né. Q uer dizer que ela disse assim porque I

não tinha, acho, tão certo, né, com o o m édico que é operador, né, qu

diferente .:: (M . E., 37 anos).

Q uanto aos serviços de saúde, as m ulheres m encionam com m ais facilidade

os problem as da sua relação com eles. Em prim eiro lugar, está a dem ora do

atendim ento (50% das m enções). Em seguida, vêm as críticas que atingem a

insti-tuição em sua essência (30% ): não perm ite escolher o m édico, dispensa

trata-m ento de efeito rápido (antibiótico, injeções)_ Por últim o, com entam com o são

tratadas - recebem m aus tratos das enferm eiras quando hospitalizadas etc. M as

tam bém elogiam os períodos de hospitalização, com referências lisonjeiras às

estagiárias ("fora de série ••... l, aos cuidados recebidos.

A avaliação destes serviços se dá em boa parte em função da situação geral

das inform antes, (o que A sch (1966) cham aria seu contexto): a dem ora

preju-dica o trabalho dos m aridos, do lar, é desagradável ir ao IN A M PS, quando não se

conhece ninguém lá. Podem os agora entender m elhor seus critérios de

julga-m ento, inserindo-os na sua representação geral da saúde. A base da avaliação não

se situa na eficácia tal com o ela é colocada habitualm ente, em term os de

resul-tados produzidos (reintegração à produção, reposição da força de trabalho), m as

sim em term os de adequação ou não às suas necessidades e expectativas. A

dem ora no atendim ento não prejudica apenas a saúde, e, nesta, não só aquilo que

tem para ser atendido naquele m om ento. A s m edicações de efeito rápido são

recrim inadas por seu caráter tópico, que não vê o todo, e term ina sendo

iatrogên-cio ("O antibiótico dim inui os glóbulos verm elhos ...•• ).

Em sum a, são duas concepções de m undo que se antepõem . A dos serviços

de saúde, burocráticos, m assificantes, que servem aos interesses do sistem a,

oferecendo um a m edicina basicam ente curativa, especializada, que fragm enta o

corpo e o desum aniza. E a de nossa população, que no seu saber peculiar, vê o

ser hum ano com o integral e integrado, não desarticula corpo e m ente, saúde e

condições de existência.

CONCLUSOES

A s conclusões que se podem tirar de um trabalho de dim ensões tão lim

i-tadas - e lim itantes - só podem ser consideradas com o explorat6rias; são

indi-cações para a continuidade da reflexão e da pesquisa, um a vez que os objetivos

propostos não puderam ser alcançados, com o foi explicitado anteriorm ente.

Ficam , porém , alguns pontos para debate, que vão na direção da proposição

inicial.

Em bora não se possa fazer qualquer generalização, percebe-se que os

este-reótipos correntes de que, no tocante à saúde, as classes populares são ignorantes

e desinteressadas, são contrariados pela nossa am ostra. A s entrevistadas têm em

(6)

alta conta a saúde, dando definições claras do que vem a ser, de onde vem e de

com o preservá-Ia. D a m esm a m aneira, sabem perfeitam ente avaliar os serviços

existentes. O que acontece é que o fazem com enfoques distintos dos que são

utilizados a nível oficial, ou por outras classes sociais, já que se baseiam no

ângulo de visão próprio do lugar que ocupam na escala sócio-econôm ica e

cultu-ral. (A s am ostras dos outros grupos previstos no plano da pesquisa teriam sido

essenciais para verificar a diferenciação, ou não, segundo essas variáveis, com o

estipulavam as hipóteses iniciais.)

Esta situação de classe colocou algum as questões m etodológicas ao

desen-rolar do trabalho, provenientes da assim etria pesquisadora-pesquisadas, que

sem pre tende a enviesar os resultados (Thiollent, 1982). Foi assim que pudem os

perceber o fenôm eno da resposta diferida, que é a tendência das interroqadas a

dizerem no prim eiro m om ento aquilo que a pesquisadora espera ouvir (ou o que

as pesquisadas supõem que ela espera). A resposta final (a que m ais reflete a sua

prática, ou a sua realidade) só é revelada num outro m om ento da entrevista. A

resposta diferida, na verdade, perm itiu-nos descobrir a existência de discursos

paralelos na fala das m ulheres. U m , incorporando os valores da "m odernidade",

as concepções da "ciência", e outro, subterrâneo, expresando o saber em pírico

das pesquisadas. U m exem plo típico era a resposta à pergunta: O que a sra. faz

quando alguém adoece na fam ília? O m édico aparecia freqüentem ente com o a

prim eira escala. Entretanto, o desenrolar da discussão deixava transparecer o

itinerário percorrido antes de chegar a ele, que podia incluir a m edicina popular,

a auto-m edicação, deslocando-o para segundo ou terceiro pouso do percurso.

A í se vê que a distância social provoca um a prim eira resposta que tende a se

alinhar sobre a im agem que é projetada pelo pesquisador. Este fato perm ite

captar o estágio em que se encontra o processo cham ado por M offatt (1980) de

"decapitação cultural". Esta em preitada, que busca subm eter os indivíduos, ao

descaracterizá-Ios e transm utar sua identidade cultural, "desconhecendo a

cul-tura popular, que tem suas raízes na terra, e substituindo-a por outra, abstrata e

de origens longínquas" (p. 60), não é absoluta, entretanto. Se diante da

pergunta, form ulada por um a representante da cultura hegem ônica, se dá a

resposta considerada "adequada", escam oteando as verdadeiras raízes m ais

adiante elas afloram , provando que subsistem no cotidiano das pessoas. A o

m esm o tem po, diferir a resposta indica que, frente ao pesquisador, a prim eira

reação é a da aculturação, negação de sua própria identidade. ~ este conflito de

universo, o tradicional, de origem rural, e o "m oderno", encarnado, no càso,

pela ideologia m édica oficial, o indicador de que estam os diante de um a

popu-lação em plena transição de valores, em (re)elaboração de identidade. D aí brota

o rico m aterial das representações encontradas - a doença, com seu conteúdo

fantasm ático, e a saúde com seu vigor quase m ítico; o convívio entre o novo e o

velho - a tradição e a "ciência"; a obediência aos dois senhores - o guia

espiri-tual (o pastor, o curandeiro) e o guia corporal (o m édico, o farm acêutico). D aí

flui a base da racional idade peculiar que rege a adm inistração da saúde fam iliar

por estas m ulheres.

58 R ev. de Psicologia.Fortaleza, 3 (1) : 49-61, jan/jun. 198.

C om efeito, seu discurso revela um a aguda sabedoria, que com bina os

elem entos que acabam os de m encionar. Ela se expressa, em prim eiro lugar, na

representação globalizante que produzem com relação à saúde e ao ser hum ano.

~ um a visão integrada, que não separa corpo e psique, binôm io que a m edicina

oficial tem tanta dificuldade em incorporar, fragm entando cada vez m ais os que

a procuram , em incontáveis especialidades. Em segundo lugar, vem os na am ostra

a capacidade de utilizar da m elhor m aneira possível os recursos existentes, sejam

eles as ervas e m inerais que produzirão a m edicação, seja a rede de solidariedade

entre pares, que servirá de derivativo e lugar de intercâm bio para os problem as a

enfrentar no dia a dia. Esta capacidade se com pleta com a perspicácia de saber

reconhecer seus lim ites e calcular o m om ento de entregar a saúde dos fam iliares

a um outro circuito.

Esta m aneira de gerir a saúde fam iliar, que passa por estratégias

diversifi-cadas m as não antagônicas, configura um a visão da gestão da saúde situada a

contra-corrente das políticas e sistem as oficiais de saúde. N a verdade, os pontos

de partida destas e das m ulheres de nossa am ostra são suficientem ente diferentes

para gerar perspectivas praticam ente opostas. A visão oficial parte de

considera-ções, onde a eficácia é tom ada do ponto de vista do sisterna de produção no qual

se inserem . Isto im plica dizer, com o autores tais com o Picaluga (1982), C ordeiro

(1980), G entile de M ello (1977) entre outros, que é um a eficácia para o sistem a

e não centrada no usuário, o que explicaria o tipo de funcionam ento,

atendi-m ento e trataatendi-m ento dispensados pelos serviços de saúde.

Já as classes populares, de que as entrevistadas não deixam de ser um a

am ostra, apesar de pouco representativa, partem de sua situação objetiva, e nela

a saúde é um eixo, com o se viu, e não um algo m ais, que pode ser desvinculado do resto da relação com a vida e das relações. de produção que a subjugam . A inda

que isto não ,apareça de form a consciente. estas term inam sendo a determ inação

central (M oscovici, 1976) das representações encontradas. Estas, já se

eviden-ciou, vão constituir-se nos guias da ação, bem com o da escolha do cam inho a

seguir e das avaliações feitas pela am ostra.

N ão é difícil perceber, a partir destas representações, estratégias e

avalia-ções, que elas poderiam servir de indicadores para um a nova política de saúde, já

que expressam os anseios, as práticas e necessidades desta faixa da população.

N ão discutirem os aqui qual seria esta política por fugir ao propósito deste artigo

e im plicar, por si só, num outro trabalho. C abe apenas ressaltar, um a vez m ais,

o papel que a Psicologia Social poderia ter no traçar de pol íticas calcadas na

realidade de seus destinatários, um a vez que sua contribuição para a com

preen-são desta, com o se viu, é inegável, ao situar-se entre as disciplinas que penetram

no subjetivo, com o form a de explicação do objetivo e que buscam desvendar a

interação entre o ser hum ano e seu m eio.

(7)

REFERENCIAS13IBLlOGRAFICAS

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ROTEIRO

DE ENTREViSTA

yxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Q uando pensa em saúde, o que lhe vem à cabeça?

Q uando pensa em doença, o que lhe vem à cabeça?

Tem ou teve doenças na fam ília? O uais?

Existem tipos diferentes de doenças? O uais?

Fora as doenças do corpo, que outro tipo de doença conhece?

Oque faz quando alguém adoece na fam [lia?

Q ue tipo de m édico consulta? O nde? Por quê?

Tem consultas de quanto em quanto tem po? D e quê?

Oque o m édico faz?

Faz o que o m édico m anda? Por quê?

C om o acha o m édico?

C om o trata alguém que adoece na fam ília?

Está tom ando algum a m edicação? Q ual? Para quê?

Tom a algum chá, lam bedor etc?Q ual? Para quê?

Oque m ais a preocupa com relação à saúde sua e de seus fam iliares? Por quê?

Q uais são as doenças piores? Por quê?

Pode-se evitar de adoecer? C om o? Q uem tem saúde, precisa se cuidar? C om o?

Tem algum cuidado especial com a saúde? Q ual?

60

R ev. de Psicologia, Fortaleza, 3 (1) : 49-61, jan/jun. 1985

A lguém da fam ília tem esses cuidados?

H á algum alim ento que pode fazer m al? Q ual? Por quê?

A vida que leva, com o é, para a saúde? Por quê?

C om o era antes? Por que? H á diferença entre a vida no cam po e na cidade, para a saúde? Q ual?

O que é saúde, para você?

E doença?

O que é um a pessoa sã?

E um a pessoa doente?

O que faz ter saúde, de onde vem a saúde?

O que faz adoecer, de onde vem a doença?

U m a pessoa pode ter saúde sem pre?

Pode existir um lugar no m undo onde não haja doença?

Referências

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