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CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE FRANGOS ALIMENTADOS COM FARELO DE ALGODÃO

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Academic year: 2021

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CARCASS TRAITS OF BROILERS FEED WITH COTTONSEED MEAL Santos, A.P.S.F.1, M.C.M.M. Lüdke2, J.V. Lüdke3, M. Fraiha4, E.L. Oliveira5, T.R. Torres5,

M.J.B. Santos5, M.R.O. Vilela5 e C.B.V. Rabello6

1Programa de Pós-Graduação em Zootecnia - UFRPE, PE. Brasil. santosana_paula@ibest.com.br 2Departamento de Zootecnia da UFRPE. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n. CEP 52171-900. Recife. Brasil. Autora para correspondencia. carmomml@ufrpe.br

3Embrapa Suínos e Aves. Concórdia, SC. Brasil. jorge@cnpsa.embrapa.br 4Bunge Alimentos. São Paulo. Brasil. marcos.fraiha@bunge.com

5Graduação do Curso de Zootecnia da UFRPE. Recife. Brasil.

6Departamento de Zootecnia da UFRPE. Recife. Brasil. cbviagem@ufrpe.br

PALAVRASCHAVEADICIONAIS

Alimento alternativo. Avicultura. Avaliação de carcaça. Linhagem Ross. Rendimento de carcaça.

ADDITIONALKEYWORDS

Alternative feedstuff. Poultry. Carcass evaluation. Ross lines. Carcass yield.

RESUMO

Foi realizado um experimento para avaliar o efeito da substituição da proteína do farelo de soja (FS) pela proteína do farelo de algodão (FA) nos níveis de 0, 10, 20, 30 e 40% em dietas para frango de corte sobre as características de carcaça (CARC). Foram utilizados 75 frangos de corte com 42 dias de idade, sendo 15 aves por tratamento. Avaliou-se peso da CARC e dos cortes: peito, coxa+sobrecoxa (CSC), asa, dorso+pescoço (DP); peso das vísceras (VIS) e peso da gordura (GOR) da moela e abdominal. Foram calculadas as porcentagens (%) da CARC, dos cortes, da GOR total e dos órgãos internos em relação ao peso vivo (PV), além das % dos cortes em relação à CARC. A inclusão do FA não teve efeito significa-tivo sobre o peso da CARC, peito, CSC e asa, coração, moela e GOR da moela. A % da CARC, peito, CSC e asa em relação ao PV teve aumento linear. A % do DP e das VIS quando relacionado ao PV, teve redução linear significativa. Quando expresso como % da CARC foi observado um aumento linear da % de peito, CSC e asa e uma redução linear na % do DP com o uso do FA.

SUMMARY

An experiment was carried out to evaluate the

substitution effect of soybean meal (FS) protein by cottonseed meal (FA) protein in levels of 0, 10, 20, 30 and 40 % in broiler diets. Seventy five broilers, 15 per treatment, 42 days old were evaluated in aim to quantify carcass (CARC) characteristics considering the weight of CARC, cuts such as chest, thigh +drumstick (CSC), wings and backs (DP), entrails, gizzard and abdominal fat. There were calculated yields (%) of CARC, cuts, total fat and entrails in live weight (PV) basis, and % of cuts in CARC basis. The inclusion of FA hadn't effect on the CARC weight, chest, CSC, wing, heart, gizzard and gizzard fat. The % of CARC, chest, CSC and wing in PV basis had linear increase. The % of DP and entrails on a PV basis had linear decrease. On the CARC basis a linear increase in % of chest, CSC and wing and linear decrease in DP weight were observed with the use of FA.

INTRODUÇÃO

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tempo em que os índices de desempenho zootécnico evoluem (Mendes et al., 2001). Mack e Pack (2000) comentam que a qualidade da carcaça ganha cada vez mais importância como critério de desempenho, sendo o rendimento da carcaça, a deposição de gordura e a porção de carne de peito os parâmetros mais importantes para caracte-rização da qualidade. Segundo Mendes et

al. (2001), o rendimento de carcaça e de

cortes é o fator que mais afeta a rentabilidade da produção avícola. Altos teores de gor-dura corporal em frangos de corte, repre-sentam queda no rendimento industrial e no valor comercial dos cortes (Scheuermann et

al., 1995), enquanto o peito é a porção da

ave que agrega maior valor monetário à carcaça (Mack e Pack, 2000).

De acordo com Scheuermann et al. (1995), a expressão fenotípica do potencial genético para melhoria na taxa de cresci-mento, conversão alimentar e rendimento de carne, depende de fatores de meio; por tanto, é importante conhecer as exigências nutricionais das aves em processo de melhoramento. Araújo et al. (2001) comen-tam que os efeitos de meio somente exercem importância primária quando as exigências nutricionais são atendidas.

O custo com alimentação é o item que mais onera a produção avícola e somando-se a este fator existe uma preocupação mun-dial quanto à produção e disponibilidade de alimentos, principalmente àqueles comuns aos homens e animais, elevando o interesse em encontrar alternativas para oferta e utilização dos alimentos, especialmente das fontes protéicas. Neste contexto, os subprodutos agrícolas e da indústria de alimentos representam uma alternativa aos ingredientes tradicionais.

O farelo de algodão (FA) é um subpro-duto da industrialização do algodão, obtido a partir do caroço decorticado após a extração do óleo por solvente e moagem fina (Butolo, 2002). Segundo Ezequiel (2002) a proteína do FA varia de 38 a 44%, sendo mais frequentemente comercializada no Brasil

com 38%. De modo geral, o FA apresenta cerca de 40% de proteína bruta e 12% de fibra bruta, sendo seu conteúdo em aminoácidos essenciais satisfatório, exceto em lisina (Peixoto e Maier, 1993). De outro modo, Rostagno et al. (2005), descrevem uma composição aminoacídica inferior do FA para todos os aminoácidos, exceto arginina, em relação ao farelo de soja. Embora o FA apresente elevado nível de proteína, sua utilização em dietas para frangos de corte é dificultada devido a três fatores básicos: teor fibra bruta, nível de gossipol livre e de lisina disponível. De acordo com Ezequiel (2002) os teores de lisina disponível e de gossipol livre estão diretamente rela-cionados e são influenciados pelo método de extração do óleo; o gossipol livre comple-xa-se com a lisina reduzindo seu poder tóxi-co e também o valor biológitóxi-co da proteína. Sob o ponto de vista do rendimento de carcaça, a utilização do farelo de algodão deve ser observada quanto à qualidade da proteína fornecida em função da dispo-nibilidade e digestibilidade dos aminoácidos, principalmente da lisina.

Por outro lado, o conceito de proteína ideal exige que a formulação da ração esteja baseada em aminoácidos digestíveis, o que torna possível contornar as diferenças de digestibilidade existentes entre diferentes ingredientes (Serrana, 2003). Atualmente, o conceito de proteína ideal para formulação de rações para aves resultou em redução nos custos de produção em função da redução no nível de proteína ao mesmo tempo em que aumentou a eficiência de sua utilização, deste modo a proteína ideal visa atender de maneira exata as exigências de aminoácidos para mantença e máximo crescimento. A lisina foi o aminoácido escolhido pelos pesquisadores como referência (padrão=100), os outros amino-ácidos têm seus requerimentos ajustados em percentuais em relação à lisina. Azcona

et al. (2001) comentam que o principal papel

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rações para frango de corte, promove uma significativa melhora na conversão alimen-tar. Os mesmos autores comentam que o nível de lisina utilizado nas dietas deve estar em função do parâmetro que desejamos maximizar. Leclercq (1998) comenta evidên-cias sobre a ocorrência de uma hierarquia de exigências, onde o requerimento para o máximo ganho de peso é menor que para rendimento de carne de peito, que é menor que as exigências para conversão alimentar e, por fim, a maior exigência para diminuição

da deposição da gordura abdominal. Este estudo teve por objetivo avaliar características de carcaça de frangos de corte alimentados com níveis crescentes de substituição da proteína do farelo de soja pela proteína do farelo de algodão.

MATERIAL E MÉTODOS Um experimento de desempenho zootéc-nico foi conduzido no setor de avicultura do Departamento de Zootecnia da

Universi-Tabela I. Composição percentual das dietas para frangos de corte nas fases inicial (sete a 21 dias de idade) e final (22 a 42 dias) alimentados com diferentes níveis de substituição da proteína do farelo de soja pela proteína do farelo de algodão. (Percentual composition of broiler diets at initial phase (seven to 21 days) and finishing phase (22 to 42 days) feed with different levels of substitution of soybean meal protein by cottonseed meal protein).

Ração inicial (7 a 21 dias) Ração final (22 a 42 dias) Ingredientes 0FA 10FA 20FA 30FA 40FA 0FA 10FA 20FA 30FA 40FA Milho 51,88 50,6 49,46 48,26 47,05 62,21 61,17 60,13 59,09 58,04 Farelo de soja 39,86 35,96 32,05 28,15 24,25 31,68 28,62 25,56 22,51 19,45 Farelo de algodão** 0,00 5,08 10,17 15,25 20,33 0,00 4,08 8,16 12,24 16,32 Óleo de soja 4,00 3,93 3,86 3,79 3,72 2,44 2,39 2,35 2,30 2,26 Calcário calcítico 1,19 1,24 1,30 1,35 1,41 1,14 1,18 1,22 1,27 1,31 Fosfato bicálcico 1,87 1,83 1,78 1,74 1,70 1,64 1,60 1,57 1,53 1,50 Sal comum 0,45 0,45 0,46 0,46 0,46 0,27 0,28 0,28 0,28 0,28 DL-metionina 99% 0,25 0,23 0,21 0,19 0,18 0,21 0,20 0,18 0,17 0,15 L-treonina 0,00 0,01 0,02 0,04 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Lisina HCL 78,4% 0,12 0,18 0,25 0,32 0,38 0,19 0,24 0,29 0,34 0,39 Premix mineral1 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 Premix vitamínico2 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13 0,08 0,08 0,08 0,08 0,08 Coccidiostático3 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,04 0,04 0,04 0,04 0,04 Cloreto de colina 60% 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 Sulfato ferroso 0,00 0,02 0,05 0,07 0,09 0,00 0,02 0,04 0,05 0,07 1Composição por kg de premix mineral: 264,15 mg de Sulfato de Mn; 69,44 mg de Óxido de Zn; 262,12 mg de Sulfato de Fe; 32 mg de Sulfato de Cu; 0,80 mg de Iodeto; Caulim 371,49 g. 2Premix vitamínico: Vit. A: 11 000 000UI; Vit. D3: 2 000 000UI; Vit. E: 16 000 mg; Acido fólico: 400 mg; Pantotenato de cálcio: 10 000 mg; Biotina: 60 mg; Niacina 35 000 mg; Piridoxina: 2 000 mg; Riboflavina 4 500 mg; Tiamina: 1 200mg; Vit. B12: 16 000 mcg; Vit. K3: 1 500 mg; Selênio: 250 mg. Premix vitamínico engorda: Vit. A: 9 000 000UI; Vit. D3: 1 600 000UI; Vit. E: 14 000 mg; Ac. fólico: 300 mg; Pantotenato de cálcio: 9 000 mg; Biotina: 50 mg; Niacina 30 000 mg; Piridoxina: 1 800 mg; Riboflavina 4 000 mg; Tiamina: 1 000 mg; Vit. B12: 12 000 mcg; Vit. K3: 1 500 mg; Selênio: 250 mg.

Coccidiostático3

0FA; 10FA; 20FA; 30FA e 40FA, correspondem ao nível de substituição da proteína do farelo de soja pela proteína do farelo de algodão.

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dade Federal Rural de Pernambuco, no pe-ríodo de 14 de outubro a 25 de novembro de 2004. Para este experimento foram utilizados 300 pintos de corte de um dia, machos, da linhagem comercial Ross, alocados em 25 boxes, onde a unidade experimental consi-derada foi cada box contendo 12 aves.

As aves foram submetidas a tratamentos com cinco níveis (0, 10, 20, 30 e 40%) de substituição da proteína do farelo de soja (FS) pela proteína do farelo de algodão (FA) em dietas isocalóricas, isoproteicas e isoaminoácídicas para lisina e metionina + cistina digestíveis, distribuídos em 5 tratamentos com 5 repetições. As rações, apresentadas na tabela I, foram formuladas a partir das exigências nutricionais propos-tas por Rostagno et al. (2000) e empregando

o princípio da proteína ideal para frangos de corte mantendo uma relação para lisina, metionina+cistina, treonina e triptofano digestíveis e assegurando a concentração mínima estabelecida para os demais amino-ácidos essenciais. O programa de alimen-tação foi dividido em 3 fases: pré-inicial (1 a 7 dias), inicial (8 a 21 dias) e final (22 a 42 dias). A ração pré-inicial foi comum a todas as aves e os tratamentos implantados a partir da fase inicial, os níveis de proteína bruta adotados foram 21,9% e 19,6% para fase inicial e final, respectivamente, e a energia metabolizável assumida para todos os tratamentos foi 3150 kcal/kg, conforme está apresentado na tabela II.

Para análise dos parâmetros relaciona-dos à carcaça, foram abatirelaciona-dos 75 frangos de

Tabela II. Composição química e valores calculados das dietas para frangos de corte alimentados com diferentes níveis de substituição da proteína do farelo de soja pela proteína do farelo de algodão. (Chemical composition and calculated values of diets for broilers feed with different substitution levels of soybean meal protein by cottonseed meal protein).

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corte com 42 dias de idade com a escolha de três aves por box com peso corporal o mais próximo da média dos pesos da unidade experimental de onde foram coletadas. Desta forma foram abatidas para avaliação 25% das aves de cada box. As aves foram pesa-das individualmente para obtenção do peso vivo e em seguida permaneceram em jejum por 6 horas. Após esse período foram aba-tidas, sangradas, depenadas e novamente pesadas. Em seguida, as carcaças foram evisceradas e as vísceras comestíveis e não-comestíveis, pesadas e, também, a gordura em volta do proventriculo, da moela e em volta da cloaca foram retiradas e pesadas. As carcaças com a cabeça e os pés e sem as vísceras foram pesadas. Depois, foram reti-rados os pés e a cabeça para obtenção do peso da carcaça sem pés e sem cabeça. Logo após, foram realizados os cortes das asas, peito e coxa +sobre coxa, os cortes foram pesados. Neste experimento foram adotadas as seguintes definições: a) carcaça inicial= corpo da ave abatida, sem sangue, depe-nada, com pés, sem cabeça, sem vísceras e sem gordura abdominal, b) carcaça final= corpo da ave abatida, sem sangue, depe-nada, sem pés, sem cabeça, sem vísceras e sem gordura abdominal, c) gordura da moela = compreende a gordura retirada que estava aderida à moela e ao proventrículo, d) gor-dura abdominal= corresponde à gorgor-dura localizada no interior do ísquio, circundan-do a Bursa de Fabricius, cloaca e músculos abdominais adjacentes.

Todo processo foi realizado manualmente e as carcaças não passaram por chiller. As características avaliadas foram: peso da carcaça, peso dos cortes principais (peito, coxa+sobrecoxa, asa, dorso+pescoço), peso das vísceras (vísceras comestíveis: fígado, coração e moela, e vísceras não-comestíveis destinadas à graxaria: intestino e resíduos) e peso da gordura da moela e da gordura abdominal. Foram calculadas as porcen-tagens da carcaça final, dos cortes, da gor-dura total e órgãos internos em relação ao peso vivo (valores absolutos), além das

porcentagens dos cortes em relação à carcaça final (valores relativos).

Para cada box, considerado a unidade experimental, foram calculados os valores médios para cada parâmetro avaliado. Dessa forma cada média obtida foi originada a partir do abate das três aves escolhidas por box. Na análise dos dados foi utilizado GLM (General Linear Model) do pacote estatístico SAS® (SAS, 1990) sem realizar transformação

de dados. Os parâmetros foram avaliados através da análise de variância e de regressão polinomial. O arranjo experimental adotado foi o delineamento inteiramente casualizado com o seguinte modelo:

Yij= µ + Ti + εij

em que:

Yij= parâmetros avaliados em cada unidade expe-rimental j recebendo o tratamento i

µ= média estimada

Ti= efeito do nível de substituição da proteína do farelo de algodão pela proteína do farelo de algodão, sendo i= 1, 2,..., 5 os níveis de substituição da proteína do farelo de soja, respectivamente, 0, 10,..., 40%

j= 1,2,...,5 a repetição dentro de cada nível de substituição e

εij= erro aleatório associado à cada observação.

Na análise de regressão dos parâmetros avaliados foi considerado como causa de variação no máximo até o efeito cúbico ou de grau inferior. Foram adotados como critérios de decisão: a) o nível de significância do modelo de regressão linear, b) a significância dos parâmetros de regressão adotando tes-te “t” a 5% de probabilidade, c) a magnitude do coeficiente de determinação R2 e, d) a

característica do parâmetro avaliado consi-derando o coeficiente de variação. Simulta-neamente, visando ampliar o grau de informação, foi aplicado o teste de médias Tukey a 5%.

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Tabela III. Tipo de efeito observado na análise de regressão (ER), coeficiente de variação do parâmetro (CV), média geral observada para cada parâmetro e as médias observadas para as características das carcaças avaliadas em função do nível de substituição da proteína do farelo de soja pela proteína do farelo de algodão. (Kind of effect observed in regression analysis (ER), variation coefficient (CV) of parameter, general average observed in each parameter and carcass characteristics averages observed in each substitution level of soybean meal protein for cottonseed meal protein).

Parâmetro avaliado ER CV Média 0% 10% 20% 30% 40%

Peso vivo, g NS 2,90 2516 2528 2529 2507 2527 2490 Carcaça inicial1, g NS 3,13 2021 2020 2033 2018 2032 2004 Peito, g NS 4,41 585 574 586 585 595 586 Coxa + Sobrecoxa, g NS 2,89 584 576 584 585 593 584 Asa, g NS 3,81 201 198 201 201 204 202 Dorso + Pescoço, g L 7,35 523 542a 528ab 522bc 514bc 509c Vísceras, g L 5,39 179 188a 185a 180b 174c 168d Vísceras comestíveis, g L 6,34 85,0 89,2a 86,9b 84,1c 83,5c 81,4c Fígado, g L 7,30 48,4 52,5a 50,1b 48,1c 46,9d 44,7e Coração, g NS 9,92 10,8 10,9 10,9 10,5 11,0 10,9 Moela, g NS 10,7 25,7 25,8 25,9 25,5 25,5 25,8 Vísceras graxaria, g L 7,48 94,0 98,6a 97,7a 96,1a 90,6b 87,0c Intestino, g L 7,81 89,6 94,5a 93,3a 91,9a 86,3b 82,2c Gordura da moela, g NS 13,3 16,2 17,3 13,9 17,2 16,0 16,8 Gordura abdominal, g L 14,4 24,7 28,3a 26,2a 22,1b 24,3b 22,8b Em relação ao peso vivo, %

Carcaça final2 L 0,65 75,26 74,76c 75,11b 75,48a 75,43a 75,51a Peito L 3,27 23,26 22,68c 23,18b 23,34ab 23,53a 23,55a Coxa + Sobrecoxa L 2,49 23,24 22,80c 23,10b 23,35ab 23,48a 23,45a Asa L 3,61 7,99 7,84b 7,94b 8,01ab 8,08a 8,09a Dorso + Pescoço L 5,91 20,77 21,44a 20,89ab 20,77b 20,34b 20,42b Vísceras total L 3,94 7,11 7,43a 7,30ab 7,17b 6,89c 6,77c Vísceras comestíveis L 5,59 3,38 3,52a 3,44a 3,35b 3,30b 3,27b Fígado L 6,63 1,92 2,07a 1,98b 1,92bc 1,86c 1,79c Coração NS 9,53 0,43 0,43 0,43 0,42 0,43 0,44 Moela NS 10,4 1,02 1,02 1,03 1,02 1,01 1,04 Vísceras Graxaria L 6,18 3,73 3,90a 3,87a 3,82a 3,59b 3,50b Intestino L 6,53 3,56 3,74a 3,69a 3,65a 3,42b 3,30c Gordura total NS 7,51 1,63 1,80 1,58 1,57 1,59 1,59 Outras partes NS 3,57 16,00 16,01 16,00 15,78 16,08 16,13 Em relação à carcaça final, %

Peito L 3,47 30,90 30,34b 30,86a 30,92a 31,20a 31,18a Coxa + Sobrecoxa L 2,51 30,88 30,50b 30,76b 30,94ab 31,13a 31,06a Asa L 3,72 10,62 10,50b 10,57ab 10,62a 10,72a 10,71a Dorso + Pescoço L 5,61 27,60 28,66a 27,82b 27,51bc 26,95c 27,05c 1Carcaça inicial= carcaça com os pés, sem cabeça e sem gordura abdominal. 2Carcaça final= carcaça inicial sem os pés.

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proteína do FA em até 40% não teve efeito significativo sobre os pesos da carcaça ini-cial, do peito, coxa+sobrecoxa, asa, coração, moela e gordura da moela conforme apresentado na tabela III. Porém, foi verifi-cada redução linear significativa sobre o peso do dorso+pescoço, das vísceras, tan-to das vísceras comestíveis (fígado) como das vísceras destinadas à graxaria (intesti-nos). A gordura abdominal também apre-sentou redução linear com os níveis de substituição do FS por FA.

As porcentagens de carcaça final, de peito e de coxa+sobrecoxa, em relação ao peso vivo, apresentaram aumento linear com os níveis crescentes de FA na dieta, confor-me apresentado na tabela IV. A porcentagem do dorso+pescoço, das vísceras totais, das vísceras comestíveis (apenas fígado), das vísceras destinadas à graxaria (apenas in-testino) quando relacionado ao peso vivo, tiveram redução linear significativa. Na

tabela III pode ser observado que as aves

alimentadas com a dieta padrão sem FA

Tabela IV. Coeficiente de determinação da análise de regressão, níveis de significância e coeficiente de variação do modelo estatístico. (Determination coefficient of regression analysis, significance levels and coefficient variation of the statistic model).

Parâmetro avaliado R2 Equação de regressão* Pr= CV

Partes da carcaça, g Dorso + Pescoço, g 0,9606 Y= 539,04 – 0,7973X 0,0034 0,56 Vísceras, g 0,9865 Y= 188,93 – 0,4947 X 0,0007 0,59 Vísceras comestíveis, g 0,9679 Y= 88,83 – 0,1907 X 0,0025 0,75 Fígado, g 0,9883 Y= 52,19 – 0,1873 X 0,0005 0,77 Vísceras graxaria, g 0,9233 Y= 100,11 – 0,3040 X 0,0092 1,70 Intestino, g 0,9191 Y= 95,95 – 0,3153 X 0,0100 1,90 Gordura abdominal, g 0,6544 Y= 27,3 5 – 0,1300 X 0,0973 6,97 Em relação ao peso vivo, %

Carcaça final, % 0,8116 Y= 74,89 + 0,0183 X 0,0369 0,21 Peito, % 0,8633 Y= 22,84 + 0,0209 X 0,0224 0,65 Coxa + Sobrecoxa, % 0,8631 Y= 22,90 + 0,0168 X 0,0224 0,53 Asa, % 0,9446 Y= 7,86 + 0,0065 X 0,0056 0,36 Dorso + Pescoço, % 0,8717 Y= 21,29 – 0,0259 X 0,0203 0,87 Vísceras total, % 0,9763 Y= 7,46 – 0,0173 X 0,0016 0,69 Vísceras comestíveis, % 0,9665 Y= 3,51 – 0,0064 X 0,0026 0,65 Fígado, % 0,9926 Y= 2,06 – 0,0067 X 0,0003 0,55 Vísceras graxaria, % 0,9092 Y= 3,95 – 0,0109 X 0,0119 0,68 Intestino, % 0,9091 Y= 3,79 – 0,0114 X 0,0120 1,85

Em relação à carcaça final, %

Peito, % 0,8437 Y= 30,50 + 0,0203 X 0,0276 0,52

Coxa + Sobrecoxa, % 0,8558 Y= 30,58 + 0,0148 X 0,0243 0,36

Asa, % 0,9396 Y= 10,50 + 0,0059 X 0,0064 0,26

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apresentaram para os rendimentos de carcaça final, de peito e de coxa + sobrecoxa em relação ao peso vivo valores inferiores (p<0,05) aos apresentados nos demais níveis de substituição. Isto ocorre em função da menor (p<0,05) porcentagem da carne de peito e da coxa + sobrecoxa em relação à carcaça final e também em relação ao peso vivo observadas nas aves alimentadas com a dieta padrão. Para o rendimento de carcaça final níveis de substituição da proteína do FS pela proteína do FA igual ou superiores a 20% proporcionaram valores mais eleva-dos (p<0,05) do que níveis de substituição abaixo de 20%. E, para o rendimento dos cortes nobres (peito + coxa e sobrecoxa) em relação ao peso vivo os níveis de subs-tituição de 20, 30 e 40 % não diferiram entre si (p<0,05). A gordura total (gordura da moela + gordura abdominal), o coração e a moela expressos como porcentagem do peso vivo não apresentaram efeito significativo (p>0,05) em função dos tratamentos.

De modo geral, todos os parâmetros em relação à carcaça final, expressos em percentual, apresentaram efeito linear posi-tivo significaposi-tivo (p<0,05), exceto para o rendimento de dorso + pescoço que apresentou efeito linear negativo significa-tivo (p<0,05). A porcentagem do peito em relação à carcaça final foi significativamente inferior (p<0,05) nas aves que receberam a dieta padrão milho e FS quando comparado com as aves que receberam as dietas em que a proteína do FS foi parcialmente substituída pela proteína do FA. A porcentagem de coxa + sobrecoxa em relação à carcaça final é menos influenciada pelos tratamentos e dessa forma níveis de substituição da pro-teína do FS em até 20 % não diferiram (p<0,05) da dieta padrão.

Mack et al. (1999) em dois estudos com proteína ideal, avaliaram níveis graduais de lisina em dietas de frangos de corte machos das linhagens Ross e ISA, nas duas experiências o rendimento ótimo de carne de peito foi atingido com os níveis de 1,03

para Ross e 1,10 para ISA, enquanto a melhor eficiência alimentar foi atingida com 1,22% de lisina na dieta. Resultados semelhantes foram encontrados por Azcona et al. (2001) em dois experimentos (22 a 42 dias e 36 a 49 dias), avaliando níveis de lisina utilizando frangos de corte machos Ross, onde concluíram que para ambos experimentos, a maximização da conversão alimentar e rendimento de peito na fase de engorda, o nível de lisina digestível deve ser igual ou superior a 1,07%.

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requerimentos para fase final em relação ao nível de energia utilizado, tendo sido 0,599 e 0,580%, respectivamente. Kidd et al. (2004), relataram que o melhor desenvolvimento de carne de peito ocorreu com aves que receberam dietas com 0,65% de treonina digestível na fase final (21 a 42 dias) em relação àquelas que receberam 0,43%, con-siderada pelos autores como deficiente. Não houve suplementação de triptofano, no entanto, ao nível de 40% de substituição na fase final, este aminoácido ficou no limite de seu requerimento.

Estas justificativas são reforçadas pelo relato de Leclercq (1998), quanto à hierarquia dos requerimentos de lisina, onde o maior requerimento é para deposição de gordura abdominal, que neste estudo apresentou efeito linear negativo altamente significati-vo (p<0,0003). A relação entre os resultados de característica de carcaça e de desempenho para conversão alimentar com a hierarquia do requerimento de lisina, mostra que eficiência alimentar parece não ter sido po-sitivamente influenciada pelos níveis de lisina, assim como foram a formação de car-ne de peito (expresso pela % de peito) e a deposição de gordura abdominal, principal-mente porque o requerimento para melhora da eficiência alimentar está entre os requerimentos para maximização a carne de peito e da redução da deposição da gordura abdominal. Embora Mack et al. (1999) relate que a melhor eficiência alimentar foi obtida com 1,22% de lisina digestível, inferior ao nível de 1,06% proposto por Rostagno et al. (2000).

Por outro lado, redução na deposição de gordura pode ser argumentada quanto ao teor de fibra nas dietas, devido à relação da densidade energética e níveis de fibra nas dietas. Henry et al. (2001) relataram em seus experimentos que pintainhos alimentados com dietas à base de FA e suplementadas com lisina, produziram frangos com desem-penho comparado a aves que consumiram dietas com FS, porém a gordura da carcaça

foi aumentada. Os autores comentam que esta ocorrência poderia ser atribuída à relação do alto nível de energia (3200 kcal/ kg) com a proteína (23%), com os amino-ácidos ou, ainda, com o teor de fibra bruta do FA, atuando sobre a densidade energé-tica. Os autores não indicam o nível de fibra nas dietas dos experimentos, contudo, o alto teor protéico (44,5%) do FA utilizado, sugere um baixo teor de fibra em relação a farelos menos protéicos e, desta forma, a relação que os autores fazem da interferência do nível de fibra dietético sobre a energia, pode ser entendida como insuficiente para diluir o alto teor energético das dietas e, permitir assim, uma maior deposição de gordura na carcaça. Segundo Ferreira (1994), o nível de fibra bruta mais elevado é capaz de diluir a concentração energética e conseqüentemente o valor da energia metabolizável. De outra maneira, um baixo nível de fibra em uma dieta de alta energia, disponibiliza uma maior quantidade de calorias e permite um acúmulo maior de gordura.

Este estudo sugere a necessidade de mais pesquisas sobre a composição quími-ca e a digestibilidade dos aminoácidos dos farelos de algodão atualmente disponíveis no mercado, levando-se em consideração os diferentes tipos de farelo e condições de processamento, até que seja possível ela-borar equações de predição confiáveis para este ingrediente.

CONCLUSÃO

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BIBLIOGRAFIA

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