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Livro Eletrônico. Aula 00. Noções de Legislação (Tópicos 1, 2 e 3) p/ TRT 10ª Região DF (Todos os Cargos) Com videoaulas

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Academic year: 2022

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Aula 00

Noções de Legislação (Tópicos 1, 2 e 3) p/ TRT 10ª Região DF (Todos os Cargos) Com videoaulas - 2018

Professores: Herbert Almeida, Paulo Guimarães, Time Herbert Almeida

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0

AULA 0: Lei 8.112/1990 (parte 1)

Sumário

REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS ... 4

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ... 4

CONCURSO PÚBLICO ... 6

PROVIMENTO ... 7

POSSE ...31

EXERCÍCIO...32

ESTÁGIO PROBATÓRIO ...36

VACÂNCIA ...41

DESLOCAMENTO ...45

SUBSTITUIÇÃO ...57

QUESTÕES EXTRAS ...58

QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ...76

GABARITO ...88

REFERÊNCIAS ...88

Ol‡ concurseiros e concurseiras.

ƒ com muita satisfa•‹o que estamos lan•ando o curso de No•›es de Legisla•‹o (t—picos 2 e 3) para o concurso de Todos os Cargos de N’vel Superior e MŽdio do Tribunal Regional do Trabalho da 10» Regi‹o Ð TRT/10. O nosso curso ter‡ como foco as quest›es do CESPE/UnB.

De imediato, vejamos as caracter’sticas deste material:

ü ser‹o abordados todos os itens do œltimo edital;

ü grande quantidade de quest›es comentadas;

ü curso elaborado com foco nos entendimentos do Cespe/Unb, ao longo das aulas, vamos destacar a Òjurisprud•ncia CespianaÓ J; ü contato direto com o professor atravŽs do f—rum de dœvidas.

Caso ainda n‹o me conhe•am, meu nome Ž Herbert Almeida, sou Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Esp’rito Santo aprovado em 1¼ lugar no concurso para o cargo. AlŽm disso, obtive o 1¼ lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23¼ Regi‹o/2011. Meu primeiro contato com a Administra•‹o Pœblica ocorreu atravŽs das For•as Armadas. Durante sete anos, fui militar do ExŽrcito Brasileiro, exercendo atividades de administra•‹o como Gestor Financeiro, Pregoeiro, Respons‡vel pela Conformidade de Registros de Gest‹o e Chefe

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de Se•‹o. Sou professor de Direito Administrativo e Administra•‹o Pœblica aqui no EstratŽgia Concursos e palestrante da Turma EstratŽgica.

AlŽm disso, no Tribunal de Contas, participo de atividades relacionadas com o Direito Administrativo.

Ademais, os concursos pœblicos em que fui aprovado exigiram diversos conhecimentos, inclusive sobre Direito Administrativo. Ao longo de meus estudos, resolvi diversas quest›es, aprendendo a forma como cada organizadora aborda os temas previstos no edital. Assim, pretendo passar esses conhecimentos para encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo. Ent‹o, de agora em diante, vamos firmar uma parceria que levar‡

voc• ˆ aprova•‹o no concurso pœblico para o TRT/10.

Observo ainda que o nosso curso contar‡ com o apoio da Prof. Leticia Cabral, que nos auxiliar‡ com as respostas no f—rum de dœvidas. A Prof.

Leticia Ž advogada e trabalha tambŽm como assessora de Procurador do Estado em Vit—ria-ES. Atualmente tambŽm Ž aluna do mestrado em Direito Processual na UFES (Universidade Federal do Esp’rito Santo). Com isso, daremos uma aten•‹o mais completa e pontual ao nosso f—rum.

Falando do nosso curso, vamos abordar o seguinte conteœdo para a nossa disciplina:

NOÇÕES DE LEGISLAÇÃO (TÓPICOS 2 E 3): Regime jurídico dos servidores públicos civis da União (Lei nº 8.112/1990 e suas alterações): provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar:

deveres, proibições, acumulação, responsabilidades, penalidades, processo administrativo disciplinar. 3 Noções sobre a Lei nº 8.666/1993 e suas alterações.

Para maximizar o seu aprendizado, nosso curso estar‡ estruturado em seis aulas, sendo esta aula demonstrativa e outras cinco, vejamos o cronograma:

AULA CONTEÚDO DATA

Aula 0

2 Regime jurídico dos servidores públicos civis da União (Lei nº 8.112/1990 e suas alterações): provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição

Disponível Aula 1 2 Regime jurídico dos servidores públicos civis da União (Lei

nº 8.112/1990 e suas alterações): direitos e vantagens 22/03 Aula 2

2 Regime jurídico dos servidores públicos civis da União (Lei nº 8.112/1990 e suas alterações): regime disciplinar:

deveres, proibições, acumulação, responsabilidades, penalidades, processo administrativo disciplinar.

29/03

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 Aula 3 3 Noções sobre a Lei nº 8.666/1993 e suas alterações (parte

1)

05/04 Aula 4 3 Noções sobre a Lei nº 8.666/1993 e suas alterações (parte

2)

12/04

Aula 5 Item 1 – Prof. Paulo Guimarães 19/04

Por fim, informo que, com exce•‹o da aula demonstrativa, nossas aulas ser‹o elaboradas com cerca de 30 p‡ginas de teoria e o restante ser‡

somente de quest›es, possibilitando o estudo completo da matŽria sem perda de tempo.

Aten•‹o! Este curso Ž completo em pdf, sendo as videoaulas utilizadas apenas de forma complementar, para facilitar a compreens‹o dos assuntos. Somente ser‹o disponibilizados v’deos para os principais assuntos (somente para as aulas 0 a 4).

Por fim, se voc• quiser receber dicas di‡rias de prepara•‹o para concursos e de Direito Administrativo, siga-me nas redes sociais (n‹o esque•a de habilitar as notifica•›es no Instagram, assim voc• ser‡

informado sempre que eu postar uma novidade por l‡):

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Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso.

Observa•‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.

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!

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REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

Disposições preliminares

O Regime Jur’dico ònico para os servidores pœblicos da administra•‹o direta, aut‡rquica e fundacional consta na Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Trata-se de uma Lei Federal e, portanto, aplica-se exclusivamente ˆ Uni‹o. Dessa forma, os estados e munic’pios devem possuir leis pr—prias estabelecendo o regramento para os seus servidores pœblicos.

AlŽm disso, as regras da Lei 8.112/1990 s— alcan•am os —rg‹os da administra•‹o direta, das autarquias e das funda•›es pœblicas, n‹o se aplicando ˆs empresas pœblicas e ˆs sociedades de economia mista, cujos empregados pœblicos submetem-se ˆs regras da Consolida•‹o das Leis do Trabalho Ð CLT.

Nesse contexto, acrescenta-se que a Lei 8.112/1990 Ž o Estatuto dos servidores pœblicos, em sentido estrito. S‹o os chamados servidores estatut‡rios, justamente porque sua rela•‹o profissional se d‡ por meio das regras previstas em um ÒestatutoÓ que, no caso, Ž a Lei 8.112/1990.

Assim, tal diploma legal costuma ser chamado de Estatuto dos Servidores Pœblicos da Uni‹o.

Assim, enquanto o v’nculo dos empregados pœblicos Ž contratual, a rela•‹o entre os servidores pœblicos e o poder pœblico Ž legal. Por conseguinte, para os empregados pœblicos o pacto contratual s— poder‡ ser alterado por concord‰ncia das duas partes (empregado e poder pœblico).

Por outro lado, o regime jur’dico dos servidores pœblicos poder‡ ser alterado sempre que o estatuto sofrer altera•›es. Vale dizer, o servidor pœblico n‹o est‡ livre de modifica•›es legais, que poder‹o alterar os termos de sua rela•‹o com a Administra•‹o Pœblica.

Com efeito, devemos observar que, em v‡rios julgados, o STF e o STJ j‡ reconheceram que o servidor pœblico n‹o possui direito adquirido ˆ imutabilidade do regime jur’dico. Dessa forma, como toda lei Ž pass’vel de modifica•‹o, Ž poss’vel a modifica•‹o legal do regime jur’dico inicial de um servidor pœblico. Por exemplo, no MS 28.433 Agr/PB, o Supremo Tribunal Federal entendeu que Òo servidor pœblico n‹o tem direito adquirido a regime jur’dico, o que, consequentemente, significa que

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 n‹o h‡ viola•‹o a direito quando se altera a jornada de trabalho anteriormente fixadaÓ1.

Entretanto, as modifica•›es em lei n‹o poder‹o retirar aquilo que o servidor j‡ alcan•ou a t’tulo de direito adquirido, ou seja, os direitos dos quais ele j‡ tenha preenchido os requisitos para goz‡-los devem ser respeitados.

A Lei conceitua servidor como a pessoa legalmente investida em cargo pœblico (art. 2¼).

Por outro lado, cargo pœblico Ž o conjunto de atribui•›es e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3¼, caput). Ademais, os cargos pœblicos, acess’veis a todos os brasileiros, s‹o criados por lei, com denomina•‹o pr—pria e vencimento pago pelos cofres pœblicos, para provimento em car‡ter efetivo ou em comiss‹o (art. 3¼, par‡grafo œnico).

O cargo pœblico Ž, portanto, uma unidade de compet•ncia atribu’da a um servidor pœblico, criada por lei e prevista em nœmero certo, possuindo denomina•‹o pr—pria. Por exemplo, s‹o cargos pœblicos: Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da Uni‹o, Analista Tribut‡rio da Receita Federal do Brasil, Analista Judici‡rio do Tribunal Regional Eleitoral, etc.

Vale destacar que os cargos pœblicos podem ser de provimento efetivo, quando depender‹o de prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico, e de provimento em comiss‹o, situa•‹o em que ser‹o de livre nomea•‹o e exonera•‹o pela autoridade competente.

Dessa forma, tanto os servidores aprovados em concurso pœblico quanto os chamados servidores comissionados submetem-se ˆs disposi•›es do Regime Estatut‡rio.

Servidor pœblico Ž o ocupante de cargo pœblico, podendo ser de provimento efetivo ou

em comiss‹o.

1No STF, ver MS 28.433 AgR/DF; no mesmo sentido, podemos observar o EDcl no AgR no RESp 1.349.802/RJ, nos seguintes termos: “Ocorre que a natureza do vínculo que liga o servidor ao Estado é de caráter legal e pode, por conseguinte, sofrer modificações no âmbito da legislação ordinária pertinente, as quais o servidor deve obedecer, de modo que não há direito adquirido do servidor a determinado regime jurídico, nos termos de tranquila jurisprudência da Suprema Corte”.

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Os servidores pœblicos desenvolvem suas atividades como profiss‹o e, por esse motivo, o art. 4¼ da Lei 8.112/1990 veda a presta•‹o de servi•os gratuitos, ressalvados os casos previstos em lei.

1. (Cespe – Técnico Administrativo/ICMBio/2014) A Lei n.º 8.112/1990 se aplica a todos os indivíduos que trabalham no serviço público federal, incluindo os servidores da administração federal, os militares e os empregados públicos.

Comentário: essa é uma questão sobre o âmbito de aplicação da Lei 8.112/1990. Nesse contexto, devemos saber que ela se aplica a todos os servidores públicos estatutários da Administração Direta (de todos os Poderes), das autarquias e das fundações públicas.

A Lei 8.112/1990, contudo, não se aplica aos militares, que se submetem ao Estatuto dos Militares, aos ocupantes de emprego público, que seguem a Consolidação das Leis Trabalhistas, e aos servidores temporários, que seguem legislação própria.

Gabarito: errado.

Concurso público

As regras sobre concurso pœblico guardam muita rela•‹o com o que disp›e a Constitui•‹o Federal. O concurso possui, basicamente, dupla finalidade. A primeira Ž a de selecionar os melhores candidatos para o preenchimento da vaga, conforme n’vel de conhecimento demonstrado na avalia•‹o. A outra finalidade Ž garantir a todas as pessoas que atendem aos requisitos do cargo o direito de concorrer ˆ vaga.

Assim, o concurso poder‡ ser de provas ou de provas e t’tulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispor a lei ou regulamento do respectivo plano de carreira. Com efeito, a inscri•‹o do candidato no concurso ser‡ condicionada ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispens‡vel ao seu custeio, ressalvando-se as hip—teses de isen•‹o nele expressamente previstas (art. 11).

O prazo de validade do concurso pœblico ser‡ de atŽ dois anos, podendo ser prorrogado uma œnica vez, por igual per’odo (art. 12). Portanto, o prazo m‡ximo que um concurso poder‡ chegar Ž de quatro anos. Acrescenta-se que o prazo de prorroga•‹o id•ntico ao per’odo inicial de validade. Assim,

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 se o concurso tiver a validade de noventa dias, o edital poder‡ prever a sua prorroga•‹o por outros noventa, por exemplo.

Nesse contexto, o prazo de validade do concurso e as condi•›es de sua realiza•‹o devem ser fixados em edital, que ser‡ publicado no Di‡rio Oficial da Uni‹o e em jornal di‡rio de grande circula•‹o (art. 12, ¤1¼).

Por fim, estabelece o art. 12, ¤2¼, que n‹o se abrir‡ novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade n‹o expirado.

Provimento

Disposições preliminares

De acordo com a Lei 8.112/1990, s‹o requisitos b‡sicos para a investidura em cargo pœblico (art. 5¼):

a) a nacionalidade brasileira;

b) o gozo dos direitos pol’ticos;

c) a quita•‹o com as obriga•›es militares e eleitorais;

d) o n’vel de escolaridade exigido para o exerc’cio do cargo;

e) a idade m’nima de dezoito anos;

f) aptid‹o f’sica e mental.

AlŽm disso, as atribui•›es do cargo poder‹o justificar a exig•ncia de outros requisitos estabelecidos em lei (art. 5¼, ¤1¼). Esse ponto merecer ser destacado. Os concursos pœblicos devem permitir a maior competi•‹o poss’vel, exigindo-se como requisitos apenas aqueles essenciais para o desempenho das atribui•›es do cargo. Contudo, qualquer exig•ncia diferenciada dever‡ ser feita em lei, n‹o se podendo utilizar atos infralegais para criar condi•›es para acesso aos cargos pœblicos.

Por conseguinte, n‹o se admite que atos administrativos venham a estabelecer restri•›es. Nesse sentido, a Sœmula 14 do STF estabelece que ÒN‹o Ž admiss’vel, por ato administrativo, restringir, em raz‹o da idade, inscri•‹o em concurso para cargo pœblicoÓ. Na mesma linha, a Sœmula Vinculante 44, tambŽm do STF, disp›e que ÒS— por lei se pode sujeitar a exame psicotŽcnico a habilita•‹o de candidato a cargo pœblicoÓ.

Por exemplo, se determinado cargo exigir que o candidato possua curso superior para a investidura, sem definir ‡rea de forma•‹o, n‹o poder‡

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o edital restringir o acesso somente aos formados em direito. Isso porque tal requisito dever‡ constar em lei.

TambŽm n‹o pode, por exemplo, limitar a idade ou a altura simplesmente por regra no edital do concurso, uma vez que tal exig•ncia dever‡ estar amparada em lei.

Ademais, vimos acima que um dos requisitos para ingresso nos cargos pœblicos Ž ter nacionalidade brasileira. Entretanto, a Emenda Constitucional 19/1998 modificou a reda•‹o do inciso I do art. 37 da CF para permitir tambŽm o ingresso de estrangeiros, na forma da lei. Trata-se, portanto, de norma de efic‡cia limitada, uma vez que a lei dever‡ dispor sobre as situa•›es em que o estrangeiro poder‡ ingressar.

Nessa linha, estabelece o ¤3¼ do art. 5¼ da Lei 8.112/1990 que as universidades e institui•›es de pesquisa cient’fica e tecnol—gica federais poder‹o prover seus cargos com professores, tŽcnicos e cientistas estrangeiros, obedecendo as normas e procedimentos do pr—prio Estatuto dos Servidores.

A Lei 8.112/1990 tambŽm assegura ˆs pessoas portadoras de defici•ncia o direito de se inscrever em concurso pœblico para provimento de cargo cujas atribui•›es sejam compat’veis com a defici•ncia de que s‹o portadoras. Com efeito, devem ser reservadas atŽ 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso para pessoas portadoras de necessidades especiais.

Finalmente, o art. 6¼ do Estatuto disp›e que o provimento dos cargos pœblicos ser‡ feito mediante ato da autoridade competente de cada Poder;

ao passo que o art. 7¼ estabelece que a investidura em cargo pœblico ocorrer‡ com a posse.

Exerc’cios, partiu!?

2. (Cespe – Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015) Considere que Joana, servidora pública da Universidade de Brasília (UnB), tenha recebido documentação para a instrução do processo administrativo de posse de um professor estrangeiro em um cargo público da universidade. Nessa situação, Joana deve desconsiderar a não apresentação, pelo professor, do documento comprobatório de nacionalidade brasileira, devendo dar prosseguimento ao referido processo.

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 Comentário: questão muito interessante!

De acordo com o art. 5º da Lei 8.112/1990, são requisitos básicos para investidura em cargo público: (i) a nacionalidade brasileira; (ii) o gozo dos direitos políticos; (iii) a quitação com as obrigações militares e eleitorais; (iv) o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; (v) a idade mínima de dezoito anos; e (vi) aptidão física e mental.

Entretanto, o §3º do mesmo artigo estabelece que “As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei”.

Assim, Joana poderá desconsiderar a não apresentação do documento comprobatório da nacionalidade brasileira, pois esse requisito é dispensável para as universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais.

Gabarito: correto.

3. (Cespe – Técnico/FUB/2015) Além dos requisitos básicos previstos na Lei n.º 8.112/1990, as atribuições de determinados cargos públicos podem exigir que outros requisitos sejam instituídos por lei para que ocorra a investidura do servidor.

Comentário: consoante o art. 5º da Lei 8.112/1990, são requisitos básicos para investidura em cargo público:

§ a nacionalidade brasileira;

§ o gozo dos direitos políticos;

§ a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

§ o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

§ a idade mínima de dezoito anos;

§ aptidão física e mental.

Ademais, as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei (art. 5º, § 1º).

Gabarito: correto.

4. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTAQ/2014) Um dos requisitos de acessibilidade aos cargos públicos é a nacionalidade brasileira, não sendo permitida, portanto, aos estrangeiros a ocupação de cargo na administração pública.

Comentário: a Constituição Federal permite o acesso aos cargos públicos pelos estrangeiros, na forma da lei. Trata-se, portanto, de norma de eficácia limitada, uma vez que depende de previsão legal para ocorrer.

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Na União, a Lei 8.112/1990 considera a “nacionalidade brasileira” (art. 5º, I) como requisito básico para a investidura em cargo público. Contudo, prevê uma exceção, pois estabelece que “as universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros”.

Dessa forma, é sim possível o ingresso de estrangeiro em cargo público.

Gabarito: errado.

Feitas essas considera•›es, vamos analisar as formas de provimento.

Formas de provimento

Segundo Hely Lopes Meirelles2, provimento Ž o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo pœblico, com a designa•‹o de seu titular.

Assim, a Lei 8.112/90 estabelece sete hip—teses de provimento, vejamos:

a) nomea•‹o;

b) promo•‹o;

c) readapta•‹o;

d) revers‹o;

e) aproveitamento;

f) reintegra•‹o;

g) recondu•‹o.

Provimento originário e provimento derivado

As formas de provimento apresentadas acima dividem-se em provimento origin‡rio e provimento derivado.

O provimento origin‡rio Ž o que se faz atravŽs da nomea•‹o, constituindo o preenchimento inicial do cargo sem que haja qualquer v’nculo anterior com a administra•‹o. Quando se tratar de provimento em cargos efetivos, o provimento origin‡rio depender‡ sempre de prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico.

A nomea•‹o Ž a œnica forma de provimento origin‡rio.

2 Meirelles, 2013, p. 482.

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 Todas os demais tipos constituem hip—teses de provimento derivado, uma vez que pressup›em a exist•ncia de prŽvio v’nculo com a Administra•‹o. Vale dizer, no provimento derivado, h‡ uma modifica•‹o na situa•‹o de servi•o da pessoa provida, que j‡ possu’a um v’nculo anterior com o poder pœblico.

Por exemplo, a reintegra•‹o Ž forma de provimento derivado, prevista no art. 41, ¤2¼, da CF, em que o servidor est‡vel Ž reintegrado ao servi•o pœblico em decorr•ncia de invalida•‹o de sua demiss‹o. Nesse caso, o servidor est‡vel foi reintegrado ao servi•o pœblico, ou seja, j‡ existia uma prŽvia rela•‹o com o poder pœblico, procedendo-se apenas a invalida•‹o de sua demiss‹o, com consequente reintegra•‹o.

Dessa forma, podemos mencionar que s‹o formas de provimento derivado previstas na Lei 8.112/1990 promo•‹o, readapta•‹o, revers‹o, aproveitamento, reintegra•‹o e recondu•‹o.

Alerta-se que na reda•‹o original da Lei 8.112/1990, ainda constavam a ascens‹o e a transfer•ncia. Todavia, tais formas de provimento foram revogadas pela Lei 9.527/1997, pois s‹o consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.

Nessa linha, podemos mencionar o conteœdo da Sœmula Vinculante 43 do STF, que estabelece que Òƒ inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico destinado ao seu provimento, em cargo que n‹o integra a carreira na qual anteriormente investidoÓ3. Assim, a ascens‹o e a transfer•ncia s‹o formas de provimento consideradas inconstitucionais pelo STF, uma vez que permitem o ingresso em carreira diversa daquela para a qual o servidor pœblico ingressou por concurso4. Outras formas de provimento derivado, muito semelhantes com as mencionadas acima, tambŽm s‹o consideradas inconstitucionais, pois permitirem o ingresso em cargo que n‹o integra a carreira para a qual o servidor prestou o concurso, tais como a transposi•‹o, a transforma•‹o ou a ascens‹o funcional5.

Das formas de provimento derivado, a reintegra•‹o, o aproveitamento e a recondu•‹o possuem previs‹o expressa no texto

3 Apesar de a Súmula Vinculante mencionar “em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”, a interpretação que costuma ser dada à redação é que são inconstitucionais formas de provimento em cargo distinto ao qual o servidor prestou o concurso público, existindo, porém, algumas ressalvas, conforme discutiremos ao longo da aula.

4 ADI 231/RJ.

5 RE 602.264/DF.

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constitucional (CF, art. 41, ¤¤2¼ e 3¼). Portanto, possuem respaldo diretamente na Constitui•‹o da Repœblica, motivo pelo qual n‹o podem ser consideradas ileg’timas.

ƒ importante frisar isso, pois, ao ÒpŽ-da-letraÓ, o aproveitamento permite o reingresso do servidor em carreira distinta daquela em que ele foi originariamente provido. O aproveitamento ocorre quando um servidor Ž reintegrado e, por consequ•ncia, eventual servidor que passou a ocupar o seu cargo precisa ser reconduzido ao cargo de origem ou, se n‹o houver vaga, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade (CF, art.

41, ¤2¼).

Exige-se, nesse caso, que o cargo de aproveitamento seja de atribui•›es e vencimentos semelhantes ao anterior (Lei 8.112/1990, art.

30).

Assim, a reda•‹o da Sœmula Vinculante 43 do STF deve ser analisada com uma certa ressalva, uma vez que existe, no pr—prio texto constitucional, forma de provimento em cargo distinto ao qual o servidor prestou concurso pœblico.

AlŽm disso, a Lei 8.112/1990 apresenta outras formas de provimento derivado, mas que n‹o constam expressamente na Constitui•‹o da Repœblica. Trata-se da promo•‹o, da readapta•‹o e da revers‹o.

A readapta•‹o Ž a forma de provimento derivado aplic‡vel nas situa•›es em que o servidor tenha sofrido alguma limita•‹o em sua capacidade f’sica ou mental. Nesse caso, o servidor ser‡ readaptado para um cargo com atribui•›es e responsabilidades compat’veis com a sua limita•‹o. Portanto, percebe-se que tambŽm Ž uma situa•‹o de provimento em cargo distinto daquele em que foi aprovado em concurso e que estava provido inicialmente.

Nesse caso, a readapta•‹o Ž outra situa•‹o aparentemente conflitante com a Sœmula Vinculante 43 do STF, contudo nunca foi declarada inconstitucional pelo Pret—rio Excelso. Percebe-se, portanto, que devemos ter uma vis‹o limitativa da Sœmula Vinculante 43. O que se quer vedar s‹o formas injustificadas de provimento em cargo distinto ao que o servidor prestou o concurso. Por exemplo, o servidor foi aprovado para um cargo de tŽcnico e, anos depois, ascende a cargo de analista. Nesse caso, o servidor passou a ocupar cargo de carreira distinta, com escolaridade e atribui•›es diferentes, sem presta•‹o de concurso pœblico, situa•‹o inconstitucional no entendimento do Supremo Tribunal Federal.

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 O fato Ž que, atualmente, podemos observar uma forma de provimento origin‡rio (nomea•‹o) e seis formas de provimento derivado (promo•‹o, readapta•‹o, revers‹o, aproveitamento, reintegra•‹o e recondu•‹o), conforme iremos discutir abaixo.

Antes, porém, cabe trazer uma classificação sobre as formas de provimento derivado, conforme ensinamentos do Prof.

Celso Antônio Bandeira de Mello. Para o jurista, o provimento derivado pode ser vertical, horizontal e por reingresso, vejamos6:

a) vertical (promoção): é aquele em que o servidor é guindado para cargo mais elevado. Demonstra-se por meio da promoção, em que o servidor é elevado a nível mais alto dentro da própria carreira;

b) horizontal (readaptação): é aquele em que o servidor não ascende, nem é rebaixado em sua posição funcional. Ocorre por meio da readaptação, que ocorre quando o servidor passa a ocupar novo cargo, mais compatível com a superveniente limitação da capacidade física ou mental;

c) por reingresso (reversão, aproveitamento, reintegração e recondução): é aquele em que o servidor retorna ao serviço ativo do qual estava desligado.

Nomeação (provimento originário)

A nomea•‹o Ž a œnica forma de provimento origin‡rio admitida em nosso ordenamento jur’dico, podendo dar-se para provimento de cargo efetivo ou em comiss‹o. Na primeira situa•‹o (cargo efetivo), a nomea•‹o depender‡ de prŽvia aprova•‹o em concurso pœblico de provas ou de provas e t’tulos. J‡ quando for para provimento de cargo em comiss‹o, n‹o depende de aprova•‹o em concurso, uma vez que se trata de cargo de livre nomea•‹o ou exonera•‹o.

Vale destacar que como forma de provimento origin‡rio, a nomea•‹o independe de prŽvio v’nculo com a Administra•‹o. Na verdade, em regra, o nomeado n‹o possui nenhum v’nculo com o Poder Pœblico antes de sua nomea•‹o.

Entretanto, existir‹o situa•›es em que a pessoa j‡ ocupar‡ algum cargo, de provimento efetivo ou em comiss‹o, mas isso n‹o muda a natureza de provimento origin‡rio da nomea•‹o. Isso porque a nova

6 Bandeira de Mello, 2014, p. 316.

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nomea•‹o n‹o possui nenhuma rela•‹o com o v’nculo anterior. Vejamos dois exemplos para deixar as coisas mais claras.

Pedro Ž servidor comissionado, ocupante do cargo de assistente no gabinete de um Ministro X no Tribunal de Contas. Posteriormente, Pedro veio a ser nomeado para ocupar o cargo de chefe de gabinete do Ministro Y, no Supremo Tribunal Federal. Nesse caso, a nomea•‹o continua sendo provimento origin‡rio, pois o provimento no novo cargo n‹o possui rela•‹o com o anterior (qualquer pessoa poderia ter sido nomeada para o segundo cargo). Dessa forma, mesmo j‡ sendo agente pœblico, Pedro ter‡ um novo provimento origin‡rio quando for nomeado para o outro cargo.

Vamos ao segundo exemplo. Lœcio Ž servidor efetivo no Tribunal Regional do Trabalho, ocupando cargo de tŽcnico administrativo para o qual foi aprovado por meio de concurso pœblico. Alguns anos depois, Lœcio concluiu seu curso superior e prestou concurso para cargo de analista no mesmo —rg‹o. Obtendo a aprova•‹o, foi nomeado para ocupar o cargo.

Nessa situa•‹o, mesmo j‡ sendo servidor efetivo, Lœcio ter‡ novo provimento origin‡rio, pois novamente a nomea•‹o no segundo cargo n‹o possui nenhuma rela•‹o com o cargo anterior. Mesmo que Lœcio n‹o fosse servidor, poderia ter prestado o concurso e, depois, ser nomeado para o cargo.

Dessa forma, independentemente se a pessoa possui v’nculo anterior ou n‹o, a nomea•‹o Ž forma de provimento origin‡rio, justamente por independer de qualquer v’nculo prŽvio com o Poder Pœblico.

Com efeito, a nomea•‹o Ž o ato administrativo unilateral, pois Ž a manifesta•‹o de vontade unicamente da autoridade administrativa competente. Dessa forma, a nomea•‹o n‹o gera nenhuma obriga•‹o para o candidato nomeado, representando somente o direito subjetivo ˆ posse, por meio da qual ser‡ formalizado o v’nculo funcional com a administra•‹o pœblica.

Portanto, o candidato nomeado n‹o possui obriga•‹o de ocupar o cargo, mas apenas o direito a formalizar seu v’nculo funcional por meio da posse. N‹o desejando ocupar o cargo, n‹o ocorrer‡ nenhuma penalidade ao candidato, pois n‹o lhe h‡ obriga•‹o de tomar posse.

AlŽm disso, um ponto muito interessante a se discutir Ž sobre o direito do candidato aprovado em concurso pœblico de ser nomeado.

H‡ poucos anos, a nomea•‹o era tratada como ato administrativo discricion‡rio, na qual a autoridade competente, por meio de seu ju’zo de

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 conveni•ncia e oportunidade, poderia decidir se nomeava ou n‹o o candidato aprovado em concurso pœblico.

Todavia, nos œltimos anos, esse entendimento sofreu importantes modifica•›es. Atualmente, Ž firme o entendimento de que o candidato aprovado em concurso pœblico, dentro do nœmero de vagas previstas no edital, possui direito subjetivo ˆ nomea•‹o.

Nessa linha, o Supremo Tribunal Federal entende que a regra Ž a nomea•‹o do candidato aprovado dentro das vagas previstas em edital, afastando-se tal dever apenas em situa•›es excepcional’ssimas, que justifiquem solu•›es diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse pœblico. Assim, para justificar o excepcional’ssimo n‹o cumprimento do dever de nomea•‹o por parte da Administra•‹o Pœblica, Ž necess‡rio que a situa•‹o justificadora seja dotada das seguintes caracter’sticas7:

a) superveni•ncia: os eventuais fatos ensejadores de uma situa•‹o excepcional devem ser necessariamente posteriores ˆ publica•‹o do edital do certame pœblico;

b) imprevisibilidade: a situa•‹o deve ser determinada por circunst‰ncias extraordin‡rias, imprevis’veis ˆ Žpoca da publica•‹o do edital;

c) gravidade: os acontecimentos extraordin‡rios e imprevis’veis devem ser extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital;

d) necessidade: a solu•‹o dr‡stica e excepcional de n‹o cumprimento do dever de nomea•‹o deve ser extremamente necess‡ria, de forma que a Administra•‹o somente pode adotar tal medida quando absolutamente n‹o existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situa•‹o excepcional e imprevis’vel.

Em rela•‹o ao direito dos candidatos aprovados fora do nœmero de vagas, o STF entende que, em regra, n‹o h‡ direito subjetivo ˆ nomea•‹o.

Entretanto, h‡ dois casos em que o candidato aprovado fora das vagas ganha o direito de ser nomeado.

A primeira Ž se houver preteri•‹o da ordem de classifica•‹o. ƒ o que disp›e a Sœmula 15 do STF: Òdentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem direito ˆ nomea•‹o, quando o cargo for preenchido sem observ‰ncia da classifica•‹oÓ. Seria o caso de um servidor

7 RE 598099/MS.

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aprovado em terceiro lugar, e que n‹o foi nomeado, enquanto a administra•‹o nomeia o dŽcimo colocado.

O segundo caso ocorre quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preteri•‹o de candidatos de forma arbitr‡ria e imotivada por parte da administra•‹o.

Vamos explicar esse caso um pouco melhor! Segundo o STF, a preteri•‹o arbitr‡ria e imotivada de candidatos ocorre quando o Poder Pœblico passa a adotar um comportamento t‡cito e expresso que demonstre a necessidade de nomea•‹o de novos servidores, durante o prazo de validade de concurso anterior.8

Por exemplo: Jo‹o presta um concurso pœblico em 2015, com validade de dois anos, e fica no cadastro de reserva. PorŽm, surgem novas vagas para o —rg‹o para o qual Jo‹o prestou concurso e o presidente da unidade solicita or•amento e determina a abertura dos procedimentos para realizar um novo concurso pœblico ainda em 2016, alegando para isso a situa•‹o ca—tica do —rg‹o pela falta de servidor. PorŽm, o presidente do —rg‹o fica ÒesperandoÓ passar a validade do concurso anterior, com o œnico objetivo de nomear os aprovados do novo concurso. Isso Ž a tal Òpreteri•‹o de candidatos de forma arbitr‡ria e imotivadaÓ.

Direito ˆ nomea•‹o Aprovado

dentro das vagas

§ Sim (regra)

§ Salvo se: surgir uma situa•‹o superveniente, imprevis’vel e grave em que a n‹o nomea•‹o seja de fato necess‡ria.

Aprovado fora das

vagas

§ N‹o (regra)

§ Salvo se:

1 Ð n‹o for observada a ordem de classifica•‹o do concurso (Sœmula 15 do STF);

2 Ð surgirem novas vagas ou for aberto novo concurso durante a validade do concurso anterior, e ocorrer a preteri•‹o de candidatos de forma arbitr‡ria e imotivada por parte da administra•‹o (RE 837.311).

8 RE 837.311.

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 Promoção

A promo•‹o Ž forma de provimento derivado vertical existente nos cargos organizados em carreiras, em que Ž poss’vel que o servidor ascenda sucessivamente aos cargos de n’vel mais alto da carreira, por meio dos critŽrios de antiguidade e merecimento.

Nessa perspectiva, a promo•‹o Ž de dif’cil conceitua•‹o. Em primeiro lugar porque a Lei 8.112/1990 n‹o apresenta o conceito legal de promo•‹o, trazendo apenas algumas de suas caracter’sticas. AlŽm disso, deve-se tomar cuidado para n‹o confundir a promo•‹o com a ascens‹o ou acesso.

Estas œltimas foram consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, uma vez que representam forma de ocupar cargo fora da carreira em que o servidor obteve aprova•‹o em concurso pœblico.

Assim, a promo•‹o deve ocorrer dentro de uma mesma carreira. Por exemplo, o cargo de juiz estadual pode ser organizado em ÒJuiz SubstitutoÓ, ÒJuiz de Primeira Entr‰nciaÓ, ÒJuiz de Segunda Entr‰nciaÓ, ÒJuiz de Entr‰ncia EspecialÓ e, finalmente, ÒDesembargadorÓ. Nesses casos, cada vez que passar de um cargo a outro, o juiz estar‡ sendo promovido, pois a passagem ocorreu dentro da mesma carreira.

Por outro lado, n‹o se admite, por exemplo, que uma pessoa aprovada no concurso de tŽcnico judici‡rio seja ÒpromovidaÓ para o cargo de analista judici‡rio. Tal situa•‹o caracterizaria a ascens‹o, forma de provimento que, conforme j‡ discutimos, Ž inconstitucional.

AlŽm disso, tambŽm n‹o devemos confundir a promo•‹o com a simples progress‹o funcional, que configura apenas o aumento no padr‹o remunerat—rio, sem mudan•a de cargo, comum em cargos cuja remunera•‹o Ž escalonada em padr›es progressivos. Por exemplo, o cargo de Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Esp’rito Santo (cargo que ocupo hoje), Ž organizado em quinze refer•ncias e tr•s n’veis. Quando h‡ progress‹o de um n’vel a outro, diz-se que ocorreu uma progress‹o horizontal, pois apenas se aumentou a remunera•‹o. Por outro lado, quando o servidor sobe um n’vel na carreira, ocorre um movimento vertical, denominado de promo•‹o.

Portanto, mesmo sendo institutos semelhantes, a promo•‹o e a progress‹o funcional possuem caracter’sticas pr—prias, conforme constar na lei de cada carreira, sendo aquela forma de provimento e esta n‹o.

Com o objetivo de capacitar os servidores pœblicos, o ¤2¼, do art. 37, da CF, com reda•‹o dada pela EC 19/1998, determina que a Uni‹o, os Estados e o Distrito Federal mantenham escolas de governo para a

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forma•‹o e o aperfei•oamento dos servidores pœblicos, constituindo-se a participa•‹o nesses cursos um dos requisitos para a promo•‹o na carreira.

AlŽm disso, na Lei 8.112/1990, existem poucas passagens sobre a promo•‹o. O Estatuto limitou-se a considerar a promo•‹o como forma de provimento (art. 8¼9); estabeleceu que os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, por meio de promo•‹o, ser‹o estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administra•‹o Pœblica Federal e seus regulamentos (art. 10, par‡grafo œnico); e que a Òpromo•‹o n‹o interrompe o tempo de exerc’cio, que Ž contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publica•‹o do ato que promover o servidorÓ (art. 17).

Readaptação

A readapta•‹o Ž forma de provimento derivado constante no art. 24 da Lei 8.112/90, representando a investidura do servidor em cargo de atribui•›es e responsabilidades compat’veis com a limita•‹o que tenha sofrido em sua capacidade f’sica ou mental verificada em inspe•‹o mŽdica.

Assim, na readapta•‹o, o servidor pœblico estava investido em determinado cargo, mas posteriormente veio a sofrer alguma limita•‹o em sua capacidade f’sica ou mental, devidamente verificada em inspe•‹o mŽdica. Nesse caso, o servidor ser‡ investido em outro cargo, que possua compatibilidade com a sua limita•‹o.

Ademais, a readapta•‹o deve ser efetivada em cargo de atribui•›es afins, respeitada a habilita•‹o exigida, n’vel de escolaridade e equival•ncia de vencimentos. Com efeito, o servidor tem direito ˆ readapta•‹o ainda que n‹o exista cargo vago, hip—tese em que exercer‡

suas atribui•›es como excedente, atŽ a ocorr•ncia de vaga (art. 24, ¤2¼).

Percebe-se, portanto, que na readapta•‹o o servidor passar‡ a ocupar cargo semelhante ao que ocupava anteriormente, sendo-lhe assegurada a equival•ncia em seus vencimentos. Assim, o agente pœblico n‹o ocupar‡

cargo superior nem inferior, mas apenas ser‡ investido em cargo compat’vel com sua limita•‹o. Trata-se de uma forma de evitar a aposentadoria de um servidor, em situa•‹o na qual ele simplesmente

9 Acrescenta-se que a promoção também é forma de vacância, uma vez que ao mesmo tempo em que o servidor passa a ocupar o cargo acima na carreira, deixa de ocupar o cargo inferior.

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 poderia ser readaptado, alternativa muito mais vantajosa para o interesse pœblico.

PorŽm, se o servidor pœblico for julgado incapaz, ou seja, quando sofrer uma limita•‹o permanente em que n‹o poder‡ ser readaptado, ele ser‡

aposentado (art. 24, ¤1¼).

Reversão

A revers‹o Ž forma de provimento derivado, constante no art. 25 da Lei 8.112/1990, consistindo no retorno ˆ atividade de servidor aposentado.

Existem duas modalidades de revers‹o no Estatuto dos Servidores da Uni‹o:

a) revers‹o de of’cio: quando junta mŽdica oficial declarar que deixaram de existir os motivos que levaram ˆ aposentadoria por invalidez permanente;

b) revers‹o a pedido: aplic‡vel ao servidor est‡vel que se aposentou voluntariamente e, ap—s isso, solicitou a revers‹o de sua aposentadoria.

No caso da revers‹o de of’cio, prevista no inc. I do art 25, o entendimento Ž muito simples. Inicialmente, o servidor foi aposentado por invalidez permanente, mas ap—s inspe•‹o por junta mŽdica oficial constatou-se que os motivos que levaram ˆ aposentadoria n‹o subsistem mais. Dessa forma, trata-se de situa•‹o vinculada para o servidor e para a Administra•‹o, pois inexistindo as causas da aposentadoria por invalidez dever‡ ele retornar ˆ ativa. Com efeito, independe, para fins de revers‹o de of’cio, se o servidor era est‡vel ou o cargo est‡ ocupado ou n‹o. Caso o cargo j‡ esteja provido (ocupado), o servidor exercer‡ suas atribui•›es como excedente, atŽ a ocorr•ncia de vaga (art. 25, ¤3¼).

Por outro lado, na revers‹o a pedido, denominada pela Lei 8.112/1990 de revers‹o Òno interesse da administra•‹oÓ, o servidor que se aposentou voluntariamente faz o pedido para retornar ˆ ativa. Com efeito, a revers‹o a pedido depende dos seguintes requisitos (art. 25, II, c/c art.

27):

a) tenha o servidor solicitado a revers‹o;

b) a aposentadoria tenha sido volunt‡ria;

c) o servidor era est‡vel quando na atividade;

0

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d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores ˆ solicita•‹o;

e) haja cargo vago;

f) o servidor tenha menos de 70 anos de idade.

Percebe-se, portanto, que nesse caso a decis‹o administrativa Ž discricion‡ria, ou seja, poder‡ ser deferido o pedido ou n‹o. AlŽm disso, a revers‹o a pedido s— poder‡ ocorrer se o cargo estiver vago, aplicando- se unicamente ao servidor est‡vel quando se aposentou.

Nos dois casos, o servidor retornar‡ ao mesmo cargo que ocupava antes da aposentadoria ou no cargo resultante de sua transforma•‹o (art.

25, ¤1¼). AlŽm disso, o novo tempo em que o servidor estiver em exerc’cio ser‡ considerado para concess‹o da aposentadoria (art. 25, ¤2¼). No entanto, no caso de a revers‹o ter ocorrido no interesse da administra•‹o (a pedido), o rec‡lculo dos proventos da aposentadoria s— ocorrer‡ se o servidor permanecer pelo menos cinco anos no cargo ap—s a revers‹o (art.

25, ¤5¼).

Por fim, acrescenta-se que a Lei 8.112/1990 veda a revers‹o, em qualquer dos casos, para o servidor que j‡ tiver completado 70 (setenta) anos de idade. Essa idade coincidia com a aposentadoria compuls—ria, que tambŽm ocorria aos 70 anos. No entanto, a Lei Complementar 152/2015, com fundamento no art. 40, ¤ 1¼, II, da Constitui•‹o Federal, alterou a idade da aposentadoria compuls—ria para os 75 anos. PorŽm, n‹o podemos dizer que a legisla•‹o tenha alterado tambŽm a idade limite para a revers‹o.

ƒ muito prov‡vel que a legisla•‹o subsequente venha a alterar a idade limite para revers‹o, adequando-a ˆ idade da aposentadoria compuls—ria.

Contudo, enquanto n‹o sobrevier tal legisla•‹o ou enquanto o Poder Judici‡rio n‹o discutir esse tema, temos que a aposentadoria compuls—ria deve ocorrer aos 75 anos, ao passo que a idade limite para a revers‹o ocorre aos 70 anos.

Aproveitamento

O aproveitamento Ž forma de provimento derivado com previs‹o expressa na Constitui•‹o Federal (art. 41, ¤3¼) e na Lei 8.112/1990 (arts.

30 a 32).

Disp›e o art. 41, ¤3¼, da Constitui•‹o Federal que, uma vez extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor est‡vel que o

(22)

Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 ocupava ficar‡ em disponibilidade, com remunera•‹o proporcional ao tempo de servi•o, atŽ seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Assim, o aproveitamento Ž o retorno ˆ atividade do servidor que estava em disponibilidade, devendo ocorrer em cargo de atribui•›es e vencimentos compat’veis com o anteriormente ocupado.

Devemos observar que quando for extinto o cargo pœblico, o servidor est‡vel n‹o poder‡ ser demitido. Por isso que a Constitui•‹o lhe assegura o direito ˆ disponibilidade, isto Ž, o direito a ficar sem exercer suas fun•›es temporariamente, mantendo-se o v’nculo com a Administra•‹o e assegurando-lhe o direito a receber remunera•‹o proporcional ao tempo de servi•o, atŽ que seja adequadamente aproveitado em outro cargo. Dessa forma, podemos perceber que o aproveitamento aplica-se exclusivamente ao servidor est‡vel.

Ademais, o aproveitamento Ž vinculado para o agente pœblico e para a Administra•‹o. Nessa linha, se houver vaga, o poder pœblico se obriga a realizar o aproveitamento, da mesma forma como o servidor posto em disponibilidade Ž obrigado a entrar em exerc’cio. Assim, disp›e o art. 32 da Lei 8.112/1990 que ser‡ tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor n‹o entrar em exerc’cio no prazo legal10, salvo doen•a comprovada por junta mŽdica oficial.

Com efeito, a cassa•‹o de disponibilidade Ž uma penalidade administrativa, na forma do art. 127, IV, confirmando o car‡ter obrigat—rio para o servidor pœblico.

Reintegração

A reintegra•‹o tambŽm Ž forma de provimento derivado, constando expressamente no art. 41, ¤2¼, da Constitui•‹o Federal, e no art. 28 da Lei 8.112/1990.

Nesse contexto, a reintegra•‹o ocorrer‡ quando for invalidada a demiss‹o, por decis‹o judicial ou administrativa, do servidor pœblico. Em tal situa•‹o, o servidor retornar‡ ao cargo de origem, ou ao cargo decorrente de sua transforma•‹o, devendo ser ressarcido de todas as vantagens a que teria direito.

Na hip—tese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficar‡ em disponibilidade, atŽ o seu aproveitamento (Lei 8.112/1990, art. 28, ¤1¼).

10 A Lei 8.112/1990 não fixa o prazo para que o servidor em disponibilidade entre em exercício quando ocorrer o seu aproveitamento.

(23)

AlŽm disso, encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante ser‡ reconduzido ao cargo de origem, sem direito ˆ indeniza•‹o, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade (art. 28,

¤2¼).

Devemos observar ainda que tanto o texto constitucional quanto a Lei 8.112/1990 disp›em que a reintegra•‹o se aplica ao servidor est‡vel.

Todavia, Ž inadmiss’vel cogitar que o servidor n‹o est‡vel possa ser demitido e, posteriormente, sendo reconhecida a invalidade de sua demiss‹o, ele n‹o possa retornar ao servido pœblico.

Com efeito, a anula•‹o dos atos administrativos provoca efeitos retroativos (ex tunc), ou seja, desde a origem. Dessa forma, reconhecendo- se a ilegalidade da demiss‹o do servidor pœblico, obviamente que ele retornar‡ ao servi•o ativo, seja ele est‡vel ou n‹o.

Nesse contexto, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo11 reconhecem que, em tal situa•‹o, o servidor n‹o est‡vel retornar‡ sim ao servi•o pœblico. Os autores apenas ressaltam que esse retorno n‹o Ž denominado reintegra•‹o, uma vez que n‹o guarda rela•‹o com o conceito legal dessa forma de provimento. Assim, mesmo que n‹o tenha um ÒnomeÓ espec’fico, o certo Ž que invalidada a demiss‹o de servidor n‹o est‡vel, ter‡ ele o direito de regressar ao servi•o pœblico.

Recondução

Para finalizar as formas de provimento, vamos estudar a recondu•‹o, que Ž o retorno do servidor est‡vel ao cargo anteriormente ocupado. Trata- se, pois, de provimento derivado previsto expressamente no texto constitucional (art. 41, ¤2¼) e na Lei 8.112/1990 (art. 29).

Assim, existem duas hip—teses em que ocorre a recondu•‹o, ambas aplic‡veis apenas ao servidor est‡vel:

a) inabilita•‹o em est‡gio probat—rio relativo a outro cargo (hip—tese prevista somente na Lei 8.112/1990 Ð art. 29, I);

b) reintegra•‹o do anterior ocupante do cargo (hip—tese prevista na Constitui•‹o Federal Ð art. 41, ¤2¼ Ð e na Lei 8.112/1990 Ð art. 29, II).

No primeiro caso, o servidor est‡vel obtŽm aprova•‹o, por meio de concurso pœblico, para outro cargo. Todavia, quando em exerc’cio no novo

11 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 353.

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 cargo, o servidor n‹o consegue aprova•‹o no est‡gio probat—rio12, motivo pelo qual n‹o mais poder‡ permanecer neste cargo. Entretanto, uma vez que o agente possui estabilidade no servi•o pœblico, ser‡ ele reconduzido ao cargo que ocupava anteriormente.

Vejamos um exemplo. Paulo Ž servidor est‡vel no cargo de TŽcnico Administrativo do Supremo Tribunal Federal. Posteriormente, Paulo obteve aprova•‹o em concurso para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal, sendo devidamente nomeado, empossado e, por fim, entrou em exerc’cio.

Contudo, por meio de avalia•‹o especial de desempenho, Paulo Ž inabilitado no est‡gio probat—rio. Nesse caso, ele ser‡ reconduzido ao cargo anterior (TŽcnico Administrativo).

Com efeito, acrescenta-se que se admite essa primeira forma de recondu•‹o tambŽm para o caso em que o servidor desistir do est‡gio probat—rio. Ou seja, admite-se a recondu•‹o a pedido, que ocorre quando o servidor est‡vel, durante o per’odo do est‡gio probat—rio no novo cargo, solicita o seu retorno ao cargo em que pediu exonera•‹o anteriormente13.

Na segunda hip—tese, o servidor Ž reconduzido em decorr•ncia de reintegra•‹o do anterior ocupante de seu cargo. Para melhor elucida•‹o, vejamos o que disp›e o art. 41, ¤2¼, da CF:

¤ 2¼ Invalidada por senten•a judicial a demiss‹o do servidor est‡vel, ser‡

ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se est‡vel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeniza•‹o, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remunera•‹o proporcional ao tempo de servi•o. (grifos nossos)

Vamos a um novo exemplo. Lucas Ž servidor est‡vel no cargo X.

Entretanto, sem observar os requisitos legais, sofreu a pena de demiss‹o a bem do servi•o pœblico. Em seguida, Ot‡vio, que era servidor est‡vel no cargo Y, foi nomeado para ocupar o cargo de Lucas, uma vez que obteve aprova•‹o em concurso pœblico para aquele cargo. Meses depois, Lucas consegue anular judicialmente a sua demiss‹o, sendo devidamente reintegrado ao cargo X. Nessa situa•‹o, Ot‡vio ser‡ reconduzido ao cargo Y, sem direito ˆ indeniza•‹o.

Por fim, disp›e a Lei 8.112/1990 que, se o cargo ao qual o servidor seria reconduzido estiver ocupado, ser‡ ele aproveitado em outro cargo.

12 Devemos lembrar que o estágio probatório ocorre para cada cargo, ou seja, mesmo que a pessoa seja estável, quando for ocupar um novo cargo efetivo, deverá submeter-se novamente ao estágio probatório.

13 Nesse sentido: STF - RMS 22.933/DF; STJ – MS 8.339/DF; ver também a Súmula Administrativa AGU 16/2002, nos seguintes termos: "O servidor estável investido em cargo público federal, em virtude de habilitação em concurso público, poderá desistir do estágio probatório a que é submetido com apoio no art. 20 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e ser reconduzido ao cargo inacumulável de que foi exonerado, a pedido".

(25)

*****

A figura abaixo representa as formas de provimento previstas na Lei 8.112/1990.

Para fixar, vamos dar uma olhada em quest›es.

5. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) Promoção e readaptação são formas de provimento em cargo público.

Comentário: muitos simples! São formas de provimento: nomeação;

promoção; readaptação; reversão; aproveitamento; reintegração;

recondução.

Gabarito: correto.

Maria, servidora pública federal estável, integrante de comissão de licitação de determinado órgão público do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, no exercício do cargo, vantagem econômica indevida para que favorecesse determinada empresa em um procedimento licitatório. Após o curso regular do processo administrativo disciplinar, confirmada a responsabilidade de Maria na prática delituosa, foi aplicada a pena de demissão. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, com base na legislação aplicável ao caso.

6. (Cespe – Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015) Caso a penalidade aplicada seja posteriormente invalidada por meio de sentença judicial, Maria deverá ser reintegrada ao cargo anteriormente ocupado.

Formas de provimento

Originário Nomeação

Derivado

Promoção Readaptação

Reversão Aproveitamento

Reintegração Recondução

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Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 Comentário: a forma de provimento decorrente da invalidação da demissão é a reintegração, que gera o retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado. Assim, o item está correto.

Acrescentamos que a invalidação também poderá ocorrer na via administrativa, ou seja, o servidor também será reintegrado quando ocorrer a invalidação administrativa da demissão. Porém, a questão permanece correta, pois, diferentemente da redação da questão anterior, nessa o texto não foi restritivo.

Gabarito: correto.

7. (Cespe – Técnico Administrativo em Educação/FUB/2015) Considere que João, de setenta anos de idade, servidor público federal aposentado por invalidez, tenha solicitado a reversão de sua aposentadoria. Nessa situação, mesmo que a junta médica oficial tenha concluído que o referido servidor não apresenta qualquer condição incapacitante para o exercício profissional, a administração deverá indeferir a solicitação de João.

Comentário: a reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado, podendo ocorrer de ofício ou a pedido.

A reversão a pedido é medida discricionária da administração, dependendo do preenchimento dos seguintes requisitos: (i) o servidor tenha solicitado a reversão; (ii) a aposentadoria tenha sido voluntária; (iii) o servidor era estável quando na atividade; (iv) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação; (v) haja cargo vago; e (vi) o servidor tenha menos de 70 anos de idade.

A última exigência (ter menos de 70 anos de idade) encontra-se no art. 27 da Lei 8.112/1990. Tal idade decorria da antiga idade limite da aposentadoria compulsória, que ocorria aos 70 anos de idade. Ocorre que a Emenda Constitucional 88/2015 permitiu que uma lei complementar nacional alterasse essa idade para os 75 anos. Isso ocorreu por meio da Lei Complementar 152, de 3 de dezembro de 2015.

No entanto, não podemos dizer, pelo menos para fins de concurso público, que a LC 152/2015 também tenha alterado o limite de idade para a reversão.

Assim, enquanto não for editada alguma legislação adequando a Lei 8.112/1990 ao conteúdo da LC 152/2015, teremos a seguinte situação: (i) a aposentadoria compulsória, em todos os entes da Federação, ocorre aos 75 anos; (ii) a idade limite para a reversão da aposentadoria, na União, permanece aos 70 anos.

Portanto, a solicitação de João deverá ser indeferida, motivo pelo qual o item está correto.

(27)

Gabarito: correto.

8. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) Em razão de uma reforma administrativa realizada no âmbito do Poder Judiciário, os cargos ocupados por alguns servidores estáveis de determinado TRE foram extintos, e esses servidores foram colocados em disponibilidade. Nessa situação, o retorno dos servidores à atividade pública poderá dar-se por recondução, caso em que eles passarão a ocupar cargos de atribuições e vencimentos compatíveis com os anteriormente ocupados.

Comentário: quando houver reorganização ou extinção de órgão ou entidade, os servidores ocupantes de cargos públicos extintos ou que tiveram declarada sua desnecessidade, caso não sejam redistribuídos, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamento (art. 37, § 3º).

Portanto, a forma de provimento aplicável ao caso é o aproveitamento, que deverá ocorrer em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

A recondução é a forma de provimento aplicável ao servidor inabilitado em estágio probatório para outro cargo ou que ocupava cargo para o qual foi reintegrado o anterior ocupante.

Gabarito: errado.

9. (Cespe – Assistente Administrativo/FUB/2015) Considere que determinado servidor público tenha sido investido em novo cargo, compatível com as suas limitações decorrentes de acidente de trânsito. Nessa situação, é correto afirmar que o referido servidor está em provimento originário.

Comentário: a forma de provimento aplicável ao caso é a readaptação, que é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica (art. 24).

Contudo, a readaptação é forma de provimento derivado. A única forma de provimento originário é a nomeação.

Gabarito: errado.

10. (Cespe – Técnico/FUB/2015) Se um cidadão, regularmente aprovado em concurso público para ocupar determinado cargo público, na inspeção médica oficial obrigatória prévia à posse, for considerado inapto para o exercício desse cargo, então, atendidos os requisitos legais, esse cidadão deverá ser readaptado em cargo diverso.

(28)

Prof. Herbert Almeida Ð Aula 0 Comentário: a readaptação ocorre quando o cidadão já é um servidor público, ou seja, já estava investido em um cargo, mas sofreu limitações que o limitaram para o exercício de suas atribuições.

Por outro lado, a Lei 8.112/1990 estabelece como requisito básico para a investidura em cargo público a aptidão física e mental (art. 5º, VI). Além disso, a posse em cargo público depende de prévia inspeção médica oficial, sendo que somente poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo (art. 14, caput e parágrafo único).

Assim, o servidor não poderá tomar posse, nem será readaptado em cargo diverso.

Gabarito: errado.

11. (Cespe – Administrador/FUB/2015) São formas de provimento de cargo público: nomeação, promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução.

Comentário: essa é uma questão muito simples. Vamos aproveitar para revisar as formas de provimento, todas previstas no art. 8º da Lei 8.112/1990:

§ nomeação – é a investidura inicial em cargo público. A nomeação é única forma de provimento originário e o único meio de provimento de cargo em comissão;

§ promoção – passagem de um nível para o superior nos cargos organizados em carreira;

§ readaptação – investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica;

§ reversão – retorno à atividade de servidor aposentado;

§ aproveitamento – retorno à atividade do servidor posto em disponibilidade, em cargo com atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado;

§ reintegração – reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens;

§ recondução – retorno ao cargo de origem em decorrência de inabilitação em estágio probatório ou reintegração do anterior ocupante.

(29)

Gabarito: correto.

12. (Cespe - Suframa/2014) Em razão de uma reforma administrativa realizada pelo governo, determinados servidores estáveis tiveram seus cargos extintos por lei e foram colocados em disponibilidade. Após intensa negociação, meses depois, eles reingressaram no serviço público em cargos de atribuições e vencimentos compatíveis.

Nessa situação hipotética, o reingresso desses servidores se deu por recondução.

Comentário: o reingresso do servidor posto em disponibilidade, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis, é o aproveitamento.

A recondução, por sua vez, é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, decorrendo de (art. 29): I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante.

Gabarito: errado.

13. (Cespe – Analista Administrativo/ICMBio/2014) Caso um analista do ICMBio tenha sido nomeado para determinado cargo em comissão no próprio instituto, não poderá ser nomeado, mesmo interinamente, para outro cargo de confiança.

Comentário: vejamos o que estabelece o art. 9º da Lei 8.112/1990:

Art. 9o A nomea•‹o far-se-‡:

I - em car‡ter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;

II - em comiss‹o, inclusive na condi•‹o de interino, para cargos de confian•a vagos.

Par‡grafo œnico. O servidor ocupante de cargo em comiss‹o ou de natureza especial poder‡ ser nomeado para ter exerc’cio, interinamente, em outro cargo de confian•a, sem preju’zo das atribui•›es do que atualmente ocupa, hip—tese em que dever‡

optar pela remunera•‹o de um deles durante o per’odo da interinidade.

Portanto, o servidor pode sim ser nomeado para outro cargo de confiança, desde que seja interinamente.

Com efeito, o art. 119 da Lei 8.112/1990 complementa este assunto, dispondo que o servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, salvo se for interinamente, na forma do art. 9º, parágrafo único, que acabamos de ver.

Gabarito: errado.

14. (Cespe – Analista Administrativo/ICMBio/2014) Considere que Pedro, técnico judiciário de um tribunal de justiça, tenha tomado posse no cargo de analista do ICMBio em 2011 e se aposentado voluntariamente, aos sessenta anos de idade, em 2012. Nessa situação hipotética, se Pedro requerer sua reversão ao instituto em

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