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Informativo da Produção de Leite

Edição 302 . Ano XXII . Julho de 2014 . Viçosa - MG

Silagem de capim elefante, boa alternativa para a seca

Uma preocupação comum a todos os produtores de leite é o fornecimento de um bom volu- moso para o rebanho. E quando entramos neste assunto nos depa- ramos com três limitantes: Área disponível, momento de colheita da forrageira e mão de obra para corte e fornecimento.

Vivendo os compromissos da pecuária leiteira há mais de 50 anos, o Sr. Hermann Müller sempre buscou alternativas para otimizar a mão de obra, a terra e a produção de leite. Com grande porção de sua terra destinada à pastagem ele sente a necessidade de produzir comida o suficiente para os intensos meses de seca de sua região, Visconde do Rio Bran- co - MG. Para isto reservou 17 ha para plantio de milho safra, 2 ha para safrinha, 2,5 ha para cana e aproximadamente 3ha para capim elefante.

Mas o maior desafio encontra- do por ele foi o corte diário da cana de açúcar em grande quantidade no período da seca, principalmen- te pela dificuldade de mão de obra na região. A alternativa foi plantar e ensilar a capineira, utilizando inoculante durante o processo.

Na fazenda Santa Rosa, do Sr.

Hermann Muller, foram produzi- dos em um corte aproximadamen- te 120 toneladas de matéria verde de capim, ou 42,8 ton/ha. Mul- tiplicando pelos 3 cortes que ele conseguiu, temos 360 toneladas de matéria verde em 2,8ha, média de 129 ton/ha ano.

Foi feita a análise bromato- lógica desta silagem e compara- mos aqui a uma silagem de milho (Quadro 1). Notamos de mais rele- vante na silagem de capim é que, apesar de ter boa proteína bruta, apresenta baixa matéria seca no ponto ótimo de colheita, ou seja,

leva-se muita água para dentro do silo. Outro ponto é a baixa energia (NDT), principal componente para a produção de leite da vaca.

Quadro 1: Comparação da sila- gem de capim colhida na fazenda com a média encontrada na sila- gem de milho.

Para contornar esta situação de baixa energia, recomenda-se adicionar à dieta da vaca de 1 a 3 kg de fubá de milho. Levando em consideração os custos, se for atra- tivo, a silagem de capim se trans- forma em uma opção aproximada à silagem de milho. Outra alterna- tiva muito interessante é fornecer diretamente a animais de menor exigência, como vacas de baixa produção e animais em recria.

Quando falamos de custo de produção a silagem de capim se mostra ainda mais viável. Toman- do ainda como exemplo os custos da Fazenda Santa Rosa, obtivemos um gasto com implantação de R$/

ha 1.525,00 que diluímos para 15 anos de vida útil e 3 cortes por ano, chegando a um total de R$

33,89 por corte. Já a manutenção

e colheita somam R$ 2157,00 por corte. Ao final soma-se R$ 2.190,89 por corte, R$ 60,25 por tonelada.

Considerações sobre a silagem de capim elefante:

• Altura ideal de corte: entre 1,80 e 2 metros;

• Tamanho da partícula pica- da: Semelhante à do milho, entre 0,5 e 3 cm;

• Muito importante o uso de inoculante e intensa compactação no momento da ensilagem;

• A colheitadeira de milho pode ser facilmente adaptada para o capim;

• Após a colheita repassar o trator ou a roçadeira nos tocos, vi- sando uma melhor rebrota;

• Acaba com a necessidade de ter um funcionário diariamen- te cortando e puxando capim em natura;

• É comum alcançar quatro cortes em um ano sem irrigação;

irrigado cinco cortes.

É conveniente que o produtor tenha mais de uma alternativa de volumoso para o seu rebanho, para que não seja pego de surpresa pelas irregularidades climáticas.

Uma boa aposta que vem ganhan- do força na região é a silagem de capim, se bem manejada ela ofe- rece boas condições de alimentar grande parte do rebanho a um custo bem interessante.

Davi Ribeiro

Estudante de Medicina Veterinária

Análise Silagem de

Capim Silagem de Milho Matéria Seca 21,39% 30,92%

Proteína Bruta 9,31% 7,26%

NDT 52,65% 64,27%

FDN 70,62% 55,41%

Animais recebendo silagem de capim no cocho no período da seca.

A somatotropina bovina recombinante (bST-r) tem sido cada vez mais utilizada nas propriedades leiteiras com o objetivo de aumentar o desempenho produtivo dos animais, já que o bST-r ou hormônio de crescimento é capaz de aumentar a pro- dução de leite. Diante disso, algumas dúvidas se torna- ram muito frequentes den- tre os produtores, e a prin- cipal delas é: “compensa?”.

Em busca dessa resposta foi feito um estudo de caso na Fazenda do Turvo, pro- priedade do produtor Car- los Alberto de Castro, loca- lizada em Guaraciaba-MG.

Lá a aplicação de bST-r é feita a cada 14 dias e o cri- tério utilizado para escolha dos animais que receberiam a dose de bST-r foram: vacas com mais de 50 dias de pari- das e com mais de 3 pontos de escore de condição cor- poral. O leite dessas vacas foi pesado 1 dia antes e no 3º, 9º e 13º dia após a apli- cação de bST-r. Comparan- do a produção dos animais antes e após a aplicação do produto comercial Boostin, observamos que dentre os 32 animais selecionados, apenas 63% apresentaram resposta ao hormônio, em- bora normalmente a respos- ta seja esperada de 90% dos animais. Essas vacas que não apresentaram resposta ao hormônio serão retiradas do tratamento. Vale ressaltar que o grau de sangue desses animais gira em torno de 7/8 Holandês-Zebu, estavam,

em média, com 184 dias de lactação, e, na fazenda, a dieta dos animais é equili- brada no cocho, a base de silagem de milho e concen- trado 25% PB.

A produção de leite das 20 vacas que apresentaram resposta ao hormônio au- mentou, em média, 9%. A produção média antes da aplicação do bST-r era de 24,8 litros/dia e passou para 27 litros/dia, apesar de pes- quisas apontarem respostas melhores, com o incremento de 3 a 4 litros/vaca/dia (Luc- ci et al). Além da dose do hormônio, houve também aumento no consumo de concentrado, de acordo com a relação leite:concentrado de 3:1. O preço da dose do Boostin pago pelo produ- tor foi R$16,25, o preço da ração, R$0,97/kg e o preço recebido pelo leite, R$1,15/

litro. Sendo assim, houve o investimento da dose do Boostin (R$1,16/animal/

dia), o aumento de 0,730kg de concentrado por cabeça (R$0,71/dia), e o incremen- to de 2,2 litros de leite/vaca (R$2,53/dia). A relação be- nefício/custo é de 1,35, isto é, para cada R$1,00 que o produtor investiu, retornou para o seu bolso R$1,35.

Essa análise nos permite afirmar que, sim, compen- sa! E mais, considerando 9%

de incremento de produção, vacas produzindo acima de 12 litros/dia, pagam a dose do hormônio, desde que o preço recebido pelo leite, e o valor da dose do Boostin não se alterem.

Portanto, na fazenda em questão, a aplicação de bST -r gerou bons resultados téc- nicos e econômicos, sendo vantajoso para o produtor.

Viabilidade do uso de bST-r na Fazenda do Turvo

Bruna Leonel

Estudante de Agronomia Henrique Vasconcellos Ex-estagiário PDPL/PCEPL

Dica do Veterinário:

Prolapso de útero, o que

2

Veja também nesta edição

Momento do

Produtor:

3

“Tendências para o

segundo semestre/2014

5

Qualidade do Leite:

Luta contra a

6

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Informativo da Produção de Leite

Prolapso Uterino, o que fazer e como evitar

Os prolapsos de vagina, cérvix e útero são responsáveis por grandes perdas eco- nômicas e comprometimento reprodutivo do animal afetado. Ocorre com maior fre- quência em vacas multíparas e com maior relaxamento do ligamento pélvico. O pro- lapso uterino é a projeção do trato repro- dutivo pela vagina e acontece geralmente após o parto.

Em casos de prolapso uterino com- pleto, a massa do útero geralmente pende por baixo dos jarretes do animal afetado.

Os fatores que predispõem esta ocorrên- cia são partos onde ocorrem contrações excessivas (distócicos e gemelares), hipo- calcemia, retenção de placenta e infecção uterina.

O que fazer?

O prolapso uterino é uma emergência médica, onde o médico veterinário deve ser solicitado com urgência, pois o trata- mento é cirúrgico.

- Conduta do proprietário e funcionários:

O proprietário e os funcionários po- dem auxiliar no caso, até a chegada do

veterinário, da seguinte forma: o animal deve ser contido para evitar traumatismos dos órgãos expostos, o útero deve ser pro- tegido, de preferência com um lençol lim- po e úmido, a fim de evitar a contamina-

ção e a ressecação dos órgãos, e se possível suspenso ao nível da vulva do animal.

- Conduta do Médico Veterinário:

A conduta do Veterinário deve seguir os seguintes passos: preparação do órgão

e do animal, reintrodução (redução) do útero na cavidade abdominal e manuten- ção da localização anatômica, por meio de sutura.

Com relação ao prognóstico e sobre- vivência dos animais, depende de algumas variáveis como: tempo decorrido, grau de contaminação do útero, intensidade da hi- pocalcemia, posição e acessibilidade ao ór- gão e do pós-operatório. Em relação espe- cificamente a sobrevivência dos animais o prognóstico é relativamente bom, quando o tratamento é precoce e o útero não sofreu nenhum traumatismo mais grave. Entre- tanto, em relação à fertilidade do animal, o prognóstico é de reservado a ruim, tendo a grande possibilidade de recorrência no próximo parto, isto se o animal conseguir emprenhar.

Como prevenir?

A prevenção do prolapso esta relacio- nada à prevenção das doenças metabólicas do periparto, como, por exemplo, a hipo- calcemia (febre do leite).Vale ressaltar a importância de se realizar um pré-parto de forma adequada, fornecendo conforto (boas camas, limpas e secas, conforto tér- mico, entre outros) aos animais, e aliado a tudo isso uma boa nutrição.

Animal com Prolapso Uterino.

Marco Aurélio Ladeia Amorim Estudante de Medicina Veterinária

Dica do Veterinário Dica do Veterinário

Capineira: Manejo eficiente em busca de produtividade

Dentro da atividade leiteira, várias são as alternativas de suplementação do reba- nho com alimentos volumosos no período das águas, dentre as quais o Capim Elefan- te se destaca, sendo comumente utilizado na maioria das propriedades, principal- mente aquelas de topografia acidentada que necessitam de um volumoso de alta produtividade nesta época do ano.

No sítio Água Limpa, propriedade do Sr. Geraldo Aleixo Gonçalves, situado no município de Porto Firme, essa forrageira vêm trazendo bons resultados há mais de vinte anos, principalmente devido à topo- grafia da propriedade ser muito alta.

Sua principal vantagem é a grande produção de matéria verde por hectare, entre 140 e 250 toneladas, se bem maneja- do, proporcionando de 3 a 5 cortes no ano, além de não ter problemas com pragas e doenças e apresentar baixo custo de pro- dução devido a sua elevada vida útil.

Os cultivares utilizados na proprie- dade são o Cameron e o Napier, os quais alcançaram uma produtividade média de 140 toneladas por hectare no último ano, em 4 cortes, sendo que um dos cortes é re- alizado na época seca.

A colheita é realizada manualmente, quando o capim atinge cerca de 1,5 a 1,8

m de altura, no qual ele apresenta um bom valor nutritivo, conciliado com alta produ- ção. O corte é feito rente ao solo, de modo a possibilitar uma rebrota uniforme e vigo- rosa das gemas.

Logo após o término do corte, é reali- zada a adubação orgânica com o esterco bovino, o qual é distribuído uniformemen- te na área, manualmente e via chorumeira.

Além de garantir boa produtividade, o corte e adubação adequados proporcio- nam também maior longevidade da forra-

geira. No Sítio Água Limpa a capineira foi estabelecida há mais de 20 anos e nunca foi reformada ou replantada. Também quase não há incidência de daninhas na área, de- vido á rápida cobertura do solo realizada pelo capim.

Dessa forma o Sr. Geraldo Aleixo con- tinua com os cuidados no manejo da capi- neira, pois sabe que é uma ótima alterna- tiva de volumoso de qualidade para seu rebanho na época das águas, o ajudando a obter o retorno econômico desejado.

Daniel Getulio Ferreira Estudante de Zootecnia

Capineira - Sítio Água Limpa

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Este mês fui conhecer a propriedade Santa Tereza, do senhor José Mauro do Carmo, localizada no município de Viçosa, a poucos quilômetros do centro da cidade. Inseriu-se na atividade profissionalmente a 20 anos. A propriedade de 33 ha antigamente era composta pela atividade leite e café, mas atualmente é

voltada quase que exclusivamente para a atividade leiteira, que ocupa 27 ha da propriedade.

O produtor José Mauro e seu filho Jhon Mike.

O senhor José Mauro ingressou no PDPL/PCEPL no começo do ano de 2013, e desde então vem obtendo re- sultados satisfatórios, tanto técnicos como econômicos.

Indicadores Técnicos Fevereiro/2013 (Quando ingressou

no PDPL/PCEPL)

Fevereiro/2014 (Após 1 ano de

PDPL/PCEPL) Variação

Produção de leite (L/mês) 7980 11044 28%

Produção média de leite(L/dia) 285 395 28%

Média VL (L/VL/Dia) 11,9 15,2 22%

Rebanho Total (Cab.) 67 75 11%

Indicadores Econômicos Unidade Após um ano de PDPL/PCEPL

Produção/Área L/ha/ano 6.176,40

Gasto com mão-de-obra na ativ./

renda bruta do da atividade* % 6,94

Gasto com cencentrado na ativi./

renda bruta da atividade % 26,91

Lucro Anual R$/ano 25.176,69

Taxa de Remuneração do capital

com terra %a.a 9,35

*: Predominantemente familiar.

Funcionário Márcio fazendo o corte da Silagem de Milho, no silo trincheira.

Antes de ingressar no PDPL e PCEPL o Sr. José Mauro recebia na sua propriedade assistência técnica da equipe da EMATER, que esteve o auxiliando durante 12 anos. Dentre alguns trabalhos realizados pela equipe, destacam-se a realização de análises de solo na propriedade, a divisão dos piquetes de Mombaça, fornecimento de mudas de cana melhorada para que o produtor pudesse implantar seu canavial e auxílio na elaboração do sistema de fertirrigação da capineira. Todas essas atividades foram realizadas com base nas ideias do próprio Sr. José Mauro, que sempre se As vacas em lactação hoje são divididas em 2 lotes, de

acordo com a produção de leite e dias em lactação. Ambos os lotes tem sua dieta equilibrada no cocho, sendo que o lote 1 nesse período das secas recebe silagem de milho e concentrado, e o lote 2 recebe cana corrigida com uréia + sulfato de Amô- nio e concentrado. Ambos os lotes são conduzidos para uma área com piquetes de Mombaça no final do dia, onde passam a noite. No período das águas, as vacas em lactação tanto do lote

Para a safra de 2013/2014, o produtor com o auxílio técnico do PDPL/PCEPL, re- solveu plantar milho para silagem (a última safra de milho silagem feita pelo pro- dutor havia sido a aproximadamente 12 anos atrás). Foram plantados 3 hectares em duas áreas distintas, obtendo-se uma produtividade média de 47 toneladas de MN/

ha, que foram ensilados em dois silos, um de superfície e um de trincheira, con- struído no neste mesmo ano. Os resultados satisfatórios animaram o produtor para o plantio deste ano, que pretende ampliar a área de cultivo com milho para silagem.

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Piquetes de Mombaça de 1,4 hectares.

Chorumeira de onde o esterco é bombeado para a capineira. Capineira irrigada

Sala de ordenha, agora com três conjuntos.

Vacas da propriedade se alimentando no cocho.

Recentemente foi construída uma pista de trato para as vacas, no intuito de otimizar o serviço, que antes só podia ser feito com balaios. A construção da pista deixou o funcionário da fazenda, Márcio, bastante satisfeito, pois seu trabalho agora rende muito mais! Foram ampliados também o número de canzis,

com isso é possível tratar de 10 vacas a mais, facilitando o manejo da fazenda que só tende a crescer!

Um fator que também se destaca na propriedade é o sistema de fertirrigação da capineira de 0,8 ha. Todo o esterco é direcionado para uma chorumeira próxima ao curral e de lá é bombeado para a capineira, o que possibilita destinar o chorume para local adequado, além de proporcionar cortes inclusive na época da seca.

O produtor possui um sistema de or- denha bastante simples, porém eficiente. Para que essa eficiência fosse ainda maior ele adquir- iu recentemente um terceiro conjunto de ord- enhadeira. Foi feita uma pequena adaptação na sala de ordenha e agora são ordenhadas três va- cas simultaneamente. Atualmente são 31 vacas em lactação, e a ordenha é feita pelo produtor que conta com o auxílio do seu enteado Max.

Outro ponto forte da propriedade é a qualidade do leite, que apresenta CBT média de 110 mil/

ml e CCS média de 236 mil/ml, ambas abaixo na IN-62!

O conforto térmico dos animais é outro ponto que o produtor dispende grandes cuida- dos. Vendo a importância e a necessidade de melhorar essas condições, foi reservada uma área próxima ao curral com sombra de eucalip- to, para as vacas descansarem no intervalo entre as ordenhas. Essa mudança agradou muito o produtor que percebeu que os animais passaram a sofrer menos com o estresse térmico, conse-

quentemente, aumentaram a produção de leite.

Há aproximadamente 12 anos atrás, o senhor José Mauro iniciou a técnica de inseminação artificial, pois sabia dos benefícios de obter um rebanho com qual- idade genética. Hoje ele produz na própria fazenda os an- imais que serão usados na atividade. Todos os animais da propriedade são “feitos em casa”, não há nenhum animal advindo de compras. O grau de sangue predominante é o

7/8 HG, mas também há ¾ HG e algumas ½ HG.

O produtor José Mauro está sempre presente nas visitas do PDPL/PCEPL, acompan- hando tudo de perto e contribuindo positivamente para o crescimento dos estagiários da

fazenda. Muito obrigado por nos possibilitar conhecer a propriedade e crescermos juntos!

Vanessa Martins – Estudante de Agronomia Igor Santana – Estudante de Agronomia

Trato sendo realizado na nova pista construída

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O Brasil conta com uma das mais di- versificadas avifaunas do mundo, com cerca de 1832 espécies o representa 57% de todas as aves registradas na América do Sul, tais dados comprovam a importância do país na conservação desses ambientes.

O crescente problema com as aves nas lavouras milho e sorgo da região de viçosa principalmente, vem tomando proporções cada vez maiores e são nos dias de hoje ob- jeto de alerta para muitos técnicos e produ- tores que observam na prática grandes pre- juízos econômicos em suas propriedades.

Para tanto muito dessa responsabilidade é atrelada a ação do homem sobre a nature- za, que ao longo do processo de intensifi- cação e expansão agrícola promoveu a des- truição e alteração dos ecossistemas desses animais, sem falar do desequilíbrio para com seus predadores naturais que também foram desaparecendo proporcionando as- sim rápida multiplicação dessas aves.

Dentre as principais espécies que vem causando problemas econômicos nas fa- zendas, podemos destacar a pomba-asa

-branca ou trocal (Patagionenas picazuro) e a maritaca ( A.leucophthalma ). O que foi apresentado em um estudo feito com pro- dutores na região foi que “o grande proble- ma estava na falta de um eficiente controle e manejo populacional”. Atualmente a Lei federal N° 5.197, de três de janeiro de 1967

“restringe qualquer tipo de caça, destrui- ção, perseguição ou apanha dos animais silvestres”, o que torna ainda mais compli-

cada a vida do produtor.

A tabela anterior mostra muito clara- mente a frequência dos ataques às lavou- ras ao longo do ano que alcançam até 10%

nos períodos de abril a setembro, desse modo acarretando elevados prejuízos eco- nômicos nas faixas de 15% a 20%. Como exemplo, podemos citar alguns produtores do PDPL/PCEPL, que para uma produtivi- dade de 30ton/ha obtiveram perdas de R$

528,00/ha de milho silagem neste.

Entretanto, conforme conversado com o professor Rômulo Ribon, existem mé- todos para minimizar esses problemas.

Dentre eles estão o uso de sons de preda- dores no intuito de afugentar os animais, eliminação de possíveis locais para pouso e construção de seus ninhos, porém esses métodos ainda são pouco eficientes e ne- cessitam de mais pesquisas na área.

Pragas Aéreas nas lavouras

Gustavo Martins Falcão de Souza Estudante Zootecnia

Yuri Cesar Tristão Ex-estagiário PDPL/PCEPL

“ Tendências para o segundo semestre/2014 do mercado de milho e soja”

A pecuária leiteira é exercida desde os sistemas mais simples até os mais tec- nificados. Independente do sistema, a alimentação além de ser um item fun- damental, de influência direta na pro- dução, também tem grande impacto no custo de produção.

No que se refere ao mercado de mi- lho, passadas duas safras recordes dos principais países produtores do mundo o preço do cereal no mercado interna- cional sofreu uma queda. No Brasil, o que se tem visto é que as negociações já estão abaixo do mínimo em muitas regi- ões consideradas as maiores produtoras de grãos, acentuando ainda mais com a colheita da safrinha. As projeções são de aumento da produção mundial devi- do ao aumento da produtividade, logo, existe a tendência de que com a oferta superando a demanda haja ocorrência de preços baixos do milho ao longo do ano agrícola 2014/2015.

No que se refere à Soja a situação não é diferente. Ao contrário do que se via nos anos anteriores as cotações no mercado mundial seguem em queda mesmo em período de entressafra e com demanda considerável. Este cenário ocorre devido às especulações de safra recorde nos Estados Unidos (estima-se

uma produção de aproximadamente 106 milhões de toneladas), o que pres- siona a queda nos preços futuros no fim de 2014 e início de 2015. No Brasil, além da influência da safra Norte Americana, o fato da soja vir ocupando cada vez mais espaço na safra de verão concilia- do à altas produtividades faz com que a oferta seja maior que a demanda, o que acentua ainda mais a queda nos preços.

Ao analisarmos o gráfico 1 vemos claramente esta tendência de queda no preço do Milho, chegando a 26% se comparado os valores de março (colhei- ta do milho) e julho. Em relação a soja, no mesmo período analisado para a cul- tura do milho, os preços tiveram queda de 5,5%, como representado no gráfico 2.

A leitura que podemos fazer da atu- al situação do mercado de grãos, é que este é um momento oportuno para re- alizar compras estratégicas de milho e soja, visando obter menores custos de produção, aumentando assim a rentabi- lidade da empresa rural. Ciente disso, o Senhor José Mauro do Carmo, proprie- tário da fazenda Santa Tereza localiza- da no município de Viçosa – MG, que acompanha diariamente as tendências do mercado de grãos, e que junto ao PDPL/PCEPL busca obter um custo de produção equilibrado, anualmente rea- liza a compra estratégica de milho grão.

A última compra foi feita logo após a co- lheita da safra principal, onde os preços se encontravam em queda.

Vanessa Martins Felippe de Freitas Estudante de Agronomia

Igor Santana

Estudante de Agronomia

Figura 1: Frequência de ataques de animais a plantios, ao longo do ano, na Zona da Mata de Minas Gerais. ( Matheus, M. B. & Ribon ).

Gráfico 1

Gráfico 2

Fonte: CEPEA

Fonte: CEPEA

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Qualidade do Leite Qualidade do Leite

Pode parecer que vamos tratar de algum assunto políti- co, contra algum sistema ou facção, mas na verdade apenas chamo atenção para um problema que vêm acontecendo rotineiramente em fazendas produtoras de leite. Trata-se da resistência a antibióticos em bactérias causadoras de mastite, uma das doenças de maior importância na pecuá- ria leiteira e que gera grande impacto na cadeia produtiva.

Estudos apontam que a mastite é isoladamente a do- ença com maior resistência bacteriana. Nos últimos anos, vários produtores têm observado que os tratamentos uti- lizados contra esta infecção não apresentam boa eficácia, acarretando em prolongamento do tratamento ou então na troca do medicamento. É nesse ponto que devemos concen- trar nossos esforços, para evitar que ocorra essa queda na eficiência dos medicamentos e fazer a utilização de maneira racional e programada.

Os antibióticos são largamente empregados na pecuá- ria leiteira, seja para tratamento de mastites ou de outras infecções como tristeza parasitária bovina, problemas de casco e até mesmo no período seco das vacas. Acredita-se que o uso irracional e indiscriminado destes medicamentos no combate às infecções seja a maior causa da resistência.

Quando consideramos o longo prazo, este uso exagerado e de forma errônea acaba reduzindo o potencial de ação des- te medicamento.

Para poder alcançar uma melhor eficiência no uso dos medicamentos, contamos com o uso de testes laboratoriais que nos permitem identificar qual o medicamento adequa- do para o tratamento do microrganismo causador da infec- ção (Figura 2). O teste mais comum para identificação dos agentes patogênicos é o antibiograma, que mesmo apresen- tando limitações na metodologia, oferece resultados dos padrões de resistência ou susceptibilidade de uma bactéria específica a determinados antimicrobianos (Figura 1). Esses testes auxiliam na tomada de decisão, na utilização do an- timicrobiano correto e no combate aos agentes causadores

de mastite.

Figura 1: Teste de sensibilidade aos antimicrobianos.

Setas em amarelo indicam o antibióticos que não apresen- taram eficiência no controle do patógeno.

Fonte: www.ioc.fiocruz.br. 24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.

Luta contra a resistência

Bruno Machado Estudante de Zootecnia

Figura 2: Resultado de antibiograma realizado em uma fazenda integrante do PDPL & PCEPL.

Na avaliação deste grupo de animais foi identificado um predomínio de microrganismos ambientais como Escherichia coli e Streptococcus dysgalactiae, que são resistentes a medicamentos que possuem como base Penicilina, Tetraciclina e Gentamicina por exemplo. Também foram encontrados animais com Staphylococcus aureus que é um microrganismo que pode ser transmitido de forma contagiosa, e é um dos principais causadores da mastite, de difícil controle e este caso avaliado se apresenta sensível às bases como Ceftiofur e Neomicina.

Muitas vezes nos deparamos com tratamentos encerrados de maneira precoce, o que pode fazer com que os microrganismos acabem adquirindo resistência aos medicamentos. Para que ocorra a cura clínica da infecção, é necessário que o protocolo de tratamento seja seguido totalmente.

Normalmente, recomenda-se que mesmo após o desaparecimento dos casos clínicos, como grumos no leite, por exemplo, sejam feitas pelo menos mais 2 aplicações do antibiótico utilizado no tratamento, sem troca da base usada inicialmente.

Assim, para que a produção de leite com qualidade possa sair vitoriosa neste embate devemos procurar pelo maior número de informações a respeito das causas das infecções, quais os microrganismos patogênicos e quais os medicamentos apresentarão maior eficácia no tratamento. Ressalta-se também que é de extrema importância a responsabilidade e atenção de produtores e funcionários no decorrer dos tratamentos com antibióticos, respeitando sempre a dosagem, período de tratamento e descarte do leite dos animais em tratamento durante o período de carência conforme a bula do medicamento.

Fonte: Arquivo PDPL & PCEPL.

Ord Produtor Município Produção

(L/m)

1 Antônio Maria Cajuri 139674

2 José Afonso Frederico Coimbra 59446

3 Hermann Muller Visc. Rio Branco 47172 4 Joaquim Campos Júnior Dores do Turvo 42000

5 Paulo Cupertino Coimbra 37644

6 Marco Túlio Kfuri Araújo Oratórios 37251

7 Paulo Frederico Araponga 36848

8 Rafaela Araújo de Castro Guaraciaba 34518

9 Cristiano José Lana Piranga 33467

10 Ozanan Moreira Ubá 27860

Ord Produtor Município Produtividade por

vaca em lactação Produtividade por vaca total

1 Antônio Maria Cajuri 27,0 22,9

2 Ozanan Moreira Ubá 25,0 22,5

3 Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino 24,2 18,8

4 Rafaela Araújo de Castro Guaraciaba 20,6 17,7

5 Áureo de Alcântara Ferreira Guaraciaba 19,1 16,9

6 José Afonso Frederico Coimbra 17,3 16,3

7 Paulo Cupertino Coimbra 16,9 14,1

8 José Maria de Barros P. Bernardes 16,0 14,1

9 Cleber Luís de O.Magalhães Divinésia 16,1 13,4

10 Alaelson José Ubá 16,1 13,0

As 10 maiores produções do mês de Junho de 2014 As 10 maiores produtividades do mês de Junho de 2014

Descrição do material analisado

Amostra/Animal Data da Coleta Resultado

1 19/05/2014 Escherichia coli - > 100.000 UFC/mL

2 19/05/2014 Streptococcus dysgalactiae - > 100.000 UFC/mL

3 19/05/2014 Streptococcus dysgalactiae - > 100.000 UFC/mL

4 19/05/2014 Staphylococcus aureus - 3.000 UFC/mL

5 19/05/2014 Streptococcus dysgalactiae - 7.000 UFC/mL

6 19/05/2014 Streptococcus dysgalactiae - > 100.000 UFC/mL

7 19/05/2014 Streptococcus dysgalactiae - > 100.000 UFC/mL

8 19/05/2014 Streptococcus dysgalactiae - > 100.000 UFC/mL

9 19/05/2014 Staphylococcus aureus - > 22.000 UFC/mL

10 19/05/2014 Streptococcus dysgalactiae - > 100.000 UFC/mL

Antibiótico Staphylococcus aureus Escherichia coli Streptococcus dysgalactiae

Amicacina Sensível Sensível Resistente

Cefoxitina Sensível Sensível Sensível

Ceftiofur Sensível Sensível Sensível

Eritromicina Sensível Resistente Sensível

Estreptomicina Sensível Sensível Resistente

Gentamicina Sensível Sensível Resistente

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