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COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA DOS DOCENTES DA UFMA, NO PERÍODO DE 1998 A 2001

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COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA DOS DOCENTES DA UFMA, NO PERÍODO DE 1998 A 2001

Cláudia Maria Pinho de Ahreu PeceKueiro' Silvana Maria de Jesus••

RESUMO

A ciência busca aproximar o homem da verdade. Através do processo de aceitação ou refutação de hipóteses e teorias ela pode crescer e ser designada como novo paradigma, assim como pode reafirmar os paradigmas já existentes. A busca pela verdade científica origina a pesquisa científica que será desenvolvida objetivando a divulgação dos resul-tados. O processo de divulgação ocorre através da comuni-cação científica que envolve canais (formais, informais e eletrônicos), facilitadores da tramitação da informação. Assim esse trabalho versa sobre as formas de comunicação científica utilizadas pelos docentes da Universidade Fede-raI do Maranhão - UFMA, via canais formais, no período de 1998 a 2001 e também visa classificar a produção cien-tífica, fruto de pesquisas dos docentes de acordo com o for-mato (relatórios, teses, dissertações, artigos de periódicos etc.). Através da comunicação científica a ciência pode ser divulgada e a forma mais duradoura de transm itir a infor-mação ás futuras gerações é através dos registros escritos isto é, da literatura científica.

PALAVRAS-CHAVE: Comunicação Científica; Produção Científica - UFMA

ABSTRACT

Science search to approach the man of the truth. Through the process of acceptance ar refutation of hypothesis ant theories, it can grow and be designated as a new paradigm, as well as can reaffirm the existing paradigms already. The search for the scientific truth originates the scientific research that will be developed, aiming for the spreading of the results. The spreading process occurs through the scientific communication that involves channels (formal, informal and electronic) that become easy the information

*

Professora Assistente do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Fe-deraI do Maranhão

**

Mestranda do Curso de Mestrado em Educação, da Universidade Federal do Maranhão

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path. Thus, this work about the forms of scientific communication used by the professors of the Maranhão Federal University - UFMA, through formal channels, from 1998 to 2001, and it also aims at classifying the scientific production, which is the result of the processors' research according to the format (reports, thesis, dissertations, periodic articles and so on). Through the scientific communication, science can be widespread and the most lasting from to transmit the information to the future generations is through the written records, that is, is scientific literature.

KEYWORDS: Scientific Communication; Scientific Production - UFMA

1 INTRODUÇÃO

A sociedade tem percebido a força que a ciência vem exercendo no desenvolvimento das nações. Sendo dinâmica e interacionista, a ciência se desdobra num emaranhado de problemas que surgem e tendem a ser solu-cionados pelos pesquisadores. São esses problemas que vão dar origemà

pesquisa científica. Os cientistas ou pesquisadores tentam buscar soluções para os problemas desenvolvendo estudos diversos, isto é, partem em bus-ca da verdade, a fim de formular novos paradigmas ou reafirmar os paradigmas já existentes. Nesse meio dinâmico e interativo, a ciência vai encontrando o seu caminho, o do desenvolvimento.

O crescimento científico possibilita o desenvolvimento das nações. Claro que a ciência não caminha sozinha. Sabemos que a ciência envolve diversos procedimentos transformadores que podemg~rar uma grande par-ceria com a tecnologia (C&T). Então, podemos dizer que a ciência junto com a tecnologia são redirecionadas de para novos caminhos.

Segundo Popper (Apud TARGINO, 2000, p. 2) " a ciência evolui a partir de um processo de corroboração ou refutação de hipóteses e teorias, após análise criteriosa pela comunidade científica". Assim, trabalhar a ci-ência é, essencialmente compreender a natureza e fazer novas descobertas a respeito dela, considerando seus fenômenos. Para isso é necessária a apli-cação de métodos sistemáticos e seguros capazes de fornecer rerultados pertinentes.

A validade dos resultados de pesquisa é testada pela comunidade científica. Através de avaliações, discussões e análises, os estudos

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volvidos por um pesquisador, são aceitos ou refutados. Essa atividade pra-ticada pela comunidade científica possibilita a comunicação entre o pesqui-sador e seus pares.

Autores como Muller (2000); Ziman (1979); Meadows (1999) e Targino (2000) muito discutem sobre o processo de comunicação no meio científico. A ciência vem sendo divulgada das mais diversas formas possí-veis. Através dos canais de comunicação (formal, informal, eletrônico), os trabalhos são divulgados e apreciados pela comunidade científica. Aí está a importância da comunicação que permite ao pesquisador trocar informa-ções com seus pares. Isto é, promove o intercâmbio científico através dos canais informais de comunicação científica que arrolam conversas face a face, por telefone, congressos, colégios invisíveis, literatura cinzenta etc.; dos canais formais que envolvem os documentos escritos e impressos ge-ralmente resultante de pesquisas e dos canais eletrônicos que englobam, tanto a comunicação científica formal (periódicos eletrônicos, livro eletrô-nico etc.) quanto a informal (correios eletrôeletrô-nicos, grupos de discussões).

A respeito de comunicação científica eletrônica, Kuramoto (2001, p.l) comenta que:

A Internet incrementou a comunicação entre os pes-quisadores, propiciando uma mídia de fácil acesso e que lhes assegura rapidez e visibilidade no intercâm-bio de informações com os seus pares. Essa agilidade fez contrastar o tempo de produção e distribuição de revistas científicas impressas com a instantaneidade das publicações eletrônicas.

Devido a rapidez oferecida pelos meios eletrônicos, torna-se mais fácil para o pesquisador comunicar seus resultados de pesquisa sem perder muito tempo. A troca de informações é às vezes imediata, o que dá ao pesquisador e a seus pares condições de incrementar seu trabalho com menos tempo. A velocidade com que a ciência vai se modificando e traçando seu caminho, força o pesquisador a estar sempre atento às novas tendências temáticas, aos novos paradigmas. Assim, podemos afirmar que a comuni-cação é imprescindível para o andamento de pesquisas científicas.

De acordo com o pensamento de Dimbleby (1990, p. 16-19), a co-municação pode ser vista sobre diversos aspectos, dentre os quais podemos destacá-Ia:

a) como meio - neste caso pode ser definida através dos meios pe-los quais se realiza, a exemplo temos o rádio, as paisagens da

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natureza etc. Mas essa atividade não seria possível se não hou-vesse três elementos a serem considerados: a forma de comuni-cação; os veículos de comunicação e a mídia.Aforma de comu-nicação- representa o caminho a ser utilizado pelo pesquisador para se comunicar. Uma maneira de exemplificar esse caso é atra-vés da escrita (utiliza a palavra disposta em um suporte e obede-ce a regras gramaticais). Veículos de comunicação- muitas ve-zes envolvem o uso da tecnologia, a exemplo temos fotografias, gravuras, livros etc. Mídia - podem ser vistas como caminhos diversos que objetivam atingir um público maior. Neste caso, podemos citar como exemplo, a televisão que fornece imagens, sons, o cinema, os jornais, etc.

b) como atividade - É algo feito, produzido e trabalhado por nós mesmos, quando recebemos ou emitimos mensagens, envolven-do não só a fala, mas também o saber ouvir.

c) como aprendizado - Éalgo que aprendemos a fazer, pois preci-samos aprender nos comunicar para sabermos comunicar aos outros.

Assim também funciona como meio científico, pois a comunicação é um dos fatores mais importantes para que o pesquisador possa mostrar os resultados de suas pesquisas. Éimprescindível que o cientista saiba como apresentar à comunidade científica seu trabalho de forma clara para facili-tar o processo de avaliação.

Sabedores de que a comunicação científica envolve diversas etapas como a produção, difusão e uso da informação que favorece a publicação dos resultados de pesquisas de alguns pesquisadores po.demos dizer que a comunicação científica é imprescindível para o desenvolvimento da ciên-cia. Assim, neste trabalho, iremos mostrar as formas de comunicação cien-tífica utilizadas pelos docentes da UFMA, de 1998 a 2001.

A produção científica foi classificada de acordo com o formato, con-siderando os relatórios técnicos - científicos, as teses, livros, capítulos de livros, resumos em eventos nacionais e internacionais, apostilas, artigos de periódico, etc. Na oportunidade, faremos uma relação entre cada departa-mento integrante da amostra para quantificar a produção.

Assim através deste estudo e de acordo com o pensamento de Gonzáles, (1992, p.l O) verificamos que a divulgação científica tem sido uma preocupação constante dos professores/pesquisadores em todo o mundo. No Brasil, isso não é diferente. "A ciência ganhou espaço na mídia [...]

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através de alguns programas de televisão. revistas de divulgação científica e de espaços físicos em grandes jornais".

A principal forma de divulgação científica se dá através de comuni-cação científica que de acordo com as palavras de Targino (2000. p. 10):

[... ] é indispensável a atividade científica. pois pennite somar os esforços individuais dos membros das comu-nidades científicas. Eles trocam continuamente infor-mações com seus pares. emitindo-as para as sucesso-ras e/ou adquirindo-as de seus predecessores. Éa co-municação científica que favorece ao produto (produ-ção científica) e aos produtores (pesquisadores) a ne-cessária viabilidade e possível credibilidade no meio social em que produto e produtores se inserem.

A comunicação científica se dá através dos canais formais e do canal eletrônico. Este último vem se consolidando cada dia mais com o uso das novas tecnologias de comunicação. O processo de comunicação científica envolve diversas etapas: a produção, difusão e uso da informação. Essas três condições são vitais para o docente pesquisador que busca obter o reconhecimento e aceitação de seu trabalho por parte de seus pares.

2 OBJETIVOS

Identificar as formas de comunicação científica, via canais formais, utilizadas pelos docentes da UFMA de 1998 a 2001, visando classificar a literatura produzida segundo o formato (relatórios, teses, dissertações, arti-gos de periódicos, monografias, etc.) e segundo a autoria (individual ou coletiva).

Após a definição do objetivo geral, especificamos abaixo alguns ou-tros objetivos que serão trabalhados no decorrer da pesquisa:

• Levantar a produção cientifica dos docentes pesquisadores da UFMA, no período especificado.

• Agrupar os trabalhos de acordo com o formato (relatórios, livros, dissertações, teses etc.)

• Verificar o tipo de autoria (individual ou coletiva) mais utilizado pelos docentes pesquisadores da UFMA.

3 METODOLOGIA

Este trabalho caracteriza-se como descritivo e objetiva descrever as formas de comunicação científica utilizadas pelos docentes da UFMA, via

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canais formais. no período de 1998 a 200I. estabelecendo lima relação

entre eles.

Para desenvolver este estudo foram realizadas três etapas: a primeira envolveu a pesquisa bibliográfica que se estendeu até o final da pesquisa. A segunda compreendeu na aplicação de questionários junto aos docentes pesquisadores que não fazem parte do universo da pesquisa, para a realiza-ção de um pré-teste. E, a terceira e última etapa foi a aplicarealiza-ção do instru-mento de coleta de dados, o questionário destinado aos docentes que inte-gram o universo da pesquisa e, ainda, a análise e tabulação dos dados coletados.

O universo da pesquisa é compreendido por um Departamento de cada Centro de Ensino da UFMA. A seleção foi feita a partir de um sorteio. ficando o universo composto por:

Departamento de Biblioteconomia, representando o Centro de Ciên-cias Sociais (CCSo), com 19 docentes; Departamento de Psicologia, repre-sentando o Centro de Ciências Humanas (CC H), com 14 docentes;Depar-tamento de Educação Física, representando o Centro de Ciências Biológi-cas e da Saúde (CCBS), com 15 docentes e Departamento de Matemática, representando o Centro Tecnológico (CT), com 23 docentes.

Assim, do universo de 71 professores dos 4 Departamentos, repre-sentantes de cada Centro, obtivemos um total de 26 questionários que nos foram devolvidos em tempo de realizarmos nosso estudo, sendo a nossa amostra composta de 26 docentes que corresponde a 37% do universo. Consideramos que 37% bastante representativo pois se encontra no nível de confiança estabelecido

Com o universo definido, partimos então para a coleta de dados que teve inicio com a revisão de literatura sobre o tema qu(}auxiliou na constru-ção e estruturaconstru-ção da pesquisa.

O pré-teste foi realizado no dia 19 de fevereiro de 2002, com a apli-cação de 5 questionários, aos docentes do Departamento de Filosofia, da Universidade Federal do Maranhão. Após a aplicação fizemos a tabulação dos dados e verificamos a validade das questões propostas.

Validadas as questões, procedemos a aplicação de questionários jun-to aos docentes, integrantes dos Departamenjun-tos que fazem parte da

amos-tra, para obter o maior número de informações necessáriasàcomplementação

deste estudo. Após, iniciamos a tabulação do questionário para então reali-zar a análise dos dados e interpretação dos resultados desta pesquisa.

O material utilizado para a revisão de literatura consta de várias

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sertações e monografias defendidas nos cursos de graduação e pós-gradu-ação na área de Biblioteconomia e Ciência da Informpós-gradu-ação no Brasil. Tam-bém foram utilizados livros diversos, artigos de periódicos e informações obtidas pela Internet, todos esses a respeito de comunicação científica.

O questionário utilizado na coleta de dados contém tópicos que inte-gram 5 questões, abertas e fechadas a saber:

1-Identificação do Respondente. Arrola questões relacionadas ao sexo, nome, Departamento, ano de admissão na UFMA e situação funcional.

11- Formação. Corresponde a formação acadêmica do docente, inclu-indo graduação, especialização(ões), mestrado e doutorado.

I1I- Atividades Docentes. Foram trabalhadas questões relacionadas ao regime de trabalho e às disciplinas lecionadas na graduação e pós-gra-duação nos últimos 4 anos, questionamos também quanto a distribuição da carga horária semanal para as atividades de ensino, pesquisa, extensão e atividades administrativas.

IV- Produção Científica. Foram consideradas questões relacionadas com os documentos publicados nos últimos 4 anos, em autoria única ou em colaboração.

V- Sugestões. Compreende uma questão, destinada às opiniões e sugestões que se fizerem necessárias.

4 ANÁLISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Esta etapa da pesquisa segue a linha diretriz do instrumento questio-nário que arrola cinco itens relacionados à identificação do respondente, formação, atividades docentes, produção científica. Ao analisarmos os da-dos, tivemos o cuidado de trabalhar cada item separadamente, consideran-do cada Departamento. Essa seção consideran-do trabalho está distribuída da seguinte forma:

4.1 Identificação

Este item foi incluído no trabalho visando identificar de antemão os docentes que integram o universo da pesquisa. Preservamos no anonimato o nome do respondente por acreditarmos que isso o deixaria mais a vontade para responder aos questionamentos. Foi considerado também o período de ingresso na UFMA a fim de verificar quantos anos de experiência o professor atua em sua área como docente.

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O primeiro aspecto analisado corresponde ao sexo dos docentes. Consideramos esse aspecto a fim de verificar a variação da quantidade de homens e mulheres por áreas profissionais.

Os 10 docentes do Departamento de Biblioteconomia que fazem parte da amostra, são mulheres, o que nos leva a confirmar que esta área do conhecimento arrola mais profissionais do sexo feminino do que masculi-no.

Ao estudar o sistema de recompensa na ciência, as especificidades e condicionantes em algumas áreas do conhecimento, Ozozco (1998, p. 155-158) assegura que a condição de gênero que caracteriza as mulheres é de fato, utilizada como uma desigualdade sexual, ou seja, em áreas de estudo masculino esse fato é mais evidente, uma vez que muitos homens conside-ram a mulher incapaz de crescer profissionalmente no mesmo espaço que eles ocupam. A autora acrescenta ainda que em áreas de domínio feminino, como é o caso das Ciências Humanas e Sociais (a exemplo da Biblioteconomia), esta prática também é evidente.

Então, podemos dizer que a variação do número de docentes por sexo está diretamente relacionada à área do conhecimento. Comprovando mais uma vez essa situação, os estudos de Witter (1992, p. 107), a respeito da produção científica de Biblioteconomia no Dissertation ABSTRACTs Intemational, mostram que a influência da variável sexo é muito grande em relação à área profissional. Assim podemos mostrar com esse estudo que essa tendência ainda se repete no Maranhão, embora, de forma mais flexí-vel, pois as mulheres, ao longo dos tempos, vêm ampliando seu espaço.

4.1.1 Admissão na UFMA

A UFMA, segundo Tájra (1985, p. 28-29) surgiu em plena reforma universitária feita na Universidade Católica. Foi fundada e reconhecida na década de 70, quando o Cônego Ribamar Carvalho apresentou um novo Projeto de Estatuto de Fundação e o Anteprojeto do Estatuto da Universi-dade, ao Ministério da Educação e Cultura que os aprovou através dos Decretos números 6.7047 e 6.7048, de 13 de agosto de 1970.

Nessa época, diversas reformulações e planejamentos foram feitos no sentido de priorizar os objetivos da Universidade os quais exigiram o ingresso de inúmeros professores para desenvolver atividades de ensino, a fim de formar profissionais e trabalhar em prol do desenvolvimento cultu-ral; realizar pesquisa e estimular a produção de conhecimentos em diversos

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setores que forem implantados; estender à comunidade seus serviços atra-vés de cursos e ensinos que lhes são inerentes.

Grande parte dos docentes que integram a amostra desse trabalho, ingressaram na UFMIA na década de 90. O destaque ficou para o Departa-mento de Biblioteconomia, com 9 professores admitidos nesse período. Em seguida, vem o Departamento de Psicologia com 5 dos 6 docentes partici-pantes da pesquisa, trabalhando na UFMA desde do inicio desta década. Em terceiro, temos o Departamento de Matemática que apresentou 3 pro-fessores admitidos pela UFMA nesse período. E, por último podemos citar o Departamento de Educação Física, com 2 dos 5 professores respondentes, ingressos nessa mesma década.

Nas décadas de 70 e 80 a quantidade de docentes chega a se igualar, nos Departamentos de Matemática e Educação Física, pois, no Departa-mento de Matemática, somente I professor ingressou na UFMA na década de 70 e, em relação à década de 80, tanto no primeiro Departamento, quan-to no segundo, I docente foi admitido para fazer parte do quadro de profes-sores da UFMA.

Nos anos 2000, não houve muita variação de um Departamento para outro. Os Departamentos de Biblioteconomia e Psicologia se igualaram, com 1 único professor ingresso nessa época e o de Educação Física, teve 2 docentes que entraram para o quadro da UFMA nesse período. Somente o Departamento de Matemática não apresentou nenhum professor ingresso nesse período.

Percebemos que há um grande número de professores contratados mais recentemente, 19, na década de 90 e 4 no início dos anos 2000, em relação às décadas de 70(l professor) e 80 (2 professores). Tal fato está relacionado a data de criação da Universidade, quando a maioria do corpo docente formado nos anos 70,já em fase de aposentadoria (25 e 30 anos de serviço), propiciou a renovação do quadro profissional.

4.1.2 Situação funcional

Em relação à situação funcional, de acordo com a Resolução n. 10531

91 CD que trata da progressão vertical por titulação, o professor que tiver o título de mestre, ao ingressar no quadro docente da UFMA, automatica-mente será inserido na categoria de Professor Assistente. O docente que tiver o titulo de especialista será ingresso na categoria de Professor Auxiliar e o docente que tiver doutorado, passará a integrar a categoria de Professor lnfociência, São Luís, v. 3, p. 58-80,2003

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Adjunto. Há casos em que o tempo de serviço também influencia na cate-goria docente,éo caso da progressão vertical por tempo de serviço.

• Professor Auxiliar

Ao observamos os Departamentos integrantes da amostra, percebe-mos que estes apresentam a mesma quantidade de Docentes na categoria de Professor Auxiliar, 2 para cada Departamento, com exceção do Depar-tamento de Matemática que não apresentou docentes nessa categoria.

O número pouco significativo de Professor Auxiliar 6, que corresponde a 23,08% demonstra que há uma política de qualificação dos professores da UFMA a exemplo dos Mestrados Interinstitucionais (MINTER) e dos Programas de Qualificação em fase de implantação.

• Professor Assistente

Em relação à categoria de Professor Assistente, 8 docentes do De-partamento de Biblioteconomia fazem parte dessa categoria. Os Departa-mentos de Matemática e Psicologia tiveram o mesmo número de professo-res nessa categoria, 3 para cada um deles. Quanto ao Departamento de Educação Física, somente 2 professores estão inseridos nessa categoria fun-cional.

O número total de 16 professores que corresponde a 61,54% na cate-goria de Professor Assistente é mais umavezdado a titulação. Uma vez que, desses 16 professores, todos são mestres, o que garante a condição de assistente.

• Professor Adjunto

Quanto à categoria Professor Adjunto, o número total de docentes (4), é pouco significativo, em relação às outras categorias. Atingiram este nível pela titulação, 3 professores doutores e 1 deles pelo teM1po de serviço na Universidade.

De acordo com o nosso estudo, a UFMA dispõe de um número con-siderável de professores titulados, haja vista que na categoria de Professor Assistente os 16 representantes têm título de mestre e na categoria Adjunto dos 4 representantes 3 são doutores.

4.2 Formação

4.2.1 Formação acadêmica

Em relação à formação acadêmica, verificamos que o nível de for-mação dos docentes da UFMA tem aumentado consideravelmente.

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do o anuário estatístico de Indicadores de desempenho ·2001 o número de professores com doutorado, por exemplo, aumentou de 61 professores no ano de 1996 para 145 em 2001. Isso mostra o empenho da universidade em trabalhar pela qualificação de seus profissionais, através do apoio institucional. A UFMA, nos últimos anos, vem implantando diversos cur-sos de mestrado e doutorado, alguns deles em caráter interinstitucional vi-sando qualificar os professores e ampliar os horizontes para os alunos.

Os dados da pesquisa vêm comprovar tal fato. Nos Departamentos de Biblioteconomia e Matemática 80% dos docentes (8 no primeiro e 4 no segundo), que fazem parte da amostra, possuem mestrado. Em Educação Física, a quantidade de professores ficou distribuída em 2 professores com especialização, 2 com mestrado e 1 com doutorado. Em Psicologia, 66,7% (4) dos professores fizeram mestrado e 33,3% (2) tem especialização.

Dos 26 respondentes, 1 representando o Departamento de Biblioteconomia, 1 representando o Departamento de Educação Física, 2 representando o Departamento de Matemática e 2 representando o Depar-tamento de Psicologia, fizeram mais de uma especialização, em áreas dife-rentes. Em relação ao doutorado, cada Departamento apresentou o mesmo número de docentes com essa titu1ação, diferenciando apenas a área esco-lhida por cada um dos professores. Somente Psicologia não apresentou docente nessa situação. O maior número de professores ficou com o mestrado.

Com base nos estudos de Targino e Caldeira (1998), constatamos que nos últimos anos os docentes das universidades brasileiras têm ingres-sado constantemente em cursos de pós graduação para se qualificarem cada vez mais. Isso explica o aumento da qualificação no nível de formação dos docentes, o que ajudará muito na implantação de novos cursos de pós-graduação na UFMA.

Considerando que ao ingressar em um doutorado o professor já te-nha passado por um mestrado e uma ou mais especializações, percebemos, neste trabalho, que a educação continuada é uma realidade na UFMA.

4.3 Atividades docentes

4.3.1 Regime de trabalho

Este item demonstra, como se constitui o regime de trabalho dos docentes da UFMA por Departamento. No Departamento de Biblioteconomia percebemos que 3 dos 10 professores respondentes dedi-lnfociência, São Luís, v. 3,p.58-80,2003

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cam 40h semanais para as atividades docentes que envolvem ensino, pes-quisa e extensão, 7 trabalham na UFMA em regime de dedicação exclusiva às tarefas acadêmicas dispensando 40h semanais.

Quanto ao Departamento de Educação Física, 1 professor respondeU que dedica às atividades docentes, 20h semanais, 2 trabalham 40h por se-mana e 2 perfazem 40h sese-manais em regime de dedicação exclusiva. Em relação ao Departamento de Matemática, verificamos que todos os profes-sores representantes deste na amostra, trabalham 40h semanais em regime de dedicação exclusiva. No Departamento de Psicologia, observamos que quase todos os professores dedicam-se exclusivamente às atividades do-centes, pois 5 trabalham 40h nessa categoria e 1 trabalha apenas 20h sema-nais por ter o restante das horas dispensadas para a conclusão do mestrado. De acordo com nosso estudo, dos 26 docentes que fazem parte da amostra, 69,23% (18) que trabalham 40h semanais em regime de dedica-ção exclusiva, dedicam pelo menos 20h para as atividades de pesquisa .0 que nos leva a crer que quanto maior for o tempo dispensado pelo docente para o cumprimento de suas atividades acadêmicas, maior será a sua con-tribuição para o desenvolvimento da ciência na instituição e, conseqüente-mente, poderá haver ou não aumento na produção científica.

Claro que a instituição deverá oferecer todo o apoio necessário ao andamento dos trabalhos. Embora esta não seja a realidade da UFMA, pois o que podemos perceber é que essa instituição, assim como muitas outras, tem enfrentado grandes dificuldades devido a cortes feitos constantemente em verbas destinadas para diversos setores, obrigando a UFMA a conter as despesas, levando, muitas das vezes, o docente a custear suas próprias pes-qUisas.

Quanto aos docentes que trabalham 40h semanais gem ser em regi-me de dedicação exclusiva, 30,77% (8) dedicam, à atividade de pesquisa, menos de 10h semanais enquanto que 3,85% dos docentes que destinam 20h semanais para as atividades docentes, não trabalham com pesquisa. Se o regime de trabalho não for bem dividido, seja ele 40h com dedicação exclusiva ou não, deixando o docente na maior parte de seu tempo ou todo ele em sala de aula, as atividades de pesquisa e extensão certamente ficarão prejudicadas.

4.3.2 Disciplinas lecionadas nos últimos quatro anos

A quantidade de disciplinas lecionadas tanto na graduação quanto na pós-graduação é muito variada o que não nos permite fazer uma aferição

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detalhada. Situações como cursos paralelos a exemplo do Mestrado Interinstitucional, diminuem as horas para atividade de pesquisa e extensão e também administrativas e fazem com que as horas em sala de aula sejam reduzidas por um determinado período de tempo.

Foi observado que todos os Departamentos apresentam docentes que lecionam disciplinas na graduação, porém não podemos dizer o mesmo em relação à pós-graduação, pois nem todos os Departamentos tiveram profes-sores ministrando disciplina nesse nível.

Considerando que os docentes participantes da amostra apresenta-ram o nível de formação com mestrado, doutorado ou especialização, ten-do, portanto, condições de lecionar disciplina nesses seguimentos, atribuí-mos o fato à não existência de cursos de pós-graduação em alguns Depar-tamentos. Caso houvesse pós-graduação em todos os Departamentos, os professores teriam a oportunidade de ministrar aulas em sua área de forma-ção.

4.3.3 Distribuição da carga horária semanal para as atividades de ensino, pesquisa, extensão e atividades administrativas

Analisando os itens abaixo, percebemos que os 26 docentes inte-grantes da amostra dedicam horas diferenciadas às atividades de ensi-no, pesquisa, extensão e atividades administrativas. Os dados que se encontram distribuídos por Departamento, estão dispostos da seguinte forma:

4.3.4 Atividade de ensino

Considerando os Departamentos pesquisados, observamos que 23% dos docentes dedicam até 1Oh ao ensino e 77% dedicam de 10 a 30h sema-nais a essa atividade.

Com base nos dados coletados, percebemos que a atividade de ensino exige o maior número de horas semanais de cada docente, 76,9% trabalham de 10 a 30h semanais. Talvez, isso esteja relacionado às dificuldades existentes para se desenvolver pesquisa e extensão que requerem financiamentos internos e externos, além de apresentar um número pequeno de professores em relação ao número de alunos que se renova a cada ano e obriga os professores a se dedicarem mais a essa atividade.

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4.3.5 Atividade de pesquisa

A atividade de pesquisa é a forma utilizada pelos docentes para en-contrar segundo Ziman (1979, p. lS), o "critério de verdade" da ciência.

Porém as dificuldades enfrentadas ao passo em que essa atividade vai se realizando. são inúmeras, vão desde as mais simples até as mais comple-xas. Dentre essas dificuldades podemos citar a falta de financiamento, equi-pamentos, recursos humanos e até mesmo de disponibilidade de tempo do professor que tem, por "obrigação", dedicar grande parte de seu tempoà atividade de ensino.

Considerando todos esses fatores, vimos que 38,5% dos docentes dedicam a essa atividade mais de IOh semanais, 38,5% dedicam até IOh e 23% não trabalham com essa atividade.

4.3.6 Atividade de extensão

A Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis - PREXAE, é o órgão da UFMA responsável por realizar atividades de extensão e dar apoio aos docentes que desenvolvem projetos nessa área. De acordo com as in-formações coletadas no qtlestionário, essas atividades são feitas na UFMA através de projetos, cursos, palestras etc. oferecidos para a comunidade, dentre eles podemos citar os bairros do Sá Viana e Vila 8acanga, que por ficarem mais próximos da Universidade, são mais beneficiados. O que não quer dizer que não existam trabalhos desenvolvidos em outras comunida-des.

Vinte e seis vírgula noventa e dois por cento dos docentes trabalham com extensão ao passo que 73,08% não desenvolvem es;a atividade. Entre aqueles que trabalham, 57,14% dedicam-se até lOh semanais e 42,86% dispensam de 10 a 30h semanais para essa atividade. O Departamento mais voltado para essa atividade é o de Educação Física com 57,14% dos docen-tes.

4.4 Atividades administrativas

As atividades Administrativas envolvem diversas tarefas dentre elas a de Coordenação de: curso, monografia, estágio, programas e projetos; Chefias de Departamento; Assembléias Departamentais; Reuniões de Colegiado; Planejamentos; Diretorias administrativas; Pró-reitorias etc.

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Além das reuniões departamentais obrigatórias a todos os professo-res, 36,8% dos docentes dispensam até 10h semanais e 63,2% trabalham de 10 a 30h com essa atividade.

4.5 Produção científica

Produção científica é considerada por Castro (1992, p. 23) como "o resultado da atividade científica produzido num determinado espaço de tem-po ou tem-por pesquisador". Em uma universidade, a produção científica tem-pode ser vista como toda a literatura resultante de pesquisa, produzida na insti-tuição, por aqueles que trabalham em prol do seu desenvolvimento, sejam eles alunos, professores, técnicos-administrativos etc.

A literatura produzida por aqueles que integram a universidade constituí-se em um dos recursos utilizados para divulgar a ciência e a tecnologia tomando-as públicas e de utilidade. Tornar a ciência pública através dos resultados de pesquisas não é só comunicá-la em eventos com a utilização de canais informais, é necessário registrá-la. A partir desse comentário é válido expor aqui o pensamento de Schwartzman (1986), que acredita na existência da ciência, a partir de sua publica-ção, independente do formato no qual se apresente.

Partindo desse pressuposto, analisamos a produção científica dos docentes da UFMA e classificamos a literatura de acordo com o formato: apostilas, relatórios, teses, dissertações, livros, capítulos de livros, resumos em eventos nacionais e internacionais e artigos de periódicos.

De acordo com Campello (2000, p. 105), os relatórios técnicos são documentos que descrevem os resultados ou o andamento de pesquisas para serem submetidos à instituição financeira. São publicações específi-cas de entidades que desenvolvem pesquisa.

As teses e dissertações, são consideradas por Campello (2000, p. 122) como documentos oriundos de atividades dos cursos de pós-graduação.

Os artigos de periódicos são vistos por Mueller (2000, p. 73-74) como o instrumento que possibilita uma comunicação rápida e precisa a respeito de uma experiência ou observação específica, que permite a troca rápida de idéias e a crítica entre os diversos cientistas interessados no assunto em questão.

Quanto aos eventos científicos, Campello (2000) acrescenta que a apresentação de trabalhos em eventos oportuniza ao pesquisador a possibi-lidade de ver seu trabalho avaliado pelos pares ou colegas, de forma mais ampla.

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No caso das apostilas. referimo-nos aos materiais didáticos produzi- . dos pelos professores para possibilitar aos alunos uma melhor compreen-são das aulas ministradas por eles. Em relação às monografias, considera-mos os trabalhos apresentados como requisito para a conclusão do curso de graduação.

Inicialmente quantificamos os documentos produzidos pelos docen-tes, considerando o tipo de publicação e os Departamentos aos quais per-tencem.

Outro ponto analisado foi em relação à autoria. Verificamos se os documentos foram produzidos individualmente ou em colaboração, para estabelecermos uma comparação entre os Departamentos. Verificamos ainda a produtividade dos docentes segundo o tipo de publicação, tipo de autoria, situação funcional, formação acadêmica e regime de trabalho.

A produção científica dos docentes foi quantificada conforme o for-mato e o Departamento.

No formato apostila obtivemos um total de 31 trabalhos (17,71%), presentes nos 4 Departamentos estudados. O Departamento de Biblioteconomia publicou 9 apostilas enquanto isso, o Departamento de Educação Física publicou apenas 1. No Departamento de Matemática o total de apostilas foi igual ao de Biblioteconomia, 9. O Departamento de Psicologia foi o que mais publicou nesse formato, 12 apostilas ao todo.

Os relatórios técnicos-científicos produzidos somam um total de 14, sendo que Biblioteconomia publicou 4, Educação Física 2, Matemática 3 e Psicologia, 5.

Quanto às teses, dissertações e monografias, tivemos um total de 41 trabalhos publicados sendo que Biblioteconomia publicpu 10 documentos, Educação Física produziu 22, Matemática 7 e Psicologia apresentou 2 pu-blicações desse tipo.

Em relação ao item livro (3), os únicos Departamentos que che-garam a publicar foram os de Biblioteconomia com 2 livros e Educação Física com 1. Os Departamentos de Matemática e Psicologia publica-ram respectivamente, 1 e 2 capítulos de livro. Os outros Departamentos não publicaram nenhum documento dessa natureza.

Foram publicados 31 resumos em eventos, distribuídos entre os na-cionais e internana-cionais. 17 pertencem aos docentes de Biblioteconomia, 11 são do Departamento de Educação Física, 2 do Departamento de Matemá-tica. O Departamento de Psicologia não chegou a publicar documento nes-se formato durante o período pesquisado.

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Em relação aos artigos de periódicos, foram publicados 18 artigos distribuídos entre os Departamentos de Biblioteconomia (7), Educação Fí-sica (4), Matemática (5) e Psicologia (2).

De 141 documentos produzidos nos últimos 4 anos pelos docentes, o destaque ficou para o Departamento de Biblioteconomia que publicou 49 trabalhos correspondendo a 34,75% da produção total. Em segundo, ficou o Departamento de Educação Física com 43 documentos publicados equi-valendo a 30,5% das publicações. O Departamento de Matemática apre-sentou 26 publicações que equivale a uma porcentagem de 18,44% de todo o material produzido. E o Departamento que menos produziu nesse perío-do foi o de Psicologia, com 23 publicações sob uma percentagem de 16,31 % de tudo que foi publicado.

O fato de Biblioteconomia ter apresentado o maior número de traba-lhos nesse estudo não está diretamente relacionado à quantidade de respondentes, uma vez que o Departamento de Psicologia com 6 respondentes produziu um total de 23 trabalhos e os Departamentos de Matemática e Educação Física com menos representatividade, neste estu-do, publicaram, respectivamente, (26 e 43 itens), um número maior de do-cumentos que Psicologia.

Tal fato deve está relacionadoà quantidade de docentes com título de mestre e doutor, pois Biblioteconomia se destacou em relação aos demais com docentes em nível de mestrado, enquanto Psicologia se igualou a Ma-temática, mas esse último Departamento possui um docente com doutora-do enquanto que Psicologia ainda não apresentou nenhum. Educação Físi-ca ficou com um número menor de docentes mestres no período pesquisado ,;este trabalho.

4,).1 Produção dos docentes de acordo com a autoria

Targino e Caldeira (1998) analisando a produção científica da Uni-versidade Federal do Piauí citam que a publicação de um documento tanto individual quanto em colaboração contribui de certo modo para perceber-mos as estruturas de geração de conhecimento e as formas pelas quais o documento foi organizado hierarquicamente. Eles pontuam ainda que em-bora tenha havido um aumento de trabalhos publicados em colaem-boração, os trabalhos de autoria única ainda detém a maior percentagem.

Na pesquisa de Pecegueiro (2001), a respeito das temáticas dos arti-gos brasileiros na área da Ciência da Informação, na década de 90,

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vamos que os artigos analisados também apresentam autoria individual mais numerosa que a múltipla.

Assim, analisando o tipo de autoria sob a qual os docentes da UFMA publicam, detectamos que de um total de 141 documentos, 101 (71,6%) é de autoria individual e somente 40 (28,4%) de autoria coletiva.

• Autoria individual

Os docentes que mais produziram individualmente pertencem ao Departamento de Biblioteconomia. Talvez isso ocorreu devido a esse De-partamento ter publicado o maior número de itens. Dentre eles, as disserta-ções e teses que pela sua especificidade são individuais.

Castro (1992) comenta em seu estudo na Escola Superior de Lavras que a autoria múltipla predominou sobre a autoria individual, enquanto que Targino e Caldeira (1998) destacam em seu estudo efetuado na Universida-de FeUniversida-deral do Piauí, a autoria individual como predominante. Em nosso estudo, a autoria individual prevaleceu sobre a autoria múltipla.

• Autoria em colaboração

Quanto à autoria em colaboração, o destaque continuou com o De-partamento de Biblioteconomia que teve II docentes nessa categoria. O Departamento de Educação Física apresentou um número de 4 docentes que publicaram em colaboração nesse período. No Departamento de Mate-mática,5 docentes estiveram publicando coletivamente. Somente 1 docen-te do Departamento de Psicologia publicou em colaboração.

Teve destaque nesse tipo de publicação, os trabalhos na categoria de apostilas e relatórios técnicos científicos. Estes resultados de trabalhos de pesquisa quase sempre desenvolvida em equipe.

4.5.2 Produção dos docentes de acordo com a situação funcional Analisando a produção de acordo com a situação funcional, percebe-mos que os Professores Auxiliares chegaram a produzir menos documen-tos que os Professores Assistentes e Adjundocumen-tos.

Apesar da quantidade de itens produzidos pelos Professores Assis-tentes ter sido maior do que a dos Professores Adjuntos, podemos dizer que esse fator ocorreu porque a quantidade de Adjuntos é menor que a de Assistentes, pois, de acordo com os dados coletados,qu~nto maior for o nível acadêmico, maior será a produção. Isso pode ser comprovado através dos estudos de Maciel (1982) que afirmam que a produção científica é maior à medida que os títulos são mais elevados.

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E válido ressaltar aqui que a produção científica dos docentes da UFMA conseguiu atingir em termo de quantidade, um nível bastante eleva-do durante esses 4 anos. Isso, referente aos Departamentos estudaeleva-dos ten-do destaque o Departamento de Biblioteconomia, talvez pelo número de professores respondentes ter sido maior do que os outros e por ter apresen-tado o maior número de professores com mestrado, o que garante a condi-ção de Professor Assistente e apesar da quantidade ser pequena, ter alguns professores com doutorado, o que garante a condição de Adjunto.

4.5.3 Produtividade dos docentes, segundo a formação acadêmica Analisando a produção científica dos docentes em relação à forma-ção acadêmica, Targino e Caldeira (1998) mostram que os docentes que possuem cursos de graduação e pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado) produzem pelo menos 1 publicação. Então, o pesquisador no curso de pós-graduação, além de gerar no mínimo um trabalho, muitas das vezes publica os resultados desse trabalho em artigo de periódico como forma de divulgação.

4.5.4 Produtividade dos docentes, segundo o regime de trabalho Os docentes do Departamento de Biblioteconomia que trabalham 4üh com dedicação exclusiva, publicaram 33 documentos sob diversos forma-tos; os docentes que trabalham 40h sem dedicação exclusiva chegaram a publicar 16 documentos.

Quanto ao Departamento de Educação Física, tivemos uma produ-ção de 18 documentos publicados pelos docentes que trabalham 4üh sema-nais, em regime de dedicação exclusiva; 24 publicações dos docentes que trabalham 4üh horas semanais, sem ser com dedicação exclusiva e 1 publi-cação de um único docente que trabalha 2üh semanais.

O Departamento de Matemática apresentou 26 publicações feitas pelos docentes que trabalham 40h semanais, com dedicação exclusiva, pois todos os docentes desse Departamento trabalham em regime de dedicação exclusiva.

Em relação ao Departamento de Psicologia, 19 documentos foram produzidos pelos professores que trabalham 4üh semanais, com dedicação exclusiva; 4 documentos foram publicados por aqueles que trabalham 40h semanais sem ser com dedicação exclusiva.

Com base nos dados acima citados, podemos dizer que quanto maior

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for o tempo dedicado pelo docente à Universidade, maior será a sua produ-ção científica, pois, a maior parte das publicações aqui apresentadas ficou com os docentes que trabalham 40h semanais com dedicação exclusiva à UFMA.

5 CONCLUSÃO

Os resultados aqui obtidos não esgotaram as possibilidades a respei-to da comunicação científica dos docentes da UFMA, mas mostram que a informação científica tem um valor maior do que podemos imaginar. Nos dizeres de Figueiredo (1994, p. 77), "a informação é um dos recursos bási-cos para o desenvolvimento em qualquer campo do conhecimento e da ati-vidade humana". Assim, não basta ser informação, é necessário antes de tudo, ser útil.

A comunicação da informação científica é que garante a sua utilida-de isto, através utilida-de uma "comunidautilida-de formada pelos que têm competência para dar sua contribuição para o conhecimento científico, ou para criticá-lo" (ZIMAN 1979 p. 88). Nessa perspectiva, o nosso estudo tendeu a veri-ficar até que ponto os docentes da UFMA participam do processo de gera-ção de conhecimentos científicos, e usam a comunicagera-ção científica formal para divulgá-Ia.

A análise da produção científica, de um modo geral, visa conhecer os aspectos da produção em determinadas áreas, instituições ou locais. Então, analisando os dados coletados a respeito da comunicação científica na UFMA, observamos que:

• A maioria dos respondentes pertence ao sexo feminino (61,54%), os docentes do sexo masculino equivalem a uma porcentagem de (38,46%). Como o maior número de docentes ficou com os Depar-tamentos que pertencem às áreas de Humanas e Sociais (Biblioteconomia e Psicologia), podemos mostrar que a variação da quantidade de docentes por sexo mantém uma relação direta com a área do conhecimento. Isso também foi comprovado nas pesquisas de Witter (1992);

• Grande parte do corpo docente ingressou na UFMA na década de 90, isso facilitou o aumento do nível de qualificação dos professo-res e garantiu-lhes experiência ao longo dos anos, nas atividades relacionadas à docência e, conseqüentemente, ampliou a produção científica. Hoje, a UFMA dispõe de um grande número de

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• Destacam-se os docentes com mestrado, por se apresentarem em maior número, conseqüentemente a quantidade de Professores Assistentes também é bastante significativa, uma vez que essa titulação é uma das condições para um docente se tomar Professor Assistente.

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número de Professores Adjuntos foi pouco significa-tivo, em relação aos Professores Auxiliares, isto porque o número de professores especialistas é bem maior que a de docentes com doutorado;

• A maior parte dns dncentes pesquisados trabalham em regime de 40h semanais com dedicação exclusiva para as atividades docentes - ensino, pesquisa, extensão (69.23%). Foi constatado, ainda, qUI: a maior parte das horas docente é dispensada para a atividade de ensino, seguida das atividades de pesquisa e em menor quantidade (26,92%) dedica-se a de extensão;

• Cento e quarenta e um documentos foram produzidos pelos docen-tes que integram a amostra. A maior parte foi publicada sob autoria única, merecendo destaque às dissertações, teses e monografias. Os livros, relatórios, artigos de periódico, resumos em eventos e capítulos de livros foram publicados, na sua grande maioria, em colaboração. Isto demonstra que apesar das dificuldades, a UFMA tem trabalhado bastante para aumentar o nível de qualificação de seus docentes. Vem oferecendo apoio aos docentes para desenvol-verem pesquisas diversas e, vem tentando melhorar a qualidade do

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enSInO;

• Ainda é pouco significativo as horas dedicadas a pesquisa na UFMA, em tomo de 10h semanais, sentimos que a Universidade precisa ampliar seu quadro docente e redistribuir a carga horária semanal para cada atividade. Dessa forma, poderá haver aumento na produ-ção científica além da obtenprodu-ção de diversos financiamentos para futuras pesquisas.

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