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ILHA DOS GUARÁS (MARITEUA)

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ASPECTOS FÍSICOS, ASPECTOS FÍSICOS, ASPECTOS FÍSICOS,

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OCEANOGRÁFICOS OCEANOGRÁFICOS OCEANOGRÁFICOS OCEANOGRÁFICOS” ” ” ”

CLIENTE:

COMPANHIA DOCAS DO PARÁ - CDP

EXECUTORES:

Cartografia, Hidrografia e Digitalização de Mapas - CHD

& Grupo de Estudos Marinhos e Costeiros – GEMC

Maio/2004

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“ILHA DOS GUARÁS (MARITEUA)

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ASPECTOS FÍSICOS, METEOROLÓGICOS. &

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Relatório Final

Cartografia, Hidrografia e Digitalização - CHD

& Grupo de Estudos Marinhos e Costeiros – GEMC

--- --- Gilberto Mácola Maâmar El-Robrini

Agente Financiador:

COMPANHIA DOCAS DO PARÁ - CDP

Maio / 2004

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SUMÁRIO EXECUTIVO

Este relatório apresenta o estado da arte do conhecimento dos aspectos físicos (Geomorfologia, Geologia, Geologia Estrutural, Condições Sísmicas, Estratigrafia do Subsolo Raso e Dinâmica Costeira), ambientais (Área Prioritária para a Conservação, RESEX), meteorológicos (precipitação, temperatura, vento, Brisas marítimas e terrestres, Linhas de Instabilidade, ZCIT, El Niño/La Niña) e oceanográficos (marés – amplitude e correntes associados, ondas oceânicas, NBCC) da Ilha dos Guarás (Mariteua), sendo esta área sujeita a receber o futuro empreendimento conhecido como “Terminal Offshore do Espadarte”.

Área Prioritária para a Conservação - a região sujeita a receber o futuro “Terminal Offshore do Espadarte” enquadra-se em Área Prioritária para: Botânica, Invertebrados, Biota Aquática, Répteis, Anfíbios, Aves, Populações Tradicionais e Povos Indígenas, Novas Oportunidades Econômicas. Esta área é responsável pela ampla gama de “funções ecológicas” (prevenção de inundações, intrusão salina e da erosão costeira, proteção contra tempestades, reciclagem de nutrientes e de substâncias poluidoras, e provisão de habitats e recursos para uma variedade de espécies explotadas, direta ou indiretamente). Esta área é considerada ainda como uma Área Prioritária para conservação de estuários, manguezais, lagoas de praias, dunas de banhados, áreas úmidas costeiras de restingas, quelônios marinhos, mamíferos marinhos, aves costeiras e marinhas, teleósteos demersais e pequenos elasmobrânquios, bentos, plâncton e plantas marinhas (MMA, 2002).

RESEX Mãe Grande de Curuçá - a Ilha dos Guarás (Mariteua) enquadra-se na RESEX Mãe Grande de Curuçá apresentada no decreto do dia 13 de dezembro de 2002 (D.O.U. de 16/12/2002) que criou esta RESEX, no Município de Curuçá, no Estado do Pará.

Toponomia - os documentos cartográficos oficiais apontam o nome dos Guarás (Mariteua) para a ilha. As pontas são conhecidas como: Tijoca (00º 33’44S e 47º 53’30W) e Romana (00º 34,5S e 47º 54,0W).

Aspectos Físicos - Geomorfologia – a Ilha dos Guarás (Mariteua) e as ilhas Ipomonga e

Mutocal situadas ao Sul desta são sustentadas pelos sedimentos da formação do Grupo

Barreiras e vários ambientes sedimentares ali ocorrem: (A) Planalto Costeiro – apresenta

um relevo colinoso de formas irregulares com pequenas amplitudes, ocorrente sobretudo na

Ilha do Mutucal (maior parte, sendo a borda norte alagada), na Ilha do Ipomanga (apenas a

parte situada ao sudeste desta ilha) e na Ilha dos Guarás (este está soterrado) e (B) Planície

Flúvio-Marinha – ocorrem os sistemas de Planície Costeira - com terrenos relativamente

planos e descontínuos na orla litorânea. Esta unidade regional é compartimentada em três

unidades geomorfológicas: (i) planície aluvial, com canal fluvial, diques marginais e

planície de inundação; (ii) planície estuarina, com canal estuarino, subdividido em curso

superior, segmento reto, segmento meandrante e funil estuarino e (iii) planície costeira,

com ambientes de pântano salino (interno e externo), planície de maré (manguezais de

supramaré, intermaré e inframaré, planície arenosa (praias-barreira (“barrier-beach

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ridge”)(pontas da Romana e Tijoca), dunas costeiras ativas e inativas, barras emersas e bancos pré-litorais, com baixios de maré) e cheniers. O Sistema de terraço marinho constitue superfícies aplainadas por agradação.

Litoestratigrafia - os sedimentos principais reconhecidos nesta região são representados pela formação do Grupo Barreiras (Terciário Inferior), Pós-Barreiras e recentes (Quaternário).

Estratigrafia do Subsolo Raso - na há informações disponíveis sobre a profundidade do substrato na Planície Costeira de Curuçá. Porém, em áreas próximas e em condições geológicas e ambientais similares (Ilhas de Itarana e Atalaia), trabalhos apontam que o embasamento sólido ocorre em profundidades variadas entre 3 e 13m.

Condições sísmicas - a Ilha dos Guarás enquadra-se numa margem estável, porém pequenos eventos sísmicos superiores a 3 de magnitude foram registrados em regiões vizinhas.

Dinâmica Costeira - a planície costeira e a zona praial representam ambientes transicionais altamente dinâmicos, em funções das condições meteorológicas e oceanográficas.

Informações nesta ilha são escassos, porém em regiões vizinhas (Marajó, Bragança e Salinópolis) mostram que estes trechos sofrem processos de erosão e sedimentação.

Plataforma Continental Interna do Pará – apresenta um relevo suave com gradiente de 3.5°. Os fundos marinhos são ocupados por numerosos bancos arenosos (Coroa Grande, da Muriçoca, Banco São João, Espadarte, Coroa das Gaivotas, entre outros) orientados no sentido das correntes de maré (NE-SW). O canal do Espadarte é considerado um espaço inter-banco.

Aspectos Climatológicos/Meteorológicos - o principal sistema de grande escala que regula o regime de precipitação (2909,8 mm/ano) no litoral do estado do Pará é a ZCIT. O período chuvoso concentra-se durante os meses de fevereiro a abril, embora a distribuição de chuvas seja satisfatoriamente regular o ano todo, com uma variação na taxa de insolação entre 216 e 200 dias de sol ao ano. A nebulosidade é freqüente no litoral e a marcha de temperatura é relativamente estável. A característica predominante do vento é de fluxo zonal de leste em quase todo o litoral. A velocidade observada à superfície em média no ano fica em torno de 7 km/h.

Os sistemas atmosféricos atuantes são (Brisas Marítima e Terrestre, Linhas de Instabilidade (LIs), Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), El Niño e La Nina).

Aspectos Oceanográficos - Amplitude – a maré é semi-diurna, com amplitudes máximas de 5,4m As MHWS e MHWN são respectivamente de 3,65m e 3,14m. As MLWS e MLWN são respectivamente de 0.52m e 1.03m.

Corrente de maré – as correntes de maré agem perpendicularmente a costa, com

velocidades máximas, superiores em média, de 1,5 nós na plataforma continental. As fortes

correntes de maré atingem velocidades da ordem de 2,1 nós (6 horas antes da preamar, nas

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marés de sizígia) e 1,9 nós (4 horas após a preamar, nas marés de quadratura). As correntes de marés são, também, as principais responsáveis pela presença dos inúmeros bancos de areias, que se dispõem perpendicularmente à costa, na foz do rio Pará e offshore da Ilha dos Guarás (Mariteua).

Ondas – o litoral norte sofre influência das ondas formadas a partir dos alísios, que apresentam alturas abaixo de 1-1,5m em mar aberto. Porém, trabalhos técnicos mostram a ocorrência episódica de ondas oceânicas geradas por Ciclones Tropicais do Atlântico Norte, que alcançam períodos de 20s e altura de 3m no litoral norte.

CCNB – a plataforma continental interna do Pará sofre a influência da CCNB, com uma velocidade de 1,2 m.s

-1

(plataforma continental externa) e direção NW, e uma velocidade em superfície maior que 75cm.s

-1

.

Considerações sobre o Estado da Arte do Conhecimento da Ilha dos Guarás e Necessidade

de Novos Estudos – a pesquisa sobre informações e dados versando sobre a Ilha dos Guarás

(Mariteua) mostrou que esta carece de um maior detalhadamente sobre: (i) a profundidade

exata sobre o embasamento rochoso e sua distribuição espacial; (ii) avaliação da

variabilidade temporal e espacial de toda faixa costeira da Ilha do Guarás, incluindo as

Pontas da Romana e da Tijoca, sendo estas intimamente conectadas e representam

verdadeiras praias barreiras, alimentadas por cordões arenosos altamente dinâmicos no

tempo. Ocorre ainda um “by-passing” entre as duas pontas; (iii) montagem de um

background (momento 0 – esta ilha situada na do rio Pará representa uma área fértil do

ponto de vista de produtividade, tendo em vista a sua posição geográfica; as áreas

portuárias, em regra geral, são as portas abertas para introdução de espécies alóchtonas,

sendo estas se desenvolvem rapidamente em regiões tropicais e poderão trazer impactos

ambientais para a região amazônica), antes da instalação do “Terminal Offshore do

Espadarte” ; (iv) montagem do quadro hidrodinâmica da área; (v) montagem de um plande

monitoramento dos principais processos atuantes neste trecho do litoral paraense. Estas

medidas trarão um conjunto de dados e informações fundamentais para operacionalização

de áreas portuárias, uma vez que o empreendimento terá lugar numa área oceânica aberta

aos processos meterológicos, oceanográficos e hidrológicos (a Ilha dos Guarás situa-se na

foz do rio Pará e há uma conexão hidrodinâmica muito forte); (v) avaliação multi-temporal

da área do canal do Espadarte, para acompanhar a sua evolução no tempo e no espaço, para

um melhor entendimento, uma vez que faz parte do edifício arenoso posicionado na foz do

rio Pará.

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I. APRESENTAÇÃO

O Projeto ““ILHA DOS GUARÁS (MARITEUA) OCEANOGRÁFICOS - MUNICÍPIO DE CURUÇA (NE DO ESTADO DO PARÁ): ASPECTOS FÍSICOS, METEOROLÓGICOS & OCEANOGRÁFICOS” foi concebido e desenvolvido pela Cartografia, Hidrografia e Digitalização - CHD e o Grupo de Estudos Marinhos e Costeiros – GEMC, em maio de 2004. Este relatório apresenta um conjunto de capítulos, retratando a qualidade ambiental da área de abrangência do estudo, indicando as principais características dos diversos fatores e parâmetros que compõem os ecossistemas marinhos e costeiros adjacentes, de forma a permitir o entendimento da dinâmica e das interações existentes na área direta, sujeita a receber o futuro empreendimento “Terminal Offshore do Espadarte”. Os capítulos apresentam os seguintes temas: (i) Área de Proteção Ambiental;

(ii) Toponomia da área; (iii) Caracterização climatológica/meterológica; (iv) Aspectos Físicos: Geomorfologia, Geologia, Estratigrafia rasa, condições sísmicas e dinâmica costeira; (v) Fisiografia da Plataforma Continental Interna do Pará; (vi) Caracterização Oceanográfica Costeira (marés e correntes associadas, ondas) e (vii) Corrente Costeira Norte Brasileira (CCNB). A Ilha dos Guarás (Mariteua) enquadra-se na Costa Atlântica do Salgado Paraense, de acordo com a classificação do MMA (1996), sendo este trecho bastante recortado e constituído por um conjunto de reentrâncias ativas e dinâmicas. Nas proximidades da foz do rio Pará constitui um ambiente oceanográfico altamente energético, onde a hidrodinâmica é originada pela ação conjunta de diversos fatores: a maré semi- diurna é a principal forçante na plataforma continental e caracteriza-se por amplitudes

1

de

~0,8m nas proximidades do talude continental, alcançando valores de 4.4m (DHN, 2004) na Ilha dos Guarás (Mariteua) e correntes de maré de ~2m/s (BEARDSLEY et al., 1995). A vazão fluvial do rio Pará que ingressa na plataforma continental forma uma pluma de baixa salinidade, que não permite a entrada do mar no rio. Uma cunha salina se forma sobre a plataforma continental, e os gradientes de salinidade gerados no encontro das águas doce e do mar, originam uma circulação baroclínica. O campo de ventos atuando durante o ano todo e a Corrente Costeira Norte Brasileira circulando na plataforma continental são fatores que incrementam a complexidade da hidrodinâmica local.

O presente relatório objetiva apresentar e fornecer o estado da arte do conhecimento científico adquirido até hoje na Ilha dos Guarás (Mariteua) (áreas emersa e submersa)(Figura 01) para a COMPANHIA DE DOCAS DO PARÁ – CDP, com finalidade a implantação do futuro “Terminal Offshore do Espadarte”. Estes dados são de grande avalia para o conhecimento e decisões a cerca da implantação deste empreendimento.

I.1. Objetivos do Projeto

O objetivo central do projeto é de organizar uma compilação de dados ambientais costeiros

e oceânicos na área de influência do futuro empreendimento “Terminal Offshore do

Espadarte” sob a forma de um relatório técnico, envolvendo os aspectos ambientais,

físicos, meteorológicos e oceanográficos.

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I.2. Fonte de Dados

Os dados multi-disciplinares utilizados no relatório técnico “ILHA DOS GUARÁS (MARITEUA) - Município de Curuça: Aspectos Físicos, Meteorológicos e Oceanográficos” provêm de: (i) bancos de dados, como os do Grupo de Estudos Marinhos e Costeiros (GEMC/UFPA), que reúne entre outras, informações e dados do Programa REVIZEE (em operação desde março de 1995 na ZEE/NO), do Nacional Oceanographic Data Center (NODC, 1998), World Ocean Experiment (WOCE GLOBAL DATA, 2000), British Oceanographic Data Center (BODC, 1997); (ii) internet, IBGE, IBAMA, Governo do Estado do Pará; (iii) publicações periódicas, artigos científicos, monografias, dissertações e teses de mestrado e de doutorado).

I.3. Materiais e Métodos de Investigação

Os mapas foram gerados em ambiente AutoCAD Map 2000, ArcView 8.0 e SPRING. Os dados de temperatura, precipitação, nebulosidade, umidade relativa, insolação e vento foram obtidos através das normais climatológicas da estação meteorológica de superfície, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), para o período de 1962 a 1999. Foram também utilizados dados diários das estações pluviométricas da SUDENE, INMET e DNAEE, localizadas na região costeira do Norte. A climatologia da TSM foi obtida de valores climatológicos de uma série de dez anos (1982 a 1991), do National Center for Atmospheric Research – NCEP/NCAR.

I.4. localização e Acesso

O município de Curuçá está localizado na região nordeste do estado do Pará, estando limitada pelas coordenadas geográficas 00°30’ S, 00°45’ S e 48°00’ W, 47°30’ W, e pertence à Folha SA.23-V-A-IV (Marapanim) (Figura 01). O acesso é feito através da Rodovia BR-316, a partir do município de Castanhal, de onde se prossegue, pela rodovia estadual PA-136, até chegar ao município de Curuçá. Para alcançar a Ilha dos Guarás (Mariteua) é necessário utilizar uma embarcação motorizada.

II. ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA’S E OUTRAS)

Estudos com base nas leis ambientais em vigor hoje indicam para a Ilha dos Guarás (Mariteua) as seguintes observações:

II.1. Área Prioritária para a Conservação

A análise da Biodiversidade Brasileira (MMA, 2002), versando sobre a Avaliação e

Identificação de Áreas e Ações Prioritárias para Conservação, Utilização e Repartição de

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Benefícios da Biodiversidade Brasileira permitiu de anotar que a área sujeita a receber o futuro “Terminal Offshore do Espadarte” enquadra-se em Área Prioritária (pontuação: 1 – baixa a 5 = alta prioridade de recomendação) mostrada a seguir:

(i) Área Prioritária para a Botânica: BT 053 Ecorregião Tocantins – Araguaia – Maranhão – Ação recomendada: recuperação (pontuação 5);

(ii) Área Prioritária para Invertebrados: IV 011 – Costa Nordeste do Pará e Maranhão – Ações recomendadas: recuperação (pontuação 4);

(iii) Área Prioritária para Biota Aquática: BA007 – Mangue do Pará e do Maranhão - Ações recomendadas: Inventário Biológico (pontuação 3) – Criação de Unidade de Conservação (pontuação 3) – Manejo (pontuação 5);

(iv) Área Prioritária para Répteis e Anfíbios RA 024 – Região Bragantina - Ações recomendadas: Recuperação (pontuação 5), Inventário Biológico (pontuação 5) – Criação de Unidade de Conservação (pontuação 5) – Manejo (pontuação 5);

(v) Área Prioritária para Aves: Mangues do Pará - Ação recomendada: Manejo (pontuação 5);

(vi) Área Prioritária para Populações Tradicionais e Povos Indígenas – PP003 – Estuário e Costa Litorânea do Pará - Ações Recomendadas: Manejo, proteção e fiscalização da área e de seu entorno (pontuação 5), pesquisa (pontuação 5);

(vii) Área Prioritária para Novas Oportunidades Econômicas, OE 076, Costa Paraense - Ações Recomendadas: Implantação de Infraestrutura (pontuação 4) – Capacitação/Treinamento (pontuação 5) – Definição e Implementação de Instrumentos financeiros (pontuação 4) – Definição e Implementação de estratégias de marketing (ampliação de mercados, certificação, valorização de produtos)(pontuação 2) – pesquisa/Desenvolvimento de produtos (pontuação 4);

(viii) Área Prioritária para Pressões Antrópicas, PA028 – Belém-Bragantina - Ações recomendadas: Conservação (pontuação 4) – Uso Sustentável dos recursos naturais (pontuação 5), Produção sustentável (pontuação 5);

(ix) Área Prioritária sobre Unidades de Conservação UC0043 – Ecorregião Tocantins – Araguaia Maranhão - Ação recomendada criação de Unidade de Conservação (pontuação 5).

A Avaliação de grau de instabilidade das Áreas Prioritárias na Amazônia, com relação à pressão antrópica, programas de desenvolvimento e implantação de obras de infra-estrutura planejadas pelo governo federal e pelos governos estaduais mostram que as áreas de extrema importância biológica (A) que estão ameaçadas são Araguaia/Tocantins/Maranhão, com 84% sobre pressão alta e máxima, justamente onde está incluída a Ilha dos Guarás (Mariteua)(MMA, 2002).

Ainda, o Mapa Síntese das Áreas Prioritárias para a Biodiversidade (Figura 02) mostra que a Ilha dos Guarás (Mariteua) enquadra-se na Área de extrema importância (VZ043 – Salgado.

O Panorama da Zona Costeira e da Zona Marítima (MMA, 2002) mostra que a zona

costeira, como região de interface entre os ecossistemas terrestres e marinhos, é responsável

por ampla gama de “funções ecológicas”: a prevenção de inundações, da intrusão salina e

da erosão costeira; a proteção contra tempestades; a reciclagem de nutrientes e de

substâncias poluidoras; e a provisão de habitats e recursos para uma variedade de espéçies

explotadas, direta ou indiretamente. Assim, a área alvo deste estudo é considerada também:

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(i) Área Prioritária para a Conservação de Estuários, Manguezais e Lagoas Costeiras - importância biológica Extrema (A);

(ii) Área Prioritária para Conservação de Praias e Dunas - importância biológica Muito Alta (B);

(iii) Área Prioritária para Conservação de Banhados e Áreas Úmidas Costeiras - importância biológica Muito Alta (B);

(iv) Área Prioritária para Conservação de Restingas - importância biológica Extrema (A);

(v) Área Prioritária para Conservação de Quelônios Marinhos – trata-se de uma área Insuficientemente Conhecida (D);

(vi) Área Prioritária para a Conservação de Mamíferos Marinhos - importância biológica Extrema (A);

(vii) Área Prioritária para a Conservação de Aves Costeiras e Marinhas - importância biológica Extrema (A);

(viii) Área Prioritária para a Conservação de Teleósteos Demersais e Pequenos Pelágicos - importância biológica Extrema (A);

(ix) Área Prioritária para Conservação de Elasmobrânquios – trata-se de uma área Insuficientemente Conhecida (D);

(x) Área Prioritária para Conservação de Bentos da Plataforma Continental – trata-se de uma área Insuficientemente Conhecida (D);

(xi) Área Prioritária para Conservação de Plâncton – trata-se de uma área Insuficientemente Conhecida (D);

(xii) Área Prioritária para a Conservação de Plantas Marinhas - importância biológica Alta (C).

Assim, vários trechos do litoral do Nordeste do estado do Pará são demarcados por áreas de proteção e/ou outros tipos de reservas ambientais. Na Ilha dos Guarás (Mariteua), informações recentes mostram que existe um projeto de instalação de uma Reserva Extrativista Marinha (RESEX).

II.2. Unidades de Conservação na Área de Influência

As Unidades de Conservação são áreas delimitadas do território nacional, especialmente protegidas por lei, pois contém elementos naturais de importância ecológica ou ambiental.

Em geral, ao se definir uma área a ser protegida, são observadas suas características naturais e estabelecidos os principais objetivos de conservação e o grau de restrição à intervenção antrópica. Esta área será, então, denominada segundo uma das categorias de Unidade de Conservação previstas por lei, das quais as principais são: Parque Nacional, Estação Ecológica, Reserva Biológica, Reserva Ecológica, Área de Proteção Ambiental, Reserva Extrativista e Área de Relevante Interesse Ecológico.

II.2.1. As Reservas Extrativistas (RESEX’s)

As Reservas Extrativistas (RESEX’s) criadas no início dos anos 90 apresentam-se hoje

como alternativas ao sistema de assentamento na Amazônia. Sua criação representou um

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passo audacioso de modelo de conservação do meio ambiente, propondo unidades de gestão com a presença da população local. No entanto, é preciso dotar as reservas de acesso à saúde, educação, transportes e atividades geradoras de renda, criando condições para a fixação da população no local. Para isso, foi implantado o Projeto RESEX, visando testar e provar a viabilidade do modelo de reserva extrativista como unidade de conservação dos recursos naturais. As RESEX’s possuem as seguintes componentes: (i) Efetivação das reservas extrativistas; (ii) Organização comunitária; (iii) Melhoria de atividades produtivas;

(iv) Gerenciamento ambiental; e (v) Gerenciamento e avaliação do projeto. O Projeto é executado pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado das Populações Tradicionais (CNPT) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Para promover a gestão participativa, parte dos recursos são repassados para administração direta das associações de moradores das reservas, mediante convênios assinados com o IBAMA. Na segunda fase do Projeto, serão financiados projetos produtivos, encaminhados ao CNPT. Após parecer inicial, os projetos serão enviados a um comitê independente formado pelo chefe do CNPT, um assessor econômico, um representante do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Extrativismo (PRODEX) e um dos Projetos Demonstrativos Tipo A (PD/A). A Reserva Extrativista é uma Unidade de Conservação destinada à exploração auto-sustentável e conservação dos recursos naturais renováveis por populações nativas e extrativistas. Tem como propósito garantir a terra às famílias nativas e extrativistas, conservar os recursos naturais por meio de sua exploração sustentável, organizar, capacitar ou fortalecer o processo de organização dos moradores para a co-gestão com o IBAMA dos espaços e recursos naturais, e implementar alternativas de renda que propiciem a melhoria da qualidade de vida das famílias que habitam na área. Dentre estas alternativas, vislumbra-se o turismo sustentado e/ou turismo ecológico como forma de diversificar as atividades da comunidade. A viabilização da Reserva Extrativista é de grande importância para a sustentabilidade dos ecossistemas existentes e da população que compõem a paisagem do Batoque. Como afirma Diegues (1995), "a reserva extrativista é um instrumento de ressurgimento do "comum" e seu reconhecimento social mostra a importância de se repensar e se reconstruir as formas tradicionais de apropriação de espaços e recursos naturais renováveis na gestão ambiental, na proteção da biodiversidade e da diversidade sócio-cultural". As RESEX’s são espaços territoriais destinados à exploração auto-sustentável e conservação dos recursos naturais renováveis, por populações tradicionais. Em tais áreas, é possível materializar o desenvolvimento sustentável, equilibrando interesses ecológicos de conservação ambiental, com interesses sociais de melhoria de vida das populações que ali habitam. Existem duas modalidades de RESEX’s: da Amazônia e Marinhas.

II.2.2. RESEX Marinha de Curuçá

A seguir é apresentado o decreto do dia 13 de dezembro de 2002 (D.O.U. de 16/12/2002)

que criou a RESEX Mãe Grande de Curuçá, no Município de Curuçá, no Estado do Pará, e

dá outras providências.

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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 18 da Lei n

o

9.985, de 18 de julho de 2000, e no Decreto n

o

4.340, de 22 de agosto de 2002,

decreta: Art. 1

o

Fica criada a Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá, no Município de Curuçá, no Estado do Pará, com os objetivos de assegurar o uso sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis, protegendo os meios de vida e a cultura da população extrativista local.

Art. 2

o

A Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá abrange uma área de aproximadamente trinta e sete mil e sessenta e dois hectares e nove centiares, com base na Carta Topográfica MI-337, em escala de 1:100.000, publicada pela Diretoria do Serviço Geográfico-DSG do Exército Brasileiro, com o seguinte memorial descritivo: partindo do Ponto 01, de coordenadas geográficas aproximadas 47°55’39.72" WGr e 0°53’33.74" S, localizado na margem direita do Rio Mocajuba, sobre o limite da zona terrestre do mangue, segue no sentido jusante pela margem direita do Rio Mocajuba, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do mangue, passando pela confluência com o Rio Tijuoca, seguindo pela margem esquerda do Rio Tijuoca, no sentido montante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, sobre a linha de preamar máxima, passa pela confluência deste último com o Igarapé São Macário; daí, segue pela margem esquerda deste igarapé, no sentido montante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, por uma distância de 11.723,12 metros, até o Ponto 02, de coordenadas geográfica aproximadas 47°52’43.72"

WGr e 0°52’19.23" S, localizado no limite da zona terrestre do mangue, nas cabeceiras do Rio Macário; daí, segue pela margem direita do Rio Macário, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, no sentido jusante, passando pela confluência deste com o Igarapé Iririteua e seguindo pela margem esquerda do citado Igarapé, no sentido montante, por uma distância aproximada de 3.754,16 metros, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do mangue, até o Ponto 03, de coordenadas geográficas aproximadas 47°52’51.04"

WGr e 0°51’07.24" S, localizado no limite da zona terrestre do mangue nas cabeceiras do

Igarapé Iririteua; daí, segue pela margem direita do citado Igarapé, no sentido jusante,

acompanhando sempre o limite da zona terrestre do mangue, passando pela confluência

deste último igarapé, com o Rio Tijuoca, seguindo pela margem esquerda deste, no sentido

montante, percorrendo uma distância de 3.923,02 metros, até o Ponto 04, de coordenadas

geográficas aproximadas 47°52’10.62" WGr e 0°49’47.50" S, localizado nas cabeceiras do

Rio Tijuoca; daí, segue, pela margem direita do Rio Tijuoca, no sentido jusante,

acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, passando pela confluência com o Rio

Mocajuba, encontrando a foz do Igarapé Igaçaba, seguindo pela margem esquerda deste

igarapé, no sentido montante, percorrendo assim uma distância de 9.061,86 metros, até o

Ponto 05, de coordenadas geográficas aproximadas 47°54’24.22" WGr e 0°50’02.86" S,

localizado nas nascentes do Igarapé Igaçaba; daí, segue acompanhando o limite da zona

terrestre do mangue, na margem direita e sentido jusante do Igarapé Igaçaba, alcançando a

margem direita do Rio Mocajuba, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do

mangue, seguindo pela margem direita do Rio Mocajuba, no sentido jusante, penetrando

pela margem esquerda do Rio Candeua, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do

mangue, percorrendo uma distância de 7.184,11 metros, até o Ponto 06, de coordenadas

(12)

aproximadas 47°55’04.29" WGr e 0°48’11.81" S, localizado no limite máximo da zona

terrestre do mangue, nas cabeceiras do Rio Candeua; deste, segue pela margem direita do

Rio Candeua, no sentido jusante, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do

mangue, penetrando pela margem direita do Rio Mocajuba, acompanhando o limite da zona

terrestre do mangue, no sentido jusante do Rio Mocajuba, até alcançar o Furo Maripanema,

por onde continua sua trajetória na margem direita deste Furo, no sentido jusante,

alcançando o limite da zona terrestre do mangue de todos os pequenos tributários desta

margem, penetrando na margem esquerda, no sentido montante, do Igarapé Patrícia,

percorrendo assim uma distância de 43.809,53 metros, até o Ponto 07, de coordenadas

geográficas aproximadas 47°53’12.98" WGr e 0°43’57.61" S, localizado nas cabeceiras do

Igarapé Patrícia; deste, segue pela margem direita do Igarapé Patrícia, no sentido jusante,

acompanhando sempre o limite da zona terrestre do mangue, alcançando novamente a

margem direita do Furo Maripanema, por onde segue no sentido jusante, passando pela

linha de preamar máxima, na linha de costa que margeia a área urbana de São João do

Abade, Distrito de Curuçá, onde penetra na margem esquerda do Rio Grande, no sentido

montante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, corta a Rodovia Estadual

PA-136, percorrendo assim uma distância de 11.779,29 metros, até o Ponto 08, de

coordenadas geográficas aproximadas 47°52’13.30" WGr e 0°43’31.79" S, localizado no

limite da zona terrestre do mangue nas cabeceiras do citado Rio Grande; deste, segue pela

margem direita do Rio Grande, no sentido jusante, corta novamente a Rodovia Estadual

PA-136, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do mangue, volta à margem

direita do Furo Maripanema, onde segue sua margem direita no sentido montante, alcança a

Baía do Curuçá, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do mangue, penetra na

margem esquerda do Rio Curuçá, e segue nesta margem no sentido montante,

acompanhando o limite da zona terrestre do mangue de todos os pequenos tributários desta

margem, percorrendo uma distância de 41.637,94 metros, até o Ponto 09, de coordenadas

geográficas aproximadas 47°50’48.13" WGr e 0°47’02.15" S, localizado nos limites da

zona terrestre do mangue, de um pequeno tributário formador do Rio Curuçá, denominado

Riozinho, próximo à área urbana de Boa Vista do Iririteua, Distrito de Curuçá; deste ponto,

segue pela margem direita do Rio Riozinho, no sentido jusante, alcançando a margem

esquerda do Rio Curuçá, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do mangue,

segue pela margem esquerda do Rio Curuçá, no sentido montante, percorrendo assim uma

distância de 2.214,86 metros, até sua confluência com o Igarapé Itororom, onde se localiza

o Ponto 10, de coordenadas geográficas aproximadas 47°49’48.82" WGr e 0°46’44.04" S,

nas proximidades do Distrito de Boa Vista do Iririteua; deste, segue pela margem direita do

Rio Curuçá, no sentido jusante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue,

alcançando a desembocadura do Igarapé Itajuba, onde segue pela margem esquerda deste

Igarapé, no sentido montante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue,

percorrendo uma distância de 5.466,52 metros, até o Ponto 11, de coordenadas geográficas

aproximadas 47°49’04.86" WGr e 0°46’37.82" S, localizado nas cabeceiras do Igarapé

Itajuba, no limite da zona terrestre do mangue, próximo à Rodovia Estadual PA-316; deste,

segue pela margem direita do Igarapé Itajubá, no sentido jusante, acompanhando o limite

da zona terrestre do mangue, atingindo novamente a margem direita do Rio Curuçá, segue

nesta citada margem, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, no sentido

jusante, até atingir a foz do Igarapé Itarumã, onde pela margem esquerda deste, segue no

(13)

sentido montante, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do mangue, por uma distância de 6.323,20 metros, até o Ponto 12, de coordenadas geográficas aproximadas 47°47’40.54" WGr e 0°45’51.75" S, localizado nas cabeceiras do Igarapé Itarumã, nas proximidades da Rodovia Estadual PA-316, na localidade chamada Laranjal; deste, segue pela margem direita do Igarapé Itarumã, no sentido jusante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, até atingir a margem direita do Rio Curuçá, por onde segue, nesta margem, no sentido jusante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, penetrando na margem esquerda do Igarapé Prauajó, segue, no sentido montante pelo citado Igarapé, percorrendo uma distância de 22.624,85 metros, até o Ponto 13, de coordenadas geográficas aproximadas 47°48’15.12" WGr e 0°42’01.31" S, localizado no limite da zona terrestre do mangue nas cabeceiras do Igarapé Prauajó; deste, segue acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, pela margem esquerda do Igarapé Araquaim, no sentido montante, e passando pela margem esquerda do Igarapé Cacheira, no sentido montante, percorre uma distância de 4.787,70 metros, até o Ponto 14, de coordenadas geográficas aproximadas 47°47’38.20" WGr e 0°42’39.85" S, localizado no limite da zona terrestre do mangue, nas cabeceiras do Igarapé Cacheira; deste, segue pela margem direita do Igarapé Cacheira, no sentido jusante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, até alcançar a margem esquerda do Igarapé Araquaim, por onde segue, no sentido montante, acompanhando sempre o limite da zona terrestre do mangue, por uma distância de 6.892,42 metros, até o Ponto 15, de coordenadas geográficas aproximadas 47°46’27.67" WGr e 0°42’58.83" S, localizado nas cabeceiras do Igarapé Araquaim, nas proximidades da Vila de Araquaim; deste, segue pela margem direita do Igarapé Araquaim, no sentido jusante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue, alcançando a Ilha Redenção e todos os seus terrenos de marinha, até o limite da preamar máxima; segue pela margem direita do Furo do Pacamurema, no sentido jusante, acompanhando o limite da zona terrestre do mangue e todos os terrenos de marinha, até o limite da preamar máxima, alcançando a margem esquerda do Igarapé Simoa, segue por esta margem, no sentido montante, passando pela linha de preamar máxima na área urbana do Distrito de Caratateua e da Vila Simoa, percorrendo assim uma distância de 24.7651,37 metros, até o Ponto 16, de coordenadas geográficas aproximadas 47°45’14.46" WGr e 0°40’35.82" S, localizado no limite da zona terrestre do mangue, nas cabeceiras do Igarapé Simoa; deste, segue, acompanhando a linha divisória dos Municípios de Curuçá e Marapanim, acompanhando o leito do Igarapé Simoa, no sentido jusante deste, alcançando a Baía de Cajuteua, segue pelo citado limite municipal, que divide a Baía de Cajuteua, percorrendo uma distância de 15.445,42 metros, até o Ponto 17, de coordenadas geográficas aproximadas 47°46’31.87"

WGr e 0°33’26.95" S, localizado na Baía de Cajuteua, a uma distância de uma milha náutica da Ilha de Cipoteua; daí, segue por uma linha eqüidistante de um milha náutica da linha de costa da Ilha de Cipoteua, percorrendo uma distância de 5.389,36 metros, até o Ponto 18, de coordenadas geográficas aproximadas 47°48’44.77" WGr e 0°32’10.92" S, localizado em águas territoriais brasileiras, eqüidistante em uma milha náutica da linha de costa da Ilha de Cipoteua; deste, segue por uma reta de azimute 270°13’47" e uma distância de 7.481,44 metros, até o Ponto 19, de coordenadas geográficas aproximadas 47°52’46.52"

WGr e 0°32’09.84" S, localizado em águas territoriais brasileiras, eqüidistante em uma

milha náutica da linha de costa da Ilha Mariteua; deste, segue por uma linha eqüidistante

em uma milha náutica do perfil da costa das Ilhas de Mariteua, Ipomonga e Mutucal, e por

(14)

uma distância de 18.186,24 metros, até o Ponto 20, de coordenadas geográficas aproximadas 47°58’48.88" WGr e 0°38’31.61" S, localizado sobre a linha divisória dos Municípios de São Caetano de Odivelas e Curuçá, na foz do Rio Mocajuba, quando este deságua no Oceano Atlântico; deste, segue acompanhando a citada linha divisória municipal no leito do Rio Mocajuba, no sentido montante, por uma distância de 16.265,44 metros, até o Ponto 21, de coordenadas geográficas aproximadas 47°57’17.66" WGr e 0°46’34.91" S, localizado sobre o ponto de intersecção entre as linhas divisórias dos Municípios de São João da Ponta, Curuçá e São Caetano de Odivelas, sobre o leito do Rio Mocajuba; deste, segue acompanhando a linha divisória dos Municípios de São João da Ponta e Curuçá, sobre o leito do Rio Mocajuba, por uma distância de 22.002,66 metros, até o Ponto 22, de coordenadas geográficas aproximadas 47°55’41.79" WGr e 0°53’31.85" S, localizado sobre a linha divisória dos Municípios de São João da Ponta e Curuçá, no leito do alto Rio Mocajuba; deste, segue por uma reta de azimute 132°11’04" e uma distância de 86,37 metros, atravessando o Rio Mocajuba, até o Ponto 01, início desta descritiva, perfazendo assim um perímetro aproximado de quatrocentos e trinta e oito mil, seiscentos e doze metros e quarenta e um centímetros.

Parágrafo único. Ficam excluídos dos limites descritos no caput deste artigo todos os terrenos localizados fora da influência da preamar máxima nas Ilhas de Cipoteua, Pacamurema, Mariteua, Ipomonga e Mutucal.

Art. 3

o

Caberá ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA administrar a Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá, adotando as medidas necessárias à sua efetiva implantação, formalizando o contrato de cessão de uso gratuito com a população tradicional extrativista, para efeito de sua celebração com a Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e acompanhar o cumprimento das condições nele estipuladas, na forma da lei.

Art. 4

o

Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 13 de dezembro de 2002; 181

o

da Independência e 114

o

da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

José Carlos Carvalho III. TOPONOMIA

A toponímia foi verificada junto aos órgãos oficiais (IBGE, SECTAM, DHN/MB, etc...) para a compatibilização das várias nomenclaturas adotadas na região.

A pesquisa nestes órgãos oficiais permitiu verificar que a área de trabalho é conhecida

como: Ilha dos Guarás e/ou Ilha Mariteua (Figuras 03, 04 e 05). Os nomes de Tijoca e

Romana são utilizados para indicação das pontas. Assim: (i) a Ponta de Tijoca fica

localizada em 00º 33’44S e 47º 53’30W e (ii) a Ponta da Romana em 00º 34,5S e 47º

(15)

54,0W, na Barra do rio Pará (www/dhn.mar.mil.br). Ainda, no Parágrafo único da RESEX Marinha de Curuçá (II.2.2.), utiliza-se o termo de Mariteua para a ilha-alvo desta pesquisa.

IV. ASPECTOS FÍSICOS - GEOMORFOLOGIA E GEOLOGIA

São apresentados os seguintes aspectos: (i) geomorfologia costeira da Ilha dos Guarás (Mariteua) e da região adjacente, e os ambientes associados, (ii) condições geológicas á nível regional e local, estratigrafia do Subsolo Raso e condições sísmicas.

IV.1. Geomorfologia (Figura 06)

Segundo Barbosa & Pinto (1973), o relevo litorâneo do município de Curuça sugere que a costa apresenta-se em submersão, semelhante ao quadro regional de “rias” do NE do Pará, representados por vales afogados, obliterada pela sedimentação pelítica flúvio-marinha.

IV.1.1. Planalto Rebaixado da Amazônia

Grande parte das formas de relevo da área fazem parte do Planalto Rebaixado da Amazônia, que estão esculpidos nas formações do Grupo Barreiras e nos depósitos pleistocênicos do Pós-Barreiras, onde a cobertura vegetal é do tipo floresta secundária (capoeira).

Assim, destaca-se o sistema de relevo colinoso, no qual tratam-se de colinas extensas de topo plano, localmente arredondado, com formas irregulares. São de pequena amplitude, com cotas que não ultrapassam os 60 m e declividades com valores menores que 5%. Esta unidade ocorre principalmente na Ilha do Mutucal, sendo a sua margem norte, ocupada por terrenos baixos, sendo inundados pelas marés (manguezal). Ocorre ainda na parte sudeste da Ilha de Ipomanga e na ilha dos Guarás, está é soterrado.

IV.1.2. Planície Flúvio-Marinha

Esta unidade regional ocorre a norte do município de Curuçá, e desenvolve-se com certa orientação (NE-SW), adentrando o relevo continental nas direções NW-SE e N-S. Ocorrem os sistemas de Planície Costeira, Terraços Marinhos e Mangues. O sistema de Planície Costeira são terrenos relativamente planos, ocorrendo descontinuidade na orla litorânea.

Este sistema é representado pela seguintes formas: cordões litorâneos, praias, dunas, barras emersas e bancos pré-litorais. O Sistema de Terraço Marinho constitue superfícies aplainadas por agradação, no entanto, atualmente sofre, em parte, efeitos erosivos em função das marés. Este sistema de relevo é excelentemente representado pelos terraços da Ilha de Ipomonga.

Esta unidade regional é compartimentada em três unidades geomorfológicas: (1) planície

aluvial, com canal fluvial, diques marginais e planície de inundação; (2) planície estuarina,

com canal estuarino, subdividido em curso superior, segmento reto, segmento meandrante e

funil estuarino e (3) planície costeira, com ambientes de pântano salino (interno e externo),

(16)

planície de maré (manguezais de supramaré, intermaré e inframaré), planície arenosa com baixios de maré, dunas costeiras ativas e inativas, deltas de maré enchente e vazante e praias-barreira - “barrier-beach ridge”) e cheniers.

IV.1.2.1. Manguezais

São caracterizados por terrenos baixos quase horizontais, constituídos por sedimentos lamosos ricos em matéria orgânica com intensa bioturbação e fitoturbação, sob influência das marés (SILVA JR. E EL-ROBRINI, 2000). São desenvolvidas nas baías estuarinas e recortadas por córregos e canais de maré. Os manguezais são bordejados por praias e estão presentes também na porção interna, junto aos cheniers e os depósitos arenosos das praias- barreira (“barrier-beach ridge”). Esta unidade ocorre na margem norte da Ilha do Mutucal, na Ilha do Ipomanga (quase totalidade) e na Ilha dos Guarás numa maneira isolada na parte meridional.

IV.1.2.2. Chenier

São paleo-cordões praias (na ultrapassando a altura de 2m) e duna-praia repousando sobre depósitos lamosos de manguezais, isolados dos processos costeiros por uma planície lamosa subseqüente, implicando geneticamente que a progradação da planície lamosa foi interrompida pela formação do chenier. São colonizados por vegetação do tipo arbustivo (SILVA JR. E EL-ROBRINI, 2001). Esta unidade é basicamente representada isolodamente no meio do Manguezal nas Ilhas do Ipomanga e Guarás.

IV.1.2.3. Dunas Costeiras

As dunas tem forma linear, às vezes piramidal, e são transversais à direção principal do vento. Estas dunas estão recobertas total ou parcialmente por vegetação. Estão distribuídas na Ilha dos Guarás, e separam as praias dos manguezais. São constituídas por areias finas a muito finas, localizados principalmente na parte inferior.

IV.1.2.4. Deltas de Maré

São barras arenosas coalescentes, normais à costa, expostas durante a maré baixa, e

recortadas por canais de maré rasos. Este sistema contém uma variedade de formas de leito,

entre elas, marcas onduladas em várias escalas e “sand waves”. São constituídas por areias

finas a muito finas, bem selecionadas, contendo fragmentos de conchas. Ocorrem nos

limites dos canais de maré, e configuram deltas de maré vazante, com suas barras e canais

associados. São observados na Ilha dos Guarás.

(17)

IV.1.2.5. Praia-Barreira (“Barrier-Beach Ridge”)

São as áreas mais dinâmicas da planície costeira, e configuram elevações arenosas, que se estendem desde o cordão de dunas vegetadas até a linha média de maré baixa de sizígia.

Margeiam as áreas de manguezais interiores, e são dominadas pelos processos de macromaré semidiurna. As praias-barreira são constituídas essencialmente por cordões arenosos lineares, constituídos, principalmente, de areias quartzosas unimodais finas, de coloração cinza clara a esbranquiçada, bem selecionadas, com fragmentos de conchas, plantas e outros organismos. As Pontas da Romana e de Tijoca são praias-barreiras, formadas por um conjunto de barras coalescentes, podendo indicar um processo de progradação.

IV.2. Litoestratigrafia

Os sedimentos principais reconhecidos nesta região são representados pela formação do Grupo Barreiras (Terciário Inferior), Pós-Barreiras e recentes (Quaternário).

As unidades litoestratigráficas aflorantes na região da Ilha dos Guarás (Mariteua) inclui exclusivamente sedimentos cenozóicos. A estruturação fisiográfica da região é sustentada pela formação do Grupo Barreiras. Segundo ROSSETTI et al. (1989), o Grupo Barreiras possui litofácies siliciclásticas. GOÉS & TRUCKENBRODT (1980) dividem o Grupo Barreiras em três litofácies: argilo-arenosa, arenosa e conglomerática. ROSSETTI et al. (op cit.) conseguiram identificar treze litofácies para os sedimentos Barreiras e Pós-Barreiras do NE do Pará. Os depósitos sedimentares da formação Pós-Barreiras repousam sobre os sedimentos do Grupo Barreiras, e destes separam-se por uma discordância erosiva (Sá, 1969). Constituem-se de sedimentos areno-argilosos, mal selecionados, depositados a partir da atuação de movimentos gravitacionais (ROSSETTI, op cit.). COSTA et al. (1991) incluem esses depósitos como pleistocênicos juntamente com o arenito pilões, cujas estruturas sugerem a presença de um paleolitoral com barras arenosas, planícies de maré e pântanos de supramaré. O Quaternário é representado por sedimentos areno-argilosos pleistocênicos do Pós-Barreiras e pelos depósitos da planície aluvionar, estuarina e costeira da cobertura sedimentar recente. Em cima dos sedimentos do Grupo Barreiras, ocorrem os sedimentos “Pós-Barreiras”, sendo estes amarelados sobrepostos ao Grupo Barreiras (SILVA & LOEWENSTEIN, 1968). Estes sedimentos são areno-argilosos, de granulometria grossa, amarelados e inconsolidados, que recobrem discordantemente o Grupo Barreiras. ROSSETTI et al., (1989) denominaram fácies “areno-argilosa geralmente maciça”, para a unidade Pós-Barreiras, no qual a deposição está relacionada à atuação de movimentos gravitacionais, associados à dissipação de dunas na faixa litorânea.

IV.3. Estratigrafia do Subsolo Raso

Na Planície Costeira de Curuçá, em particular na planície arenosa (praias) ao norte,

trabalhos versando sobre as condições estratigráficas do subsolo são escassos, porém a

título de exemplo, levantamentos em áreas geológicas similares na Planície Costeira da Ilha

de Itarana (SILVA JUNIOR e EL-ROBRINI, 1999, SILVA Jr. e EL-ROBRINI, 2001) e

Planície Arenosa de Atalaia - Salinópolis)(ROSSETI et al., 2002), dão noções da

(18)

profundidade do embasamento rochoso: (i) Ilha de Itarana - na planície arenosa, sobretudo na Ponta da Baixinha, testemunhos foram feitos no subsolo arenoso e o embasamento constituído pela formação do Grupo Barreiras deve ocorrer a uma profundidade de no mínimo de 10m. Observações de campo indicam ainda afloramentos rochosos na franja submersa rasa. Em regra geral, os depósitos são formados por camadas de areias e lamas;

(ii) Praia de Atalaia - o mapa de isópacas mostra o topo do embasamento miocênico (representado pela formação Pirabas) ocorre na faixa de profundidade de 3m a 13m.

IV.5. Condições Sísmicas

Neste capítulo, procurou-se conhecer a ocorrência de sismos (MOLINA, 1995) na região da Ilha dos Guarás (Mariteua). Esta ilha faz parte integrante do litoral do NE do Pará, instalado numa margem continental, considerada como relativamente estável (Figura 07).

“Porém, a ideia propagada por muito tempo de um Brasil essencialmente estável, livre da ocorrência de terremotos é errônea”. A sismicidade brasileira é modesta se comparada a da região andina, mas é significativa porque aqui já ocorreram vários tremores com magnitude acima de 5,0 indicando que o risco sísmico no Brasil não pode ser simplesmente ignorado.

A título de exemplo, dezenas de relatos históricos sobre abalos de terra sentidos em diferentes pontos do país e eventos como o do Ceará (1980/mb=5.2) e a atividade de João Câmara, RN (1986/mb=5.1) mostram que os sismos podem trazer danos materiais, ocasionar transtornos à população e chegar, em alguns casos, a levar pânico incontrolável às pessoas.

Afortunadamente, tremores maiores como o de Mato Grosso (1955/mb=6.6), litoral do Espirito Santo (1955/mb=6.3) e Amazonas (1983/mb=5.5) ocorreram em áreas desabitadas.

Na área de influência da Ilha dos Guarás (Mariteua), não observou-se ocorrência de sismos, uma vez que as figuras 07 e 08 relatam apenas os sismos com 3 ou mais de magnitude. No entanto, ocorrências de tais eventos foram constatados na Baía de Marajó (Figura 08).

Nota-se que a ocorrência de sismos com menos de 3 de magnitude, em regra geral, não são perceptíveis pelo homen e poderiam e/ou não ocorrer na região da Ilha dos Guarás.

IV.6. Dinâmica Costeira

A erosão praial é um dos fenômenos mais impressionantes entre os processos costeiros, que acabou transformando-se em um problema emergencial, na maioria das áreas costeiras do mundo. A erosão costeira é o resultado de uma complexa interação entres os processos físicos, movimentos combinados de águas induzidos pelas ondas incidentes e de tempestades, marés e correntes litorâneas, interagindo com a costa.

Trabalhos sobre o transporte de sedimentos na zona costeira norte (onshore/offshore,

crosshore, onshore, offshore e offshore/onshore) são escassos. No entanto, observações

feitas na praia de Ajuruteua, mostram a ocorrência de mudanças na deriva litorânea de um

setor a outro, onde existem duas direções preferenciais, devido principalmente, às variações

na orientação da linha de costa e nas condições oceanográficas. Durante o período seco,

ocorre transporte "onshore", e durante o período chuvoso, o transporte é "offshore". Nesta

praia, o recuo máximo de linha de costa foi de até 25m (1999-2000), apresentando um

(19)

balanço positivo para um setor, em sua variação de volume (50,14m

3

/m) e para outro, um severo processo de erosão, indica um balanço negativo (47,65m

3

/m).

FRANÇA (2003) mostra que toda a margem leste da ilha de Marajó (Soure e Salvaterra) sofreu o predomínio da erosão nos últimos 15 anos, sendo um total de 2.02km2 de áreas erodidas e 0.61km2 de áreas progradadas. Os balanços negativos (perdas sedimentares) estão relacionados, principalmente, às zonas de intermaré superior, quando ocorre erosão das dunas frontais. Os balanços positivos (ganhos sedimentares) são justificados pela migração de bancos arenosos e retrabalhamento dos sedimentos pelas marés de sizígia que retiram sedimentos da zona de intermaré superior, transportando-os para as zonas de intermaré média e inferior.

V. PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO PARÁ

A plataforma continental interna, limitada offshore pela isóbata de 20 m (Figura 09) possui um relevo suave, ocorrendo pequenas irregularidades, devido à presença de canais e ondulações. A Plataforma Continental Interna do Pará é desenvolvida na faixa de 0 a 30m e apresenta um gradiente bastante suave de 3.5°, com uma largura máxima de 90km. Os fundos marinhos são em regra geral, na maioria arenosos e ocupados por várias estruturas arenosas, Na foz do rio Pará, as estruturas arenosas apresentam-se alongadas e orientadas segundo a direção NE-SW, a mesma das correntes de maré: Coroa Grande, da Muriçoca, Banco São João, Espadarte, Coroa das Gaivotas e na plataforma continental interna, Bancos Hylas, Beckle, Marapanim, Maracanã, Bragança, Salinópolis, entre outros (Figura 03). No entanto, ocorrem afloramentos rochosos (Lateritas da Formação Barreiras) em determinados pontos, por exemplo: pedra da Cerveja, da Corvina, Manuel Luís na frente de Salinópolis.

A figura 10 mostra os fundos arenosos adjacentes a Ilha dos Guarás. Entretanto, pode-se observar também o canal do Espadarte, numa posição de inter-bancos. No fundo deste canal, jaz uma crista arenosa submarina alongada. Todas as estruturas arenosas apresentam uma direção preferencial, que é das correntes de marés. Lembra-se que os dispositivos arenosos submarinos (são chamados ainda de dunas hidráulicas) apresentam-se em regra geral, dinâmicos. Não se tem trabalhos versando estes processos, porém, trabalhos realizados na Baía de São Marcos (El-Robrini, 1990, 1992), particularmente no setor de Itaqui mostraram uma evolução rápida dos fundos estuarinos, caracterizada por migrações de bancos arenosos, cuja velocidade alcançou 100m/ano.

VI. ASPECTOS CLIMATOLÓGICOS & METEOROLÓGICOS

Neste bloco, é apresentado o cenário climatológico e meteorológico (brisas marítimas e terrestres, Linhas de Instabilidade, ZCIT, Ondas de Leste, além, do conhecimento meteorológico (precipitação, ventos, temperatura de superfície do mar) na área de estudo.

A homogeneidade térmica apresenta um contraste com a variabilidade espacial e temporal

das chuvas, cuja precipitação anual supera 1.600 mm no litoral. Inúmerous fenômenos

atuam na região, isolados ou combinados entre si: circulações de Hadley-Walker, Zona de

Convergência Intertropical (ZCIT), elevado albedo da superfície, penetração de Sistemas

(20)

Frontais, anomalias de temperaturas das águas oceânicas do Atlântico e do Pacífico, mecanismos de brisas marítimas e terrestres, linhas de instabilidade, mecanismos atmosféricos de grande escala, etc. A própria topografia da região parece ser determinante em escala local - as chuvas de barlavento são destacavelmente mais abundantes que as de sotavento; em alguns locais, a circulação de vale e de montanha parece importante.

VI.1. CLIMA NA FAIXA LITORÂNEA DO ESTADO DO PARÁ

O regime meteorológico do litoral norte (N) e região oceânica contígua é regido e influenciado por sistemas de várias escalas, que interagem entre si, sendo eles sistemas de grande escala: zonas de convergências ligadas a circulações térmicas diretas que migram sazonalmente aproximadamente de noroeste para sudeste, provocando por exemplo, o aquecimento diabático no verão do HS responsável pela formação da Alta da Bolívia (AB) e o vórtice ciclônico do NEB; sistemas de escala sinótica (cerca de 1000 km): formação de aglomerados convectivos associados à ZCAS, no oeste do nordeste; sistemas sub-sinóticos (menores que 500 km): aglomerados de cumulonimbus (Cb) associados às linhas de instabilidade (LI), tipicamente surgindo na Costa Atlântica, forçadas pela circulação da brisa marítima e propagando-se para sudoeste (COHEN, 1989 e COHEN et al., 1995);

sistemas de meso-escala e pequena escala: aglomerados de Cb (aproximadamente 100 km) e célula isolada de Cb (de 10 a 20 km). A região litorânea situa-se na região equatorial e possui um clima quente e úmido.

A precipitação na região resulta, portanto, destes sistemas dinâmicos que a afetam sazonalmente, sendo mais intensa no verão e outono do HS. A precipitação neste período apresenta um padrão característico da circulação, principalmente durante o verão da América do Sul (SATYAMURTY et al., 1998). A presença da ZCIT na região propicia a formação de linhas de instabilidade convectiva (LI), que se propagam do litoral para o interior do continente, conforme mostra COHEN (1989) e COHEN et al. (1995). A ZCIT é caracterizada nos oceanos pela confluência dos alísios e máximas temperaturas de superfície do mar (TSM). O movimento sazonal norte-sul da ZCIT está associado ao deslocamento sazonal da região de máxima TSM sobre os oceanos tropicais, atingindo a posição mais ao norte em torno de 12

o

N e mais ao sul em torno do Equador e cuja posição média anual é aproximadamente 5

o

N (HASTENRATH e HELLER, 1977; CITEAU et al., 1988a e 1988b; WAGNER, 1996; UVO et al., 1998).

Na faixa costeira, tem como principais características climáticas, temperaturas oscilando entre a máxima de 30

o

C e mínima de 22

o

C. A temperatura da água do mar varia de 27

o

C no verão a 24

o

C no inverno. A época de chuvas concentra-se entre fevereiro e abril, com um máximo de 216 dias de Sol ao ano e mínimo de 200 dias de insolação. Os totais pluviométricos variam de 1750 mm a 3250 mm (MARTORANI et al., 1993).

As variações da precipitação, temperatura do ar (médias, máximas e mínimas), da TSM, o

período mais e menos chuvoso, o número aproximado de dias de Sol durante o ano e o

gradiente de precipitação no litoral do Pará são representadas a seguir.

(21)

VI.2. Regime de Precipitação e da TSM

As variações espaciais da precipitação anual (tons de cores azuladas) e da TSM (tons de cores avermelhados) são mostradas na Figura 11. A precipitação média anual no litoral N é de aproximadamente 1600 mm. Os máximos são observados no litoral norte com precipitações superiores a 2500 mm por ano. Estes máximos apresentam ciclo anual bem distintos, com uma estação de estiagem e outra chuvosa, e são em primeira instância, efeito do posicionamento da ZCIT próximo ao litoral, aumentando a precipitação desde o verão até o outono. Também é uma região, onde a precipitação durante todo o ano origina-se de sistemas precipitantes, oriundos de linhas de instabilidade (LI), que surgem devido à circulação de brisa marítima na costa Atlântica da Guiana Francesa até o norte do Maranhão (COHEN, 1989 e COHEN et al., 1995).

A TSM média anual apresenta seus máximos sobre a ZCIT, como era teoricamente esperado, com máximos entre 301 K (28,8

o

C) e 300 K (28,3

o

C) no litoral norte.

A variabilidade espacial e temporal depende do posicionamento da ZCIT (cavado tropical).

No verão do HS, a ZCIT posiciona-se no litoral norte, onde observam-se os máximos de precipitação bem relacionados com os máximos de TSM. No outono do HS, a ZCIT atua desde o litoral norte até o litoral leste do nordeste, onde observam-se também os máximos de TSM, período em que os índices pluviométricos são elevados nestas áreas e são mais altas que os observados durante o verão. Durante a primavera do HS, a TSM atinge seus valores mínimos, entretanto, no final deste período há início da atividade convectiva no norte. Um dos aspectos mais notáveis da marcha sazonal das precipitações na América do Sul tropical é o relativamente brusco estabelecimento das chuvas ao sul do Equador na primavera, isto é, a quebra da situação de estiagem de inverno do HS é abrupta em setembro e as chuvas se restabelecem na região da ZCAS, o que leva toda a região a ter somente um máximo anual de precipitação (ROCHA, 2001).

Em média, no litoral paraense nota-se taxas elevadas de precipitação (Salinópolis) com excedentes hídricos anuais, atingindo 2.909,8 mm, onde os totais pluviométricos situam-se entre os meses de dezembro a maio (Figura 12). Esta região sofre mais influência em seu regime pluviométrico da ZCIT, secundariamente por linhas de instabilidade, efeitos de sistemas locais de precipitação e sistemas de formação oceânica oriundos por meio do efeito de brisa. À medida que se adentra no interior do continente ocorre uma diminuição no regime pluviométrico, com períodos de chuvas mais curtos durante o ano.

VI.3. Direção e Velocidade do Vento

O vento no litoral norte segue essencialmente a circulação de grande escala, com

predominância de fluxo zonal de leste e atingindo uma velocidade média em torno de 5

m/s. Ressalta-se que a velocidade do vento aumenta com a proximidade do litoral, devido

ao efeito de brisa acentuado. Na figura 13, observa-se que a marcha sazonal da circulação

atmosférica na faixa litorânea norte não é muito alterada, notando-se apenas uma ligeira

variação da direção leste para a nordeste na foz do rio Amazonas (incluindo a Ilha dos

Guarás), durante os meses de verão e outono. Com a chegada da primavera e o início do

(22)

verão, a velocidade do vento aumenta satisfatoriamente, em função da influência dos ventos alísios que passam a soprar mais sobre a região tropical. Normalmente, esses ventos são caracterizados como um presságio ao aumento das precipitações, e ficam bem definidos pelo perfil do vento próximo a superfície. Em Soure, observa-se predominância do vento na direção nordeste com intensidade média de aproximadamente 7 km/h (Figura 14).

Em função da proximidade com o Equador, esta região não apresenta grandes diferenças de temperatura ao longo do ano e a temperatura média anual, varia entre 24° e 26°C. No litoral, as temperaturas médias anuais variam entre 26

0

C e 27

0

C.

A Umidade Relativa Média Anual do Ar varia em torno de 80% a 90%, indicando assim, uma alta taxa de umidade na região.

A pluviosidade não apresenta uma distribuição espacial homogênea a exemplo da temperatura. No litoral do Pará, a precipitação é alta e sem período de seca definido, devido à influência das LIs, que se formam no litoral durante o período da tarde e que são forçadas pela brisa marítima.

O regime de chuvas também sofre influência de outros fenômenos como o El Niño (fenômeno atmosférico-oceânico, caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, e que pode afetar o clima regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial, e afetando assim, os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias) e La Niña (oposto do El Niño, provoca o resfriamento anormal, e não o aquecimento, estes fenômenos atmosféricos das águas do Pacífico Equatorial Central e Oriental) e os Distúrbios Ondulatórios de Leste, ou Ondas de Leste, como são comumente chamados.

VI.4. Fenômenos Meterológicos atuantes no Litoral Norte (

LNAB

)(T

ABELA

03)

VI.1. Brisas Marítimas e Terrestres

As Brisas Marítimas e Terrestres sempre vão existir, independentes das variações sazonais, devido ao contraste térmico da terra com o mar. Podem se intensificar ou não, de acordo com as estações do ano.

Entre esses dois tipos de brisas, a Brisa Marítima é a mais intensa, e a principal responsável pela formação de nuvens convectivas, de sistemas meteorológicos de mesoescala (Linhas de Instabilidade) e sofre intensificação de sistemas de grande escala, como a ZCIT.

A região norte, não apresenta as quatro estações do ano definidas, mas apenas duas estão presentes: uma estação chuvosa (dezembro a maio), regionalmente chamada de Inverno, e uma estação menos chuvosa (junho a novembro), regionalmente chamada de Verão.

Durante o período chuvoso, os ventos da brisa marítima são menos fortes, devido ao aumento de precipitação na região diminuir o contraste térmico entre o continente e o oceano, pois neste período, o continente fica menos aquecido.

Durante o período menos chuvoso ocorre o contrário, e com a diminuição de precipitação na região, o continente fica mais aquecido, implicando num diferencial de temperatura maior entre o continente e o oceano, aumentando assim, a velocidade do vento no LNAB.

Além dos efeitos da Brisa Marítima, tem-se também a influência dos ventos Alísios de

Sudeste. Eles variam de intensidade no mesmo período da ZCIT, pois são os principais

responsáveis pela mudança de localização da ZCIT no sentido Norte-Sul.

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