• Nenhum resultado encontrado

Estado actual dos conhecimentos sobre as rochas ígneas de Angola.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estado actual dos conhecimentos sobre as rochas ígneas de Angola."

Copied!
69
0
0

Texto

(1)

A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.

Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença.

Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra.

Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso.

Autor(es): Andrade, M. Montenegro

Publicado por: Museu Mineralógico e Geológico URL

persistente: http://hdl.handle.net/10316.2/37967 Accessed : 16-Sep-2017 15:39:18

digitalis.uc.pt

impactum.uc.pt

(2)

N.° 27

Memórias

e Notícias

C O I M B R A

T I P O G R A F I A D A A T L Â N T I D A 1 9 5 0

DA

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

(3)

sobre as rochas ígneas de Angola

«Les renseignements géologiques sur la province d’Angola se réduisent à fort peu de chose;

ils sont, à une ou deux exceptions près noyés dans les récits de voyages au milieu desquels on trouve par-ci, par-là, un mot ou une phrase faisant quelques suppositions, rarement une certitude, car il est bien rare que les voya­

geurs rapportent des échantillons de roches, et il est tout aussi rare quils soient à même de reconnaître avec certitud la nature du terrain.

Il faudrait donc lire ces nombreux ouvrages d’un bout à l’autre pour être certain d’avoir recueilli tous ces renseignements» (18).

Verdadeiramente os primeiros estudos geológicos sobre Angola e, com estes, as primeiras referências às suas rochas ígneas come­

çaram com a vinda a este território do célebre explorador e botâ­

nico austríaco, Dr. Frederico Welwitsch, encarregado pelo governo português de estudar a flora sertaneja.

Tudo quanto até então se havia publicado sobre este assunto não passava de simples referências, com carácter anódino, em rela­

tos de viajantes que, acidentalmente, estiveram em Angola. Estas mesmas careciam ainda, quase sempre, de dados informativos con­

cretos ou de merecida confiança.

Como naturalista apaixonado que era, o Dr. Welwitsch sen­

tiu-se compelido a alargar os domínios da sua actividade, dedicando

às coisas geológicas parte do seu interesse e do seu saber.

(4)

Para um apóstolo da Ciência como ele não poderiam passar des­

percebidos os ineditismos dos acidentes geológicos na sua grandio­

sidade empolgante das escarpas de Pungo Andongo ou na monotonia das infindáveis peneplanícies angolanas. Welwitsch foi, porém, mais longe do que a sua admiração religiosa pelo grandioso ou do que a atitude meditativa perante o segredo das coisas inanimadas.

Tentou compreender-lhes a origem, seguir-lhes a evolução, traçar- -lhes, em suma, toda a sua história geológica. E, deste modo, durante as suas excursões científicas pelo interior ia colectando amostras, traçando cortes geológicos e anotando-lhes pormenores.

Parte desta actividade de Welwitsch foi-nos dada a conhecer por Choffat (19), interessando-nos por agora apenas as referências às rochas ígneas. E, assim, na explicação dos cortes geológicos, em número de dois, de Luanda a Quissonde e de Moçâmedes ao lago Ivantala, Welwitsch menciona algumas das formações vulcâni­

cas litorais («éruption de trapp près de Giraul», «marnes injectées de trapp») bem como as «éruptions ignées comme le temoigment les trapp du district d’Icolo et Bengo et les dépôts ferrugineuses du district de Zenza, qui peuvent être attribués à la décomposition de cette roche*.

Como se vê, o termo trapp engloba desde os basaltos litorais até às rochas alcalinas de Zenza do Itombe, cujos depósitos ferrugino­

sos não são mais do que brechas fonolíticas superficial mente lateri- tizadas.

A designação trapp vem a encontrar-se posteriormente genera­

lizada por outros autores, especialmente era relação aos denominados basaltos do litoral de Moçâmedes, Benguela e Lobito.

Welwitsch cita ainda a presença de rochas sieníticas e graníti­

cas nas regiões do Bumbo e da Huila.

Um outro explorador que percorreu Angola pela mesma altura que o Dr. Welwitsch foi o português Joachim John Monteiro (37), antigo aluno da «Royal School of Mines» O referido africanista dedicou alguns anos da sua carreira à exploração de Angola, publi­

cando o resultado das suas investigaçães em 1875, numa obra, em dois volumes, intitulada «Angola and the River Congo».

Uma colecção de rochas, comportando basaltos profiríticos, tra­

quitos, nefelinitos e andesitos augíticos, colectada por John Monteiro em 1860, veio a ser posteriormente estudada pelo professor Hol­

mes (31).

(5)

Segando Welwitsch, com quem John Monteiro havia entabolado relações em África, este era autor de uma carta geológica da região entre o Ambriz e o Bembe, cujo paradeiro se desconhece.

Na obra de John Monteiro encontram se referências a alguns dos afloramentos ígneos de Angola, como pode ver-se, por exemplo, nas págs. 68-70 do segundo volume: «A very interesting excur­

sion was one I made about thirty miles in a northerly direction, where I passed through most beautiful mountain scenery, the for­

mation of the country being trachyte.. .

The only other example of volcanic rock I have met with in Angola is the narrow belt strip of basalt found at Mossamedes, and on the shore to the north of it for about thirty ou forty miles...

This trachyte of part of Cambambe is no doubt connected with the trap-rocks noticed in my journey overland from Loand to that district,»

A referência às trap-rocks consta da página 65 do u volume e está redigida nos seguintes termos: «at Calunguembe trap-rock occurs, wich gives a most picturesque peaky appearence to the country».

O basalto do Giraúl é caracterizado por Monteiro (pág. 220, ii vol) como um «massive basalt, containing in places small quan­

tities of double refracting calespar and heulandite».

Segundo Monteiro «this narrow belt or strip of basalt is folowed farther inland by a highly quartzoze schistose rock with much iron and hornblende. This insensibly changes to a quartzoze granite, then to more schist, and in some places to a fine-graind por­

phyry».

Na página 221, do vol. n, pode ler-se também: «About twenty or thirty miles from Mossamedes the granite country is very peculiar... Pedra Grande is a huge rounded mass of granite rising out of the granitic sandy plain».

Monteiro referiu-se ainda à «fine range of granite mountains ending south at Pungo Andongo» e ao granito da Musserra acerca do qual escreveu (pág. 145, vol. I): «About four or fives miles inland of Musserra, on a ridge of low hille, stands the remarkable granite pillar marked on the charts, and forming a capital landmark to ships at sea».

O geólogo inglês Gregory (28) refere-se a uma publicação saída

a lume em 1877, da autoria dum expedicionário britânico, Lovett

(6)

Cameron, na qual se dá a conhecer a grande dispersão do granito no interior de Angola.

No último quartel do século xix a exploração do Continente Negro atraía súbitamente a atenção política da Europa. Das dife­

rentes expedições que as nações lhe enviaram, movidas pela fama das suas apregoadas riquezas, interessam-nos as chefiadas pelos exploradores portugueses Serpa Pinto, H. Capello e R. Ivens e pelo escocês Levingston. Uns e outros preocuparam-se em dar aos rela­

tórios das suas viagens um cunho científico. Todavia, nas partes que se referem à geologia e, em particular, à petrografía, das regiões atravessadas, muito pouco se tira da leitura das suas narrações.

«Levingston ne dit que fort peu de chose sur la géologie de la province d’Angola, qu’il travesse de Loanda vers l’est. Il cite à Icolo et Bengo um tuf marneux avec coquilles marines récentes;

plus à l’est, du trappe ... (1).

Serpa Pinto encontrou (50) granito em nove localidades do ter­

ritorio angolano, na sua travessia de África, de Benguela à costa de Moçambique.

Também no livro «De Angola à Contra Costa» dos celebrados exploradores Capello e Ivens (16) se encontram, por diversas vezes, referências a afloramentos graníticos.

Relacionadas com investigações geológicas de especialistas ale­

mães no Sudoeste Africano encontram-se algumas referências à geo­

logia de Angola. Entre os vários autores mencionaremos Oscar Lenz (35), autor de uma carta geológica da costa ocidental da África (36), o Dr. Max Buchner (46), em cujas observações geoló­

gicas, no paralelo de Luanda, se cita o granito de Cambambe, testemunho, segundo ele, do «plateau» africano, e ainda o Dr. Hoep- fner (29) que faz ligeiras referências aos basaltos do litoral.

Foi o português José Anchieta quem, de facto, iniciou a fase dos estudos com carácter exclusivamente geológico em Angola, onde viveu por muitos anos, dedicando-se em especial à geologia das regiões do sul-litoral que visitou detalhadamente, com vista ao seu reconhecimento geológico-mineiro.

Deve-se-lhe também em artigo saído a lume em 1885, sobre a geologia do litoral entre Benguela e Moçâmedes (2), a primeira des­

crição óptica de uma rocha de Angola, um anfibolito da região de

(7)

Caconda, que a seguir transcrevemos a título de mera curiosidade para avaliarmos da forma ainda arcaica como nos é apresentada:

«Uma parte de uma lámina conservada vinte e quatro horas em acido chlorydrico, lavada e seca, não difere ao microscopio da outra não tratada pelo ácido. A luz polarizada oferece na rotação do prisma irisações cambiantes onduladas em uma direcção. Horne­

blenda em lâminas mais ou menos curvas, divisíveis a grande tenui- dade e então manifestamente elásticas. É menos frequente em cristais fibrosos. Uma destas lâminas observada ao microscópio simplesmente através do analysador torna-se nas rotações deste evidentemente, mais clara, mostrando um certo grau de chroma- tismo.

Esta rocha passa por gradações a um gneiss em que a propor­

ção da horneblenda diminue com a do quartzo, o feldspato aumenta, aparecendo lâminas de mica branca».

Outro vulto que conta entre os pioneiros da geologia angolana e o português M. Lourenço Malheiro, engenheiro de minas, que foi encarregado pelo governo do estudo dos depósitos de enxofre e de malaquite do Distrito de Benguela.

O conhecimento das suas actividades advem-lhe principalmente do facto de Choffat (22) ter feito o estudo do material paleontoló­

gico por ele recolhida na área de Benguela.

Segundo este geólogo, Lourenço Malheiro havia-lhe prometido publicar as notas sobre as suas investigações geológicas e uma carta geológica que dizia ter levantado durante o tempo da sua perma­

nência em Benguela. Mas nem as notas nem as cartas chegaram às mãos de Choffat, apesar das diligências por este efectuadas junto da família do autor após o seu falecimento.

No material colectado por aquele engenheiro figuram duas amos­

tras de rochas classificadas por Jacinto Pedro Gomes (27) como liparito e basalto nefelínico, as quais foram depois consideradas pelo professor Holmes (4), respectivamente, um calcário gresoso e um basanito.

A excepcional actividade de Choffat no domínio das Ciências Geológicas estendeu-se também a Angola. Os seus trabalhos sobre esta província portuguesa marcam, sem duvida, um lugar de rele­

vante destaque, pelo cunho altamente científico que caracteriza,

afinal, toda a sua obra.

(8)

Em 1888 publicou Choffat (19) o seu primeiro estudo sobre Angola. Referi mo nos à compilação das notas geológicas do Dr. Wel- witsch que Choffat precedeu com a biografia deste notável sábio austríaco. Neste trabalho encontram-se, como vimos, algumas refe­

rências às rochas ígneas de Angola.

No mesmo ano, e em colaboração com P. de Loriol (18), saiu a lume outro estudo sobre o material colectado por L. Malheiro durante a sua estadia em Angola, de que consta um exame histórico porme­

norizado da bibliografia geológica de Angola publicada até essa data, seguido dum estudo paleontológico de amonites do litoral angolano.

Também nas publicações geológicas das possessões vizinhas do Congo Belga e do Congo Francês, da autoria de Cornet (23), Dupont e Barrat (5), aparecem referências à geologia de Angola. Assim, por exemplo, Cornet (23) refere-se às rochas eruptivas antigas do Alto Congo, citando granitos, pegmatitos, dioritos, sienitos, gabros, diábases, etc.

Em 1896 publicou Jacinto Pedro Gomes (27), naturalista do Museu Nacional, o estudo macroscópico duma colecção de rochas enviada à Direcção dos Serviços Geológicos de Portugal por R. P.

Leconte. Este estudo comporta dezasseis grupos de rochas, organi­

zados de acordo com as suas proveniências.

Corresponde ao primeiro um conjunto de sete amostras da região de Utchi, entre as quais figura um «rétinite ou felsite vitreuse provenant incontestablement d’un filon». No terceiro assinala-se a existência, entre Sapa e Caconda, dum granito biotítico, e também duma «échantillon d’une roche araphibolique compact (diorite?)»

O grupo oitavo corresponde a uma das colheitas efectuadas na área da Missão de Catoco e engloba, a par doutras rochas, uma porphyrite, uma «diorite provenant des environs de la Mission» e uma amostra

«des filons de roche basique». Uma amostra de «granite altéré, se décomposant en arène», constiui o único exemplar do décimo segundo grupo e provém das margens do rio Cutato. Finalmente as amostras representativas do 14.° grupo constara apenas duma porphyrite diabasique.

O autor conclui o seu estudo, sintetizando:

«En réunissant l’étude de ces échantillons avec les renseigne­

ments donnés par M. Leconte, nous voyons qu’àprés les grès gypsi-

fères de la région sublittorale se trouve un plateau granitique avec

(9)

des filons de roches éruptives basiques, s’étendant de Sapa jusqu’à Caconda (groupe 3) c’est-à-dire sur une largeur d’environ 150 kilo­

mètres, à l’échelle de 1:1.000.000.

Nous n’avons pas reçu d’échantillons des montagnes situées entre Caconda et Catoto, montagnes que M. Leconte nous a signa­

lées comme étant probablement formées par le granite, mais le lit du Cutato montre encore le granite (gr. 12), tandis que le sous-sol de la mission de Catoto (gr. 6, 7, 8, 9, 10 et 15) est formé par des schistes métamorphiques traversés par des filons de roches basiques.

Dans ses environs, on trouve aussi des gisements de limonite et un grés opalifère paraissant indiquer la presence de sources ther­

males, actuellement disparues (?). Le même minerai se trouve près des rivières Cuelei et Cuève et est utilisé comme pierre à fusil.

Les roches éruptives basiques sé trouvent encore plus à l’est, jusque près du Cuève (gr. 14).

Des shistes métamorphiques se rencontre en outre à Cassinga (gr. 16) et entre le Cutchi et le Cuève, tandis que toute la contrée située à l’Est de cette rivière et du Cuanza est formée par un sable blanc dans le lequel on ne trouve pas de pierres et qui pourrait correspondre au Système de Lubilache de M. Cornet. C’est la région du cautchouc.

La région à l’ouest des sables est en majeur partie recouverte par une argile ferrugineuse, avec ou sans grains de sable, plus on moins entrainée par les torrents, ou par le vent.

Nous avons donc 4 régions bien diverses: l.° la zone littorale avec ses roches d’âge relativement récent, 2.° le plateau granitique depuis Sapa jusqu’à Caconda et peut-être jusqu’à Catoco, 3.° le pla­

teau des schistes métamorphiques de Catoco-Cassinga jusqu’au Cuève, et 4.° la contrée sablonneuse à l’Est de cette rivière.

Ces données sont assurément, encore bien vagues, mais elles laissent pourtant l’idée d’un profil différant de celui que Welwitsch a dessiné entre Moçâmedes et le lac Iventala, l’extension du gra­

nite étant beaucoup plus considérâble dans le premier».

Por morte de Jose Anchieta foi encarregado da missão de natu­

ralista de Angola ura médico da armada real, J. Pereira de Nasci­

mento, cuja finalidade principal, segundo disposição ministerial, era

reconhecer e estudar, sob o ponto de vista económico, as riquezas

mineiras de Angola.

(10)

O resultado do labor de Pereira de Nascimento pode ler-se em dois artigos publicados na revista «Portugal em África».

O primeiro (40) apareceu em 1898 e trata das riquezas mineiras do Sul de Angola.

Sem nos determos na enumeração dos diversos filões de rocha negra, assinaladas pelo Autor no percurso da Baía dos Tigres à foz do Cunene, transcreveremos apenas as passagens que julgamos de mais interesse ao nosso trabalho.

Assim, na pág. 85, e sob o título Foz do Cunene, escreveu Pereira de Nascimento: «Os terrenos da margem norte (do Cunene) são constituídos de rochas vulcânicas, enquanto que os da margem sul se acham cobertos de areia, aflorando num e noutro ponto os terrenos primitivos.

Abundam os filões de quartzo e outros de rocha negra e luzidia (basalto).

A existência de filões de uma rocha negra, dura e brilhante fez supor a alguns menos experientes que nesta zona havia jazigos de carvão».

Mais adiante, a págs. 51, na embocadura da Damba dos Car­

neiros, encontrar-se-iam, segundo Nascimento, afloramentos de rochas vulcânicas e a págs. 56, no vale do Coroca e no local conhecido por Boca do Rio, terminariam os terrenos eruptivos.

Por diversas vezes, no itenerário entre o Coroca e o Planalto, aparecem referências à ocorrência de blocos de granito (págs. 63, 65, 77, etc.) e a págs. 85 e 87, já no percurso Gambos-Moçâmedes pode ler-se, entre outras coisas, o seguinte: «De Kavalan para norte até Mokope o terreno é ligeiramente accidentado por collinas e morros vulcânicos em que abunda o ferro magnético». Do Lupembe até Kapacheke encontrar-se-iam igualmente «afloramentos vulcâni­

cos». Do Hai para sul predominaria também o terreno vulcânico, semeado de enormes blocos de granito. Finalmente pode ainda ler-se :

«Entre a Providência e a zona da Pedra Grande o terreno é duma aridez desoladora. É uma vasta planície semeada de cones de erupção».

Pereira do Nascimento enganou-se ao considerar vulcânicas elevações que caracterizam um relevo residual trabalhado exclusi­

vamente pela erosão em terreno predominantemente granito-gnêis- sico. Estas formas podem observar se, em especial, na peneplanície de Namibe, entre o litoral e a escarpa da Cheia.

Uma colecção de rochas de Angola colhida pelo Padre Antunes

foi estudada ao microscópio, no dizer de Nery Delgado (24), por

(11)

Sousa Brandão, mas tal estudo parece-nos não ter sido publi­

cado.

As descrições macroscópicas foram feitas por Nery Delgado.

Entre outras passagens este eminente geólogo escreveu:

Pág. 196: «Entre Moçâmedes et le plateau de Chella il y a des terrains basaltiques et granitiques» ;

Pág. 197: «Dans la Chella on rencontre diabase»;

Pág. 198: «A la Cascade de la Mucha, dans la mission de Huila ... granité à biotite verte» e mais adiante ... «Le gabro à base de labradorite montre un grand développement entre Quihita et les Gambos» ;

Pág. 200: « . . . A Test de la mulola Gambos... une sjjénite biotitique... L’examen microscopique a dévoilé la présence de microcline, oligoclase, zircon (en quantité suffisante) mica (en petit quantité, ayant peut-être disparu en partie par décomposition) magnetité (en partie oxydée passant au martite) et apatite (rare).

Comme éléments secondaires: l’épidote et la limonite»...

Também num trabalho publicado em 1901 (21) por Paulo Choffat se estudam algumas amostras de rochas enviadas pelo padre Seve- rino da Silva, provenientes duma área entre Mossamedes, Huila, Quihita e Gambos. A descrição macroscópica dessas rochas é feita por Jacinto Pedro Gomes e dela se conclui o predomínio das rochas eruptivas, particularmente dos gabros labradoríticos «Le granite se trouve au pied de la Serra de Chella sur le plateau, à Huila et même dans la valée du Caculovar (Iorocuto, échantillon de Capello et Ivens)».

A primeira notícia que se conhece sobre a ocorrência de rochas alcalinas em Zenza do Itombe data de 1903 e é-uos dada pelo Dr. G Berg (12) ao descrever um sienito nefelinico de grão grosso, constituid-) predominantemente por cristais de ortoclase, entre os quais se observam outros de nefelina, cor de carne, juntamente com alguns silicatos, nomeadamente a esfena, de tom acastanhado. Obser­

vam-se também alguns cristais hialinos de sodalite, que â simples vista se assemelham ao quartzo.

Ao microscópio reconhecesse alguma biotite, pleocróica, entre

o verde escuro, de azeitona, e o castanho, e augite titanífera, cujos

fenocristais apresentam uma orla de egirina. A extinção do núcleo

(12)

da piroxena é de 30°, sendo, porém, muito menor o ângulo de extin­

ção das orlas. Alguma biotite pode ocorrer também no seio da augite e a titanite revela belos cristais por vezes maclados segundo as faces do prisma. A ortose é incolor e vulgarmente microper- títica, notando-se a estriação da plagioclase e, uma vez por outra, a presença da microclina entre os cristais mais desenvolvidos. A nefe­

lina apresenta-se inalterada e a apatite é rara.

Na mesma comunicação o Dr. Berg descreve ainda resumida­

mente um diorito quartzífero das imediações de Cambambe com a plagioclase saussuritizada.

No segundo trabalho de Pereira do Nascimento (41), saído a lume em 1904, e no qual se trata das riquezas minerais da província de Angola, também se encontram referências a blocos de granito, a propósito das características geológicas da região aurífera de Lombige.

J. Pereira do Nascimento empregou todos os seus esforços para despertar o interesse do capital nacional e estrangeiro pelas riquezas mineiras de Angola, ao mesmo tempo que assistia aos trabalhos de pesquiza, encorajando e dando assistência técnica aos trabalha­

dores.

Uma viagem ao Sul de Angola proporcionou a Filipe Carlos Dias de Carvalho (17) ocasião de publicar um artigo sobre a natu­

reza do solo e uma lista de amostras de rochas colhidas entre Moçâmedes e N'Giva, devendo-se destacar as referências ao granito da Pedra Grande e aos gabros da grande mancha dos Gambos.

É Paulo Choffat (22) quem em 1905 de novo publica um traba­

lho sobre o litoral de Angola e em cuja primeira parte se conden­

sam todos os conhecimentos até então existentes sobre esta zona da Colónia.

As passagens concernentes às rochas ígneas não serão novamente invocadas para não repetirmos o que anteriormente e em ocasião oportuna tivemos de fazer.

Na segunda parte deste seu trabalho Choffat descreve algumas formas típicas de fósseis cretácicos e terciários.

Datado de 1906 veio a lume o primeiro estudo sobre rochas de Angola, da autoria do Prof. Francisco L. Pereira de Sousa (42).

Referimo-nos ao relatório do engenheiro Rego Lima sobre a sua

(13)

missão às minas de Cassinga, cujos elementos de estudo, por morte do autor, Pereira de Sousa laboriosamente conseguiu «reunir, inter­

pretar e anotar».

Da primeira parte do trabalho constam as transcrições das obser­

vações geológicas efectuadas por Rego Lima ao longo do percurso Moçâmedes-Chibia-Cassinga e nas zonas por ele visitadas, com refe­

rência às rochas encontradas, nomeadamente granitos (Pedra Grande, Dois Irmãos, Capangombe, Quiteve, Bumbo, Pedra do Porco, Cacimba, Rio dos Elefantes, Posto do Jau, N’bungulo, Lutoque, Chibia), pórfi­

ros (Giraúl, Pedra Grande, Posto do Jau), diabases (entre Chacuto e Jau, Moekinde), ortôfiros (entre Jau e Chacuto), dioritos (Tchi- mongombi, Moekinde), pegmatitos com turmalina (entre Moekinde e Tchimongombi), etc. Na segunda parte, e subordinado à epígrafe

«Rochas», apresenta Pereira de Sousa o seu estudo óptico detalhado das amostras colhidas por Rego Lima, tendo identificado os seguin­

tes tipos de rochas ígneas: diabases anfibólicas quartziferas (

1

), diabases labradóricas, diabases labradóricas ofíticas, diorites labra- dóricas, diorites labradóricas ofíticas, diorite ofítica

)

granulites, micro granulites, ortofirites, ortofirites anfibólicas, ortofirites anfi­

bólicas ofíticas, ortofirites augíticas ofíticas, ortofirite passando d porfirite andesítica, porfirites andesíticas augíticas ofíticas, por- firite anortíticas augíticas ofíticas, porfirites andesíticas piroxéni- cas, porfirites labradóricas augíticas, pórfiro micro granulítico, pórfiro petrossilicioso, riolitos e sienitos.

Em apêndice às notas de Rego Lima, Pereira de Sousa dá-nos um resumo da geologia das regiões atravessadas, desde Moçâmedes até Cassinga, com uma lista de fósseis classificados por Berkeley Cotter e G. F. Dolfuss, bem como o resumo das características petrográficas das diferentes formações, de que reproduzimos as con­

clusões respeitantes às rochas ígneas:

«Granitos, Granulites, Pegmatites, Micro granitos.

Em resumo, portanto, pode dizer-se que os maciços graníticos desta parte de África, entre Moçâmedes e Cassinga, são constituidos em geral, por:

Granitos muitas vezes amphibolicos, notáveis pela abundância de microcline e tendo às vezes deformações mechanicas;

Variedades de vários elementos ferro-magnesianos, ordinària-

(1) Com excepção da ortografia, que actualizamos, a nomenclatura é de

Pereira de Sousa.

(14)

mente constituindo filões nos typos precedentes (granulites, pegma- tites, aplites...);

Algumas variedades com faciés microgranulitico sendo, prova­

velmente, quer das orlas dos macissos formados pelos primeiros, quer apophyses d’estes nos terrenos adjacentes.»

<(Rhjolites e Rochas Microliticas de Quartzo e Epídoto.

Conclusão: Os filões rhyoliticos encontram-se principalmente nos terrenos constituidos por diversos afloramentos de rochas ophi- ticas e microliticas ou junto a elles;

Estes filões, pelo menos na região das minas de Cassinga, pare­

cem ser posteriores aos filões de quartzo aurífero;

Os filões de granulite de grão muito fino e de microgranulite parecem pertencer n’esta região ao mesmo período eruptivo que os rhyoliticos.

As rochas microliticas de quartzo e epidoto foram encontradas também nos terrenos constituídos por diversos afloramentos de rochas ophiticas».

« Gabros, Norites, Troctolites, Anorthosites.

Conclusão: Existe portanto no distrito de Huíla uma grande mancha de gabros, francamente granulosos, encerrando typos varia­

dos : gabbros normaes, gabbros-norites, norites, troctolites, norites quartziferas, etc. São typos de rochas de grandes massiços ».

« Diabases e rochas resultantes da sua alteração.

Conclusão: Em resumo em geral encontram-se:

Diabases propriamente ditas e diabases quartzosas, atravessando os terrenos de granito e schisto-gresosos.

Diabases com hyperstene junto ao massiço de gabbros;

E diabases com olivina, quási compactas e negras, nos terrenos constituídos por varias rochas ophiticas e microliticas».

« Diorites, Kersantites, Microdiorites.

Conclusão: Na região Mossamedes-Cassinga, encontram-se em geral :

Diorites, Kersantites, microdiorites em filões nos terrenos gra- niticos.

E diorites hypersthenicas junto ao massiço dos gabbros».

«Trachytes (Orthophyrites), Andesites, Labradorites, Dacites.

Conclusão: Existem, portanto:

Vários filões de trachytes, andesites, labradorites e dacites,

formando ás vezes a sua reunião com outras rochas microliticas e

ophiticas grandes manchas de terreno.

(15)

E tuffos, conglomerados e brechas de rochas microliticas.

Ao Coronel Freire d’Andrade se devem muitos conhecimentos sobre a estrutura geológica de Angola, bem como algumas das amos­

tras que constituem o material de estudo dos trabalhos dos professo­

res Pereira de Sousa e Holmes sobre esta província portuguesa

Numa descrição geológica publicada em 1906 (3) o Coronel Freire d’Andrade refere-se a algumas rochas ígneas do enclave de Cabinda (granitos e diabases de N’cuto, granitos do rio Mavume e da região entre este curso de água e M’posi, granitos e sienitos entre Pambo e Rio Lalu) e da região de Moçâmedes: ... «Próximo do Giraul observa-se durante alguns quilómetros, ao longo da estrada da Pedra Grande, uma extensa faixa dirigida Norte-Sul, com alguns quilómetros de largura e formada de rochas porphíricas e mela- phiricas primarias; entre estas predomina um pórfiro vermelho ou castanho-escuro cujos cristais, pequenos e claros, de feldspatho, se destacam da massa mais escura e compacta da rocha».

«A grande rampa da margem direita do Giraul corta uma espessa camada de tufos vulcânicos que se tornam a encontrar frequentemente mais além. Passadas estas rochas começam apare- recer os schistos crystalinos, e as quartzites quási verticaes onde por vezes se encontram impregnações de malaquite; e para além destas camadas vêem-se os gneiss, os granitos e os granitos amphi- bólicos, sendo as rochas graníticas que d’ali em deante predomi­

nam, formando numerosas collinas e serras».

E, mais adiante:

«A Pedra Pequena, a Pedra Maior e a Pedra Grande são gra­

níticas».

No importante relatório do ex-governador da Província da Huíla, João de Almeida (1), reserva-se um capítulo à geologia do Sul da Colónia, no qual são feitas considerações sobre a natureza das dife­

rentes formaçõos geológicas, encontrando-se referências aos granitos e aos gabros dos Gambos.

Num reconhecimento agrológico dos Libongos, de José Firmo de Sousa Monteiro (51), apresenta-se um esboceto geológico da região, assinalando-se, além das formações calcárias, manchas de granitos, os quais, segundo o autor, teriam convulsionado os calcá­

rios terciários.

(16)

Também da autoria do prospector mineiro Mac Hugh (32) exis­

tem relatórios sobre os reconhecimentos por ele efectuados nas áreas dos jazigos de cobre de Zenza do Itombe e do Bembe, nos quais aparecem breves referências a algumas intrusões ígneas do Complexo, como dioritos («filões de diorite... prés de Quizunga»), diabases do rio Luinha, granitos, etc.

De 1913 a 1921 publicaram os eminentes petrógrafos Pereira de Sousa, Holmes e Tyrrel importantes estudos sobre amostras de rochas de Angola colhidas por diversos exploradores, dentre os quais é dever citar o nome do Prof. Coronel Freire d’Andrade.

Desta série de trabalhos o primeiro, datado de 1913, é da autoria do Prof. Pereira de Sousa (43) e intitula-se «Contribution à l’Étude Pétrographique du Nord d’Angola», nele se assinalando a existência de sienitos nefelínicos, tinguaitos e fonolitos nefelínicos na região do Zenza do Itombe, e uma «leptynite à riebeckite et aegyrine» no km. 16 da estrada S. Salvador do Congo «offrant une rassemblance avec celle de Cevadaes, Portugal». São também citados granitos albiticos «très écrasés entre Noqui et S. Salvador (notamment entre les kilomètres 4 e 11», e «diabases ouralitisées» entre Caconda e Belise, no enclave de Cabinda. No mesmo trabalho Pereira de Sousa escreveu: «Entre Ambriz et Bembe, sur une longueur d’environ 65 km. à partir de la côte, le sol est constitué par des gneiss et de granités, au milieu des­

quels, au kilomètre 19, apparait une micronordmarkite rougeâtre».

Num estudo (30) sobre rochas das mesmas regiões, saído a lume em 1915, o Prof. Holmes deu a conhecer sienitos refelínicos, mon- chiquitos nefelínicos, ulriquitos olivínicos e fonolitos nefelínicos, cujas descrições pormenorizadas são acompanhadas por uma análise química do monchiquito nefelínico (n.° 17 do Quadro i). Também neste estudo é apresentada a descrição petrográfica detalhada, bem como a respectiva análise química (anál. n.° 1, Quadro i) do granito hiperalcalino, com aegirina e riebeckite, do km. 16 entre Nóqui e S. Salvador, que Pereira de Sousa já havia dado a conhecer sob a designação de «leptinite». Segundo Holmes «this remarquable rock occure as a marginal phase of the granulitic albite granités».

Holmes refere-se também, de um modo geral, a pegmatitos

intrusivos no Complexo, a diabases (junto da missão de S. João), a

diabases uralitizadas (entre Ncuta e Belize) e a sienitos entre

Tombo e o rio Lula.

(17)

A composição real, ou moda, do granito hiperalcalino de Nóqui, calculada por Holmes, é a seguinte:

No quadro seguinte, também do mesmo autor, indica-se a com­

posição mineralógica das rochas atrás mencionadas provenientes da região do Zenza do Itombe.

(

j

) Com análise química. (Vid. anál. n.° 5 do quadro I).

(18)

Como se vê por este esboço estratigráfico o Prof. Holmes con­

sidera post-cretácicas as rochas alcalinas da região de Zenza do Itombe.

Publicado pela Comissão do Serviço Geológico e datado de 1915 existe um Esboço Geológico do Sudoeste de Angola, na escala de 1:1 000.000, (44) da autoria do Dr. Pereira de Sousa, segundo os exemplares e dados geológicos fornecidos por Rego Lima, Artur de Paiva, Nascimento, Eduardo Marques, Padre Antunes, Severino da Silva, Roma Machado, Dias de Carvalho e Carlos Duque.

Constitui ainda actualmente um valioso trabalho no qual, à parte as formações sedimentares, são já assinalados os mais impor­

tantes afloramentos ígneos da região, a mencionar:

Rochas microliticas, ordinariamente associadas a diabases, a N. E. de Moçâmedes, a SE da Huila, entre Quipungo e Capelongo, na confluência do rio Cunene com o seu afluente Oci (ou Incosi), ao S. de Cassinga, no Ondongo e no canto esquerdo do quadradro definido pelos paralelos 16° e 17° S. e pelos meridianos 14° e 15° E.;

No capítulo 3.° do seu estudo, e sob o título «Notes on the Geology of North-Western Angola» o prof. Holmes traça, com invulgar perícia, o panorama geológico do nordeste angolano, sinte­

tizando a cronologia das referidas formações da forma que se segue:

Recent deposits

(19)

Peridotitos, dunitos e monchiquitos, em afloramento isolados ao longo da costa atlântica, para Sul da Baía dos Tigres;

Os Gabros, atravessados por filões de granulitos, de pegmatitos e de aplitos predominam numa extensa mancha ao longo do meri­

diano 14°, entre as latitudes 15° e 17° s.;

Os sienitos alcalinos encontram-se no Pocolo e entre Cachanga e Cantiates;

São também assinalados granitos com riebequite entre Ecuncua e Otchinjau ;

Formações graníticas atravessadas por filões de dioritos e de kersantito localizam-se junto à foz do Cunene, ao longo deste rio, entre os meridianos 13º e 14° E., na região de Huila, etc.

Os granitos, os gneisses e os micaxistos não delimitados ocupam larga área no esboço, entre a orla cretácico-terciária e a escarpa da Cheia.

A notícia explicativa do esboço a que atrás nos referimos veio publicada no ano seguinte, 1916, nas «Comptes Bendus» da Aca­

demia de Ciências de Paris, sob o título «Contribution à Tétude pétrographique du sud-ouest d’Angola», de que transcrevemos a seguir a parte respeitante às rocha ígneas: «Se rencontre dans les mines du Giraul des affleurements d’une andésite quartzifère et ensuite, jusqu’à l’Est de la Pedra Grande, um granite à biotite renfermant par fois de beaux cristaux de sphène.

À Chibia (sud-est de la Serra de Chella), on retrouve de granite de la Serra de lumba; il se prolonge vers l'este jusquaux envi­

rons de la mulola (ligne d’eau) Ninga. C’est un granité calco-alca- lin, parfois à deux micas, ou amphibolique.

A partir de la Nionga jusqu’au Tchitunguira se développe des gabbros traversés par des filons de granulite et d’aplite à quartz vermiculé. Au contact avec le granite affleure une norite quartzi fére, puis des anortbosites, un gabbro-norite et dans l' Amuti une norite quartzifere. Le granité se prolonge jusqu’à 12 km. à peu- près à Test du fort du Quipungo, mais il renferme encore des affleurements de troctolite et de diabase à liypersthène. Ensuite dans la direction E, jusqu’au Cunene, se encontre des roches plus au moins basiques: diabase, diabase à olivine, diabase quartzifère, labradorite augitique, associeés à des types acides: rhyolites, roches de quartz, épidote et prenhite, etc.

En allant de la Chibia vers le Gambos, c’est-à-dire dans une

direction S.-SE., après le granite et à 5 km avant Serradores, se

(20)

trouve un grand affleurement de gabbros [gabbro à olivine et biotite (troctolite) et anorthosite]. Le labrador de ces roches est en géné­

ral, saussuritisé et calcificié; le calcite d’alteracion des gabbros se concentre localement pour former le calcaire des mulolas, exploité pour la fabrication de la chaux. Ces gabbros sont traversés par des filons de granulite et de pegmatite, et avant les Gambos, entre Cachanga e Cantiates, par une syénte alcaline à orthose albitisée (microperthite), zircon et amphibole, voisine de la hastingsite; une amphibole, analogue, associée à l’augit aegyrinique, existe dans la syénite néphélinique que jai signalée au nord de l’Angola, entre Zenza do Itombe et Bango (29). La même syénite se rencontre encore plus à l’oeut, près de Pocola.

Le gabbro se continue vers le sud jusqu’à Cabiqua (au nord et près du Cunene). Il est associé, entre Icundja et Otchinjau, à un granite alcalin à orthose faculée d’albite (microperthite), riebeckite et ilménite. Près de son affleurement a été recueilli un granite calco alcalin à myrmékite.

Al’extrémité sud-sud-ouest de l’Angola, entre la baie des Tigres et l’embouchure du Cunene, près de la côte, se trouvent au milieu du granite des gisements de dunite et de serpentine, ainsi que des filons de limburgite, à olivine et biotite, de monchiquite.

Il est intéressant de remarquer dans cette région l’intime asso­

ciation de roches nettement alcalines et d’autres non moins nette­

ment calco-alcalines.

En ce qui concerne les dunites et les serpentines qui en déri­

vent, il faut noter qu’au sud, dans le Bothaland, près de la côte, ou a trouvé des diamants et il est possible qu’ils soient en relacion avec ces roches magnésiennes et proviennent par suite d’un gise- mente comparable à ceux de l’Afrique australe».

Publicado pela Comissão do Serviço Geológico, e também da autoria do Doutor Pereira de Sousa, existe um Esboço Geológico da Parte Ocidental do Noroeste de Angola (46), datado de 1916 e baseado nos exemplares e dados geológicos fornecidos por Freire d’Andrade, Pinto da Veiga, Letourneur, Neuparth, Miranda Guedes, Lopes Galvão e Padre Antunes.

A escala é de 1.600 000, assinalando se, além das formações sedimentares, os seguintes afloramentos eruptivos:

Nordmarquitos, sienitos nefelínicos, tinguaitos, no morro Qui-

colo (passagem do Loge) e a nordeste de Zenza do Itombe;

(21)

Dioritos, gabros, diabases na região de Matete, Ambaca e Canhoca (ao longo do Caminho de Ferro de Luanda), no vale supe­

rior do rio Longa e no extremo nordeste do Maiombe.

Os granitos e os ortogneisses ocupam larga área paralelamente à costa, e na região de Buco Zau (Enclave de Cabinda).

Em Agosto de 1916 publicou o geólogo britânico J. Gregory (28) um importante estudo geológico sobre uma faixa de território de Angola, ao longo do percurso da linha férrea entre Lobito e Ochi- leso, que ele visitou e detalhadamente descreveu.

Importantes considerações que muito vieram aumentar o conheci­

mento sobre a geologia de Angola são expendidas no referido trabalho.

O estudo petrográfico das amostras colhidas por Gregory foi feito por W. Tyrrell (52) e consta duma separata dada a lume tam­

bém em 1916, constituindo um dos mais valiosos estudos petro- gráficos que se tem escrito, até ao presente, sobre Agola.

Tyrrel apresenta o seu estudo por grupos, segundo a sequência, no tempo, das formações ígneas, a mencionar:

I — Basement Gneisses and Schists;

II — Charnockite Serie;

III — A Serie of Hornfelsed Porphyries and Otbers Hornfels;

IV — Granités, Granodiorites and Associated Rocks;

V — Rhyolite (dellenite) ;

VI — And Alkaline Serie, Including Nepheline Sodalite-Syenite and Others Syenites, Shonkinite, Solvsbergite and Oua- chitite;

VII — Basic Intrusions.

Julgamos útil dar um resumo das investigações de Tyrrell.

I — Basement Gneisses and schists.

Os gneisses são caracterizados pela associação quartzo, micro- clina, oligoclase e biotite. São ortogneisses derivados por dinamome- tamorfismo de granitos biotíticos. Por vezes exibem pronunciadas estructuras cataclásticas, com todas as gradações até às milonites.

Também se encontram gneisses dioriticos associados aos primeiros e constituídos por andesina, horneblenda e, subordinadamente, quar­

tzo, ortose e biotite.

(22)

II — Charnockite serie.

As charnockites são

d o

geral rochas de grão fino e de tom verde-escuro ou acinzentado, cujos constituintes, salvo algumas palhetas de biotite, são irreconhecíveis à simples vista. Microsco­

picamente exibem uma estructura granular. Os componentes mine­

ralógicos, cuja proporção relativa é variável ao longo da série, constam de uma piroxena monoclínica muito fresca, de tom verde- -pálido, hiperstena, plagioclase, ortose, quartzo, horneblenda, biotite e magnetite, conjunto idêntico aos das charnockites do sul da índia.

Tyrrel distinguiu cinco termos de charnockites equivalentes às charnockites da índia descritas por Holand : charnockite propria­

mente dita, charnockite intermédia, hyperito hornehlèndico e um hyperito hornehlêntico melanocrata. Reconheceu ainda a existên­

cia de um pórfiro charnockitico não mencionado na série da índia.

III — Hornefelsed porphyries.

O exemplar mais típico deste grupo mostra-se ao microscópio constituído por fenocristais de plagioclase a par de alguma horne­

blenda, biotite, magnetite e cassiterite, dispersas numa base micro­

cristalina granosa, em mosaico, de quartzo e feldspato. A plagio­

clase apresenta uma composição variável entre os limites Ab 45

An 55 a Ab 75 An 25 . Uma série de «hornefls» estudados reve­

lam epídoto, escapolito e cordierite e fazem parte do complexo do planalto de Benguela na qual são intrusivas grandes massas de granitos. A presença da cassiterite e da turmalina, a par do esca­

polito, sugere acções conjuntas de metamorfismo de contacto e pneumatolíticas sobre as rochas do Complexo, produzidos pela intrusão dos granitos.

IV — Granités, Granodiorits and Associeted Rocks.

Predomina neste grupo um granito biotítico potássico, de grão

fino a grosso, constituído por uma associação hipautomórfica-gra-

lar de quartzo e microclina, envolvendo plagas de albite. O único

constituinte magnesiano é a biotite, geralmente alterada em epídoto,

clorite e magnetite.

(23)

A «moda» destes granitos determinada pelo método de Rosiwal é, aproximadamente, a seguinte:

50% de microclina, 10% de albite, 35% de quartzo e 5% de biotite e óxidos metálicos. A relação felsic. mafic. é

Rochas deste tipo dominam em Cunhangamua, Portela, Coroteva, Caimbango, rio Cuiva e a Oeste do Chinguar, nestas duas últimas localidades revelando um grão fino, ao contrário do que sucede nas outras, em que é grosso.

O outro tipo de rocha apresenta um grão grosso e é indistinta à simples vista do tipo anterior. Ao microscópio, reconhece-se não a albite, mas sim uma plagioclase cuja composição média é Ab

7

An 3 . Difere ainda do grupo anterior pela existência da horne­

blenda, que se associa à biotite, esta em predomínio, pela maior percentagem dos constituintes ferromagnesianos e pelo automorfismo da oligoclase-andesina.

Êste tipo de rocha corresponde aos tonalitos (granodioritos dos autores americanos) e ocorre nos kms. 135.1/4, 223 e 238 do Caminho de Ferro de Benguela e entre Quingenge e o rio Cuiva. Do

km. 223 para cima a rocha pertence a este último tipo.

A sua constituição mineralógica consta de quartzo, oligoclase- -andesina, em cristais hipidiomórficos, microclina e mui pouca ortose, em percentagem inferior. Biotite, horneblenda (polarizando em tons azulados segundo a direcção de maior absorpção), magne­

tite e cassiterite (km. 238) constituem os componentes fémicos A clorite e o epídoto resultaram da alteração da biotite.

O cálculo da moda, segundo o processo de Rosiwal, deu cerca de 26% de quartzo, 15°/o de feldspatos potássicos, 50% de oligo- clase-andesina e 10% de biotite, horneblenda e minérios.

Os granodioritos dos autores americanos são um pouco mais ricos em elementos máficos.

Tyrrell cita também a presença de um microganito em Cunhan­

gamua, constituído por quartzo, ortose, biotite, alguma horneblenda, cassiterite e magnetite, e, em dúvida, axinite.

Do leste do Lepi identificou ainda um pórfiro granodio-

rítico

(24)

Formações de lavas riolíticas ocupam consideráveis áreas perto de Lepi e de Quingenge. São rochas compactas, «flint rocks», de tons geralmente verde-claro ou cinzento-escuro, com numerosos e pequenos fenocristais de quartzo e de feldspato. Em lâmina del­

gada apresentam-se constituídas por fenocristais de quartzo, ortose, oligoclase e biotite, dispersas numa base densa, criptocristalina a vítrea. Uma estructura fluidal é muitas vezes denunciada pela desigual tonalidade e grão das diferentes partes da matriz.

Alguns dos especimes do Lepi são tufos riolíticos, compactos, com numerosos fragmentos de quartzo, oligoclase, ortose e micro­

clina, acompanhados por abundantes fragmentos angulosos dum pórfiro quartzífero microcristalino, dispersas também em base cri­

ptocristalina. A análise química dum destes riolitos que consta do Quadro I (anál. 4), e a sua composição mineralógica permitem verificar que os riolitos de Quingenge são equivalentes vulcânicos mais próximos dos granodioritos do que dos granitos.

V — Rhyolite (dellenite).

A — Sienito nefelinito com sodalite. Proveniência: Ochileso.

É uma rocha leucocrata, de grão grosso, constituída por cristais anaedrais de ortose sódica, a que se associam nefelina e soda­

lite, este último mineral apresentando uma coloração azulada e sal­

picado por inúmeras bolhas e outras inclusões minúsculas. Como constituintes ferromagnesianos identificaram-se uma horneblenda castanho-esverdeada, com inclusões de biotite, e grãos irregulares de aegirina. A apatite e a magnetite são abundantes, principal' mente como inclusões da anfíbola, a qual apresenta um policroísmo verde-amarelado e castanho-avermelhado e uma extinção entre 17°

e 31°. Trata-se de uma anfíbola sódica, do grupo da katoforite- -arfvedsonite, possivelmente kaersutite.

O cálculo, aproximado, da norma, deu 80% de ortose sódica, 10% de nefelina e sodalite, e 10% de horneblenda, augite, bio­

tite, etc.

1. — Sienitos :

VI — «An ankaline Série».

(25)

B — Sienito Sodalitico. Proveniência : região vulcânica de Chieuca.

Difere da rocha anterior por apresentar um grão mais fino e pela existência da augite titanífera em lugar da horneblenda.

A piroxena inclui apatite, biotite e magnetite, apresentando alte­

ração em aegirina.

C. — Akerito Proveniência: Oeste de Ochileso.

Trata-se de um sienito alcalino, desprovido de nefelina e de sodalite, e constituído essencialmente por ortose sódica, com alguma oligoclase (Ab 3 An

1

) em percentagem inferior. A biotite é o mine­

ral ferromagnesiano principal, sendo acompanhada por pouca hor­

neblenda castanha com núcleos de uma piroxena incolor. Inclui apatite e magnetite.

Esta rocha apresenta uma estreita analogia com um akerito da Noruega, embora nesta o principal constituinte ferromagnesiano seja a augite.

2— Shonquinito. Proveniência: Chieuca-Ochileso.

É uma rocha de grão fino e de tom cinzento-azulado com nume­

rosos cristais, negros, de horneblenda. Ao microscópio apresenta-se muito fresca, de estructura hipautomórfica-granular e constituída por ortose, sodalite intersticial e uma elevada quantidade de mine­

rais máficos, titanaugite, barkevikite, em percentagens sensivelmente idênticas, e magnetite. Apatite abundante.

A composição real, determinada pelo processo de Rosiwal consta de 61% de feldspato potássico, 2% de sodalite, 14% de titanau­

gite, 13% de barkevikite, 7,5% de óxidos metálicos e 1,4% de apatite.

A sua composição química (anál. n.° 16 do Quadro I) é flagran- temento idêntica à composição média dos shonquinitos.

Veios leuoocratas de um aplito sienitico, alcalino, ocorrem no maciço shonquinítico de Ochileso. Em chieuca identificaram-se veios de um microshonquinito e de aplitos shonquiníticos.

2 — Solvsbergito.

Incluem-se neste grupo três variedade de rochas de grão fino, uma constituída por ortose, oligoclase (Ab 3 An

1

), diópsido com man­

chas de aegirina-augite, e pequenos cristais deste último mineral,

(26)

dispersos numa base traquítica de ortose e de grãos de piroxena e de magnetite. A segunda variedade é caracterizada por pequenos fenocristais de barkevikite e, mais raramente, de aegirina-augite, espalhados numa base de aegirina e nefelina, termo da transição para os tinguaítos. Na terceira variedade incluem-se rochas de base vítrea, com microlitos esverdeados, envolvendo fenocristais idiomór- ficos de barkevicite, aegirina-augite, ortose, pouca nefelina, e, por vezes sodalite.

4 — Ouachitito.

Esta designação define uma rocha de dique, intrusiva na série alcalina e macroscopicamente caracterizada por uma cor verde- escura, acinzentada ou acastanhada, de matriz compacta, na qual apenas se divisa, à vista desarmada, a presença de alguma biotite.

Produz forte efervescência com os ácidos. Microscopicamente consta de biotite e de uma piroxena esverdeada, dispersas numa base cons­

tituída por plagas de calcite. Como elementos acessórios identifica­

ram-se anatase, resultante da alteração da ilmenite, apatite e melilite(?).

Pelas suas características mineralógicas esta rocha assemelha-se aos alnoitos, cuja rocha-tipo difere da amostra descrita por conter olivina serpentinizada, granadas e perovskite.

VII — Basic lntrusions.

Proveniente do Lepi estudou ainda Tyrrell um dolerito olivínico, constituído por trabéculas de labrador (Ab

1

An

1

) e augite xenomór- fica, acastanhada, acompanhada, acessoriamente, por olivina, magne­

tite e ilmenite.

Numa outra amostra de Quingenge, de grão mais fino, a augite apresenta-se arroxeada.

Do Cubai e da Portela descreveu alguns basaltos muito básicos que se aproximam dos augititos. A amostra da rocha do Cubai é de grão fino e constituída por augite e trabéculas do plagioclase, acompanhados por ilmenite parcialmente alterada em leucoxena.

A amostra da Portela difere da anterior pela sua estructura não porfírica e por a percentagem do feldspato ser superior à da augite.

Ambas as amostras são desprovidas de olivina e se aproximam

dos augititos, dada a grande abundância da augite.

(27)

Era Novembro de 1916 voltou o Prof. Artur Holmes (31) a publicar outro estudo sobre rochas de Angola, representadas por dez amostras colectadas por Jonh Monteiro nas vizinhanças do rio Lucala, a 30 milhas ao Norte de Carabambe. Foram identificados um basalto porfirítico, dois traquitos alcalinos nefelínicos, um nefelinito e um andesito piroxénico, dos quais apresentou 3 aná­

lises químicas como complemento das descrições ópticas (n.° 4, 9, 15, do Quadro I).

Na mesma separata é também descrito um basanito do Dombe Grande (Benguela), o mesmo que J. P. Gomes havia considerado como um basalto nefelínico.

Indicaremos seguidamente a composição de cada rocha obser­

vada ao microscópio.

Basalto porfirítico

Fenocristais : labrador, olivina e augite castanho-violácea.

Base: labrador, feldspato alcalino (n.° 1,525), augite castanho- -violácea, titanomagnetite, pirrotite, analcima e apatite.

Vesículas: opala e analcima.

Com análise química (anál. n° 15, Quadro I):

Nefelinito

Fenocristais: nefelina, analcima, aegirina, aegirina-augite, augite violacea, augite esverdeada, barquevicite, esfena, apatite e titanoma­

gnetite.

Base: nefelina, analcima, ortose e albite.

Traquito biotítico Fenocristais: sanidina.

Base: anortose, aegirina, biotite, magnetite, anfíbolas sódicas e produtos acastanhados de alteração.

Traquito aegirínico

Fenocristais: sanidina, aegirina, aegirina-augite, produtos acastanhados, resultantes provàvelmente de uma anfíbola.

Base: anortose, aegirina-augite, anfíbolas sódicas e óxidos metá­

licos.

(28)

Em Janeiro de 1920 saiu a lume, da autoria de Pereira de Sousa (7), mais um trabalho sobre rochas de Angola intitulado

«Contribution à l’Étude Lithologique de l’interieur de l’Angola».

Além de vir precisar melhor a natureza e a localização das rochas alcalinas de Zenza do Itombe, já assinaladas na sua comu­

nicação de 1913, e constando de sienitos nefelínicos (com augite e uma anfíbola escura), tinguaítos (com fenocristais de barkevicite) e fonolitos; os quais estariam no meio dos quartzitos epidotíferos entre os kms. 16 e 24 na estrada de Zenza para Bango, são assina­

ladas novas ocorrências a mencionar:

Um tinguaito, encontrado a 15 km. a E. do Golungo Alto na estrada para Ambaca e no leito de um pequeno curso de água, caracterizado por apresentar fonocristais de nefelina como o tin­

guaito de Zenza, mas diferindo por conter aegirina e augite aegirí- nica em vez de barkevicite; Um traquito hololeucocrata, do rio Kiculo (região de calculada) intrusivo num gneisse melanocrata, muito anfibólico.

«Plus dans l’intérieur, aux environs de Ambaca, on rencontre encore le gneiss traversé par des diabases. Entre Ambaca et Malange se trouve un gabbro très peu feldspatique, au milieu duquel apparaît un gabbro rappelant para sa structure la beerba- chite il passe à un gneiss pyroxène. Cet orthogneiss est associé à

Basanito do Dombe Grande

Fenocristais : pseudomorfose de olivina, titanomagnetite, apatite, bitounite (rara).

Base: Bitounite, nefelina, analcima, augite violácea e esverdeada, aegirina-augite, barquevicite.

Amígdalas : analcima e calcite.

Andesito piroxénico

Fenocristais : andesina, hiperstena e augite.

Base: andesina, augite amarelo-esverdeados, vidro e minérios.

Microvesículas: opala e calcedónea.

Com análise química (anál. n.° 9, Quadro i):

Com análise química (anál. n.° 4, Quadro I):

(29)

des hornblendites et des pyroxènolites et en différents points à un granité hololeucocrate à microcline».

E mais adiante: «Dans les montanhês situées à 12° 4' S et 18° 18' E., affleure une syènite nèphèlinique, formée d’ortose sodi- que vermiculée, de néphéline, avec apatite, biotite, muscovite, sphène, magnétite et spinelle vert. Du fleuve N'Daia, à 11° 34' S.

et 20° 9' E, a été rapportée une norite quartzifère à faciés gneissi- que traversé par des filons de quartz. A la frontière de l’Angola, et de la colonie belge du Katanga, se trouve dans le fleuve Txito, 13° 8' S. et 23° 36' E, un quartzite à pyroxene et au mont Txito, des labradorites épidotifères ; les diabases sont fréquentes dans cette région ; enfin, um gabbro granulitique, voisin de la beerba- chite, a été rencontré par 12° 46' S. et 23° 8' E.».

Finalmente em 1921 (48), e como complemento dos seus estu­

dos petrográficos sobre Angola, apresentou o Dr. Pereira de Sousa 9 análises químicas, realizadas por Raoult, de algumas rochas men­

cionadas nas publicações anteriores, as quais constam do quadro do final deste estudo (análises n.

os

2, 5, 7, 8, 12, 13, 18 19 e 20), juntamente com os respectivos parâmetros, classificação e local de colheita.

Em estudo publicado em 1921 sobre alguns jazigos mine­

rais de Angola o Eng. José Bacelar Bebiano (6) cita a exis­

tência de gabros, noritos, peridotitos e horneblenditos na área do jazigo de ferro de M’bassa, que considerou de segregação magmática (

1

).

Com a última publicação do Prof. Pereira de Sousa fechava-se com chave de oiro um período de grande actividade para o conhecimento da Petrografia de Angola, em que três dos mais ilustres petrógrafos de então haviam colaborado com importantes trabalhos.

(

1

) Em estudo inédito do mesmo jazigo, da Repartição Central dos Serviços de Geologia e Minas de Angola, o signatário do presente trabalho descreve, detalhadamente, algumas rochas também da mesma região, nomea­

damente

granitos, dioritos, gabros, horneblenditos

e

doleritos.

Vid. M. Monté­

négro de Andrade,

Contribuição para o Estudo do Jazigo de Ferro de Mbassa

.

Luanda, 1949.

(30)

Entretanto, em 1921, era criada a «Missão Geológica de Angola»

pelo general Norton de Matos, que, deste modo, demonstrava possuir larga visão sobre a administração do território que lhe havia sido entregue como Primeiro Alto Comissário.

Começava-se, assim, a sério, a ocupação científica de Angola no domínio geológico-mineiro, estabelecendo-se as linhas gerais dum vasto e magnânimo programa de fomento colonial.

Foi a Missão dotada de pessoal técnico e material indispensáveis a um primeiro e geral reconhecimento, estabelecida a sua sede no Huambo e a sua chefia entregue ao Dr. Sousa Torres que, com a coadjuvação dos engenheiros Alexandre Borges, Fernando Mouta e Henrique O’Donnell, cumpriram excelentemente a sua missão, dirigindo os trabalhos das diferentes brigadas que calcurriaram cerca de 30.000 quilómetros de itenerário, colhendo amostras, que iam localizando nos levantamentos realizados, e traçando cortes geológicos.

A maior parte do resultado desta actividade não foi dada a lume, jazendo inédita nos arquivos da actual «Repartição Central dos Serviços de Geologia e Minas de Angola». No entanto, algu­

mas comunicações foram apresentadas aos Congressos Geológicos de Pretória e de Madrid, da autoria dos referidos engenheiros, tra­

balhos sem dúvida valiosos e que nos justificavam perante os outros países coloniais presentes âs mesmas reuniões.

Os trabalhos da Carta Geológica de Angola prosseguiam em explêndido ritmo quando foi determinada a sua extinção. Pri­

vava-se, assim, a obra da segunda parte do seu programa, da sua pormenorização, que requeria, sem dúvida, maior número de técnicos especializados, mas que bem se justificava perante o que se havia já realizado.

O importante espólio de todo esse labor iria sofrer temporaria­

mente um destino menos glorioso do que aquele que lhe seria dado votar. A este respeito são bem expressivas as preocupações do engenheiro O’Donnell, quando escreveu: «Concretizando, diremos que, extinto o Serviço da Carta Geológica de Angola, nos dá gran­

des apreensões a salvaguarda do, muitíssimo valioso, material cien­

tífico recolhido durante os extensos reconhecimentos e outros tra­

balhos de campo dos geólogos daquele Serviço, e ainda hoje

metodicamente coleccionado nos edifícios onde se estabelecera a

sede do Serviço, os quais de certo serão aplicados à instalação

Referências

Documentos relacionados

Na medida que os dados do titular são recebidos para o processamento das relações contratuais com o mesmo enquanto comprador de ingressos ou como pessoa física enquanto expositor

Mas, como patrocinador, ele também não deixa de ser só um torcedor, que tem de torcer para o time ir bem, mas que pode cobrar com um pouco mais de peso se o resultado não

Em média, a Vivo forneceu a melhor velocidade de download para os seus clientes em 2020... A Vivo progrediu em especial a partir de abril

Considerado como a fábula clássica, a versão de Esopo de “A Raposa e as Uvas”, narra a história da Raposa que deseja alcançar alguns cachos de Uvas escuras, que lhe

À Deus pelo dom da vida, pela fé e perseverança para vencer os obstáculos. A minha mãe, pela orientação, dedicação e incentivo nessa fase do curso de pós-graduação e

O objetivo desse trabalho é o desenvolvimento de um protótipo de uma armadura fisioterapêutica para membros inferiores em tamanho reduzido, destinada à recuperação de

Traçar um perfil das mulheres trabalhadoras não trata apenas de definir características dessas mulheres, mas também de compará-las aos homens trabalhadores, para

Estamos realmente com sobrecarga de funções – pressão autoimposta, diga-se –, o que faz com que percamos nossa conexão com a feminilidade: para ser mulher não basta