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A Utilização de Mapas Conceituais na Compreensão de Novas Tecnologias na Educação

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Academic year: 2021

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A Utilização de Mapas Conceituais na Compreensão de Novas Tecnologias na Educação

Marcos A. Betemps

1

, Vitor B. Manzke

1

, Vera L. Bobrowski

1,2

, Rogério A. Freitag

1,3

, Cristiano da S. Buss

1

1

Núcleo de Estudos em Ciências e Matemática (NECIM)

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense Campus Pelotas Visconde da Graça

2

Universidade Federal de Pelotas, Instituto de Biologia Departamento de Zoologia e Genética

3

Universidade Federal de Pelotas, Instituto de Química e Geociências, Departamento de Química Orgânica

marcos.betemps@gmail.com, vimanzke@gmail.com, vera.bobrowski@gmail.com, rafreitag@gmail.com,

cristianodasilvabuss@gmail.com

Resumo. Neste trabalho apresentamos uma proposta de utilização de Mapas Conceituais como ferramenta auxiliar às Novas Tecnologias na Educação. O exemplo considerado neste trabalho envolve a utilização de “Blogs”

Educacionais como uma nova tecnologia e, além disso, apresenta os Mapas Conceituais como uma tecnologia educacional adicional na utilização dos

“Blogs”. Os resultados obtidos neste trabalho indicam que os Mapas Conceituais servem como auxílio à ferramenta “Blog” no que se refere à avaliação de um processo educacional, e servem também como estratégia de investigação de Aprendizagem Significativa segundo o conceito de Ausubel.

Abstract. In this work a proposal for the use of Conceptual Maps as an auxiliary tool to the New Educational Technologies is investigated. The example considered in this work involves the use of Educational Blogs as a new technology, however, presents the Conceptual Maps as a complementary educational technology to the Blogs. The results indicate that the Conceptual Maps could complement the Blogs with respect to the evaluation of an educational process, and also serve as research strategy of Learning Significant following Ausubel concept.

1. Introdução

A utilização de Novas Tecnologias na Educação não é garantia de uma melhoria

na qualidade da educação, ou seja, um professor fazer uso dessas novas tecnologias não

implica necessariamente numa melhoria no processo ensino-aprendizagem. Para cada

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conteúdo novo a ser discutido pelo professor deve-se buscar a melhor maneira de incluir as novas tecnologias no processo. Nesse sentido, a utilização de blogs se apresenta como motivador no processo ensino-aprendizagem, pois permite estender o ambiente da sala de aula e “invadir” outros momentos da vida do estudante, contemplando assim um processo educacional mais abrangente. Os blogs como ferramenta educacional já vêm sendo investigados por muitos grupos de pesquisa (Boeira 2009, Dutra 2006, Gutierrez 2005, Recuero 2002, Teixeira Primo 2003) e em geral se apresenta como uma excelente ferramenta para a construção coletiva do conhecimento.

Com a intenção de reforçar a idéia da utilização de blogs como ferramenta educacional discute-se, neste trabalho, os blogs produzidos por alunos do Curso de Especialização em Ciências e Tecnologias na Educação realizada pelo Núcleo de Estudos em Ciências e Matemática (NECIM) do Campus Pelotas Visconde da Graça do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense. Os blogs criados pelos alunos da Especialização foram utilizados como meio de publicação de textos, vídeos, jogos, etc., possibilitando reflexão e aprimoramento do conhecimento, uma vez que é possível modificar textos, refazer trabalhos, de acordo com os comentários que o blog recebe. Os mesmos também foram utilizados como parte da avaliação de uma disciplina da Especialização, contemplando várias finalidades dos blogs. Por último, percebeu-se que a junção do blog, como ferramenta educacional, e os mapas conceituais, como estratégia de avaliação, possibilitaram a formação de aprendizagens significativas.

2. A Aprendizagem Significativa de Ausubel e os Mapas Conceituais

A teoria da Aprendizagem Significativa e os Mapas Conceituais estão baseados na idéia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel (Ausubel 2003; Moreira 2006). Este autor propõe que a aprendizagem significativa se dará quando uma nova informação captada pelo aprendiz for relacionada de maneira não-arbitrária e substantiva (não literal) com um aspecto relevante existente na estrutura cognitiva do aprendiz denominada de Subsunçor (Moreira 1999). O subsunçor é uma espécie de ancoradouro, onde o conteúdo a ser aprendido pode se firmar e interagir.

Mas para que a aprendizagem seja significativa é necessário que os conceitos existentes na estrutura do indivíduo, o subsunçor, estejam claros e disponíveis. Desta forma, os conceitos mais gerais e abrangentes estarão servindo de ponto de ancoragem para as informações mais específicas. Uma vez que o novo conteúdo é assimilado, ele sofre um processo de interação com o subsunçor existente e é modificado em função desta ancoragem, desse enraizamento da nova informação com os conceitos já existentes. É essa interação que caracteriza a aprendizagem significativa, isto é, a nova informação passa a ter um significado e é incorporada à estrutura cognitiva já existente.

O fato dos conceitos mais específicos serem integrados a uma estrutura de

conhecimentos mais abrangentes, com conceitos mais gerais, sugere que a composição

cognitiva de um indivíduo é altamente organizada e formada por uma espécie de

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hierarquia conceitual, o que é característica da aprendizagem significativa. O conceito aprendido significativamente estará disponível nesta hierarquia e poderá comportar-se como subsunçor de conceitos e proposições ainda mais específicas que eventualmente serão aprendidas.

Os mapas conceituais, por sua vez, são diagramas que expressam representações gráficas de uma estrutura de conhecimento, indicando relações entre conceitos. São, portanto, dispositivos que demonstram hierarquicamente a ordenação e a sequenciação de uma estrutura cognitiva, apresentando forma e representação condizentes com a maneira como os conceitos são relacionados, diferenciados e organizados (Moreira 1993). Por apresentar conexão entre conceitos, os mapas conceituais vão muito além da definição de uma estrutura, pois representam graficamente a organização mental de um indivíduo antes e/ou depois dessa pessoa ter assimilado determinado conceito. Dentro da psicologia cognitiva, entendemos que os aprendizes têm a possibilidade de organizar e edificar seu conhecimento e significados a partir de sua predisposição para realizar esta construção cognitiva.

Uma característica interessante quando na utilização dos mapas é que um mesmo assunto analisado por mais de uma pessoa certamente resultará em diferentes mapas conceituais, evidenciando que não existe “o” mapa conceitual de um tópico, mas sim inúmeros mapas conceituais e, a cada mapa construído, uma nova conexão pode ser vislumbrada, permitindo assim uma compreensão mais ampla de um determinado assunto e, conseqüentemente, formação de aprendizagem significativa.

É interessante perceber que os mapas conceituais têm amplas finalidades podendo ser usados como instrumentos didáticos ou como estratégia de ensino, pois mostram as relações hierárquicas entre conceitos que estão sendo ensinados em uma aula, em uma unidade de estudos ou num curso inteiro (Moreira 1992). Também podem ser aplicados a fim de se verificar a estrutura cognitiva de um aprendiz no intuito de verificar aquilo que ele já sabe e, com isso, decidir qual a melhor estratégia ou metodologia a ser aplicada. Sem dúvida, a aplicação dos mapas conceituais nesse sentido não nos dá a garantia de que tais resultados aparecerão, mas, serve como mais uma ferramenta de análise. Dentro desse mesmo pensamento os mapas também podem ser utilizados como instrumentos de avaliação, não aquela com o objetivo de testar conhecimento, classificar e dar nota ao aluno, mas no sentido de obter informações sobre o tipo de estrutura que o aluno vê para um dado conjunto de conceitos (Moreira 1992). Nesse sentido, evidências de aprendizagem significativa também podem ser percebidas ao analisar os mapas construídos pelos aprendizes.

Neste trabalho os mapas conceituais foram utilizados como ferramenta para

verificar e ampliar o entendimento dos professores participantes do curso de

especialização sobre o tema “Tecnologias na Educação”. Os mapas foram construídos

pelos professores após a conclusão da disciplina “Tecnologias na Educação”, onde

foram estudados vários tópicos referentes à evolução das tecnologias e sua influência

nos processos educacionais. Também se analisou novas tecnologias na educação e

metodologias de utilização dessas nos processos educacionais.

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3. Os Web Logs – Blogs e os Mapas Conceituais

O blog é uma página da internet onde o administrador utiliza para fazer registros diários ou com determinada frequência, que podem ser comentados por pessoas ou grupos específicos que utilizam a rede de Internet. A utilização de blogs como meio de comunicação e interação entre os jovens tem se efetivado como parte fundamental da vida social. Devido a isso, pode-se pensar nos blogs como uma ferramenta educacional, pois permite que a qualquer momento, o estudante possa discutir sobre determinado assunto da sala de aula, interagir com outros estudantes e professores na construção de um determinado conceito ou na assimilação de um novo conteúdo.

Considerando a proposta apresentada neste trabalho, a construção e utilização dos blogs formaram parte da avaliação final da disciplina Tecnologias na Educação no Curso de Especialização em Ciências e Tecnologias na Educação. A atividade serviu de fechamento da disciplina onde cada estudante apresentou um mapa conceitual sobre o seu entendimento dos conceitos discutidos na disciplina Tecnologias na Educação, publicando-o no seu blog.

Para a criação dos blogs foi utilizado o blogger, ferramenta da Google que permite a criação e atualização dos blogs com muita facilidade. Para publicar os mapas conceituais os estudantes da Especialização utilizaram o software CMap Tools (disponível em http://cmap.ihmc.us/). Nesta etapa do projeto surgiram algumas dificuldades. Alguns professores encontraram problemas para utilizar o software Cmap Tools, mas em poucas horas já conseguiram compreender as ferramentas do programa e tais dificuldades foram vencidas. A utilização do blogger se mostrou muito indicada, tendo em vista que todos os professores criaram seus blogs e realizaram a primeira postagem em aproximadamente uma hora de atividade. Tanto a criação dos blogs quanto a construção dos mapas foram realizadas no laboratório de informática e apresentados aos colegas para discussão e comentários. Nesta etapa pode-se identificar os professores com uma compreensão mais aprofundada da disciplina, pois fica evidente na construção do mapa conceitual os conceitos envolvidos.

Posteriormente o aluno pode publicar o mapa já discutido no seu blog e o

professor e os demais colegas puderam então adicionar mais comentários e discutir a

visão de cada aluno sobre o tema Tecnologias na Educação. Considerando esta

associação entre mapas conceituais e blogs, pode-se perceber uma poderosa ferramenta

para ensino de conteúdo a ser aprendido e como método de avaliação. A construção dos

mapas conceituais ocorreu somente após um estudo das idéias de aprendizagem

significativa de Ausubel e dos diferentes tipos de mapas conceituais que podem ser

construídos. Os temas postados nos blogs possibilitam a discussão do assunto entre

várias pessoas. No caso da construção dos mapas conceituais, os comentários geram

reflexões por parte do autor do mapa que, ao analisar os comentários, suscita a

possibilidade de avaliar o trabalho feito, permitindo que novas conexões entre conceitos

possam ser efetivadas por si e por outros colegas. O resultado dessas interações

proporciona a ampliação das discussões para além do tempo e do perímetro da sala de

aula e o surgimento de aprendizagem significativa.

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Na Figura 1 um mapa conceitual produzido por um aluno do curso é apresentado. Verifica-se neste mapa que na concepção do estudante de Especialização ficou claro que as tecnologias educacionais vão além das novas tecnologias na educação, e que todas elas buscam proporcionar oportunidades de aprendizagem por parte do estudante. São apresentadas as principais tecnologias, na visão deste estudante e a finalidade dessas, além de uma pequena mostra da idéia de evolução das tecnologias.

Figura 1: Mapa conceitual sobre Tecnologias na Educação, produzido por professor, estudante num curso de Especialização em Ciências e Tecnologias na Educação.

Outra visão das “Tecnologias na Educação” pode ser verificada na Figura 2,

onde o aluno da Especialização enfatizou que as tecnologias na educação permitem o

desenvolvimento de habilidades, que por sua vez modificam o conhecimento do aluno,

permitindo um aprimoramento do professor, por mediar uma aprendizagem

significativa. Ao mesmo tempo o aluno da Especialização apresentou recursos que

identificou como Tecnologias na Educação, analisando as principais características

destes recursos. Como outro ponto interessante deste mapa, pode-se salientar a relação

estabelecida entre os recursos de áudio, vídeo e o blog, pois a possibilidade de

teleconferência do áudio e vídeo e a interatividade permitida pelos blogs culminam no

compartilhamento do conhecimento.

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Figura 2: Mapa conceitual sobre Tecnologias na Educação, produzido por professor, estudante num curso de Especialização em Ciências e Tecnologias na Educação.

4. Conclusões

A atividade docente deve estar cada vez mais integrada aos recursos utilizados pelos estudantes, fazendo com que exista uma maior aproximação entre a sala de aula e o cotidiano do aluno. A utilização de tecnologias educacionais possibilita esta aproximação, tornando a sala de aula um ambiente mais atrativo para os estudantes. A utilização de blogs como uma dessas tecnologias tem se mostrado proveitosa, pois consegue uma interatividade com o estudante em momentos fora da sala de aula, mas que podem servir como motivador para as atividades dentro da escola.

Neste trabalho, verificamos que os blogs foram utilizados como uma extensão da

sala de aula, e os mapas conceituais publicados nos blogs expressaram a compreensão

dos alunos sobre o tema Tecnologias na Educação bem como dão evidências de

aprendizagem significativa. Os mapas conceituais apresentados através de blogs podem

ser ferramentas motivadoras para a introdução de novos conteúdos, mas também uma

tecnologia educacional capaz de fornecer a visão dos estudantes com relação a um

determinado assunto. A visão dos alunos da Especialização sobre Tecnologias na

Educação ficou expressa nas diferentes organizações dos mapas apresentados, inclusive

mostrando conexões muito além das pretendidas quando da construção e organização da

disciplina. Todos os blogs e, consequentemente os mapas construídos pelos professores,

podem ser visualizados através do endereço http://marcosbetemps.blogspot.com/ e

comentários podem ser acrescentados a todos os mapas.

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5. Referências

Ausubel, D.P. (2003). Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva cognitiva. Lisboa: Plátano Edições Técnicas. Tradução de The acquisition and retention of knowledge: a cognitive view. (2000). Kluwer Academic Publishers.

Boeira, A. F. (2009). Blogs na Educação: Blogando algumas possibilidades pedagógicas. Revista Tecnologias na Educação, Ano 1, nº 1, Dezembro de 2009.

Dutra, I. M., Piccinini, C. A., Becker, J. L., Johann, S. P., Fagundes, L. C. (2006). Blog, wiki e mapas conceituais digitais no desenvolvimento de Projetos de Aprendizagem com alunos do Ensino Fundamental. Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 4, nº 2, Dezembro 2006.

Gutierrez, S. (2005). Weblogs e educação: contribuição para a construção de uma teoria. Revista Novas Tecnologias na Educação, v. 3, nº 5, Maio 2005.

Moreira, M.A. (1992). Mapas conceituais no ensino da física. Textos de apoio ao professor de física nº 3. Porto Alegre: Instituto de Física da UFRGS.

Moreira, M.A. e Buchweitz, B. (1993). Novas estratégias de ensino e aprendizagem: os mapas conceituais e o Vê epistemológico. Lisboa: Plátano Edições Técnicas.

Moreira, M.A. e Ostermann, F. (1999). Teorias construtivistas. Textos de apoio ao professor de física nº 10. Porto Alegre: Instituto de Física da UFRGS.

Moreira, M.A. e Masini, E.F.S. (2006). Aprendizagem significativa: a teoria de aprendizagem de David Ausubel. São Paulo: Centauro Editora. 2ª edição.

Recuero, R. C. Weblogs, webrings e comunidades virtuais (2002). Disponível em

<http://www.pontomidia.com.br/raquel/webrings.pdf> Acesso em 09 de abril de 2010.

Teixeira Primo, A. F.; Recuero, R. C. Hipertexto cooperativo: uma análise da escrita

coletiva a partir dos Blogs e da Wikipédia (2003). Revista FAMECOS, nº 22, Porto

Alegre Knuth, D. E. (1984), The TeXbook, Addison Wesley, 15

th

edition.

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