151 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
PERFIL SENSÓRIO-MOTOR NA CRIANÇA COM MICROCEFALIA E A IMPORTÂNCIA DA INTERVENÇÃO PRECOCE
SENSORY-MOTOR PROFILE IN CHILDREN WITH MICROCEPHALY AND THE IMPORTANCE OF PREVIOUS INTERVENTION
Elói Samuel Torres Costa
1Morganna Correia De Morais Gois¹
Ana Paula Rodrigues Camargo
2¹ Discentes do 10º semestre do curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Francisco de Barreiras- (UNIFASB).
² Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Francisco de Ba
Endereço para correspondência:
Centro universitário são Francisco de Barreiras (UNIFASB), Barreiras/BA. Avenida São Desiderio, 2440, Bairro Ribeirão, CEP: 47.808.180, Barreiras/BA. E-mail: rreiras- (UNIFASB) Endereço para correspondência : anapaularodrigues@fasb.edu.br
RESUMO
Introdução: A microcefalia refere-se a uma má formação que apresenta alterações na estrutura e função do sistema neurológico, que se caracteriza pela redução da medida do perímetro cefálico, mensurada logo após o nascimento da criança, onde considera-se que um resultado menor que o esperado para o sexo e idade gestacional seja um parâmetro específico para o diagnóstico dessa condição. Objetivo: analisar a atuação precoce da fisioterapia nas alterações sensório-motoras em crianças com microcefalia. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica através de buscas efetivadas nas bases de dados eletrônicas como a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Lilacs, Pubmed, Google Acadêmico, Scielo. Resultados: Inicialmente foram encontrados um total de 510 trabalhos. Como critérios para seleção dos estudos foram utilizados trabalhos em um intervalo de 10 anos, que possuíam texto na íntegra e nos idiomas inglês e português. Após a aplicação dos métodos de elegibilidade foram selecionados um total de 20 trabalhos para a composição deste estudo. Conclusão:
A atuação da fisioterapia torna-se imprescindível para proporcionar ao paciente o máximo de independência funcional possível. As principais alterações observadas no estudo foram alterações relacionadas ao tônus com um padrão predominantemente hipertônico, hiperreflexia, alterações visuais, atraso no DNPM, distúrbios nas funções de movimento e controle postural.
Palavras chave: Microcephaly, Reabilitation, Physiotherapy, Early Intervention.
152 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
ABSTRACT
Introduction: Microcephaly refers to a malformation that shows changes in the structure and function of the neurological system, that is characterized by a reduction in the measurement of the head circumference, measured right after the child's birth, in wich is considered a result less than expected for sex and gestational age to be a specific parameter for the diagnosis of this condition. Objective: to analyze the early performance of physiotherapy in sensorimotor changes in children with microcephaly.
Methodology: This is a bibliographic review through searches performed in electronic databases such as the Virtual Health Library (VHL), Lilacs, Pubmed, Google Scholar, Scielo. Results: At first, a total of 510 papers were found. As criteria for the selection of the studies were used works in an interval of 10 years, which had full text and in English and Portuguese language. After enforcement of the eligibility methods, a total of 20 works were selected to compose of this study. Conclusion: The performance of physiotherapy becomes essential to provide the patient as much functional independence as possible. The main changes observed in the study were changes related to tone with a mainly hypertonic pattern, hyperreflexia, visual changes, delay in the NPMD, disturbances in the functions of movement and postural control.
Keywords: Microcephaly, Reabilitation, Physiotherapy, Early Intervention.
INTRODUÇÃO
No dia 12 de novembro de 2015 o Ministério da Saúde declarou situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) conforme publicado no Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde devido a alteração do padrão de ocorrência de microcefalias associada ao vírus Zika no Brasil principalmente na região Nordeste do país, onde por exemplo a capital de Pernambuco; Recife apresentou 400% a mais de casos suspeitos registrados em relação ao ano de 2014
1,2.
Pesquisas realizadas entre 2015 e 2017 revelam que em 2016 ocorreu o pico da epidemia e que 61,1% dos casos confirmados de microcefalia no Brasil foram na região Nordeste, e dentre os estados mais afetados a Bahia apresentou a situação mais crítica com 425 casos confirmados e nesse mesmo período a capital Salvador teve o maior número de casos confirmados dentre as cidades do País
3.
A microcefalia refere-se a uma má formação que apresenta alterações na estrutura
e função do sistema neurológico, que se caracteriza pela redução da medida do
perímetro cefálico, mensurada logo após o nascimento da criança, onde considera-se
que um resultado menor que o esperado para o sexo e idade gestacional seja um
parâmetro específico para o diagnóstico dessa condição
4,5.
153 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
Geralmente as lesões não progressivas que ocorreram no sistema nervoso central (SNC) fetal ou infantil em desenvolvimento geram um grupo de desordens permanentes, entre outras, aquelas relativas ao desenvolvimento e à postura devido a alterações sensório-motoras, que consequentemente afetam a aquisição das habilidades motoras típicas e marcos do desenvolvimento como a capacidade de manipulação e deambulação e das reações de proteção, equilíbrio e retificação
6. Para minimizar comorbidades no desenvolvimento e na qualidade de vida da criança com microcefalia faz-se necessário uma abordagem multiprofissional frente a diversidade de manifestações clinicas encontradas nos pacientes
7.
De tal forma os portadores de microcefalia associada ao ZIKA vírus apresentam atraso importante no desenvolvimento neuropsicomotor associado a diversas alterações (visuais, auditivas, sensoriais e motoras) o que irá afetar diretamente na independência funcional e na inserção social destes. Sendo assim torna-se necessário um programa de acompanhamento e intervenção terapêutica precoce visando o melhor desenvolvimento possível aliviando sequelas do desenvolvimento neuropsicomotor, podendo contribuir até com o vínculo familiar em relação a essa criança.
8,9Pois além das complicações sensório-motoras, outro aspecto que deve ser levado em consideração mediante aos casos de microcefalia é a aceitação dos pais ou cuidadores acerca do estado dessa criança.
10O aumento do número de casos de microcefalia em um período recente no Brasil faz com que ocorra uma preocupação referente a qualidade de vida das crianças acometidas, tendo em vista que os atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor são geralmente de gravidade notável.
11Logo a Intervenção fisioterapêutica precoce é fundamental para um processo bem sucedido de implantação de estratégias para um estilo de vida mais adequado (ainda que com limitações).
12Em um aspecto neurológico, através de técnicas que se favoreçam da neuroplasticidade o objetivo final da reabilitação é induzir a neuroplasticidade precoce reestabelecendo ao máximo o potencial do cérebro. O processo de reabilitação ocorre de forma individualizada devido os comprometimentos de ordem neurológica, motoras e psíquicas da microcefalia apresentarem-se variáveis e cada criança desenvolver-se de forma particular
13,11.
Ainda se faz necessário compreender que a intervenção precoce é precedida por
uma avaliação minuciosa visando a identificação precoce de atrasos no
154 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
desenvolvimento o que contribui para determinar estratégias de intervenção e apoio a familia
14. A avaliação criteriosa permite diferenciar a infecção congênita por Zika que apresenta microcefalia grave com crânio parcialmente colapsado, contraturas congênitas e hipertonia precoce a identificação desse fenótipo ajudará a garantir um acompanhamento apropriado para esse bebê
15.
Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo analisar a importância atuação precoce da fisioterapia nas alterações sensório-motoras em crianças com microcefalia.
METODOLOGIA
O referente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica através de buscas efetivadas nas bases de dados eletrônicas; Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed, Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (SciELO), mediante aos descritores Microcephaly, Reabilitation, Physiotherapy e Early Intervention, (como recomendado dos DeCs), associados ao operador booleano “AND”.
Sendo assim os critérios para seleção dos trabalhos incluíram pesquisas que abordaram a temática, benefícios ao sujeito participante, publicadas em português e inglês em formato de artigos, bem como teses, dissertações e livros, publicações no período de 2010 a 2020. Sendo descartados os trabalhos que não apresentaram a versão completa nas bases de dados e nas bibliotecas pesquisadas, bem como publicações em idiomas como: francês e espanhol e ainda artigos que apesar de pesquisados com as mesmas palavras-chave, não abordaram a temática em questão.
Após avaliados, os trabalhos selecionados para composição da amostra tiveram as seguintes variáveis retiradas: autor e ano, objetivos e resultados.
RESULTADOS
Diante da busca de dados realizada, inicialmente foram encontrados um total
de 510 trabalhos. Como critérios para seleção dos estudos foram utilizados trabalhos
em um intervalo de 10 anos, que possuíam texto na íntegra e nos idiomas inglês e
português. Após a aplicação dos métodos de elegibilidade foram selecionados um
total de 20 trabalhos para a composição deste estudo. A figura 1 dispõe de um
155 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
fluxograma para melhor explicitar a coleta de dados e a tabela 1 integra autor e ano, título, objetivos e conclusões dos trabalhos elegidos.
Figura 1- Fluxograma dos artigos incluídos e excluídos no estudo.
Fonte: Do Autor, 2020.
Estudos identificados através da pesquisa nos bancos de dados
(n=510).
Estudos incluídos na revisão bibliográfica
(n=20).
Aplicação dos filtros (n=325).
Leitura do título e resumo dos trabalhos
(n=52).
Estudos excluídos (n=273).
Estudos excluídos (n=30).
Estudos excluídos (n=2).
Leitura completa dos trabalhos (n=22).
Aplicação dos critérios de inclusão e exclusão
(n=22).
Bases de dados:
Google acadêmico 375; Lilacs 15, Medline
34; Scielo 9; Pubmed 2; BVS:75
156 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
Tabela 1- Autor e ano, objetivos e conclusão das publicações selecionadas.
Autor/ano Objetivo Conclusão
Flor; Guerreiro; Anjos, 2017.
8Avaliar o DNPM em portadores de microcefalia pelo ZIKAV.
Apresentaram alterações visuais presença de rigidez e artrogripose predominante nas articulações dos membros inferiores.
Ministério Da Saúde, 2016.
9Oferecer orientações às equipes multiprofissionais para o cuidado de crianças, entre zero e 3 anos de idade.
A falta de estimulação precoce, pode limitar o potencial de desenvolvimento global da criança.
Martins, 2019.
11Realizar um levantamento dos dados epidemiológicos que relacionam à microcefalia viral e a fisioterapia.
A fisioterapia caracteriza-se como fator fundamental a ser utilizado no DNPM das crianças com microcefalia.
Norbert; Ceolin; Christo;
Strassburger; Bonamigo, 2016.
16Ressaltar a importância da estimulação precoce em crianças com microcefalia.
A estimulação precoce deve ser trabalhada sobre os marcos do DNPM, para que haja melhor ganho de habilidades.
Martins; Moreira; Vieira;
Araújo; Mateus, 2019.
17Sintetizar evidências científicas acerca dos cuidados terapêuticos em crianças com microcefalia com até 02 anos.
Cuidados especiais devem ser direcionados aos responsáveis pela condução da criança aos serviços especializados.
Seti; Araújo; Oscko, 2016.
Intervenção da Fisioterapia na Microcefalia.
18Fornecer alternativas de tratamento aos profissionais diante de quadros de Microcefalia.
A fisioterapia se mostra mais eficaz quando a estimulação precoce é realizada entre 0 e 3 anos.
Pereira Junior; Feron, 2018.
19Verificar a relação da transmissão do Zika vírus, suas consequências neurológicas e a ação da fisioterapia.
Há uma associação do Zika vírus com os casos de microcefalia e lesões do sistema nervoso.
Sá, 2013.
20Encontrar estratégias de intervenção
eficazes nos casos de Microcefalia e atestar que a Intervenção Precoce eficaz.
Se o percurso for realizado, segundo os princípios da intervenção precoce obtém-se resultados satisfatórios.
Ferreira, 2017.
21Elaborar um programa de orientações de estimulação precoce para pais de bebês com microcefalia.
Espera-se que os pais adquiriram conhecimento em
relação à condição clínica de seu bebê, para diminuir
o índice de atraso no DNPM.
157 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
Nascimento; Braganholo;
Campos; Araújo; Santos;
Araújo et al, 2020.
22Revisar a bibliografia sobre o tema microcefalia em decorrência do Zika.
A microcefalia pode ser causada pelo Zika, onde a atuação da fisioterapia é indispensável.
Bezerra, 2019.
23Avaliar affordances motoras no ambiente domiciliar e o desempenho cognitivo de crianças com microcefalia.
A maioria das crianças era de famílias com vulnerabilidade socioeconômica e poucas oportunidades de estimulação motora.
Ferreira; Freitas; Barbosa, 2017.
24Avaliar o DNPM de bebês nascidos com microcefalia de 0 a 2 anos.
Apresentaram alterações fenotípicas como; crânio parcialmente afundado, artrogripose e hipertonia.
Portela; Almeida; Belchior, 2020.
25Descrever a percepção de genitoras acerca da intervenção neuropsicomotora em crianças com microcefalia.
A intervenção neuropsicomotora estimula, precocemente, traços cognitivos, motores e sensitivos.
Menezes; Menezes; Lopes;
Pereira; Tabosa, 2019.
26Relatar o uso do Método Padovan® em crianças com microcefalia causada por Zika.
Diante da boa evolução dos pacientes, vê-se a relação do método e o estímulo à neuroplasticidade.
Lira; Silva; Rodrigues;
Andrade; Joner; Fagundes, 2018.
27Revisar na bibliografia a atuação da fisioterapia nas disfunções da microcefalia mediante o conceito Neuroevolutivo Bobath.
Existe eficácia da atuação da fisioterapia na aplicação do conceito Neuroevolutivo Bobath, nas disfunções causadas pela microcefalia.
Botelho; Neri; Silva; Lima;
Santos; Cunha et al, 2016.
28Relata a avaliação de crianças com diagnóstico de infecção congênita, presumivelmente, pelo ZIKAV.
Toda a amostra apresentou hipertonia nos 4 membros, atraso nas aquisições motoras e na motricidade espontânea e hiperreflexia.
Gama; Amorim; Silva Júnior;
Santos; Assunção; Tavares et al, 2020.
29Investigar o impacto do treinamento intensivo da fisioterapia na função motora de crianças com síndrome do Zika congênita.
As crianças com SCZ eram capazes de realizar fisioterapia motora sem complicações graves, resultando em aumento ou estabilização do GMFM.
Ventura; Lage; Carvalho;
Fernandes; Taguchi;
Nascimento-Carvalho, 2019.
30Avaliar o desenvolvimento motor grosso de crianças com presumível Zika congênita infecção pelo vírus (ZIKV) nos primeiros 2 anos de vida.
Melhores planos darão suporte de forma mais eficaz crianças em alcançar seu pleno potencial motor.
Freire, Gaspari, Albuquerque, Jaccoud, Fialho, Darragh et al, 2020.
31Relatar a participação da fisioterapia em um centro de triagem durante a epidemia de ZIKAV.
A epidemia destacou um importante papel que os
fisioterapeutas podem atuar em uma resposta
interdisciplinar.
158 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
Melo, Gama, Da Silva Júnior, Assunção, Tavares, Silva et al, 2019.
32Avaliar a função motora grossa e os fatores associados em crianças com síndrome congênita do Zika.
Grave comprometimento motor pré-enviado pela maioria das crianças com CZS, embora em alguns casos comprometimento motor foi leve.
Fonte: Do Autor, 2020.
Lista de abreviações: ZIKAV; Zika Vírus; DNPM: Desenvolvimento neuropsicomotor, GMFM: Medida da Função Motora Grossa.
159 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
DISCUSSÃO
A estimulação precoce se dá por meio da prática de intervenção terapêutica multidisciplinar afim de proporcionar o desenvolvimento da criança. Quando se trata do desenvolvimento neuropsicomotor é necessário a abordagem terapêutica de um profissional fisioterapeuta afim de trabalhar as habilidades motoras e sensitivas potencializando seu desenvolvimento, estudos sugerem que fisioterapia no tratamento da criança com microcefalia se mostra mais eficaz quando a estimulação é realizada precocemente até 3 anos
16,17,18.
A intervenção fisioterapêutica em pacientes portadores de patologias congênitas tem como ênfase reduzir complicações no desenvolvimento neuropsicomotor através da estimulação precoce. Para resultados terapêuticos satisfatórios é necessário a realização de uma avaliação minuciosa de acordo com a idade corrigida da criança, afim de identificar alterações funcionais para a preparação de um protocolo de tratamento a ser realizado de maneira individualizada tendo como propósito priorizar a qualidade de vida de cada paciente
19,11.
Em uma pesquisa observacional de corte transversal realizada com 22 lactentes recém-nascidos com microcefalia, os autores concluíram que portadores de microcefalia associada ao ZIKAV apresentam atraso importante no desenvolvimento neuropsicomotor incluindo alterações visuais, auditivas e sensoriais, o que pode impactar na independência funcional e na inserção social dessas crianças, diante dessa condição os autores afirmam que essas crianças precisarão de acompanhamento multidisciplinar, objetivando otimizar as suas aquisições, e minimizar os impactos das sequelas na microcefalia
8.
Sá
20realizou um estudo de caso de uma criança que recebia atendimento
multidisciplinar, porém preconizou a intervenção da fisioterapia expondo todos os
registros do período de atendimento onde o fisioterapeuta ressalta que o segredo para
uma conduta positiva para crianças com Microcefalia é a persistência, pois nem
sempre a mesma estará disposta a realizar as atividades propostas pelo terapeuta,
porém com o tempo a criança se familiariza com a rotina de exercícios e se torna algo
mais agradável. Ao concluir o estudo notou-se a importância da estimulação precoce
e das evoluções apresentadas após as intervenções, enfatizando o trabalho árduo da
fisioterapia.
160 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
A fisioterapia dispõe de diversas técnicas que podem ser utilizados por meio de intervenção para o tratamento de pacientes que possuem microcefalia, no entanto é necessário uma análise para identificar a técnica que mais se adapta a cada criança
9. No entanto os resultados obtidos através da fisioterapia se tornam mais eficazes nos primeiros anos de vida da criança, momento este em que a neuroplasticidade está mais ativa, permitindo que o cérebro se adapte a mudanças e responda de maneira satisfatória aos estímulos, com isso facilita o trabalho de intervenção tendo como referência os marcos de um desenvolvimento típico
21,23.
Ferreira
21elaborou uma cartilha sobre estimulação precoce em bebês com Microcefalia voltada para pais e cuidadores, o autor defende a que a criança passa seu maior tempo em ambiente domiciliar e por isso a importância de instruir os pais e cuidadores para que realizem a estimulação em seus bebês durante o cotidiano de casa, dando continuidade ao trabalho da fisioterapia e intensificando os resultados obtidos durante as intervenções.
Nascimento et.al
22por sua vez, aborda uma intervenção que difere dos demais trabalhos abordados neste estudo, trazendo a importância da fisioterapia voltada para a área respiratória devido a hipertonia generalizada que causa encurtamentos na musculatura respiratória havendo a necessidade da realização de técnicas para a melhora da expansão torácica e do padrão respiratório.
Bezerra
23traz um estudo que aborda “affordances” que objetiva a estimulação da criança através dos fatores externos que determinado ambiente dispõe para a criança explorar e realizar movimentos e ações, além dos materiais utilizados para auxiliar nesse processo de estimulação e ressalta a importância de um ambiente estimulante para o desenvolvimento adequado da criança com Microcefalia.
Um estudo realizado com 47 bebês em acompanhamento em um ambulatório
de microcefalia evidenciou que bebês com microcefalia tiveram o
neurodesenvolvimento inferior ao esperado para a idade correspondente com atrasos
cerca de 4 vezes menor ao esperado para idade, revelando assim que o estágio de
neurodesenvolvimento não segue em compatibilidade com a idade cronológica dos
mesmos. A conclusão do estudo aponta a necessidade de uma intervenção de forma
precoce pois são nos primeiros meses de vida que o tecido nervoso mais se expande
e amadurece onde pode ocorrer graves prejuízos a saúde do bebê, entretanto é nesse
161 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
período também que a criança melhor responde às terapias e aos estímulos que recebe
24.
A criança que necessita de atendimento fisioterapêutico tem em média quarenta minutos de sessão diária de três a cinco vezes por semana, com isso entende-se que o tempo restante ela encontra-se em seu ambiente domiciliar ao lado de seus pais e cuidadores que possuem uma percepção maior sobre o desenvolvimento da criança e de sua evolução mediante as sessões de fisioterapia e é esse o enfoque que Portela, Almeida e Belchior
25abordam em seu estudo, o olhar dos pais e cuidadores sobre a evolução das crianças em relação a fisioterapia e concluem que os respectivos responsáveis notam tamanha evolução após as sessões de fisioterapia.
Um método pouco encontrado na literatura é o método Padovan, que se trata de habilitar ou reabilitar o sistema nervoso recapitulando as fases do neurodesenvolvimento utilizando estímulos proprioceptivos e exercícios respiratórios e motores que foi implementado em um estudo utilizando como técnica de abordagem apresentando melhora significativa nas alterações encontradas após o comparativo de antes e depois da utilização do método
26.Dentre as técnicas utilizadas na fisioterapia um estudo de revisão bibliográfica enfatizou o uso do Conceito Neuroevolutivo Bobath concluindo que o método é eficaz nas disfunções causadas pela microcefalia, como; distúrbios na função, movimento, controle postural que estão envolvidas diretamente com o processo de desenvolvimento motor, o que mais uma vez ressalta a importância da fisioterapia intervindo de forma precoce para minimizar sequelas e maximizar ganhos no desenvolvimento da criança
27.
O Ministério da saúde
9publicou uma Diretriz de estimulação precoce onde enfatiza a relevância de uma abordagem prévia em pacientes portadores de Microcefalia e expõe que qualquer técnica eleita para a estimulação precoce visa alcançar o desenvolvimento neuro-sensório-motor de maneira integrada, entretanto enfatiza o Conceito Neuroevolutivo de Bobath, que tem como objetivo facilitar o controle motor e inibir movimentos e posturas inadequadas, assim como Lira et.al
27também apresenta em seu estudo.
Dentre os meios de estimulação mencionados no estudo supracitado foram
encontrados a estimulação da linha média onde a criança é induzida a manipular
162 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
objetos com os membros superiores elevando a linha média, estimulação do controle cervical envolvendo um trabalho de fortalecimento muscular das regiões do pescoço e do tronco superior, trabalho este que pode ser realizado com o auxílio de um rolo em posição prono favorecendo o estimulo através da gravidade, também foi observado a estimulação do rolar que se dá através da transferência da posição de supino para prono e de prono para supino, foi apresentado também as estimulações de sentar e de engatinhar que necessitam do sinergismo muscular do tronco superior, musculatura dos membros superiores, controle cervical e fixação de cintura escapular e pélvica, e por fim as estimulações das posturas de ajoelhado, semi-ajoelhado, ortostatismo e marcha que são realizados através da estimulação de transferências destas posturas de maneira lúdica além de treino de equilíbrio
9,8.
Pereira Junior e Feron
19notaram em seu estudo de revisão que a fisioterapia interfere de maneira positiva no desenvolvimento da criança com Microcefalia prevenindo os encurtamentos musculares e as deformidades resultando em melhora no conjunto que se aplica de postura e movimento.
Entende-se que a Microcefalia por ser uma patologia neurológica que interfere diretamente no sistema nervoso gera um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor causando alterações como dificuldades de levar a mão a linha média, rolar, engatinhar, dissociar as cinturas e alteração do tônus muscular como hipertonia além de apresentar hiperreflexia
28.
No estudo onde foram coletados dados referentes a 47 bebês em ambulatório, os resultados apontaram que todos apresentaram um perfil de alterações fenotípicas como; crânio parcialmente afundado, artrogripose e hipertonia, o que é um forte indicativo para alterações no neurodesenvolvimento
24. Em um estudo realizado com 22 crianças obteve-se além de alterações articulares que 50% da amostra apresentaram alterações visuais, os autores observaram a presença de rigidez e também artrogripose sendo que a rigidez era predominante nas articulações dos membros inferiores e apresentavam pés tortos congênito
8.
Um relato de 4 casos apresentou um padrão motor comum as quatro crianças
com microcefalia; hipertonia nos 4 membros, atraso nas aquisições motoras e na
motricidade espontânea e 3 crianças apresentaram hiperreflexia, predominantemente
nos reflexos de Moro e no tônico cervical assimétrico (RTCA). Dois autores
163 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
apresentaram resultados semelhantes ao observarem que o tônus dos membros superiores é maior do que o dos membros inferiores
8,28. Referente a alterações sensoriais os resultados de 4 Tomografias Computadorizada na amostra, apresentaram lesões estruturais em áreas responsáveis pela análise e interpretação das informações captadas pelos olhos, como tálamo, cerebelo e a região córtico subcortical o estudo sugere que os prejuízos identificados podem gerar limitações no processo de aprendizagem e na aquisição de atividades funcionais
28.
Em um estudo de coorte retrospectivo realizado em um centro de apoio para crianças com microcefalia onde 7 crianças de 14 a 18 meses com diagnostico de síndrome do Zika congênita foram incluídas em um protocolo de tratamento de duas etapas repetido ininterruptamente durante um ano onde na primeira etapa; as crianças foram submetidas a uma hora de fisioterapia convencional e uma hora de terapia Pedasuit cinco vezes por semana durante quatro semanas e a segundo etapa tratava- se de uma hora de terapia com traje três vezes por semana durante duas semanas.
O estudo utilizou a Medida da Função Motora Grossa (GMFM) e o peso corporal para acompanhar a evolução dos pacientes. Nos resultados os autores apresentaram que não houve diferença no peso corporal dos pacientes quando feita a avaliação na primeira e na última etapa e constataram em suas conclusões que as crianças foram capazes de realizar as seções de fisioterapia e aumentaram ou mantiveram as pontuações na escala GMFM o que sugere a eficácia da intervenção fisioterapêutica no desenvolvimento motor grosso
29.
Semelhantemente um estudo de caráter observacional prospectivo que ocorreu
entre novembro de 2015 e dezembro de 2016 com uma amostra de 77 crianças
admitidos em um centro de Reabilitação para crianças no Brasil, onde dentre os
critérios de inclusão encontravam-se achados de neuroimagem sugestivos a infecção
congênita por ZIKAV e também microcefalia congênita, expuseram em seus
resultados que a maioria das crianças apresentaram atraso no desenvolvimento das
habilidades motoras grossa e a espasticidade era predominante em todas as crianças
inclusas no estudo. Os autores concluíram que entender a perspectiva da função
motora grossa e identificar precocemente possíveis deficiências auxilia as equipes de
reabilitação a criarem melhores planos de tratamento com base em prognóstico motor,
consequentemente suprindo de forma mais eficaz as crianças para atingir seu
164 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
potencial motor completo, o que revela a importância da atuação precoce da fisioterapia, os autores ainda enfatizam a importância da equipe multidisciplinar nesse processo
30.
Um relato acerca da intervenção fisioterapêutica em um hospital especializado em neurocirurgias de alta complexidade no Rio de Janeiro com uma mostra de 250 crianças apresentou dados percentuais semelhantes aos autores supracitados onde a grande maioria das crianças diagnosticadas com microcefalia apresentam atraso motor, os autores também sugerem que segundo os seus resultados existe um atraso motor em crianças normocefálicas com exposição in útero com o ZIKAV, acerca da importância da fisioterapia os autores concluem que fornecem avaliações críticas das crianças e influenciam diretamente no cuidado dos bebês, identificando problemas específicos que podem não ser detectados na rotina de outros profissionais na triagem
30,31.
Entre os meses de fevereiro e junho de 2017 também foi realizado um estudo observacional transversal, onde 59 crianças com microcefalia foram inicialmente classificadas de acordo com o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) e Medida da Função Motora Grossa (GMFM) os resultados dos autores destacaram resultados de grave comprometimento motor pela maioria das crianças com síndrome congênita do Zika vírus, embora houvesse casos onde o comprometimento motor foi leve
32.
CONCLUSÃO
O presente trabalho conclui que atuação da fisioterapia de forma precoce é de extrema importância junto a equipe multidisciplinar, desde o momento do diagnóstico para conscientizar a família acerca do estado da criança e quais cuidados serão necessários em seguida realizar uma avaliação de forma minuciosa para traçar um plano terapêutico adequado para cada criança e assim selecionar a técnica que melhor se adeque a cada paciente. As principais alterações observadas no estudo foram alterações relacionadas ao tônus com um padrão predominantemente hipertônico, hiperreflexia, alterações visuais, atraso no DNPM, distúrbios nas funções de movimento e controle postural.
A intervenção fisioterapêutica de forma precoce minimiza sequelas e
potencializa o desenvolvimento infantil para que ocorra adequação nos casos de
165 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
atraso; além de melhorar função respiratória e prevenir contraturas. Adequar a criança para que ocorra um desenvolvimento dentro de um padrão de normalidade reflete numa melhor funcionalidade e qualidade de vida para essa criança assim como para a família. A estimulação precoce em crianças portadoras de Microcefalia possui grande evolução dentro dos marcos de desenvolvimento neuropsicomotor de acordo com suas limitações, contudo, se faz necessário a realização de mais pesquisas tendo em vista a escassez de trabalhos encontrados na literatura sobre o tema pertinente devido à recente discussão sobre a patologia mediante a intervenção precoce.
REFERÊNCIAS
1. Oliveira WK, Neto DLR, França GVA, Coelho GE, Zoca B de O. Monitoramento dos casos de microcefalias no Brasil, até a semana epidemiológica 46, 2015.Epidemiologia e Serviços de Saúde. 2015;46.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vírus Zika no Brasil: a resposta do SUS [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde. 2017; 1: 1-136.
3. Peiter PC, Pereira RDS, Moreira MCN, Nascimento M, Tavares MFL, Franco DVC, et al. Zika epidemic and microcephaly in Brazil: Challenges for access to health care and promotion in three epidemic areas. PLoS One. 2020;15(7).
4. Nunes ML, Carlini CR, Marinowic D, Kalil Neto F, Fiori HH, Scotta MC, et al.
Microcefalia e vírus Zika: um olhar clínico e epidemiológico do surto em vigência no Brasil. Jornal de Pediatria. 2016; 3(92): 230-240,.
5. Vannucci R, Barron T, Vannucci, S. Craniometric measures of microcephaly using MRI. Early Human Development. 2012; 88(3):135-140.
6. Baez C, Knaut SM, Sá MC, Golineleo MTB, Teles R, Torre CMA. Parecer sobre estimulação precoce e microcefalia. Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional. Rio de Janeiro. 2016: 1-16.
7. Almeida KJ, Martins ACB, Almendra ICCG, Meneses GMS, Sampaio TDO, Campêlo JCM, et al. Clinical aspects of congenital microcephaly syndrome by Zika virus in a rehabilitation center for patients with microcephaly. Rev. Assoc.
Med. Bras., São Paulo. 2019; 65(10): 1249-1253,.
166 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
8. Flor CJDRV, Guerreiro CF, Anjos JLM. Desenvolvimento neuropsicomotor em crianças com microcefalia associado ao Zika Vírus. Revista Pesquisa em Fisioterapia. 2017;7(3):313-318 doi: 10.17267/2238-2704rpf.v7i3.1386.
9. Diretrizes de estimulação precoce: crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
10. Oliveira MC, Sá SM. A experiência parental após o diagnóstico da microcefalia por zika vírus: um estudo de caso. Revista Pesquisa em Fisioterapia. 2017; 7 (4):
511-517.
11. Martins, PFC. Dados epidemiológicos da microcefalia e o papel da fisioterapia no tratamento da doença [Monografia]. Lavras-MG: Centro Universitário De Lavras. 2019: 26
12. . Quinn L, Morgan, D. From Disease to Health. Journal of Neurologic Physical Therapy. 2017; 41: 46–54.
13. Novak I, Morgan C. High-risk follow-up: Early intervention and rehabilitation.
Neonatal Neurology. 2019; 162(3): 483–510
14. Rocha NACF, Campos AC, Rocha FCF, Silva FPS. Microcephaly and Zika virus: Neuroradiological aspects, clinical findings and a proposed framework for early evaluation of child development. Infant. Behav. Dev. 2017; 49: 70-82.
15. Moore CA, Staples JE, Dobyns WB, Pessoa A, Ventura CV, Fonseca EB, et al.
Characterizing the Pattern of Anomalies in Congenital Zika Syndrome for Pediatric Clinicians. JAMA Pediatr. 2017;171(3):288-295.
16. Norbert AAF, Ceolin T, de Christo V, Strassburger SZ, Bonamigo, ECB. A importância da estimulação precoce na microcefalia. Salão do Conhecimento, XXIV Seminário de Iniciação Científica. 2016.
17. Martins AFA, Moreira FJF, Vieira PAP, Araújo VA, Mateus RPA. Cuidado terapêutico de crianças no perfil etário até 02 anos portadoras de microcefalia por Zika vírus: Revisão integrativa. Cadernos esp. Ceará. 2018;12(2):96-111.
18. Seti TCE, Araújo TME, Oscko GN, editors. Intervenção da Fisioterapia na Microcefalia. Anais do 2º Congresso de Iniciação Científica INTERUNIESP 2016.
Monte Alto. 2016; 2: 71-83.
167 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
19. Pereira Junior AA, Feron S. Aedes aegypti precursor do Zika vírus e a intervenção da fisioterapia na microcefalia: revisão sistemática. Rev. Saúde Públ. 2018 ago;11(1):36-45.
20. Sá LMSMP. Intervenção Precoce e Microcefalia Estratégias de Intervenção Eficazes [Dissertação]. Escola Superior de Educação João de Deus; 2013. 182 s. Mestre em Ciências da Educação na Especialidade de Educação Especial:
Domínio Cognitivo e Motor sob a orientação da Professora Doutora Cristina Saraiva.
21. Ferreira JLA. Estimulação precoce de bebês com microcefalia: orientação para mães, pais e cuidadores [Monografia]. Lagarto- SE: Universidade Federal De Sergipe Campus Universitário Professor Antônio Garcia Filho Departamento De Fisioterapia; 2017. 44 s. Bacharel em fisioterapia.
22. Nascimento BS, Braganholo DW, Campos MS, Araújo MGM, Santos NNL, Araújo VN et al. Microcefalia em decorrência do vírus Zika: revisão de literatura;
2020; Anápolis – Brasil. XVIII mostra acadêmica do curso de fisioterapia. 2020;
37: 8.
23. Bezerra DA. Affordances motoras no ambiente domiciliar de crianças com microcefalia e o desempenho cognitivo [Dissertação]. NATAL- RN: Escola de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2020. 102 s. Programa de Pós-graduação em Saúde e Sociedade, do Mestrado Profissional em Práticas de Saúde e Educação.
24. Ferreira JLP, Freitas VKP, Barbosa LNF. Avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor de bebês nascidos com microcefalia relacionada ao vírus Zika [TCC]. Recife- PE: Faculdade Pernambucana de Saúde; 2017. 54 s. Bacharel em Psicologia.
25. Portela TF, Almeida LMB, Belchior LD. Percepção de Genitoras sobre a Intervenção Neuropsicomotora em Crianças com Microcefalia. Revista Neurociências 2020; 28:1-22.
26. Menezes MIN, Menezes MNN, Lopes SMF, Pereira LM, Tabosa TACN.
Avaliação dos efeitos do método Padovan® no desenvolvimento neuropsicomotor de crianças com microcefalia: série de casos. Revista Eletrônica Acervo Saúde [Internet]. 2019 [cited 2020 Sep 30];34:1-8. DOI:
https://doi.org/10.25248/reas.e1509.2019.
168 Revista das Ciências da Saúde e Ciências aplicadas do Oeste Baiano-Higia. 2021; 6(1):151-168.
