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Tratamento das lesões ligamentares intrínsecas do punho com videoartroscopia: estudo em 12 casos *

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Tratamento das lesões ligamentares intrínsecas do punho com videoartroscopia: estudo em 12 casos

*

Treatment of intrinsic ligament lesions of the wrist with videoarthroscopy: study of 12 cases

AFRÂNIO DONATODE FREITAS1, ARLINDO GOMES PARDINI JÚNIOR2, ANTÔNIO BARBOSA CHAVES3, CRISTIANO PAULO TACCA4

* Trabalho realizado no Hospital Ortopédico de Belo Horizonte. Belo Hori- zonte (MG), Brasil.

1. Chefe do Serviço de Cirurgião da Mão do Hospital Belo Horizonte, Cirur- gião de Mão dos Hospitais Ortopédico e Maria Amélia Lins. Belo Horizon- te (MG), Brasil.

2. Livre-Docente em Ortopedia e Traumatologia, Presidente da Federação In- ternacional de Sociedades de Cirurgia da Mão, Chefe do Serviço de Cirur- gia da Mão do Hospital Ortopédico de Belo Horizonte. Belo Horizonte (MG), Brasil.

3. Membro Titular SBOT / ABCM. Ortopedista do Hospital Ortopédico de Belo Horizonte, Belo Horizonte (MG), Brasil.

4. Residente do Serviço de Cirurgia da Mão do Hospital Ortopédico de Belo Horizonte. Belo Horizonte (MG), Brasil.

Endereço para correspondência: Rua Prof. Otavio Coelho Magalhães, 111 – Mangabeiras – 30210-300 – Belo Horizonte (MG), Brasil.

Recebido em 4/5/ 06. Aprovado para publicação em 6/ 12/ 06.

Copyright RBO2006

RESUMO

Objetivo: Analisar os resultados clínicos do tratamento videoartroscópico das lesões ligamentares escafo-semilu- nar e semilunar-piramidal do punho. Métodos: Foram ana- lisados 12 casos, todos tratados com videoartroscopia de punho, acompanhados pós-operatoriamente por 26,5 me- ses (± 16,3); todos apresentaram remissão total da sinto- matologia e recuperação das suas atividades funcionais.

Não houve diminuição da mobilidade do punho e da força de preensão manual. Resultados: Lesões ligamentares in- trínsecas do carpo devem ser preferencialmente tratadas com videoartroscopia, pois permite o tratamento efetivo sem agressões maiores aos tecidos não lesados. Os resulta- dos foram gratificantes, tanto para o cirurgião como, prin-

cipalmente, para o paciente, o que encoraja os autores a persistirem com a técnica adotada. Conclusão: A videoar- troscopia é um procedimento que permite o efetivo diag- nóstico e a quantificação da extensão das lesões ligamen- tares escafo-semilunar e semilunar-piramidal, permitindo ao mesmo tempo o tratamento sem a necessidade de agres- são maior aos tecidos não lesados, como ocorre nas repa- rações abertas.

Descritores – Articulação do punho; Artroscopia; Ligamentos articu- lares/ lesões; Artrografia; Resultado de tratamento

ABSTRACT

Objective: to analyze the clinical results of the videoarthroscopy of scaphoid-semi lunar and semi lunar- pyramidal ligament lesions of the wrist. Methods: 12 cases were analyzed, all of them treated with wrist videoarthroscopy, followed-up during 26.5 (± 16.3) months, all of them presenting total remission of the symptoms and recovered their functional activities. There was no decreased of writs mobility nor decrease of the hand grip strength.

Results: Intrinsic carpal ligament lesions should be preferably treated with videoarthroscopy, as this allows for an effective treatment without further aggression to intact tissue. The results were highly favorable for the surgeon and in particular for the patient, which encourages the use of the technique adopted. Conclusion: Videoarthroscopy is a procedure that allows for the effective diagnosis and quantification of the extension of scaphoid-semi lunar and semi lunar-pyramidal ligament lesions, and also for the treatment without the need of further aggression to intact tissues, as it happens with open repair techniques.

Keywords – Wrist joint; Arthroscopy; Ligament, articular/ injuries;

Arthrography; Treatment outcome

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INTRODUÇÃO

A instabilidade carpal mais freqüente é a escafo-semilu-

nar(1-4). A extensão da lesão do complexo ligamentar escafo-

semilunar (ligamentos intrínsecos e extrínsecos) necessária para romper a cinemática normal do punho não é bem enten- dida(5). O ligamento escafo-semilunar é a estrutura intrínseca primária, dividido em porções dorsal, média e volar, sendo a dorsal mais importante na manutenção do alinhamento esca- fo-semilunar(5). Os componentes extrínsecos incluem o liga- mento rádio-escafo-capitato, rádio-semilunar longo e curto(1,6). A lesão isolada do ligamento interósseo não leva a dissocia- ção escafo-semilunar nem a alterações radiográficas, sendo esta provocada por uma lesão combinada dos ligamentos in- trínseco e extrínseco(7); no entanto, a lesão do ligamento in- trínseco é também sintomática e, por vezes, incapacitante. Pode ocorrer atenuação gradual dos ligamentos extrínsecos após lesão isolada do ligamento intrínseco(8).

O conhecimento da fisiopatologia e história natural da dis- sociação escafo-semilunar é importante para planejamento diagnóstico e terapêutico das lesões escafo-semilunares(9). O diagnóstico e terapêutica precoces, com até seis semanas de lesão, são essenciais, pois a cicatrização ligamentar é mais efetiva nesse período(9-10).

Nas lesões intrínsecas do ligamento escafo-semilunar, o paciente pode referir dor na projeção do ligamento escafo- semilunar dorsal(9), relatar história de queda sobre a mão es- palmada com o punho estendido e supinação intercarpal(11), referir dor refratária a tratamento conservador(12), acusar dor à palpação dorsal sobre o ligamento escafo-semilunar e no tes- te de Watson, como descrito por Mayfield et al(13).

A artrografia, considerada o método ouro para diagnóstico da lesão do ligamento escafo-semilunar, é sensível, mas não quantifica a lesão ou o estado dos ligamentos extrínsecos(6,14-

15). A artroscopia para lesão ligamentar escafo-semilunar pode ser dividida em diagnóstica, terapêutica e medidas de salva- ção(9). A diagnóstica define a extensão da lesão, a terapêutica consiste em desbridamento para lesões parciais e desbrida- mento associado à redução artroscópica e pinagem para rup- turas completas. No caso de procedimentos de salvação, po- demos usar o desbridamento e a estiloidectomia(9).

As lesões do ligamento interósseo semilunar-piramidal são pouco entendidas e as modalidades terapêuticas definitivas ainda não estão bem elucidadas(16). A ruptura do ligamento interósseo semilunar-piramidal pode ser traumática ou dege- nerativa, ocorrendo freqüentemente como um aspecto da le- são envolvendo o extensor ulnar do carpo, a fibrocartilagem

triangular, a radioulnar distal e os ligamentos ulnocarpais, bem como as lesões condrais do piramidal e semilunar(16).

As porções volar e dorsal do ligamento semilunar-pirami- dal são verdadeiramente ligamentares, contendo fascículos de colágeno lineares e, juntamente com as inserções capsulares, conferem estabilidade à articulação semilunar-piramidal(17). A porção central é fibrocartilaginosa, fina, mais suscetível à le- são(18-19). Os ligamentos escafo-piramidal dorsal e rádio-pira- midal dorsal são importantes na estabilização da articulação semilunar-piramidal(17-18).

Os pacientes com lesão ligamentar semilunar-piramidal re- ferem dor ulnar no punho, refratária ao tratamento conserva- dor, acentuada a pronação e desvio ulnar. Ao exame encontra- mos dor à palpação sobre o ligamento semilunar-piramidal e dor ou translação semilunar-piramidal ao teste de Reagan, segundo Sennwald(20). Taleisnik et al citam um teste baseado na compressão ulnar sobre a depressão localizada entre o ex- tensor ulnar e o flexor ulnar do carpo distal à cabeça da ulna, sendo considerado sugestivo de lesão do ligamento intrínseco quando reproduz a dor do paciente(21).

O diagnóstico por imagem das lesões ligamentares intrín- secas do carpo pode ser dado pela artrografia, pela ressonân- cia magnética e pela visualização direta por meio artroscópi- co.

A artrografia apresenta 14% de falso-negativos e esta taxa pode ser minimizada pela injeção de contraste mediocarpal e radioulnar distal(16,22). A ressonância magnética também apre- senta índices de falso-negativo ou positivo, próximos dos va- lores da artrografia, necessitando de interpretação adequada.

A artroscopia é um método acurado para demonstração das lesões ligamentares carpais(23), sendo o mais preciso para in- dicar a localização e extensão da lesão ligamentar intra-arti- cular do punho(14). Pode ser usada como método terapêutico nas lesões parciais ou completas agudas(12,24-25).

O presente estudo objetiva analisar os resultados clínicos do tratamento videoartroscópico das lesões ligamentares es- cafo-semilunares e semi-luno-piramidais do punho.

MÉTODOS

No período de março de 1998 a setembro de 2003, no Hos- pital Ortopédico de Belo Horizonte, MG, e Hospital Maria Amélia Lins – Belo Horizonte, MG, 46 pacientes foram sub- metidos a tratamento cirúrgico com videoartroscopia de pu- nho: 16 pacientes foram selecionados para este estudo clínico, mas somente 12 foram localizados e examinados pessoalmen- te, sendo o critério para inclusão o diagnóstico de lesão liga-

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mentar intrínseca escafo-semilunar e /ou semilunar-piramidal confirmada cirurgicamente.

Como critério de exclusão foi adotada a presença de lesão isolada do complexo fibrocartilagem triangular, verificada na videoartroscopia.

Cinco pacientes eram do sexo feminino e sete do masculi- no. A mão direita foi afetada em oito pacientes (sete domi- nantes e um não dominante) e a mão esquerda em quatro (to- dos não dominantes). A faixa etária oscilou entre 22 e 61 anos, com média de 35,5 anos (± 12,2). Todos os pacientes traba- lhavam em serviços leves. A média de tempo decorrido entre o trauma inicial e o tratamento cirúrgico variou de um a 12 meses, com média de seis meses (± 3,8) (quadro 1).

QUADRO 1

Distribuição dos pacientes segundo o tempo de acompanhamento pós-operatório

Pacientes Tempo de pós-operatório (meses)

MCT 57

CEVC 48

CCP 40

CZJ 35

ARC 33

RSB 25

PLS 21

EAC 19

WRCJ 16

ECM 14

RBS 08

AAO 03

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

Como tratamento preliminar, cinco pacientes fizeram trata- mento fisioterápico associado ao uso de antiinflamatórios não- esteroidais após o trauma inicial; dois foram tratados apenas com antiinflamatórios não-esteroidais, dois foram tratados com imobilização gessada e três não tiveram tratamento prévio à cirurgia.

Quanto ao mecanismo de trauma inicial, cinco pacientes referiram queda da própria altura, dois traumas torcionais e cinco não recordaram o mecanismo do trauma.

Todos os pacientes foram submetidos a artrografia pré-ope- ratória e os resultados, de acordo com este exame, encontram- se no quadro 2. Quanto ao procedimento cirúrgico artroscópi- co realizado, sete pacientes foram submetidos a desbridamento com shaver, quatro a desbridamento associado à fixação com dois fios de Kirschner e um submetido a desbridamento e re- paro com Ethibond 4-0®.

QUADRO 2 Distribuição dos pacientes segundo o resultado da artrografia

Pacientes Resultado

MCT Lesão da FCT + ligamento semilunar-piramidal CEVC Lesão do ligamento semilunar-piramidal CCP Lesão do ligamento semilunar-piramidal

CZJ Lesão do ligamento escafo-semilunar + lesão da FCT ARC Lesão do ligamento escafo-semilunar

RSB Lesão da FCT + ligamento semilunar-piramidal PLS Lesão do ligamento escafo-semilunar

EAC Lesão do ligamento escafo-semilunar WRCJ Lesão do ligamento escafo-semilunar ECM Lesão do ligamento escafo-semilunar RBS Lesão do ligamento semilunar-piramidal AAO Lesão do ligamento semilunar-piramidal

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

Legenda: FCT = Complexo fibrocartilagem triangular.

QUADRO 3

Distribuição dos pacientes segundo os achados cirúrgicos

Pacientes Resultado

MCT Lesão parcial do ligamentar semilunar-piramidal, le- são da FCT.

CEVC Lesão completa do ligamento semilunar-piramidal.

CCP Lesão do ligamento escafo-semilunar (II), sinovite abundante, cartilagem íntegra.

CZJ Lesão do ligamento rádio-semilunar, lesão puntifor- me do escafo-semilunar (II), sinovite.

ARC Lesão parcial do ligamento rádio-escafo-capitato volar, lesão parcial do ligamento semilunar-pirami- dal, sinovite.

RSB Lesão parcial do ligamento semilunar-piramidal, le- são parcial da inserção radial da FCT.

PLS FCT íntegra, lesão completa do ligamento escafo-se- milunar (III).

EAC Lesão do ligamento escafo-semilunar (III), lesão da borda radial da FCT, perfuração da borda ulnar da FCT.

WRCJ Lesão do ligamento escafo-semilunar (II) e lesão da FCT na transição com o rádio.

ECM Lesão parcial do ligamento escafo-semilunar (II), com avulsão na borda do semilunar, lesão condral na borda do semilunar com imagem em espelho na su- perfície articular do rádio, FCT íntegra.

RBS Lesão do ligamento escafo-semilunar (I) e lesão do ligamento semilunar-piramidal.

AAO Lesão do ligamento semilunar-piramidal e sinovite.

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

Legenda: FCT = complexo fibrocartilagem triangular.

(4)

O tempo de imobilização pós-operatória oscilou de uma a seis semanas, com média de 3,3 semanas (± 1,9). O período de reabilitação fisioterápica variou de duas a 10 semanas, com média de 4,27 semanas (± 2,57). O tempo de seguimento pós- operatório oscilou de três a 57 meses, com média de 26,5 meses (± 16,3), como observamos no quadro 3.

Todos os pacientes foram revistos e avaliados pelo mesmo examinador, sem participação do cirurgião, seguindo um pro- tocolo padrão. Quanto às informações pré-operatórias, estas foram baseadas nos registros de prontuário médico e nas in- formações dos pacientes.

As provas diagnósticas pré-operatórias e os achados cirúr- gicos foram baseados nos registros de prontuário, sendo con- frontados para o estabelecimento da acurácia das mesmas.

Quanto ao exame físico pós-operatório, executamos o teste de Watson(1-4,13), também conhecido como scaphoid shift, des- crito como um teste provocativo, para pesquisa da estabilida- de do escafóide, bem como patologias do escafóide ou peries- cafóide. Realizamos também o teste do cisalhamento ou ballottement test, descrito por Reagan et al(18) para pesquisa de instabilidade semiluno-piramidal. Esse teste também foi realizado bilateralmente e considerado positivo quando havia dor à palpação associada à crepitação(1,23).

A goniometria foi aferida na extensão, flexão, desvio ulnar, desvio radial, pronação e supinação a partir da posição neu- tra. Para mensurar o desvio ulnar e radial, foi desenhado um ponto na cabeça do terceiro metacarpiano e outro ponto na articulação radioulnar distal. A goniometria foi aferida ativa e passivamente. A força de preensão manual e da pinça digital lateral foi averiguada com dinamômetro padrão e graduada em quilogramas-força; foram tomadas três medidas em cada punho e utilizada a média delas. A força sempre foi aferida com o paciente sentado, com o membro superior pendente ao lado do corpo, com o cotovelo em 90 graus de flexão e o punho em posição neutra(1).

A satisfação do paciente com o resultado do procedimento cirúrgico foi questionada e classificada em ruim, regular, boa e excelente, de acordo com a resposta do paciente. Pesquisa- mos também o retorno às atividades funcionais e o classifica- mos em completo e incompleto.

Os dados foram avaliados e expressos em média e desvio- padrão.

As lesões do ligamento interósseo escafo-semilunar foram classificadas de acordo com Weiss et al(26) e as lesões semilu- nar-piramidal, em parcial e completa(12,27). Nas lesões parciais agudas foram efetuados desbridamento, nas completas agu- das, desbridamento e pinagem com fios de Kirschner por seis

a oito semanas e, em uma completa crônica do ligamento semi- lunar-piramidal, procedimento aberto(24-25).

Os dados foram avaliados estatisticamente utilizando-se o programa SPSS for Windows, através do teste de homogenei- dade de variâncias /ANOVA. Os grupos foram analisados entre si (punho operado x punho contralateral), independente do lado dominante, onde se considerou significante um valor de p < 0,05.

RESULTADOS

Todos os pacientes evoluíram com retorno completo às suas atividades ocupacionais e consideraram excelente a satisfa- ção com o procedimento.

A artrografia discordou dos achados artroscópicos em dois casos, conforme observamos nos quadros 3 e 4.

Os achados cirúrgicos e os procedimentos realizados estão representados respectivamente nos quadros 4, 5 e 6.

QUADRO 4

Distribuição dos pacientes segundo os procedimentos realizados

Pacientes Resultado

MCT Desbridamento + sutura

CEVC Desbridamento + fixação

CCP Desbridamento

CZJ Desbridamento

ARC Desbridamento

RSB Desbridamento

PLS Desbridamento + fixação

EAC Desbridamento + fixação

WRCJ Desbridamento

ECM Desbridamento

RBS Desbridamento + fixação

AAO Desbridamento

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

Sete pacientes possuíam lesão do ligamento escafo-semi- lunar, sendo cinco deles grau II e dois deles grau III de Geiss- ler, conforme observamos no quadro 7.

Em seis pacientes ocorreu lesão do ligamento semilunar- piramidal, sendo quatro parciais e duas completas (quadro 8).

Um dos casos teve lesão dos ligamentos semilunar-piramidal e escafo-semilunar.

Quanto aos procedimentos realizados, sete pacientes foram submetidos a desbridamento simples, quatro a desbridamento associado à fixação com fios de Kirschner e um a desbrida- mento mais sutura (quadro 4).

(5)

QUADRO 5

Correlação entre o grau de lesão ligamentar e o procedimento videoartroscópico realizado

Lesão ligamentar Procedimento

Lesão semilunar-piramidal – parcial Desbridamento + sutura Lesão semilunar-piramidal – completa Desbridamento + fixação Lesão escafo-semilunar – parcial grau II Desbridamento Lesão escafo-semilunar – parcial grau II Desbridamento Lesão semilunar-piramidal – parcial Desbridamento Lesão semilunar-piramidal – parcial Desbridamento

Lesão escafo-semilunar – parcial grau III Desbridamento + fixação Lesão escafo-semilunar – parcial grau III Desbridamento + fixação Lesão escafo-semilunar – parcial grau II Desbridamento Lesão escafo-semilunar – parcial grau II Desbridamento Lesão semilunar-piramidal – completa e Desbridamento + fixação escafo-semilunar – parcial grau I do semilunar-piramidal Lesão semilunar-piramidal – parcial Desbridamento

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

QUADRO 6

Classificação dos pacientes com lesão do ligamento escafo-semilunar

Pacientes Resultado

CCP Lesão parcial – grau II CZJ Lesão parcial – grau II PLS Lesão parcial – grau III EAC Lesão parcial – grau III WRCJ Lesão parcial – grau II ECM Lesão parcial – grau II RBS Lesão parcial – grau II

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

QUADRO 7

Classificação dos pacientes com lesão do ligamento semilunar-piramidal

Pacientes Resultado

MCT Lesão parcial

CEVC Lesão completa

ARC Lesão parcial

RSB Lesão parcial

RBS Lesão completa

AAO Lesão parcial

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

QUADRO 8

Distribuição dos pacientes segundo a goniometria do punho afetado

Extensão Flexão DU DR Pronação Supinação

(°) (°) (°) (°) (°) (°)

76 72 30 20 90 90

70 74 30 20 90 90

57 72 35 22 90 85

78 82 42 32 90 80

68 78 32 22 90 90

70 71 32 22 90 85

68 82 40 26 90 89

60 68 42 32 90 72

82 62 32 22 90 90

78 58 38 28 85 85

63 63 38 27 90 90

85 72 44 30 90 90

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

Legenda: ° = graus.

A goniometria pós-operatória foi em média de 71,2o (± 8,7) de extensão, 71,1o (± 7,5) de flexão, 36,2o (± 5) de desvio ulnar, 25,2o (± 4,4) de desvio radial, 89,5o (± 1,4) de pronação e 86,3o (± 5,5) de supinação (quadro 9). Foi comparado o lado afetado com o lado sadio, tendo em média 92,5% (± 7) da extensão, 92% (± 7,6) da flexão, 94,7% (± 7) do desvio ulnar e 94,9% (± 7,5) do desvio radial no pós-operatório (quadro 10), sendo a amplitude de movimento do punho operado se- melhante à do punho contralateral (p = 0,0027).

QUADRO 9

Distribuição dos pacientes segundo a comparação entre a goniometria do punho sadio e do afetado

Extensão Flexão DU DR

N (°) (%) N (°) (%) N (°) (%) N (°) (%)

80 0950, 80 90, 36 083,3 20 1000,

75 093,3 76 097,3 36 083,3 26 076,9

72 079,1 72 100,0 36 097,2 26 084,6

79 098,7 84 097,6 42 1000, 32 1000,

70 097,1 80 097,5 32 1000, 22 1000,

72 097,2 74 095,9 32 1000, 22 1000,

78 087,1 91 90, 40 1000, 28 092,8

68 088,2 80 85, 45 093,3 32 1000,

82 1000, 64 096,8 32 1000, 24 091,6

80 097,5 72 080,5 40 95, 30 093,3

78 080,7 82 076,8 45 084,4 27 1000,

88 096,5 74 097,2 44 1000, 30 1000,

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

Legenda: ° = graus, % = percentagem, N = lado contralateral.

(6)

A força de preensão manual pós-operatória foi de 34,8 qui- logramas-força (± 9,2) conforme demonstrado no quadro 11;

comparando-se o lado afetado com o contralateral, verificou- se força de preensão manual de 98,3% (± 13,6), com p = 0,0005.

QUADRO 10

Distribuição dos pacientes segundo a força de preensão manual do punho afetado

Preensão manual (kgf)

Medidas Média

22 24 26 24,0

28 30 29 28,6

30 28 28 28,6

46 46 46 46,0

42 48 45 45,0

24 26 26 25,3

26 22 20 22,6

44 40 40 41,3

52 46 30 42,6

28 29 29 28,6

48 44 45 45,6

34 42 42 39,3

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

Legenda: kgf = quilogramas-força.

O advento de meios diagnósticos como artrografia, resso- nância magnética e a artroscopia do punho tem proporciona- do a elucidação de lesões carpais, principalmente as lesões ligamentares intrínsecas do punho e lesões da fibrocartilagem triangular, em especial nos pacientes com dor no punho resis- tente ao tratamento conservador, tendo em vista que as radio- grafias são geralmente normais(9,14,16,23,28-30). A artrografia e a ressonância magnética não quantificam a extensão da lesão(10). Nos casos estudados, todos foram submetidos a artrografia pré-operatória, com discordância de achados quanto ao liga- mento lesado em apenas dois casos (16,6%), entretanto, sem falso-negativos, como ocorreu no estudo de Cooney(5), em que houve 40% de falso-negativos.

A artroscopia permite o diagnóstico da lesão e sua magni- tude, e contribui para o planejamento terapêutico mais ade- quado para cada tipo de lesão ligamentar intrínseca do punho, além de ser mais específica, no diagnóstico das lesões intrín- secas, que a artrografia(5,12).

Nos casos estudados de instabilidade escafo-semilunar, encontramos lesões do tipo II e III de Geissler, que foram tratadas, respectivamente, com desbridamento simples e des- bridamento associado à fixação com fios de Kirschner, com remissão total dos sintomas, coincidindo com os achados de Whipple, que encontrou 83% de alívio sintomático em pa- cientes com menos de três meses de evolução e com menos de 3mm de intervalo escafo-semilunar(28).

A lesão do ligamento semilunar-piramidal é uma das mais freqüentes causas de dor ulnar no punho, sendo rara isolada- mente, fazendo parte de uma lesão que acomete a fibrocartila- gem triangular, os ligamentos ulnocarpais, o extensor ulnar do carpo e/ou lesões condrais. Essa lesão pode ser classifica- da artroscopicamente em parcial, aguda completa e crônica completa de Ruch e Siegel, segundo Horii et al e Westkaem- per et al(10,27). Nos casos estudados, diagnosticamos lesões par- ciais e completas agudas, sendo tratadas, respectivamente, com desbridamento simples e desbridamento associado a pinagem com fios de Kirschner, com remissão total da sintomatologia, tal qual os resultados de Weiss et ale Ruch et al, que obtive- ram remissão total da sintomatologia com o desbridamento simples em lesões parciais(24,31). Quanto às lesões completas, Weiss et al(24) obtiveram 77,7% de alívio da dor com desbrida- mento simples e Westkaemper et al(27) relataram 80% de maus resultados com desbridamento simples; esses autores sugeri- ram associar a pinagem como advogado por Alexander e Licht- man(1). No presente estudo, obtivemos 100% de alívio sinto- mático com o desbridamento simples ou desbridamento associado a retensionamento capsuloligamentar volar.

QUADRO 11

Distribuição dos pacientes segundo a força de preensão manual do punho afetado em relação ao contralateral

Normal (kgf) Percentagem (%)

23 104,3

30 095,3

27,3 104,7

48,6 094,6

51,6 087,2

27 093,7

20,6 109,7

48 68,

42,6 1000,

31 092,2

42,6 1070,

32 123,7

Fonte: SAME – Hospital Ortopédico.

Legenda: N = lado contralateral, kgf = quilogramas-força e % = percentagem.

DISCUSSÃO

A dor no punho representa um desafio diagnóstico, que deve ser alicerçado na história clínica, no exame físico e exames complementares de imagem.

(7)

Em todos os pacientes estudados houve melhora significa- tiva da força de preensão, com preservação da amplitude de movimento articular e com completo retorno às atividades funcionais, o que nos estimula a continuar utilizando a técni- ca artroscópica adotada. Acreditamos que com este procedi- mento podemos minimizar a agressão cirúrgica aos tecidos não lesados, acarretando menor morbidade, bem como rápida reabilitação, ocasionando completa satisfação tanto para o paciente como para o cirurgião.

CONCLUSÕES

1) A videoartroscopia é um procedimento que permite o efetivo diagnóstico e a quantificação da extensão das lesões ligamentares escafo-semilunar e semilunar-piramidal, permi- tindo ao mesmo tempo o tratamento sem a necessidade de agressão maior aos tecidos não lesados, como ocorre nas re- parações abertas.

2) Os resultados obtidos com o tratamento artroscópico, tanto nos casos de lesões parciais em que se realiza apenas o desbridamento, bem como nas lesões completas agudas, em que se associa ao desbridamento a fixação com fios de Kirsch- ner múltiplos, foram gratificantes, tanto para o cirurgião como, principalmente, para o paciente, o que nos encoraja a persistir com a técnica adotada.

REFERÊNCIAS

1. Alexander CE, Lichtman DM. Triquetrolunate instability. In: Alexander CE, Lichtman DM. The wrist and its disorders. 2nd ed. Philadelphia:

Saunders; 1997.

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Referências

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