C A F É - Mais fl exí vel o novo plano de safra
Os negócios de café em maio último foram grandemente influenciados pela expectativa reinante sôbre a política de comercialização da safra de 1961 / 62, iniciado a 1.° de julho corrente. Somente no decorrer da segunda quinzena de moio, tornaram-se conhecidos: o) o ~egulQmento de Embor- ques, expedido pela Junto Administrativo do IBC, com vetos porciais pro- postos pelo delegado especial do Govêrno, acolhidos depois pela Presidência da República; b) a Instrução 205 da SUMOC, estabelecendo normas pora a negociação dos cambiais provenientes da exportação do café e criando o quota de contribuição destinada 00 Fundo de Reserva de Defesa do Café;
e c} o Comunicado do Instituto, esclarecendo pontos menos claros do Re- gulamento de Embarques.
Definido por essa formo a política cafeeiro para a safra futura, os ne- gócios puderam ser retomados e os centros de consumo reiniciG'ram as compras daquelas quantidades míni- mas habituais para a satisfação das suas necessidad-es, chegando-se, as- sim G'Q
,
fim do mês com um volume de 1 139 314 sacos remetidas para o exterior.O programo traçado para a safra vindoura pode ser sintetizado nos se- guintes pontos: põe ênfase, mui jus- tificadGmente, no estimulo à melho-
ria da qualidade, pelo concessão de vantagens substanc iais aos café's des-
polpados típicos e aos de terreiro de fina qualidade; procura reduzir o volume do safra 00 excluir do comér- cio os cafés inferiores ao tipo 7, pro- duzidos nos Estados de São Paulo,
Paraná. Goiás e Mato Grosso e os cafés inferiores 00 tipo
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dos Esta-dos do Espírito Santo, Rio de Janei- ro, Santo Catarina, Bahia e Pernam- buco.
Para o mesmo fim do sua exclusão do comércio, os cafes produzidos no
EVOLUCAO DA CONJUNTURA E C ONOMICA
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, , ... • ",,--, .. • OIEstado de Minas Gerais são divididos em dois grupos, assemelhados uns oas do Estado de São Pc.'\..do e outros oos do Espírito Santo. O novo plano de sofro assegura ainda recursos, através do quota de contribuição criado pelo Instrução n.o 205, da SUMOC. para a retirado dos exces- sos contemo lodos entre o produção e as possibi I idades do exportação, a defeso dos preços externos, o expan- são do consumo e os enCO'rgcs reln- tivos 00 aperfeiçoamento dos lavou- ras, ou sua parcial substituição por outras mais aconselháveis, 00 mes- mo tempo Que torna mais flexível a
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política de preços pom o vendo do café 00 exterior, 'ltravés do permis- sôo de trocar os cambiais provenien- tes do exportação (deduzido a Quota de contribuição), à taxo do mercado
livre.
o
primeiro possa foi dado no sen- tido de introduzir melhoro substan- cial em nossa político cafeeiro, mas existe longo e áspero cominho a ser percorrido até que as boas intenções se convertam em reGI idade.Melhorado a qualidade de nossos cafés, o que fico na dependência, entre outras fatôres, de haver tempo bom por ocasião do colheita e do
CONJUNTURA ECONOlU1CA
preoaro dos cafés nos terreiros, terá sido facilitada a sua venda ao exte-
rior, a qual poderó expandir-se na medida em Que a política de preços seguida pelo IBC leve em conta os peculiaridades do comércio interna- cional. Do contrário, continuaremos a ver minguar nosso' participação nos suprimentos mundiais. Não significo
isto que o caminho a seguir seja' o do guerra dos preços, senão que deve haver flexibilidade e agudo senso de oportunidade paro que o Brasil não perca negócios em benefício de com- petidores experimentados, ativos e decididos.
Infelizmente, perduro nos centros de consumo desconfiança no café, sendo típico dêsse sentimento um artigo do "Finoncial Times", de Lon- dres, de
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de maio último, sôbre o Acôrdo Internacional do Café, e ou- tras medidos tomados pelos países- membros paro' sua execução e aper- feiçoamento. Do artigo citado trans- crevemos os seguintes tópicos:... "o consecução de estabilidade temporário de preço é apenas meta- de co batalha, pois tôda a estrutura está inevitàveimente ameaçado pela
rápida formação de estoques, en- QUQnto a produção nõo é controlada e permanece lucrativo. Como os coi- sas se acham no momento, estima- se que, no fim do 1.0 semestre de
1962. o Brasil poderá dispor de café bastante poro suprir o mundo por dois anos. E, em 1960, pelo primei-
ra vez desde o guerra, os estoques
J ULHO
começaram G acumular-se nos paí- ses produtores africanos. Uma re- cente investigação efetuada pelas
Noções Unidas prevê que esta ten- dência continuará, a menos que os países produtores adotem medidos de contrôle coercitivas e radicais. O pe-
rigo está em que qualquer brecha nas defesas do mercado, sob a formo de desacôrdo entre os produtores, po-
derá resultar fàcilmente em enorme fluxo de café no mercado, com efei- tos desastrosos sôbre os ganhos de exportação de países pobres."
MOVIMENTO DO MERCADO
No mês de maio próximo findo, as remeS3as de ce.fe para o exterior fo- ram de 1 139 314 sacas, das quais
100000 se destinaram aos depósitos de Trieste, do IBC. Em moia e nos 11 orimeiros meses da safra, as ex- portações nos últimos 5 anos foram as seguintes, em socas de 60 quilos:
I
•
SAFRAS MAIO JULHO A MAIO
_ .. _ - - ---::::-:::-
918 ~78 14 087 546
1956 '7 . . . ..
19~7/8 ... ".
1958 9 .. " , . , ..
19~9/60 ,., ., .,.
1960/ 1 . , " " ' "
1 377 783 12 758 084 1 180 110 13 8O'i ~29
1 531 141 16 613 277 1 139 314 l~ 074 085
Estas cifras dão a medido do es- fôrço que se está a pedi r às autori- da:::les responsáveis pela execução de
nossa político econômica do café pa- ro inverter o tendência desfavorável verificada nos exportações.
As cifras conhecidos relativos às importações de café pelos principais
\3
países consumidores revelam que é mínimo o acréscimo verificado em relação a igual período de 1960. A incerteza que prevaleceu nos últimos meses quanto à política do BrG'.5i1 para a próxima safra terá, por certo, contribuído poro a retração das com- pras de modo gerol, passando os cen- tros importadores - pois não se re- gistrou redução no'.5 torrações, senõo aumento - a utilizar em maior es- cala os seus estoques, notadamente os Estados Unidos.
Esclarecida como se acha a posi- ção do Brasil, julga-se que, na 2.° semestre, haverá movimento impor- tador mois ativo, do qual nos pode-
remos beneficiar, dadas os novas condições em que se vai processar a comercializaçõo do sofro futura e desde que se mostrem favoróveis às condições climáticos à colheita e 0'0
preparo do cafe.
Em várias oportunidades, comen- tamos o fato de que o consumo de café nos Estados Unidos nõo tem acomoanhada o crescimento da ren- da disponivel e da população. Expli- cação pO'rcial residiria no incremen- to do consumo de café solúvel, que produz maior número de xícaras pe- lo mesmo quantidade de café verde que o café preparado à maneira tra-
dicional.
O problema hoveria de preocupar também a indústria do café naquele país e, no verdade, preocupou. As- sim, no reunião dos diretores do Na- tional Coffee Associotion, realizado em Saint Louis, foram aprovadas re- comendações feitas pela Comissão
de Pesquisas daquela organização, referentes à execuçõo de projeto de pesquisa em largo escola junto aos consumidores dos Estados Unidos para descobrir, se possível, 0'5 razões
I
COMERCIO E ' TERIOR 00 BRASIL• •
I:M Nlll.tlOlS Ol OOL",AES • 19~6-I!U.1
---,-,-,--,-,
, -+-++-t-. .
,
• ,
, ..
~ ,'"pelas quais o consumo do café no oaís deixou de acompanhar o ritmo
de crescimento da renda disponível e da população.
FABRICA BANGú
Nos últimos 5 onos e no 1.° tri- mestre dêste, os quantidades torra- dG'S nos Estados Unidos. em sacos de 60 quilos, foram as segu intes, de
acôrdo com os levantomentos do U . S. Bureau of Census:
ANOS
1"6
....
, , ,.
, ....1957 ' , , , , , ,
.
,.
,...
1958
...
1959 ... .. , ..
1960 ' , , .... ,
...
,.
,1961 ( 1.0 trlm,) . .
SACAS
20 263 000 20 321 000 20 937 000 21 698 000 21 895 000 5 928 000
DAS QUÃIS
PARA
SOLÚVEL
3 149 000 3 336 000 3 492 000 3 744 000 3 999 000 1 081 000
,
EX"JA tiA OUREL.L.A
o MUNDO FINANCEIRO
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E CORRETAS
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