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IMPLICAÇÕES DA ESPIRITUALIDADE

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Academic year: 2021

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I

MPLICA

ÇÕ

ES

DA

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SPIRITUALIDADE

NA

PR

Á

TICA

CL

Í

NICA

NUPES – Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde

Faculdade de Medicina

Universidade Federal Juiz de Fora

(2)
(3)

“(...) se carece principalmente de religião: para se desendoidecer, desdoidar. Reza é que sara da loucura. No geral. Isso é que é a salvação -da-alma... Muita religião, seu moço! Eu cá, não perco ocasião de religião. Aproveito de todas. Bebo água de todo rio... Uma só, para mim é pouca, talvez não me chegue. Rezo cristão, católico, embrenho a certo;

e aceito as preces de compadre meu Quelemém, doutrina dele, de Cardéque. Mas, quando posso,

vou no Mindubim, onde um Matias é crente, metodista: a gente se acusa de pecador, lê alto a Bíblia, e ora, cantando hinos belos deles. Tudo me

quieta, me suspende. Qualquer sombrinha me refresca.”

Guimarães Rosa

Grande Sertão: Veredas

(4)

É POSSÍVEL INVESTIGAR?

(5)

ESPIRITUALIDADE: LACUNA CLÍNICA

Achados consistentes

 Altos níveis de importância da R/E por pacientes, clínicos e educadores medicos

 Baixos níveis de abordagem da R/E na prática clínica ou educação médica

 110 idosos em clínica de reabilitação (Brasil)

 87% gostariam que seus médicos abordassem R/E  8% forma questionados sobre R/E

 Idosos em tratamento de depressao e ansiedade (EUA)

 77% gostariam de incluir R/E

5

Arch Int Med 159:1803-6, 1999 Medical teacher 33:339-40, 2011 J Rehab Med 43:316-22, 2011

(6)

O

PACIENTE

GOSTARIA

DE

RECEBER

ASSISTÊNCIA

ESPIRITUAL

/

RELIGIOSA

?

(7)

ESPIRITUALIDADE: LACUNA CLÍNICA

RAZÕES

 Desconhecimento das evidências  Falta de treinamento

 Influência de autores ou teorias que

desqualificam ou “patologizam” a R/E

 Mitos históricos de um conflito perene entre

ciência/medicina e religião

 “religiosity gap”

 Rivalidade institucional entre medicina e

religiões

7

World Psychiatry. 2013;12:26-32 Am J Psychiatry. 2007;164:1825-31

(8)

RELEVÂNCIA

 Recomendações para integrar R/E:

 American College of Physicians  American Medical Association  World Health Organization

 Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations

 Seções dedicadas a R/E:

 World Psychiatric Association

 American Psychological Association  American Psychiatric Association  Royal College of Psychiatrists

(9)

IMPLICAÇÕES CLÍNICAS

 Pacientes têm necessidades espirituais  Carência de treinamento na área

 Profissionais desconfortáveis

 Risco de de abordagem inadequada

 Necessidade de conhecer o contexto cultural e

religioso dos pacientes

 Impactos negativos da R/E

 Rigidez, intolerância, pensamento mágico, oposição a

(10)

 “consciência humana implica o

crescimento de nossa subjetividade, integrando esses três aspectos ”

 “psiquiatria contemporânea é

substancialmente comprometida por um viés antiespiritual”

 “Perspectivas materialistas predispõem

os indivíduos a assumirem uma visão de separação que compromete o bem-estar tanto dos profissionais de saúde mental quanto de seus pacientes.”

(11)

IMPACTO DE COLETAR

HISTÓRIA ESPIRITUAL

 118 pac. oncológicos ambulatoriais  Duração: 5 a 7 minutos

 ↓ depressão e QV e qualidade do cuidado

Int’l. J. Psychiatry in Medicine 35: 329-47, 2005

 3.141 pac. clínicos internados  41% desejavam discutir sobre R/E

  40 a 120% avaliar como ótimo o atendimento

recebido

J Gen Intern Med. 2011;26:1265-71

(12)
(13)

FICA

 F – Fé e crença

 Você se considera religioso ou espirtualizado?

 “O que dá sentido à sua vida?"

 Você tem crenças espirituais que te auxiliam a lidar

com o estresse?

 I – Importância e influência

 Qual importância da sua fé ou crença em sua vida?  Suas crenças influenciam o modo em que você se

cuida?

 Qual o papel das suas crenças na recuperação da sua

(14)

FICA

 C - Comunidade

 Você faz parte de algum grupo religioso ou spiritual?

 A – Abordar do cuidado

 Como você gostaria que eu lidasse com estas questões

no seu tratamento?

(15)

HISTÓRIA ESPIRITUAL

COPING RELIGIOSO

Positivo

 Tentei encontrar um

ensinamento de Deus no que aconteceu

 Fiz o que pude e coloquei o resto nas mãos de Deus

 Pensei como minha vida é parte de uma força espiritual maior

 Busquei dar apoio espiritual a outras pessoas

 Me foquei na religião para parar de pensar em meus problemas

 Orei para encontrar uma nova razão para viver

Pedi perdão pelos meus erros

Negativo

 Imaginei o que teria feito para Deus me punir

 Não fiz nada, apenas esperei que Deus resolvesse os problemas para mim

 Pedi a Deus para que faça tudo ficar bem

 Questionei o poder de Deus

 Fiquei imaginando se Deus tinha me abandonado

 Questionei o amor de Deus por mim

 Questionava-me se minha

comunidade religiosa tinha me abandonado

(16)

HISTÓRIA ESPIRITUAL OUTROS TÓPICOS

 Recursos R/E úteis no passado

 Fontes de conflitos espirituais

 Experiências espirituais

 História de R/E ao longo da vida

 Crenças (anti) espirituais

(17)

E

XPERIENCIAS ESPIRITUAIS

Comparação amostras clínicas com não

clínicas (grupos religiosos, espirituais,

parapsicologia)

 Ambos: altos níveis de EA  Clínica:

déficits cognitivos, depressão, ansiedade considera as experiências como negativas

 Não-clínica:

sistema de crenças que dá sentido à EA considera a experiência como positiva

saúde mental , qualidade de vida, espiritualidade

Psychoter Psychosom. 2007;76(1):57-8 J Nerv Ment Dis. 2010;198(11):813-9 Argent Clín Psicol. 2008;17:233-44

(18)

115 subjects with high levels of psychotic and

dissociative experiences

o Low prevalence of CMD (SRQ): 10.4%

•Negative correlation with frequency of full trance (r -0.19; p=0.04)

oGood social adjustment (SAS: 1.85 ± 0.33) oPositive Correlation with:

• full trance: r= -0.283 (p= 0.026)

(19)

D

IRETRIZES PARA AVALIAÇÃO DO

SIGNIFICADO CLÍNICO DE

EA

 Ausência de sofrimento e incapacitação

 Esquema cognitivo e grupo social

 Ausência de comorbidades e outros sintomas de TM

 Negativos e desorganização

 Capacidade de perceber o caráter anômalo da

experiência

 Compatibilidade com alguma tradição

religiosa/espiritual estabelecida

 Controle sobre a experiência

 treinamento

 Crescimento pessoal, altruísmo

(20)

PRINCÍPIOS GERAIS

Centrado no paciente, não prescrever, não

impor

Consciência ternária: física, menal e

espiritual

Clínicos explorarem suas próprias visões de

mundo e história em relação à R/E

Abordagem aberta, não dogmática, com

genuíno interesse e respeitos pelas crenças,

valores e experiências dos pacientes

(21)

INTERVENÇÕES ENVOLVENDO R/E

Abordagem colaborativa explorando

potenciais recursos espirituais benéficos

 Leitura de textos religiosos  Esquemas cognitivos

 Rituais

 Ouvir/assistir programas R/E  Prece, meditação

 Serviço voluntário, frequência atividades

religiosas, maior integração no grupo religioso

(22)

INTERVENÇÕES ENVOLVENDO R/E

Referenciar para recursos R/E na

comunidade

Em caso de conflitos ou visões/práticas

R/E negativas:

 Enfatizar valores universais de todas as fés: justiça, bondade, mor, indulgência, perdão  Conhecer outros grupos ou abordagens na

mesma ou em outras tradições espirituais  Referenciar/contatar capelania ou líder

(23)

INTERVENÇÕES ESPIRITUAIS

 Grupos de discussão de espiritualidade  Psicoterapia modificada para aspectos de

espiritualidade

 Meditação

 Orações, mantras  Práticas de cura

(24)

P

SICOTERAPIAS

ESPIRITUALMENTE

A

DAPTADAS

Revisão sistemática de 46 estudos

 Geralmente TCC com estratégias de R/E

 Usar argumentos racionais religiosos contra crenças

ou pensamentos disfuncionais

 Prece diária ou em momentos de crise  Leitura de textos religiosos

 Discussão de estilos saudáveis de coping em modelos

religiosos

 Depressão, ansiedade, trauma, desesperança, falta de perdão, problemas conjugais e abuso e substâncias

24

(25)

P

SICOTERAPIAS

ESPIRITUALMENTE

A

DAPTADAS

Revisão sistemática de 46 estudos

 Sem efeitos negativos

 Eficácia similar a psicoterapia convencional  Maior eficácia em

↓ sintomas depressivos ↑ bem estar espiritual

 Resultados mantidos após o final do

tratamento

 Terapeuta não religioso pode realizar

psicoterapias espiritualmente adaptada

25

(26)

DESAFIOS FUTUROS

Terapeuta não religioso teve os melhores

resultados em 1 estudo

J Consult Clin Psychol 60:94-103, 1992

Identificar perfil de pacientes que se

beneficia

Componente eficaz?

Investigar outros desfechos

 Satisfação, QV, maturação do caráter...

Limites éticos

Ampliar diversidade cultural dos estudos

(27)

OBRIGADO!

 Tostes JSRM, Pinto AR, Moreira-Almeida A.

Religiosidade/espiritualidade na prática clínica: O que o psiquiatra pode fazer? Revista Debates em Psiquiatria, 3:20-26, 2013.

 Moreira-Almeida A, Koenig HG, Lucchetti G. Clinical implications of spirituality to mental health: review of evidence and practical guidelines. Rev Bras Psiquiatr. 36(2):176-82, 2014.

www.facebook.com/ufjf.nupes

(28)

28

(29)

29

(30)
(31)

CONFERENCISTAS

 Arjan W. Braam, M.D., Ph.D. - Holanda  Lionel Corbett, MD - EUA

 Quirino Cordeiro MD, PhD – Sta Casa SP  Miguel Farias, PhD - Inglaterra

 Anahy Fonseca MD - APRS

 W.L. Alan Fung, MD, ScD - Canadá  Alessandra Lucchetti MD, MSc - UFJF  Giancarlo Lucchetti MD, PhD - UFJF

 Alexander Moreira-Almeida MD, PhD - UFJF  Kenneth Pargament, PhD - EUA

 John Peteet, MD - EUA

 Bernard Janse van Rensburg MD, PhD – África do Sul  Homero Vallada MD, PhD - USP

Referências

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