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Como e quais fatores contribuíram para o governo Lula conquistar o reconhecimento como pai dos pobres e da estabilidade, simultaneamente?

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Academic year: 2021

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Como e quais fatores contribuíram para o governo Lula conquistar o reconhecimento como pai dos pobres e da estabilidade, simultaneamente?

A política fiscal do Governo Lula (2003-2010) – edição de 2007. Eleição do Presidente Lula (2002)

Significado Emblemático: MUDANÇA. Lula apropriou-se (usou a seu favor) do significado histórico do momento.

o Em seu discurso de posse (2002) proferiu 14 vezes a palavra “mudança”. o Jargão no governo: “Nunca antes na historia desse país...”

Simbolizava:

• Rompimento da tradição brasileira histórica de governos dirigidos por representantes das classes dominantes. • Associação do PT com ideais Socialistas: carga de expectativa por transformação política e social.

• Efetiva alternância democrática depois de 40 anos de uma linha de sucessões presidenciais marcadas ou pela não legitimação em processo democrático, ou pela manutenção da mesma base partidária.

Jânio Quadros (UDN – Conservador) = renunciou –> assume Vice: João Goulart (PTB – Viés Socialista) = deposto pela ditadura militar.

Ditadura Militar: sem eleições diretas de 64 a 85.

---movimento das Diretas não vinga pois emenda Dante de Oliveira é derrotada---

Tancredo Neves: foi um dos líderes do MDB (oposição ao antigo Arena), nome escolhido para representar, numa eleição indireta, uma coligação de partidos da oposição reunidos na Aliança Democrática –> Seu Vice José Sarney (foi presidente do Arena). = ganham; Tancredo morre e Sarney assume em 86.

Collor: do partido da base de apoio de Sarney, antigo PFL (atual DEM). Itamar Franco: da mesma legenda de Collor.

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Legado do Governo FHC:

“O estágio de desenvolvimento em que cada país se encontra a cada momento é fruto de seu passado” (pág. 207) Positivo:

• Modernização institucional: em função das diversas reformas efetuadas (fim dos monopólios estatais, privatizações, reforma parcial da previdência, administrativa – estabilidade funcionários, regime jurídico único – aprovação da LRF (ajuste fiscal).

Negativo:

• Dois mega passivos – Divida externa e divida pública. • Aumento da carga tributária.

Temor: dúvidas sobre os rumos da economia.

• Haveria continuidade das reformas implementadas no governo anterior (ainda incompletas)?

• Desconfiança quanto à intenção do governo de adotar uma postura mais conservadora no âmbito monetário e fiscal, necessária a situação advinda de 202 (inflação ascendente, risco-país muito alto, déficit publico de mais de 4% do PIB)

• Governabilidade seria possível (apoio do Congresso), uma vez que o PT tinha uma tradição opositora refratária a alianças (conluio)?

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Conquista da Confiança nacional

1. Nomeou Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, coordenador do programa de governo (tinha formado, durante a campanha eleitoral, pontes em relação ao establishment – ordem já instituída/poder e influência); e, presidente do banco central, Henrique Meirelles, eleito deputado pelo PSDB, cuja biografia fora bem sucedido no campo financeiro

2. Risco-país desabou: de 1500 em 2002, para 500 no final de 2003 – devido a um contexto internacional favorável, sobre o qual falaremos mais depois, e pela mudança da conta corrente.

3. Coalizão governamental: firmou acordos com partidos que não tinham tomado parte oficial na coligação. 4. Aderiu a uma postura fiscal e monetária ortodoxas.

a) aumentou taxas de juros – tendo em vista a inflação do período.

b) Meta de resultado primário superior ao do governo FHC – meta de Superávit primário de 3,75% do PIB para 4,25%.

5. Reformas: encaradas pelo mercado como comprometimento do governo com a continuidade das mudanças engendradas no governo anterior. - na pratica mostraram-se menos ambiciosa do que o prometido

a) Tributaria: tamanho e distorções da carga tributária pareciam impor dificuldades para um crescimento mais vigoroso, por isso a proposta dessa reforma agradou bastante a primeira vista, porém se limitou a renovar a Desvinculação de Receitas da União e da CPMF.

a.1) DRU: Como a maioria das despesas federais está prevista em Orçamento, empenhada ou tem destino fixo (como folha de pagamento e previdência), sem a DRU, o governo ficaria sem margem de manobra, pois ela permite que 20% de toda a arrecadação seja livre de "carimbos", compondo um fundo de investimentos público.

Foi criada em 1994 (governo FHC, ano de implantação do Plano Real), como Fundo Social de Emergência. Virou Fundo de Estabilização Fiscal até 1999, e então DRU.

A Constituição Federal define modalidades de repasses de recursos da União para Estados, Distrito Federal ou Municípios. O art. 159 trata das seguintes repartições tributárias:

Por exemplo, na CF/88, o inciso I define que, da arrecadação com IR e com IPI, 48% deva ser trinchado entre Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (21,5%), Fundo de Participação dos

Municípios (FPM) (22,5%) + 1% também pros municípios, 3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das regiões N, NE e CO.

b) Previdenciária: limitou-se tecnicamente ao aumento do teto do INSS – aumentou a receita a curto prazo, embora a longo prazo aumentaria o déficit atuarial.

Essa ortodoxia monetária + aperto fiscal + situação internacional excepcional = Confiança -> Povo/mercado Feliz (dissipou as demandas por maiores reformas).

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Contexto.

Sucessivos superávits primários acumulados: Critério de desempenho imposto pelo acordo com o FMI + Herança do ajuste fiscal de 99.

Cenário internacional muito favorável¹ +

Aumento notável do superávit comercial². +

Intensificação de políticas vigentes em estado embrionário no governo anterior (subtópicos 4 e 5 do tópico anterior) . =

Simultaneamente pai dos pobres e da estabilidade. 1 Déficit Zero:

A ideia de reduzir o déficit nominal a zero, sempre foi discutida, mas nunca abraçada – foi retomada em 2005 com uma proposta do então Deputado Delfim Neto.

O Governo, entretanto, tende a resistir à proposta por estar nela contida a necessidade de um aumento maior do superávit primário = política fiscal contencionista, e também um engessamento da política monetária = aumento da taxa de juros (já em trajetória cadente)

No período 2003/2006 o déficit nominal público passo de 5% para 3% do PIB. Fases de ajustamento fiscal:

1ª Fase (até 1998): - precede o ajustamento

- divida pública aumenta aceleradamente - risco pais alto

2ª Fase (1999/2003):

- adotam-se medidas do ajustamento (superávit primário aumenta ano após ano) - divida pública cresce menos

- desconfiança persiste

- taxas de juros demoram a ceder

3ª Fase ( há indícios de que o pais tenha ingressado a partir de 2004/2005): - ajustamento dá frutos

- divida pública passa a diminuir - confiança aumenta

- taxas de juros reais começam a cair

Previsão do Giambiagi: Se mantida essa trajetória de diminuição da divida pública, bem como dos gastos com os juros, e continuidade do superavit primário tende-se a atingir um deficit zero; porém não especifica quando.

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2 Situação da economia internacional:

Crescimento mundial médio: 1960 (qdo foi criada a medição) = 4,7% 2003/2007 = 4,9% a.a.

Crescimento médio do PIB.

Período Mundo Brasil

1991/2000 3,3% 2,5% 1995/2002 3,6% 2,3% 2003/2007 4,9% 3,5%

Embora o Brasil tenha experimentado uma recuperação em relação ao padrão de crescimento em relação a anos anteriores seu desempenho ficou abaixo de países considerados emergentes. O crescimento brasileiro no período 2004/2007 só ficou acima do México e do Paraguai.

OBS: Tabela 8.2

Elementos marcantes na economia internacional pós 2003: - A expansão da demanda mundial

- Abundancia de liquidez no mercado, resultado de uma taxa de juros baixa nos EUA, o que tornou os nossos juros altos atrativos para investimentos externo.

- Elevação dos preços das commodities, incentivada pelo crescimento da economia Chinesa. - Aumento dos índices dos preços externos em geral.

- Elevação das cotações dos produtos básicos e semifaturados aumentaram em 50% o Índice de Preços Médio das Exportações Brasileiras, no período de 2002/2007.

Melhora dos preços das exportações + aumento quântico das vendas externas = Superávit em conta-corrente (comercial) ² Superávit em conta-corrente + investimento estrangeiros = Diminuição do endividamento externo.

Entre 2002/2007: divida externa diminuiu em US$35 bi + reservas internacionais de US$ 72 bi = - US$107 bi de divida externa, ou seja, a divida externa que era de US$ 173 bi passou para cerca US$ 66 bi. Com isso (reservas internacionais > divida externa) o setor público brasileiro se torna credor liquido.

O Brasil soube aproveitar essa situação de bonança. Ao contrário de ocasiões anteriores nos quais, dada a disponibilidade de financiamento externo, o pais adquiriu déficits importantes, dessa vez decidiu diminuir sua exposição a riscos externos. Por isso, talvez, ele não tenha crescido tanto quanto os outros países emergentes, porém observou-se que o país não foi tão afetado pela crise em 2008.

3 Despesa com juros:

Taxa de juros nominal X Taxa de juros real:

o Nominal: Para demonstrar os efeitos da inflação no período analisado

o Real: o efeito inflacionário não existe, por isso ela tende a ser menor que a taxa nominal. Varia de acordo com a inflação, porque ela esta na sua equação mas de modo a se deduzir.

(1 + r) = (1 + in) / (1 + j) Taxa nominal Taxa real. Taxa inflacionária.

Desinflação: verificada a partir de 2003, similar ao ocorrido no período de estabilização (95/98), porém sem as incertezas e

desequilíbrios daquela época que levaram a um súbito aumento dos preços entre 1999 – 2002, principalmente porque o cambio estava fortalecido (dez/2002- 1US$=3,50 reais ~> 2003/2006 – 1US$ = 2,14)

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Média da Taxa de juros nominal caiu.

Média da Taxa de Juros reais entre 2003/2006 foi ligeiramente maior do que a média entre 99/02

1º motivo: 99/02 = 10,1% - juros artificialmente reprimidos pelo surto inflacionário de 2002 (para resguardar o poder de compra da população? – pois em épocas de inflação há na verdade uma tendência ao aumento dos juros).

03/06 = 11,3% - tendência a queda notada a partir de 2005, como resultado natural da queda da inflação.

2º motivo: A queda da inflação no período 2003/2006 foi mais expressiva do que a diminuição da Selic nominal.

(explicação Lekinha)

Despesa nominal com juros diminui graças à cadência da taxa de juros nominal e da relação divida/PIB. 2002 = 7,7% do PIB;

2004/2006 = em torno de 7%.

Fluxo de despesa de juros reais: oscilante, fruto do próprio vai-e-vem da inflação. 4 Dívida pública:

Governo FHC: De 30% PIB (inicio do plano real) para mais de 50% no final dos 8 anos de FHC. Estabilização 95-98 = restrição orçamentária fraca (Alto endividamento).

Ajuste Fiscal 99 = apesar da adoção de restrição orçamentária rígida para cumprir os compromissos com o FMI, a super desvalorização cambial e estagnação do PIB – provocados pela crise internacional do período (2001-2002) – contribuíram para aumentar a relação divida/PIB.

Governo Lula: priorizou reverter essa trajetória crescente de endividamento.

o Política monetária rigorosa, a curto prazo, conspirava contra: juros altos (aumenta a despesa com juros) + baixo crescimento do PIB.

o Mudanças que contribuíram para a reversão da trajetória de crescimento da dívida pública: A partir de 2004 Taxa de juros real começa a ceder.

Efeito dos superávits primários (cada ano superior entre 2003 e 2005) fez-se notar. Valorização da taxa de cambio fez derreter o valor real da dívida externa.

Maior crescimento do PIB = diminuiu a relação divida/PIB.

Reversão da trajetória: dívida liquida do setor público cedeu de mais de 52% do PIB em 2003 para 45% do PIB em 2007. Lentidão da queda: Taxa de juros real foi muito alta no período (só começa a ceder em 2005).

Crescimento não foi tão grande quanto o esperado.

A diminuição da despesa financeira com juros só ganha velocidade pela incidência acumulada de juros menores sobre a dívida (no início, embora os juros caiam, o montante da divida ainda é muito grande).

Mudança na composição e características da divida pública: Era: Cara (juros altos?)

fortemente indexada com os juros da SELIC De curto prazo.

o A divida externa (parcela da divida pública vinculada a taxa de cambio), diminuiu, de modo que desapareceu a insegurança com a possibilidade de uma desvalorização do real significar um aumento exorbitante da divida publica. Assim a Taxa de câmbio deixou de ser fonte de instabilidade fiscal e financeira.

o 40% da divida pública passou a ser composta por títulos pré-fixados (em 2007): a rentabilidade é pré determinada no momento da compra, é dada pela diferença entre preço da compra e pelo preço no momento do vencimento, não é corrigido por nenhum indexador.

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o Desse títulos pré-fixados, os de longo prazo, vem ganhado participação significativa, sendo emitidos regularmente pelo Tesouro Nacional, títulos de até 10 anos de resgate, com rentabilidade nominal de 12%.

o Tanto dos títulos pré-fixados quanto dos com taxas reais, a indexação à taxa Selic tem tido perda de participação, diminuindo de 65% do total em 2002, para 35% em 2007, o que minimiza o impacto, em termos fiscais, de eventuais mudanças nas taxas de juros de curto prazo na divida pública.

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O Gasto Público (aumentou gastos sem aumentar dívida/PIB)

Apenas em 2003 houve contração do gasto público. De modo geral Lula repetiu o padrão do FHC: - elevação da carga tributária + aumento da despesa primária/PIB.

As despesas primarias do governo era de 14% do PIB em 1991 e alcançou cerca de 22% do PIB ; ou seja aumentou 8% em 16 anos.

A despesa com OCC subiram 0,7% do PIB, sendo o aumento mais expressivo com gastos do FAT, benefícios assistenciais do LOAS e RMV (em função do aumento do salário mínimo) e com subsídios e subvenções. - O Brasil continuou aumentando de tamanho, se medido pelo peso das despesas primarias no PIB. - Manteve o padrão de elevação da pressão do gasto no PIB

- As despesas correntes continuaram maiores que as despesas de investimento. Investimentos < FHC que por sua vez foi 2/3 < Collor/Itamar < anos 80.

Lógica evidenciada na deterioração da infra-estrutura em diversos campos da vida nacional (transporte aéreo, estradas, energia...).

Assistencialismo na frente do investimento econômico.

_________________________________________________________________________________________________ Como e quais fatores contribuíram para o governo Lula conquistar o reconhecimento como pai dos pobres e da estabilidade, simultaneamente?

Resp. A analise do capítulo propõe compreender os resultados obtidos durante o 1º governo Lula como

congruência entre o contexto vivido (pós políticas reestruturadoras iniciadas no governo imediatamente anterior (estabilização e ajuste fiscal), em um cenário econômico favorecido pelos boa fase internacional) e o modelo de gestão fiscal adotada pelo governo.

Contexto permitiu Agradar a maioria da população pelo assistencialismo, ao mesmo tempo em que bons resultados econômicos controlaram favoravelmente os grandes agregados (inflação, taxa de juros e desemprego), refletindo em preços estabilizados, conquistando às visões mais ortodoxas.

Apoiou o rigor monetário e fiscal ~> Bons ventos internacionais permitiram contrair despesas sem comprometer demais a relação divida PIB (já que o PIB aumentou) = permitiu atender compromissos eleitorais, priorizando:

• Aumentar o poder aquisitivo do salário mínimo. 2002/2007: aumentou 43%

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