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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA PARA A REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE EM HOSPITAL DE FEIRA DE SANTANA

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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA PARA A

REDUÇÃO DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE

SAÚDE EM HOSPITAL DE FEIRA DE SANTANA

Sandra Maria Furiam Dias(1)

Mestre em Engenharia Civil. Professora Assistente do Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana - Bahia (UEFS). Coordenadora da Equipe de Educação Ambiental (EEA/UEFS) e do Projeto Coleta Seletiva e Reaproveitamento do Lixo Gerado no campus da UEFS.

Larissa Cordeiro Figueiredo

Graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Estagiária da EEA/UEFS. Bolsista PIBIC/CNPq.

Endereço(1): Rua Venezuela, 49 - Capuchinhos - Feira de Santana - BA - CEP: 44035-500

- Brasil - Tel/Fax: (075) 224-8105 - e-mail: smfuriam@uefs.br

RESUMO

Os resíduos sólidos provenientes de serviços de saúde requerem um manejo adequado. A falta de informação sobre o grau de periculosidade e de normas que regem o seu manuseio faz com que se torne alvo de atenções especiais.

Com o objetivo de preservar a saúde pública e o meio ambiente, a Equipe de Educação Ambiental (EEA/UEFS) propôs estudos para a construção de planos que possam minimizar a geração de resíduos infectantes em um hospital de Feira de Santana, utilizando a Educação Ambiental como instrumento principal.

A metodologia utilizada constou de:

• visitas “in loco” no hospital alvo;

• Identificação do tipo de serviço;

• Locais de geração dos resíduos, perfil dos profissionais, rotina atual do gerenciamento dos resíduos, avaliação qualitativa e quantitativa dos resíduos;

• Planejamento das ações de educação ambiental, reunião com funcionários e profissionais de saúde, oficinas participativas, elaboração de proposta que proporcione a minimização dos resíduos a partir das discussões em grupo.

Através da avaliação qualitativa dos resíduos produzidos observou-se que no hospital, dos 52 ambientes existentes 49 produzem o resíduo comum, em quantidades variáveis. A cozinha, é responsável por 63% do total dos resíduos infectantes produzido pelo hospital, por serem acondicionados junto com resíduos infectantes.

Conclui-se que se houver uma sensibilização e capacitação do pessoal envolvido nos serviços de saúde poderá haver uma diminuição da produção de resíduos, haverá uma segregação correta e consequentemente a minimização dos resíduos infectantes.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduos de Serviços de Saúde, Educação Ambiental, Resíduos

Sólidos.

FOTOGRAFIA NÃO DISPONÍVEL

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INTRODUÇÃO

Qualidade em saúde e ambiente saudável são duas entraves que caminham lado a lado com certo grau de dependência e que também são diretamente proporcionais à eficácia efetivada no manejo do lixo. “Sem dúvida, a qualidade de vida não exclue a qualidade do meio ambiente e vice-versa, pelo contrário, cada uma delas condiciona a outra, porque é difícil imaginar uma boa qualidade de vida sem uma boa qualidade do meio ambiente”, para tanto “(...)” ajudar as pessoas a estarem informadas sobre as questões ambientais e, sobretudo, conseguir formar indivíduos competentes e responsáveis, desejosos de intervir de forma individual ou coletiva, para atingir e/ou manter um equilíbrio dinâmico entre qualidade de vida e qualidade do meio ambiente” (HUNGERFORD e PEYTON, 1992). Com o novo perfil das políticas de saúde no Brasil diante do conceito de saúde atrelado à qualidade de vida e não à ausência de doença, tem a qualidade ambiental uma grande importância devido a esta íntima relação.

O gerenciamento de resíduos em serviços de saúde tem sido alvo de grande interesse pressupondo que para atingir um elevado nível de assistência médico-hospitalar certamente inclui-se um adequado manejo do lixo hospitalar (KNIESTEDT, 1990). Poderíamos ir além, incluir o gerenciamento adequado dos resíduos como uma condição necessária para se ter saúde e se conseguir a tão almejada integralidade, universalidade e intersetorialidade propostas pelos princípios do Sistema Único de Saúde da lei orgânica no 8.080, efetuando mais um passo da reforma sanitária, diante desse novo e polêmico conceito de saúde.

Um eficaz gerenciamento de resíduos em serviços de saúde é a maneira mais simples de se eliminar os seus riscos potenciais que atingem a saúde pública e o meio ambiente, saber como lidar com esse tipo de lixo e buscar alternativas viáveis e seguras para o seu processamento é uma atitude que está além do exercício da responsabilidade e cidadania, mas também, significa o crescimento de uma consciência ambiental levados a uma reflexão crítica sobre causa-efeito-solução, deixando de lado o papel de objeto do sistema para ser sujeito de mudanças.

Para este alcance é necessário despertar a consciência dos profissionais de saúde que trabalham no foco gerador, estabelecer as rotinas através das normas de identificação, separação acondicionamento, as quais serão fator de proteção a pacientes e profissionais, e por fim, controlar o fluxo interno, revelando a necessidade de um “gerente de resíduos” (KNIESTEDT, 1990).

FIGUEIREDO e DIAS, (1997), demonstrou que há um desconhecimento sobre normas e rotinas do gerenciamento desse tipo de resíduo pelos enfermeiros, um fato que justifica a precariedade do seu manejo em serviços de saúde de Feira de Santana, comprovado por FIGUEIREDO e DIAS, (1997) com uma pesquisa que envolveu 60 estabelecimentos prestadores de serviços de saúde entre: farmácias, clínicas médicas, clínicas veterinárias, clínicas odontológicas, postos de saúde, maternidades e hospitais. Uma verdadeira exposição da falta de conhecimento e sensibilização para com as questões ambientais e de saúde pública, pois demonstrou que a maioria dos procedimentos realizados no manejo dos resíduos de serviços de saúde em Feira de Santana não correspondem ao preconizado pelas normas técnicas da ABNT. Concluindo que além da falta de instrução técnica por parte dos auxiliares

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de limpeza há tembém descompromisso com o serviço, comprometendo a qualidade em detrimento da higiene e segurança no processamento dos rejeitos.

A negligência assusta ainda mais quando observa-se a periculosidade dos resíduos de serviço de saúde sendo multiplicada pela presença descontrolada desses rejeitos em locais inadequados, aumentando o risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente(FILHO 1994).

Com objetivo de preservar a saúde pública e o meio ambiente e, considerando o baixo custo das ações preventivas a Equipe de Educação Ambiental propôs planos para minimizar a geração de resíduos infectantes em um hospital de Feira de Santana. As estratégias que conduzem a minimização dos resíduos infectantes devem estar esclarecidas no Plano de Gerenciamento de resíduos sólidos segundo CONAMA Nº5, com o objetivo de assegurar ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos, bem como a proteção do meio ambiente.

RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Os resíduos perigosos gerados em estabelecimentos de saúde representam um grave problema que incide na alta taxa de doenças infecciosas que registram os países da América Latina. Seu potencial patogênico e a ineficiência do seu manejo, aí incluídos a geração, o manejo, a segregação inadequada e a falta de tecnologia para o seu tratamento e disposição final, constituem um risco para a saúde da comunidade hospitalar e da população em geral (CENTRO PAN-AMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E CIÊNCIAS DO AMBIENTE, 1997).

A NBR 10 004 classifica os resíduos em três classes: classe I, chamados perigosos, classe II, não inertes e classe III denominados de inertes.

Resíduo classe I - Perigosos são aqueles que apresentam periculosidade, isto é risco à saúde, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças - ou risco ao meio ambiente quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma incorreta. Ou apresentar uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade.

Portanto segundo a norma NBR - 10 004, os resíduos gerados em serviços de saúde são de origem hospitalar e classificados como classe I por apresentar, característica de periculosidade.

A NBR 12 808 classifica os resíduos de serviços de saúde em três tipos: infectantes, especial e comum. Essa classificação está resumida na Tabela 01. Todos os resíduos descritos na tabela são gerados em hospitais com exceção do resíduo animais contaminados e rejeitos radioativos.

Dentre os resíduos de serviços de saúde, atenções especiais se voltam para os resíduos da “classe A”, ou melhor, resíduos infecciosos segundo o que propõe o “Guia para el manejo interno de residuos sólidos en centros de atención de salud” (CENTRO PAN-AMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E CIÊNCIAS DO AMBIENTE, 1997.), classificando-o como aqueles gerado durante as diferentes etapas do atendimento de saúde (diagnóstico, tratamento imunizações, pesquisas, etc.) que contém agentes patogênicos.

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Representam diferentes níveis de perigo potencial conforme o grau de exposição aos agentes infecciosos que provocam as doenças.

Para o resíduo da classe B, considerado especial, confere um acondicionamento compatível com suas características físico-químicas de forma a não sofrer alterações que comprometam a segurança durante o armazenamento e o transporte (o recipiente tem que ser identificado de forma visível e indelével com o nome da substância ou resíduo, sua concentração e principais características físico-químicas).

Tabela 01 - Resumo da classificação dos resíduos de serviços de saúde conforme NBR - 12 808/91.

TIPO DEFINIÇÃO EXEMPLOS

A.1 - Biológico

Cultura, vacinas vencidas, mistura de microorganismos proveniente de laboratório clínico, filtro usado em áreas contaminadas e qualquer resíduo contaminado por estes materiais

A.2 - Sangue e hemoderivados

Bolsa de sangue após transfusão, com prazo vencido ou sorologia positiva, amostra de sangue para análise, soro, plasma e outros sub -produtos.

A. RESÍDUOS INFECTANTES

A.3 - Cirúrgico, anatomopatológico e

exsudato

Tecido, órgão, feto, peça anatômica, sangue e outros líquidos orgânicos resultantes de cirurgia necropsia e resíduos contaminados por estes materiais

A.4 - Perfurante ou cortante

Agulha, ampola, pipeta, lâmina de bisturi e vidro

A.5 - Animal contaminado

Carcaça ou parte de animal inoculado, exposto à microorganismos patogênicos ou portador de doenças infecto-contagiosas, resíduos que tenham entrado em contato com este.

A.6 - Assistência ao paciente

Secreções excreções e demais líquidos orgânicos procedentes de pacientes, bem como os resíduos contaminados por estes materiais, inclusive restos de refeições.

B.1-Rejeito radioativo

Material radioativo ou contaminado com radionuclídeos proveniente de laboratório de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia.

B. RESÍDUO ESPECIAL

B.2 - Resíduo farmacêutico

Medicamento vencido, contaminado, interditado ou não utilizado.

B.3 - Resíduo químico perigoso

Resíduo tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo, reativo, genotóxico ou mutagênico.

C. RESÍDUO COMUM Não se enquadram em A e B e por sua semelhança aos resíduos domésticos,

não oferecem risco adicional a saúde.

Resíduo de atividade administrativa, varrição, limpeza de jardins e restos alimentares que não entraram em contato com pacientes.

METODOLOGIA

A metodologia do trabalho compreendeu as seguintes etapas:

• Diagnóstico inicial onde foi identificado o tipo de serviço oferecido pelo hospital, locais de geração dos resíduos, perfil dos profissionais, rotina atual do gerenciamento dos resíduos.

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• Caracterização dos Resíduos gerados no Hospital. A caracterização visou quantificar e qualificar o lixo gerado no hospital, afim de se obter a produção dos resíduos, peso específico (razão do peso do resíduo em kilogramas pelo volume em m3), produção de resíduos pelo número de leitos ocupados (razão do peso do resíduo em gramas pelo número de leitos ocupados no dia).

• Planejamento das ações de educação ambiental.

• Planejamento participativo da nova proposta de gerenciamento

• A metodologia para a construção da proposta de gerenciamento dos resíduos gerados mo hospital compreendeu as seguintes etapas:

• Realização de oficinas para o treinamento dos funcionários da limpeza, auxiliares de enfermagem e enfermeiras ( padronização de procedimentos ).

• Identificação de todos os acondicionadores existentes no hospital, segundo critério de segregação: resíduo comum e resíduo infectante.

• Identificação e separação das áreas de armazenamento externo.

• Distribuição de folderes sobre as normas de acondicionamento, transporte, coleta e armazenamento externo, além de ser um veículo de divulgação e sensibilização quanto a problemática do lixo.

• Implementação experimental do plano.

• Acompanhamento do processamento dos resíduos, coleta de dados.

• Avaliação: caracterização

RESULTADOS

Das três visitas “in loco” realizadas no hospital geral, foi possível realizar um diagnóstico segundo tipo de serviço prestado, perfil dos profissionais, local de geração dos resíduos e tipo de resíduo segundo classificação da NBR 12808, rotina atual do gerenciamento dos resíduos, o ciclo do lixo dentro da unidade geradora. Os resultados obtidos estão resumidos abaixo:

Quanto ao tipo de serviço:

• Atendimento clínico e cirúrgico emergencial ou eletivo

• Serviço laboratorial

• Unidade de internamento clínico e cirúrgico

• Maternidade

• Unidade de Terapia intensiva

• Traumatologia e ortopedia

• Isolamento

• Pediatria: internamento clínico e cirúrgico.

Local de geração de resíduos:

• Recepção, administração e almoxarifado

• Cozinha e refeitório

• Emergência, clínicas, Raio X e laboratório

• Centro cirúrgico, Maternidade, berçário

• Isolamento e UTI

• Expurgos

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• Enfermarias clínicas, cirúrgicas ou pediátricas

• Apartamentos

• Postos de enfermagem

Perfil dos Profissionais segundo cargo que ocupam:

• Funcionários de limpeza, higienização, da cozinha, serviço administrativo e almoxarifado

• Auxiliares de Enfermagem, Enfermeiros e Médicos.

• Gerentes e diretores.

Rotina do gerenciamento de resíduos sólidos: Geração e segregação

• Os funcionários são treinados e capacitados para segregar adequadamente e reconhecer o sistema de identificação (acondicionadores segundo tipo de resíduo).

• Os acondicionadores estão sempre próximos do local da geração dos resíduos, são em sua maioria com tampa móvel à pedal.

• Os resíduos perfuro-cortantes são separados e acondicionados em caixa padronizados , de papelão com alça para transportar, de cor amarela.

Acondicionamento

• Os resíduos do tipo infectantes são acondicionados em saco branco leitoso com sinalização: “lixo hospitalar”.

• resíduo perfuro-cortante é acondicionado em caixas rígidas padronizadas.

• Os resíduos de medicamentos não utilizados, vendidos ou interditados, não controlados são desprezados na mesma caixa de perfuro-cortantes; já os medicamentos controlados retornam a farmácia do hospital para que seja feito o controle pelo órgão de Vigilância Sanitária. Na farmácia estes resíduos são colocados em caixas, identificadas com as substâncias e a quantidade.

• resíduo comum é colocado em sacos brancos como faz-se com os resíduos infectantes, inclusive os resíduos da cozinha.

Coleta e Transporte

• Não há coleta diferenciada, é única para todo o hospital. Feita segundo prioridades: uma rotina que começa pela recepção e modifica o seu andamento devido às solicitações das enfermeiras que determinam as prioridades, no entanto convencionou-se de forma a terminar pela parte da UTI e isolamento.

• Os sacos são preenchidos até 2/3 do seu volume total e transportados manualmente de até + 15 kg em sacos de 100 l

• São usados EPI para realizar a coleta: farda, gorro, máscara, luvas de PVC azuis, e botas.

• Todos os resíduos são coletados na sua fonte concomitante com o processo de higienização, são acondicionados em saco branco com sinalização e enviados ao local de armazenamento sem circular pelos corredores do hospital, mas sim por áreas externas que comunicam uma unidade a outra.

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Armazenamento

• local de armazenamento é uma área aberta com piso de difícil limpeza, onde ficam tonéis brancos e sinalizados insuficiente para a geração dos resíduos, pois muitos sacos ficam espalhados pelo chão.

• acesso é restrito apenas para os funcionários da limpeza da coleta externa. O acesso para a coleta externa é fácil e único.

• Não há área de armazenamento interno e a coleta das unidades após a primeira limpeza do dia segue segundo a demanda de resíduos.

• ralo existente no local é para receber águas pluviais.

• A iluminação e a ventilação são naturais, não há delimitação do espaço.

• Não há diferentes espaços de armazenamento, ele é único para todos os tipos de resíduos gerados no hospital.

Avaliação qualitativa dos resíduos do hospital (ver tabela 02)

Tabela 02. Avaliação qualitativa dos resíduos do hospital segundo local de geração e características dos resíduos de acordo com a classificação NBR12.808, jan.1993.

Quantidade Local de geração Tipo do resíduo Denominação

2 Recepção C Resíduo Comum

1 Administração C Resíduo Comum

4 Banheiros externos C Resíduo Comum

4 Conforto médico C Resíduo Comum

1 Raio X C Resíduo Comum

1 Esterilização C Resíduo Comum

1 Refeitório e dispensa C Resíduo Comum 1 Sala de ortopedia A3 e A6 Resíduo infectante 1 Sala de gesso A3 e A6 Resíduo infectante

3 Consultórios A3, A6 e C Resíduo Infectante, Resíduo Comum 1 Cozinha A6 e C Resíduo Infectante, Resíduo Comum 1 Farmácia A4, B2, B3 e C Resíduo Infectante, Farmacêutico e Comum 4 Postos de

enfemagem

Todos entre A, B2, B3 e C, exceto A5

Resíduo Infectante, Resíduo Farmacêutico, Químico e Resíduo Comum

2 Laboratório A1, A2, B2 e C Resíduo infectante, Farmacêutico e Comum 1 Banco de sangue A1, A4 e C Resíduo infectante Resíduo Comum 1 Centro cirúrgico Todos entre A, B2,

B3 e C, exceto A5

Resíduo infectante, Resíduo Farmacêutico, Químico e Resíduo Comum

10 Enfermarias A1, A2, A3, A6 e C Resíduo infectante Resíduo Comum 8 Apartamentos A1, A2, A3, A6 e C Resíduo infectante Resíduo Comum 4 Expurgos Todos entre A, B2,

B3 e C, exceto A5

Resíduo infectante, Resíduo Farmacêutico, Químico e Resíduo Comum

1 Lavanderia Não gera resíduo

Avaliação quantitativa dos resíduos do hospital

Os dados quantitativos do lixo gerado no hospital foram obtidos através de seis amostragens realizadas em dias diferentes, onde foi separado apenas o resíduo comum proveniente de sete áreas que produzem apenas esse tipo de resíduo. Durante esses dias os leitos ocupados no hospital variaram de 14 a 19 leitos, média de 16,8 leitos. A tabela 03 mostra os valores médios obtidos nas seis amostragens realizadas. A tabela 04 mostra os

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valores médios do peso, peso especifico, volume e produção por leito ocupado, obtidos na caracterização do lixo gerado na cozinha do hospital.

Tabela 03 - Caracterização do lixo do hospital (média de 6 amostragens).

TIPO DE LIXO COMUM ( C ) INFECTANTE ( I ) C + I

PESO (g) 5.633,30 106.900,70 112.533,30

VOLUME (l) 133,30 1.450,00 1.583,30

PESO ESPECIFICO (kg/m3) 29,00 60,50 89,50

PRODUÇÃO (g/leito ocupado) 230,40 5.473,23 5.703,63

C - Resíduo comum - apenas os resíduos produzidos nas recepções, setor administrativo e banheiros externnos. O restante foi considerado infectante.

I - Resíduo infectante

Tabela 04 - Caracterização dos resíduos da cozinha (média de 3 amostragens).

TIPO DE LIXO COMUM ( C ) INFECTANTE ( I ) C + I

PESO (g) 65.700,00 4.633,00 70.333,00 VOLUME (l) 566,70 80,00 646,70 PESO ESPECÍFICO (Kg/m3) 144,20 57,60 201,80 PRODUÇÃO CAPITA (g/leito ocupado) 4.197,60 291,10 4.488,70

A média do peso total de resíduos gerados no hospital alvo por dia sem efetuar segregação na fonte foi de 112.533,30g/dia. A média do peso específico: 89,5kg/m3/dia. A média da produção por leito ocupado por dia é: 5.703,63g/leito.dia.

Observa-se pelos dados obtidos nas tabelas 03 e 04 que pela forma como o hospital gerencia seus resíduos (sem qualquer segregação e misturado no destino final) os mesmos são considerados infectantes. Havendo segregação, acondicionamento e destino final adequado de acordo com sua classificação pode-se reduzir em 66,3% o resíduos infectantes gerado no estabelecimento.

Observa-se também que a cozinha é responsável por 63% de todo o lixo produzido no hospital e que apenas 6,6% do lixo gerado na cozinha e infectante.

Avaliação quantitativa dos resíduos após implantação do plano gerencial.

A Tabela 05 mostra os valores médios da produção de resíduos, peso específico e produção por leito ocupado após separação do resíduo comum do infectante. Observou-se que dos 52 ambientes existentes no hospital, 49 produzem o resíduo comum, 14 do total de ambientes produzem apenas o resíduo comum. Lembrando que todo o resíduo da cozinha infectante ou não é acondicionado junto ao resíduo infectante dos outros setores do hospital, tornando-o também resíduo infectante. Além disso, os valores médios da produção per capita total dos resíduos infectantes e dos resíduos da cozinha demonstram que após uma segregação efetiva dos resíduos, a produção por leito ocupado do resíduo infectante reduz-se em 65%, Tabela 06.

Tabela 05 - Caracterização dos resíduos após implementação do plano gerencial (média de três amostragens) .

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TIPO DE LIXO COMUM ( C ) INFECTANTE ( I ) C + I

PESO (g) 89.600,00 37.900,00 127.500,00

VOLUME (l) 550,00 1.400,00 1.950,0

PESO ESPECÍFICO (kg/m3) 240,80 27,10 267.9

PRODUÇÃO (g/leito ocupado) 4.715,80 1.994,70 6.910,5

Tabela 06 - Redução do resíduo infectante do hospital alvo segundo as variáveis da caracterização após segregação incluindo a separação do resíduo da cozinha.

CARACTERIZAÇÃO Antes (100%) Após segregação Redução

PESO (g) 112.533,00 37.900,00 66,3%

VOLUME (l) 1.583,30 1.400,00 11,6%

PESO ESPECÍFICO (kg/m3) 89,50 27,10 60,5%

PRODUÇÃO (g/leito ocupado) 5.703,63 1.994,70 65,0%

A educação ambiental se faz presente desde o momento em que os sujeitos envolvidos nesta pesquisa puderam identificar, definir problemas ambientais, coletar e organizar informações, gerar soluções alternativas, desenvolver e gerar um plano de ação. O sucesso do gerenciamento do lixo em hospitais depende da participação efetiva de funcionários sensibilizados com as questões ambientais e também de uma infra-estrutura para acondicionamento, sinalização, transporte e de armazenamento interno e externo dos resíduos. Segundo DIAS, G., 1994, acredita-se que somente fomentando a participação do grupo ou comunidade, de forma articulada e consciente, através do programa de educação ambiental atingiremos nossos objetivos. Para tanto, ele deve prover os conhecimentos necessários à compreensão do seu ambiente, de modo a suscitar uma consciência social que possa gerar atitudes capazes de afetar comportamentos.

CONCLUSÃO

A viabilidade de projetos como esse não se enquadram dentro das prioridades dos problemas nas instituições de saúde, mesmo em vista de suas vantagens, pois a relação custo benefício é altamente positiva, pois programas educacionais, armazenamento de recicláveis, compostagem do resíduo orgânico, entre outros beneficiamentos de resíduo são alternativas baratas, que promovem um desenvolvimento sustentável, além disso a minimização dos resíduos infectantes facilita a busca para melhores formas de tratamento do resíduo perigoso (infecciosos e especiais).

Na medida em que o desenvolvimento sustentável e a conservação biológica tem surgido como temas importantes na década de oitenta, torna-se mais evidente que o progresso econômico e social deve basear-se em uma estratégia de desenvolvimento que maneje os recursos naturais para assegurar a sua disponibilidade a longo prazo. Na maioria dos casos, o manejo eficaz dos recursos depende do apoio e da cooperação de um público bem informado ( WOOD e WOOD, 1990.). É assim que a educação ambiental torna-se a base para a implementação de um bom gerenciamento de resíduos sólidos, especialmente em serviços de saúde, afinal ela pode ser adequada a realidades específicas.

“O lixo hospitalar uma vez gerado e descartado não trás consigo o término de um problema, mas sim o início de um processo que deve, cada vez mais ser alvo de discussões para a busca de melhores normas e procedimentos a fim de que o mesmo, já

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encaminhamento e, por conseqüência, um destino final seguro”( KNIESTEDT,1990).É assim que a minimização dos resíduos em serviços de saúde tem uma importância significativa na procura de melhores condições de segurança no trabalho e do trabalhador, no encaminhamento desses resíduos, segundo as novas propostas de segregação.

Pelos dados obtidos no Hospital, conclui-se que é possível reduzir significativamente a quantidade de resíduos que necessitam de tratamento especial (lixo infectante) e, que o maior gerador de resíduos dentro do hospital é a cozinha, onde foi observado que o resíduos é, em sua maioria, de origem orgânico e portanto pode passar pelo processo de compostagem, diminuindo assim a área de aterro para sua disposição final.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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saúde: terminologia .Rio de Janeiro :ABNT, jan. 1993.

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saúde: procedimento .Rio de Janeiro :ABNT, jan. 1993.

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6. CENTRO PAN-AMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E CIÊNCIAS DO AMBIENTE.

Guia para el manejo interno de residuos sólidos en centros de atención de salúd Tradução de Carol

Castillo Arguello. - Brasília: DF : Organização Pan Americana de Saúde, 1997. 7. CONAMA, Resolução nº 5 de 5 de agosto de 1993.

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ambiental. Programa Internacional de Educação Ambiental UNESCO-PNUMA, CYAN: Madrid,

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