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ALFANEWS. perda fetal. Aspectos psicológicos da

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ALFA

Informativo do Projeto ALFA – Aliança de Laboratórios de Fertilização Assistida | Volume 2 | Número 2 | Ano 2013

NEWS

Aspectos psicológicos da

perda

(2)

MSD Fertilidade

Ajudando você

a ajudar que as

famílias cresçam

MC 423/12 03-2014-GEN-12-BR-423-J WOMN-1030990-0000 IMPRESSO EM MARÇO/2012

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alfanews  volume 2  número 3  ano 2013 3

| EDITORIAL

PROJETO ALFA FERTILIZAÇÃO ASSISTIDA S/A.

Av. Cincinato Braga, 37, 12o andar | CEP 01333-011 | São Paulo-SP | Tel. (11) 3515-9999 | www.projetoalfa.com.br

COMITÊ EXECUTIVO Elvio Tognotti • Jonathas Borges Soares • Nelson Antunes Júnior • Newton Eduardo Busso • Sidney Glina

CALABORADORES Cristiano Eduardo Busso • Leopoldo Oliveira Tso • Luciana Leis • Márcia Wirth • Oscar Barbosa Duarte Filho • Rodrigo Romano ALFANEWS É ÓRGÃO INFORMATIVO DO PROJETO ALFA FERTILIZAÇÃO ASSISTIDA S/A.

Editor Newton Eduardo Busso | newtonbusso@uol.com.br PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Josimar Silvestre Tanaka | jositanaka@gmail.

com JORNALISTA RESPONSÁVEL Josimar Silvestre Tanaka | jositanaka@gmail.com GRÁFICA Prol Gráfica TIRAGEM 2.000 exemplares

É expressamente proibido reproduzir quaisquer matérias ou imagens desta revista, total ou parcialmente, sem a autorização por escrito de seu editor. A responsabilidade sobre os conceitos e opiniões emitidos nos artigos e nas propagandas é exclusiva de seus autores e anunciantes.

Ilustração da capa | Ingimage

N

O dia 24 de julho de 2013, foi publicado no jornal Folha de São Paulo, na coluna Tendência/Debate, um artigo entitulado Sinistro na ANS escrito por Lígia Bahia, professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O artigo apresenta de forma bastante lúcida de que maneira a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão público, foi capturada pelo mercado que ela deveria fiscalizar. No artigo, comenta-se que tal façanha se faz por meio de contratação para cargo de diretores da agência, nada mais nada menos, que ex-funcionários das operadoras de planos de saúde, que depois de comprirem seus mandatos na ANS, retornam aos seus cargos no setor privado. Isso acontece porque os planos de saúde doam recursos para candidatos em tempo de eleição e a contrapartida dessa atitude generosa é que impunes e

MSD Fertilidade

Ajudando você

a ajudar que as

famílias cresçam

MC 423/12 03-2014-GEN-12-BR-423-J WOMN-1030990-0000 IMPRESSO EM MARÇO/2012

MC 423/12 AnuncioGlobalFertilidade.indd 1 3/9/12 3:54 PM

Os donos da

ANS

protegidos pela fiscalização complacente, os planos de saúde festejam seus lucros em troca de atendimento cada vez mais precário e restritivo e com imposição de reajustes abusivos e rescisão unilateral de contrato sempre que os usuários passam a ter problemas de saúde dispendiosos. Barram propostas de ampliação de coberturas, fecham contratos com ministérios e estatais para venda de planos ao funcionalismo público, definem leis que lhes garantem isenções tributárias. E se beneficiam da "dupla porta" (o atendimento diferenciado de seus conveniados em hospitais do SUS) e da renúncia fiscal de pessoas físicas e jurídicas, que abatem do Imposto de Renda os gastos com planos privados. Em resposta ao artigo, fiz meu comentário sobre minha solicitação, em nome da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia

e Obstetrícia, para a inclusão dos tratamentos de reprodução assistida no rol de procedimentos da ANS, baseado na lei nº 11.935 que determina que sejam tratados os casais que querem evitar filhos e também os inférteis. Atualmente, a ANS cumpre só metade dessa lei, dando cobertura somente à anticoncepção, e deixando de lado 278 mil casais inférteis (número subestimado) reconhecidos pelo Ministério da Saúde. Depois de tudo que se apresentou no artigo, ficou claro que essa solicitação ficará sem resposta e que somos reféns das operadoras de planos de saúde.

(4)

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Reprodução Assistida (latu sensu)

(Convênio: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo)

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EDITORIAL

Os donos da lei | Newton Eduardo Busso

5

OPINIÃO

Mercado de reprodução assistida: está saturado? | Leopoldo de Oliveira Tso

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ARTIGOS COMENTADOS

The basic fertility workup in women with polycystic ovary syndrome: a systematic

Influence on endometrial development during intrauterine insemination: clinical experience of 2.929

patients with unexplained infertility | Newton Eduardo Busso

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ARTIGO

Aspectos psicológicos da perda fetal | Eleonora Jabur

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ARTIGO ALFA

Infertilidade e suas repercussões emocionais | Luciana Leis

Índice

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Mercado de reprodução assistida: está saturado?

OPINIÃO | Leopoldo de Oliveira Tso

Especialista em Reprodução Assistida Associado ao Projeto ALFA Mestre pelo Setor de Reprodução Humana do Departamento de Ginecologia da UNIFESP Médico Assistente da Clínica de Reprodução Assistida da FCMSCSP

A

tualmente, estima-se que atendemos menos de 5% dos casos de infertilidade conjugal que necessitam de tra-tamentos de alta complexidade, ou seja, de fertilização in vitro (FIV) ou injeção intracitoplasmática de es-permatozoide (ICSI). Desse percen-tual, a grande maioria é atendida pelas clínicas privadas. Estima-se que no Brasil sejam realizados cerca de 25.000 casos de FIV/ICSI ao ano e o serviço público realiza cerca de 7% desses (1.800 casos/ ano).

É difícil precisar com certeza, quantas clínicas privadas existem atualmente. Segundo o último re-gistro latinoamericano de reprodu-ção assistida (2010), 56 clínicas re-portaram seus dados, porém muitas clínicas brasileiras não reportam à RedLara (Red Latinoamericana de Reprodução Assistida). Acredita-se que existem mais de 150 clínicas em todo o país.

Hoje, o número de clínicas e pro-fissionais especializados é suficien-te para asuficien-tender a demanda exissuficien-tensuficien-te de casais inférteis que podem pagar pelo tratamento. O problema é que existe demanda reprimida de casais que estão excluídos seja pela ques-tão financeira seja pela dificuldade de atendimento gratuito nos servi-ços públicos. Se seguradoras e os planos de saúde oferecessem

cober-tura para os tratamentos de reprodu-ção assistida, parte desse problema estaria resolvido. Mas o que ocorre atualmente é uma distorsão no en-tedimento da lei (Lei número 11.935, sancionada em 12 de maio de 2009), segundo a qual os tratamentos de re-produção assistida, intrigantemente, não são custeados pelas seguradoras e planos de saúde. A Agência Nacio-nal de Saúde Suplementar (ANS) ex-cluiu os tratamentos de reprodução assistida do rol de procedimentos de cobertura obrigatória. A SPMR solici-tou a inclusão dos mesmos na última consulta pública (vide editorial).

Entretanto, a partir do momento que dobrarmos o número de casais atendidos, muito provavelmente fal-tará atendimento especializado em algumas regiões do país.

Segundo os dados da RedLara de 2010, das 56 clínicas que reportaram seus dados 82,1% estão concentra-das nas regiões sul e sudeste, sendo que apenas a região sudeste abriga 55,3% das clínicas (31) brasileiras.

O mercado de reprodução assis-tida ainda não está saturado. O que ocorre, e isto é um fenômeno com-preensível, é uma distribuição hete-rogênea dos centros e profissionais de reprodução assistida em todo o país. Realmente na região sudeste há alta concentração de clínicas e profissionais pelo fato da maior de-manda de casos ocorrer aí, pois é a

região economicamente mais ati-va do país e pela migração interna de pacientes de outras áreas, além de abrigar grande parte dos cen-tros formadores de profissionais. Nas regiões norte e nordeste, cer-tamente há uma demanda reprimi-da de casos ainreprimi-da maior, seja pela falta de centros públicos, seja pela maior dificuldade financeira que es-sas populações tem para custear os tratamentos. O ideal seria que cada região do país tivesse um ou dois centros públicos de referência para atender aos casais de cada região. Isso seria importante não só para o atendimento gratuito, mas tam-bém para a formação de novos es-pecialistas de maneira mais rápida e prática. Ampliar e replicar o modelo de atendimento do Setor de Repro-dução Humana do Hospital Pérola Byington (São Paulo) em todo o país ajudaria no processo de descentra-lização dos centros de referência. Acredito que essa medida iria ajudar muito não só, obviamente, no acesso da população ao atendimento gra-tuito, como também na formação de especialistas.

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6 alfanews  volume 2  número 3  ano 2013

ARTIGO COMENTADO | Newton Eduardo Busso

Preço promocional para o primeiro lote de cabines!! Faça já sua reserva!

The basic fertility workup in women with

polycystic ovary syndrome: a systematic

review

Marleen J.Nahuis,M.D.,G.Jurjen E.Oosterhuis,M.D.,Peter G.A. Hompes,M.D.,Madelon van Wely,M.D.,Ben Wil-lem J.Mol,Ph.D.,and Fulco van der Veen,Ph.D. Fertility Sterility, July 2013

Influence on endometrial development

during intrauterine insemination:

clinical experience of 2.929 patients with

unexplained infertility

Erin Foran Wolff, M.D.,Nima Vahidi,Connie Alford,M.D.,Kevin Richter,Ph.D.,and Eric Widra,M.D. Fertility Sterility ,July 2013

O autor realizou uma revisão sistemática para avaliar as al-terações presentes nos exames solicitados para pesquisa de infertilidade em pacientes com Síndrome dos Ovários Poli-císticos (SOP) e sua relação com as taxas de gestação após estímulo ovariano.

A American Society of Reprodutive Medicine (ASRM) e a Health and Clinical Excelence Guidelines recomendam que seja realizada análise seminal (AS) em casais cujas mulheres apresentam SOP pré-estímulo ovariano. A ASRM também re-comenda a realização de histerossalpingografia (HSG) antes do início do tratamento nas mulheres com mais de 35 anos, se houver história de doença tubárea ou patologia uterina e em todas as mulheres com falha de gestação após 3-6 ciclos ovulatórios. Essas indicações não são embasadas em evidên-cias sólidas.

O presente estudo reuniu trabalhos que avaliaram os exa-mes citados em três grupos de mulheres com SOP: grupo 1) primeiro estímulo ovariano com citrato de clomifeno (CC); grupo 2) primeiro estímulo ovariano com gonadotrofina após falha de gestação com CC; grupo3) resistentes ao CC.

No grupo 1, a AS demonstrou presença de 0,3% de azoos-permia e oligosazoos-permia variando de 4-10% e a prevalência de alteração tubárea encontrada nas HSG foi de 4%.

Ao analisar o grupo 2, o autor não encontrou estudos com AS nesses casais. Em relação à HSG, 13% das mulheres pos-suiam uma das trompas alteradas e 8% pospos-suiam alteração em ambas as trompas.

O autor não encontrou estudos que avaliassem o semen e a HSG em casais pertencentes ao gupo 3.

A revisão sistemática demostrou que a avaliação da preva-lência de fator masculino e fator tubáreo em associação com mulheres com SOP é limitada e os dados são insuficientes.

Foram encontradas 218 publicações, mas somente 9 traba-lhos foram incluidos nesse estudo. A maior parte dos estudos não realizou a propedêutica básica de pesquisa dos casais in-férteis e a definição de anormalidade dos exames é variável. Assim não há como realizar recomendações baseadas em evidências para propedêutica de pacientes com SOP, devido aos escassos estudos.

O artigo descrito é um estudo retrospectivo onde o autor anali-sou ciclos de Inseminação Intrauterina (IIU) de 2.929 mulheres com infertilidade sem causa aparente, para correlacionar a es-pessura endometrial e as taxas de gestação após o tratamento. O adequado desenvolvimento endometrial é considerado im-portante elemento para o sucesso no tratamento de infertili-dade. A espessura endometrial é dependente de vários fatores, incluindo idade da paciente, fase do ciclo menstrual, concen-tração de estrogênio (E) e progesterona (P) e índice de massa corpórea (IMC).Essas variáveis foram analisadas em todas as pacientes submetidas à IIU.

O estímulo ovariano para IIU foi realizado com Citrato de Clo-mifeno e FSH.

A taxa de gestação da população, por paciente, foi de 16%. A idade média foi de 34,8%, IMC médio de 24,5% e espessura en-dometrial de 8,8mm. A concentração de E no dia do hCG foi de 701pc/ml e o número médio de folículos encontrados maiores que 14mm foi de 2,6%.

Os resultados revelaram que a espessura endometrial é sig-nificantemente preditiva de gestação clínica e a taxa de ges-tação aumenta gradualmente com espessura endometrial de 4-10mm.

Dentre todos os casos, seis mulheres possuiam endométrio menor que 4mm e não houve gestação em nenhum deles.

Assim, como esperado, a taxa de gestação foi positivamente associada à maiores concentraçãoes de E, já que o mesmo esti-mula o crescimento do endométrio, e, consequentemente, de maior número de folículos.

A taxa de gestação não foi significantemente associada com a idade da paciente e nem com o IMC. O aumento do IMC foi associado a menor concentração de estrogênio, ao contrário do esperado (maior IMC leva a maior conversão periférica de E).

O autor concluiu que há influência da espessura endometrial no sucesso do tratamento de IIU e a taxa de gestação aumenta quan-do o enquan-dométrio passa de 4 para 10mm e entra num platô após.

É possível que no futuro terapias possam otimizar a função dos receptores hormonais endometriais e aumentar as taxas de sucesso de terapias de reprodução assistida.

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O evento a bordo está de volta e agora comemorando o 25º ano da SOGESP!

Não perca a oportunidade de se atualizar com os mais renomados professores internacionais da

Medicina Reprodutiva e Climatério no belíssimo navio MSC Preziosa que foi recentemente inaugurado e

estará pela primeira vez em águas brasileiras no final do ano.

COORDENADORES César Eduardo Fernandes, Nelson Antunes Jr., Newton Eduardo Busso.

COMISSÃO CIENTÍFICA Presidente: Élvio Tognotti Membros: Adelino Amaral, Álvaro Petracco, Edmund Chada Baracat, Jarbas Magalhães, José Mendes Aldrighi, Marcelo Zugaib, Mariangela Badallotti, Nilson Roberto de Melo, Paulo César Giraldo, Rui Alberto Ferriani, Vicente Renato Bagnoli.

COMISSÃO EXECUTIVA Presidente: Jonathas Borges Soares Membros: Artur Dzik, Corintio Mariani Neto, Cristiano Eduardo Busso, Leopoldo de Oliveira Tso, Oscar Duarte Brabosa, Rodrigo Sabato Romano, Sidney Glina.

COMISSÃO SOCIAL Presidente: Karina Zulli Membros: Claudia Glina, Françoise Mizhari, Karina Tafner, Luciana Leis, Roberta Wonchokier.

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Agustin Ballesteros | Espanha

Diretor do IVI Barcelona -

Tesoureiro da Sociedade Espanhola de Fertilidade (SEF)

Carlos Simón | Espanha

Catedrático de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Valencia Diretor Científico do Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) & Fundación IVI Diretor Científico IVIOMICS S.L.

Pasquale Patrizio | EUA

Professor de Obstetrícia e Ginecologia e Diretor Médico do Centro de Fertilidade e Endocrinologia Reprodutiva de Yale (Diretor do Yale Fertility Center)

Wulf H Utian | EUA

Professor Emérito da Universidade Case Western Reserve. Diretor Executivo Emérito e Presidente Fundador Honorário da Associação Norte Americana de Menopausa. Ex-Presidente Honorário da Sociedade Internacional de Menopausa.

Tin Chiu Li | Reino Unido

Professor de Medicina Reprodutiva e Cirurgia da Universidade de Hallam - Sheffield

Paul Devroey | Bélgica

Phd, pesquisador e professor especializado em Reprodução Humana. - Diretor do Centro de Medicina Reprodutiva do Hospital Universitário da Vrije Universiteit Brussel (Pioneiro na técnica de ICSI)

Gloria Calderon | Espanha

Presidente e Co fundadora de Embryotools - Integrante da equipe espanhola que obteve as primeiras gestações de FIV na Espanha (Principal conselheira científica interna para o grupo IVI desde 2000)

Natalia Basile | Espanha

Embriologia senior do IVI Madrid- Master em Embriologia Clínica e Andrologia no Jones Institute for Reproductive Medicine, Virginia, USA.- Doctoral em cinética embrionária na Universidade Rey Juan Carlos, Madrid, Espanha

Tugce Pehlivan Budak | Reino Unido

PHD em Medicina Reprodutiva pela Universidade de Valencia, Espanha – Gerente de Laboratório do Create Health Clinics de Londres

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8 alfanews  volume 2  número 3  ano 2013

ARTIGO | Eleonora Jabur

A notícia de uma gravidez desejada traz para a mulher e o casal muita alegria e felicidade, mas junto

com estes sentimentos, apare-cem também as ansiedades,

dúvidas e inseguranças. A gravidez é por si só um momento

emocional-mente muito intenso, e cada paciente irá

li-dar com esta fase de maneira única e par-ticular, dependendo de sua história de vida.

Diante da notícia de perda fetal isto não é diferente, e a mu-lher também poderá reagir das mais diversas manei-ras. Estas reações podem variar desde o alívio até o desespero e a depressão, e este processo também é um processo individual.

Se considerarmos uma per-da fetal onde já existe pelo menos um início de vínculo entre mãe e bebê, estamos diante de uma situação de luto. O processo de elabo-ração do luto engloba as fases de nega-ção e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. E nesse período, é muito comum o aparecimento de distúrbios do sono e de apetite, dificuldade de concentração, além de outras reações fí-sicas e emocionais.

Aspectos psicológicos da

perda

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alfanews  volume 2  número 3  ano 2013 9

ARTIGO | Eleonora Jabur

É importante lembrar que não há um

tempo determinado para que a mulher se recupere emocionalmente de uma perda, e no decorrer do processo de elaboração de luto, as recaídas são co-muns, pois pode haver o retorno a ques-tões que pareciam já estar resolvidas.

Diversas reações podem ser espera-das neste momento, mas é preciso que sejam identificadas reações muito extre-mas, tanto de muita tranquilidade como de desespero muito intenso. É preciso também ficar atento às pacientes que necessitarem passar por procedimentos invasivos. Estes procedimentos podem ser muito agressivos do ponto de vista emocional, somando-se ao fato de que a mulher já se encontra em um momen-to de muita dor e sofrimenmomen-to pela perda de seu filho. É importante lembrar que estes sintomas não querem necessa-riamente dizer que algo está errado. Choros recorrentes e questionamentos repetidos são reações esperadas neste momento, e precisam ser acolhidas.

Considerando uma situação em que o vínculo entre a mãe e seu bebê já es-tava estabelecido, podemos dizer que a perda fetal irá gerar um impacto que não pode ser evitado. Apesar de não ser possível amenizar a dor e a angústia do casal que passou pela perda, algumas atitudes simples podem ajudar a tor-nar este momento menos traumático. É muito importante dar acolhimento às dúvidas que surgirem, pois é muito co-mum que o casal questione se teve cul-pa cul-para que ocorresse o aborto. Por isso é essencial que o médico se coloque à disposição para tirar dúvidas e ouvi--los. Preferencialmente, este momento deve acontecer em um local reservado e protegido, como no consultório médi-co. É importante também deixar que a paciente desabafe e chore o quanto ela sentir necessidade. É essencial que ela se sinta acolhida e que a dor que está sentindo possa ser considerada.

Quando falado de luto por perda fe-tal, é frequente surgirem dúvidas sobre

a diferença na forma como uma mulher vai reagir a um aborto mais inicial e a uma perda fetal mais tardia, já que se tratam de momentos diferentes da gra-videz. No entanto, não é possível afir-mar que a mulher que tem um aborto mais inicial sofrerá menos do que outra que tenha uma perda fetal mais tardia. A dor da perda não pode ser relaciona-da com o tempo de gestação. A dor relaciona-da perda, como dito anteriormente, está relacionada à história de vida da mulher e à forma com que ela enfrenta dificul-dades e adversidificul-dades em sua vida de maneira geral.

Uma vez estabelecido o vínculo, a per-da do bebê deixará uma marca na viper-da da mulher. Mas se a perda não puder ser elaborada de maneira apropriada, esta marca poderá ter uma grande influência em gestações futuras. A paciente pode-rá, por exemplo, ficar toda a gestação à espera de que algo ruim aconteça, ou então de que a gravidez não progrida. Estas fantasias acabam por impedir ou dificultar que os pais façam planos com o bebê que está por vir. Consultas e exa-mes também podem se tornar momen-tos de grande angústia e ansiedade. Por este motivo, é muito importante que o médico fique atento às reações apresen-tadas por sua paciente.

O acompanhamento psicológico pode ser benéfico em qualquer situação, mes-mo diante de uma gravidez com evolu-ção normal, pois esta por si só já pode ser geradora de ansiedade. Nos casos de abortamento, o encaminhamento para a psicoterapia será necessário caso a paciente continue a ter reações muito intensas depois de um longo período de tempo, ou quando ela apresentar pen-samentos de culpa de maneira obsessi-va, além de sintomas que indiquem um quadro depressivo. O encaminhamen-to também poderá se fazer necessário caso a paciente, em uma futura gesta-ção, apresentar ansiedades e angústias intensas e persistentes, e que não con-digam com o caminhar da gravidez.

(...) A dor

da perda fetal

não pode ser

relacionada

com o tempo de

gestação. (...)

Diante deste momento tão delicado e difícil para o casal, o suporte da família também se mostra muito importante. Muitas vezes os familiares, aflitos com o sofrimento que a mulher apresenta, acabam mudando de assunto ou falando frases no sentido de minimizar o ocorri-do. Por isso, muitas vezes se faz neces-sária uma orientação familiar, deixando clara a importância de dar espaço para que se fale sobre esta perda sempre que a mulher sentir vontade. Isto não quer dizer que é para os familiares trazerem o assunto à tona, mesmo quando a mulher não tiver vontade de falar sobre isso. O importante é deixar o espaço aberto e com acolhimento e carinho.

Por fim, devemos lembrar que além da mulher, há um homem enlutado, que muitas vezes fica esquecido e em segun-do plano. Homens e mulheres irão reagir de maneiras diferentes diante de uma perda fetal, uma vez que a mulher vive de maneira mais concreta a gravidez e a maternidade, pois sente seu corpo em transformação. Isso, no entanto não quer dizer que a mulher irá sofrer mais do que o homem. Aliás, frequentemente as pessoas acabam por prestar menor atenção ao pai do que à mãe. Se muitas vezes o luto da mãe não é reconhecido, o do pai é ainda menos. Diante desta situação delicada, é comum o apareci-mento de conflitos entre o casal.

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10 alfanews  volume 2  número 3  ano 2013

ARTIGO ALFA | Luciana Leis

A infertilidade é um problema que, além da não concepção, pode gerar uma verdadeira crise na vida do casal. Trata-se de uma jornada em que são incluídas sensação de impotência, incertezas quanto à própria feminilidade ou masculinidade e o sentimento de perda; consequência de não conseguir fertili-zar e gerar uma criança como a maioria das pessoas.

Alguns casais chegam a entrar em crise conjugal com a difi-culdade de gravidez, especialmente porque a insatisfação do desejo de ter um filho, em muitos casos, é o primeiro grande problema do casal. Os parceiros que entram em crise por isso podem até se separar, pois a relação acaba sendo reduzida à infertilidade. Entretanto, há casais que, diante dessa dificul-dade, aproximam-se mais, cuidam um do outro, acolhem-se, dividem os sentimentos e, com isso, fortalecem a relação en-tre eles.

A vida sexual do casal também pode ser prejudicada diante desse contexto, uma vez que o sexo fica voltado, principal-mente, para a reprodução. Desta maneira, as disfunções se-xuais são comuns, pois as mulheres, nestas condições, podem apresentar dificuldade em sentir desejo e prazer sexual. No caso dos homens, percebemos episódios de impotência se-xual, relacionados à autoestima diminuída e à pressão para conseguir engravidar sua parceira.

Considerando toda essa difícil vivência, é de se esperar que a ansiedade e o estresse façam parte desse contexto. Muitos casais chegam a acreditar que não estão conseguindo engra-vidar por isso.

O fato é que a ansiedade e o estresse são inerentes a esse tipo de situação e pessoas que conseguem administrá-los melhor, sofrem menos e tem menor impacto das possíveis interferências desses sobre a função reprodutiva. Apesar de os estudos nesta área serem muito contraditórios, os que são baseados em marcadores biológicos do estresse, revelam que o estresse em excesso tende a gerar interferências negativas

na tentativa de gravidez, porque o aumento do cortisol no corpo da mulher pode alterar seu eixo hormonal e com isso dificultar, por exemplo, sua ovulação, implantação do embrião no útero etc. Além disso, há evidências de que o estresse tam-bém pode piorar a qualidade do sêmen no homem.

Apesar do sofrimento com a infertilidade, nem todos os ca-sais estão abertos para buscar ajuda médica, já que costuma ser muito difícil para eles aceitar que possuem algum tipo de problema. Muitos até percebem a dificuldade, mas continuam insistindo em não buscar auxílio, na esperança de conseguir engravidar sem essa ajuda. A infertilidade necessita de um tempo para ser elaborada. Só após a aceitação desse proble-ma, o casal estará disposto a buscar um especialista.

Quando essa busca acontece, o primeiro passo do médico que atende a esses casais é ouvi-los e acolhê-los, pois o casal infértil fica muito frágil emocionalmente diante de todas as dificuldades enfrentadas. O segundo passo é explicar o que pode estar dificultando a gravidez. Se algum tratamento for oferecido, todas as etapas do processo devem ser detalhada-mente esclarecidas, e, desde o início, devem ser elucidadas quais as chances de gravidez, deixando claro que nenhum tra-tamento garante a criança ao casal. Quanto mais informações o médico puder passar ao casal sobre o tratamento oferecido, mais tranquilos os pacientes ficarão.

O suporte psicológico é bastante útil para ajudar os casais a lidarem com essa dificuldade. Mas nem todos os casos pre-cisam de acompanhamento de um psicólogo. Alguns indícios de que essa ajuda é necessária, é quando há discussões entre o casal durante as consultas, quando é possível perceber pre-sença de sentimentos depressivos em um deles ou em ambos, quando vivem em função do tratamento etc. O acompanha-mento psicológico poderá organizá-los melhor emocional-mente e ampliar as áreas de interesse na vida para além do bebê.

Infertilidade e suas repercussões emocionais

These data expose some trends seen in Latin America although some results were not what the investigators expected (Eg. higher prevalence of endometriosis, lower number of oocytes retrieved and lower pregnancy rates in Group III)

05 | set | 2013 XVIII Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia - SOGESP São Paulo – Brasil 12 | out | 2013 IFFS/ASRM 2013 Boston – EUA 13 | nov | 2013 55o Congresso Brasileiro de Ginecologia - FEBRASGO Salvador – BA

Agenda de eventos

| 2013

| 2014

6 a 9 de dezembro de 2013 | Navio MSC Preziosa

VIII Congresso Paulista de Medicina Reprodutiva e Climatério

Santos ŽBúzios | Brasil

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Referências

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