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IDENTIFICAÇÃO PARAMÉTRICA DE UMA CABEÇA DE VISÃO ROBÓTICA EM MALHA FECHADA UTILIZANDO REFERÊNCIA ÓTIMA

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IDENTIFICA ¸C ˜AO PARAM´ETRICA DE UMA CABE ¸CA DE VIS ˜AO ROB ´OTICA EM MALHA FECHADA UTILIZANDO REFERˆENCIA ´OTIMA

Diego Caberlon Santini∗

, Walter Fetter Lages∗

, Jorge Augusto Vasconcelos Alves∗ ∗

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Engenharia El´etrica

Av. Osvaldo Aranha, 103 90035-190 Porto Alegre, RS, Brasil

Emails: diegos@ece.ufrgs.br, fetter@ece.ufrgs.br, jorge@ece.ufrgs.br

Abstract— The demand for increased performance has led to the development of complex robot controllers based on dynamic models of the robot. However, accurate values for the parameters of the model can only be obtained through estimation based on experimental data. For good estimation, trajectories that excite the system in an appropriate way are need. This paper presents a method for closed loop parameter estimation based on an optimal trajectory with respect to the d-optimality criterion. The motion constraints in joint space are taken into account in the trajectory design. Real-time experiments with a robot vision head and comparison with other estimated models are presented in order to validate the method and the estimated model.

Keywords— Robot dynamics, Parametric identification, Optimal excitation.

Resumo— A demanda por um maior desempenho em robˆos est´a atrelada ao desenvolvimento de controladores complexos baseados no modelo do robˆo. Para a obten¸c˜ao de um modelo dinˆamico preciso de um robˆo ´e necess´ario a estima¸c˜ao de parˆametros do modelo atrav´es de dados experimentais. Para se ter uma identifica¸c˜ao eficaz, deve-se excitar o sistema de forma apropriada para que os parˆametros desconhecidos possam ser identificados. Este trabalho apresenta um m´etodo para identifica¸c˜ao param´etrica utilizando uma trajet´oria ´otima com rela¸c˜ao ao crit´erio d-optimilaty. As restri¸c˜oes f´ısicas do robˆo s˜ao levadas em conta para obten¸c˜ao desta trajet´oria. A valida¸c˜ao do modelo ´e feita atrav´es de experimentos em tempo-real com uma cabe¸ca de vis˜ao rob´otica e da compara¸c˜ao com modelos obtidos em trabalhos anteriores.

Palavras-chave— Dinˆamica de robˆos, Identifica¸c˜ao param´etrica, Excita¸c˜ao ´otima 1 Introdu¸c˜ao

O desempenho de controladores avan¸cados, como controle de torque calculado ou controle preditivo, bem como simula¸c˜oes real´ısticas do movimento do manipulador est˜ao associados a precis˜ao do mo-delo dinˆamico do robˆo. Para a utiliza¸c˜ao efetiva do modelo, os parˆametros geom´etricos e dinˆami-cos devem ser conhecidos. Os parˆametros geom´e-tricos podem ser usualmente obtidos a partir do modelo CAD do robˆo, ou podem ser medidos no pr´oprio robˆo. Por´em nem todos os parˆametros di-nˆamicos podem ser obtidos no modelo CAD, pois dependem da opera¸c˜ao do robˆo, e portanto, ra-ramente s˜ao disponibilizadas pelos fabricantes de robˆos (Radkhah et al., 2007).

Desta forma, a identifica¸c˜ao experimental dos parˆametros aparece como uma maneira eficiente de se obter um modelo dinˆamico de um robˆo. A identifica¸c˜ao consiste em estimar os parˆametros do modelo do robˆo, a partir de medidas da en-trada e das sa´ıdas obtidas durante uma opera¸c˜ao do robˆo. Em Santini and Lages (2009) foi feita a identifica¸c˜ao dos parˆametros do sistema de vi-s˜ao do robˆo Janus, utilizando o sistema em malha aberta, onde uma entrada apropriada foi escolhida atrav´es de tentativa e erro. Apesar de identificar os parˆametros com sucesso, a escolha emp´ırica da entrada ´e ´ardua e n˜ao h´a garantias de que os limi-tes f´ısicos do robˆo (como velocidade m´axima das juntas) ser˜ao respeitados.

Em Swevers et al. (1997), uma identifica¸c˜ao em malha fechada ´e proposta. O m´etodo de iden-tifica¸c˜ao prop˜oe a utiliza¸c˜ao de uma trajet´oria ´otima baseada em uma s´erie de Fourier finita. Deste modo, ´e poss´ıvel filtrar as medidas da sa´ıda do robˆo e obter sinais peri´odicos e de banda li-mitada. Isto permite a estima¸c˜ao da velocidade e da acelera¸c˜ao das juntas no dom´ınio da frequˆen-cia, o que reduz o ru´ıdo do sinal, sem introduzir distor¸c˜oes de fase (Park, 2006). Por´em, para apli-car o m´etodo de Swevers et al. (1997) ´e neces-s´ario conhecer o torque que ´e aplicado ao robˆo, o que ´e desvantajoso, pois ´e necess´ario uma malha de controle de torque, implicando um sistema de acionamento mais complexo, ou uma medida do torque, adicionando sensores ao robˆo.

Este trabalho prop˜oe um m´etodo para iden-tificar o modelo do robˆo considerando a dinˆamica dos atuadores. Nessa abordagem, a necessidade de conhecimento do torque aplicado ao robˆo ´e substi-tu´ıda pela necessidade de conhecer a tens˜ao apli-cada aos atuadores. No entanto, considerando que a identifica¸c˜ao ´e realizada em malha fechada, n˜ao ´e necess´ario medir a tens˜ao, pois esse ´e o sinal de sa´ıda do controlador.

Este artigo est´a divido nas seguintes se¸c˜oes: a se¸c˜ao 2 apresenta o sistema de vis˜ao rob´otica que ser´a identificado; a se¸c˜ao 3 cont´em a modelagem do robˆo, bem como as ferramentas utilizadas na identifica¸c˜ao; a otimiza¸c˜ao da trajet´oria ´e tratada

(2)

na se¸c˜ao 5; os resultados experimentais s˜ao apre-sentados em 6; os resultados s˜ao validados atrav´es da compara¸c˜ao com o modelo obtido em Santini and Lages (2009) na se¸c˜ao 7; e, por fim, as con-clus˜oes aparecem em 8.

2 Robˆo Janus

Neste artigo ser˜ao identificados os parˆametros do sistema de vis˜ao do robˆo Janus. A cabe¸ca de vis˜ao do robˆo Janus ´e composta por trˆes elos interliga-dos por duas juntas rotacionais, possuindo na sua extremidade duas cˆameras de v´ıdeo, como mostra a figura 1. A atua¸c˜ao de cada uma das juntas

Figura 1: Cabe¸ca de vis˜ao do robˆo Janus. ´e feita por um motor CC, acionado via PWM, e o sensoriamento ´e feito atrav´es de encoders in-crementais, que medem o deslocamento da junta. Cada junta tamb´em possui um sensor de fim de curso utilizado para referenciar o encoder e ´e co-mandada por uma placa de acionamento (deno-minada AIC) que gera os sinais de PWM para acionamento do motor correspondente e faz a de-codifica¸c˜ao em quadratura dos sinais do encoder, formando um sistema de controle distribu´ıdo.

A aquisi¸c˜ao de dados e a malha de con-trole s˜ao implementadas utilizando-se uma ar-quitetura (Santini, 2009) baseada no framework OROCOS (Bruynincky, 2001). Essa arquitetura ´e baseada em um sistema de componentes e permite que o sistema seja facilmente adaptado para qual-quer robˆo articulado, apenas instanciando os com-ponentes existentes para as novas juntas e elos.

3 Modelagem

O modelo dinˆamico de um robˆo define a rela¸c˜ao entre o movimento do robˆo e o torque aplicado pelos atuadores. Ele pode ser obtido atrav´es da

equa¸c˜ao de Lagrange-Euler (Fu et al., 1987), pos-suindo a seguinte forma:

τ = D(q)¨q + H(q, ˙q) + G(q) (1) onde, para um robˆo de n juntas, D(q) ∈ Rn×n ´e

a matriz de in´ercia generalizada, H(q, ˙q) ∈ Rn´e o

vetor de for¸cas centr´ıfugas e de Coriolis e G(q) ∈ Rn ´e o vetor com as for¸cas gravitacionais. τ ∈ Rn

´e o vetor com os torques dos atuadores, e q ∈ Rn

´e o vetor com as posi¸c˜oes angulares das juntas do robˆo.

Como (1) inclui somente os efeitos de for-¸cas conservativas, pode-se adicionar uma equa¸c˜ao para o atrito, tornando o modelo mais realista. O atrito pode ser modelado como um torque que ´e apenas fun¸c˜ao da velocidade da junta ˙q (Grotjahn et al., 2004):

τf= r1˙q + r2sign( ˙q) (2)

onde r1 ´e o coeficiente de atrito viscoso e r2 ´e o

coeficiente de atrito seco.

Para o caso do robˆo Janus, o acionamento ´e feito atrav´es da aplica¸c˜ao de tens˜ao utilizando mo-tores CC com im˜a permanente. Utilizando um modelo de motor CC, onde a constante el´etrica ´e muito mais r´apida que a mecˆanica, pode-se rela-cionar o torque com a tens˜ao:

τ = KT Ra

(V − Kaω) (3)

onde τ ´e o torque no eixo do motor, V ´e a tens˜ao aplicada, ω = ˙q ´e a velocidade angular do eixo do motor e Ra ´e a resistˆencia de armadura e KT e

Ka s˜ao, respectivamente, as constantes de torque

e de armadura do motor.

A partir de (1), (2) e (3) ´e poss´ıvel obter um modelo da forma:

¨

q = f (q, ˙q, v) (4)

onde v ´e o vetor com as tens˜oes aplicadas nas jun-tas e f (·, ·, ·) ´e uma fun¸c˜ao n˜ao linear.

Para um robˆo articulado, (4) pode ser rees-crita como

v = Φ(q, ˙q, ¨q)Θ (5) que ´e linear em rela¸c˜ao aos parˆametros desconhe-cidos Θ ∈ R12

, Φ ∈ R2×12

´e a matriz dos regres-sores, que depende somente dos dados medidos no movimento do robˆo e v ∈ R2

´e o vetor com as tens˜oes aplicadas `as juntas do robˆo. Por ques-t˜oes de espa¸co, a estrutura em detalhes do modelo n˜ao ser´a apresentada aqui, mas pode ser obtida em Santini and Lages (2009).

4 Identifica¸c˜ao

A identifica¸c˜ao ´e feita utilizando um estimador de m´axima verossimilhan¸ca pois este provˆe uma estimativa sem erro sistem´atico independente do

(3)

ru´ıdo de medi¸c˜ao (Swevers et al., 1997). Neste caso, como as posi¸c˜oes, velocidades e acelera¸c˜oes angulares podem ser consideradas livres de ru´ıdo (devido ao seguimento de uma trajet´oria peri´o-dica com banda limitada), portanto a matriz Φ tamb´em ´e livre de ru´ıdo e o estimador de m´a-xima verossimilhan¸ca ´e simplificado para um esti-mador de m´ınimos quadrados ponderado (Swevers et al., 2007).

Utiliza-se como matriz de pondera¸c˜ao a in-versa da matriz de covariˆancia da tens˜ao medida. Essa pondera¸c˜ao ´e utilizada por sua capacidade de discriminar entre dados precisos e dados ruidosos. Ou seja, dados com covariˆancia alta s˜ao conside-rados mais ruidosos e recebem um peso menor. Assim, o estimador de m´ınimos quadrados ponde-rado ´e dado por:

ˆ

Θ = (FTΣ−1

F )−1

FTΣ−1

v (6)

onde Σ ´e a matriz de covariˆancia de v e

F =    Φ(qt1, ˙qt1, ¨qt1) .. . Φ(qtk, ˙qtk, ¨qtk)    (7) sendo v=    vt1 .. . vtk    (8)

5 Trajet´oria ´Otima

Uma trajet´oria peri´odica qi(t) de uma junta i com

banda limitada pode ser representada por uma s´e-rie de Fous´e-rier finita:

qi(t) = qi,0+ N

X

k=1

(ai,ksen(kωft) + bi,kcos(kωft))

(9) onde t ´e o tempo e ωf´e a frequˆencia fundamental.

O per´ıodo deste sinal ´e determinado pela frequˆen-cia fundamental como T = 2π/ωf, e deve ser m´

ul-tiplo inteiro do per´ıodo de amostragem do sistema para que a trajet´oria n˜ao deixe de ser peri´odica.

Ao determinar uma faixa de frequˆencia, os co-eficientes ai,k, bi,k e qi,0passam a ser vari´aveis de

decis˜ao de um problema de otimiza¸c˜ao. Note que a faixa de frequˆencia deve conter frequˆencias bai-xas o suficiente para que o robˆo cubra uma grande faixa da sua ´area de trabalho, e tamb´em deve con-ter frequˆencias altas que excitem a dinˆamica do sistema em todos os modos existentes no modelo cujos parˆametros se deseja identificar.

Utiliza-se como custo para o otimizador da trajet´oria o crit´erio conhecido como d-optimality (Ljung, 1998). Este crit´erio corres-ponde a minimizar o determinante da matriz de covariˆancia do estimador, C:

J = log |C| = log F T Σ−1 F−1 (10)

Ao minimizar este crit´erio, minimiza-se tam-b´em o tamanho da regi˜ao de incertezas dos parˆ a-metros estimados (Swevers et al., 2007), aumen-tando a precis˜ao do modelo obtido. Ele tamb´em ´e vantajoso pois o seu c´alculo depende apenas da trajet´oria do manipulador aplicado na matriz Φ e da covariˆancia do ru´ıdo nas medidas do atua-dor. Dessa forma, nenhum conhecimento dos pa-rˆametros do modelo ´e necess´ario na otimiza¸c˜ao da trajet´oria.

Para o procedimento de otimiza¸c˜ao da traje-t´oria, foi considerado que a covariˆancia do ru´ıdo nas medidas ´e igual a uma matriz identidade, de forma a ponderar com igual peso, inicialmente, to-dos os instantes da trajet´oria. J´a na identifica¸c˜ao dos parˆametros, esta matriz ´e obtida atrav´es da covariˆancia amostral dos dados experimentais.

Na determina¸c˜ao da trajet´oria ´otima, tamb´em leva-se em conta limita¸c˜oes f´ısicas do robˆo, como limite de excurs˜ao e velocidades m´aximas das jun-tas. Desta forma garante-se que o robˆo n˜ao ultra-passar´a seus limites f´ısicos durante ensaio.

A seguir, a trajet´oria ´otima, ´e aplicada como referˆencia para o controlador do robˆo. O controla-dor ir´a fazer o robˆo seguir a trajet´oria de referˆen-cia e atrav´es das medidas das posi¸c˜oes das juntas ´e poss´ıvel utilizar a s´erie de Fourier discreta para calcular o espectro de frequˆencia do sinal de sa´ıda:

Qi(k) = N −1 X n=0 qi(n)e−j 2π Nkn (11)

onde N corresponde ao n´umero total de amostras do sinal e n ´e o ´ındice da amostra no sinal, ou seja, o n´umero inteiro n = t/fa sendo fa a frequˆencia

de amostragem.

Caso a trajet´oria seja seguida com boa pre-cis˜ao, a s´erie de Fourier discreta da sa´ıda do robˆo (11) ter´a somente os componentes Qi(k)

equivalentes a ai,k, bi,k. As demais

componen-tes podem ser consideradas ru´ıdo de medi¸c˜ao e, portanto, filtradas na frequˆencia. Neste ponto ´e importante que o per´ıodo fundamental seja m´ ul-tiplo inteiro do per´ıodo de amostragem, pois isto garante que o sinal de interesse n˜ao ser´a espalhado ao longo de todo o espectro. Desta forma, a filtra-gem pode ser feita desprezando-se as componentes que n˜ao fazem parte da trajet´oria ´otima. Note que isso somente ser´a poss´ıvel se o manipulador seguir a trajet´oria de referˆencia, caso contr´ario, existir´a sinal fora das frequˆencias da trajet´oria ´otima

As posi¸c˜oes s˜ao obtidas atrav´es das medidas do manipulador, desprezando as componentes de frequˆencia que n˜ao pertencem a trajet´oria ´otima. Assim, a velocidade e a acelera¸c˜ao angulares s˜ao estimadas no dom´ınio da frequˆencia, utilizando a s´erie de Fourier discreta (11) para isso.

(4)

atrav´es de: ˆ qi(n) = 1 N N −1 X k=0 Qi(k)ej 2π Nkn (12)

As velocidades e acelera¸c˜oes angulares s˜ao estimadas utilizando a propriedade da deriva¸c˜ao aplicada a s´erie de Fourier:

ˆ˙qi(n) = 2πk N2 N −1 X k=0 Qi(k)ej 2π Nkn (13) ˆ ¨ qi(n) = (2πk)2 N3 N −1 X k=0 Qi(k)ej 2π Nkn (14)

Os sinais ˆqi, ˆ˙qi e ˆq¨i s˜ao considerados sem ru´ıdo e

representam a derivada anal´ıtica de (9). A tens˜ao v ´e obtida diretamente da medida do valor apli-cado pelo controlador.

A partir de ˆqi, ˆ˙qi e ˆ¨qi´e poss´ıvel, ent˜ao,

mon-tar (7) e (8) e identificar o valor dos parˆametros desconhecidos utilizando (6).

6 Resultados Experimentais

No experimento no robˆo Janus ser˜ao utilizados 10 componentes de frequˆencia variando logarit-mamente entre [1

42, 5], sendo todas as frequˆencias

m´ultiplas inteiras de 1/42. A trajet´oria ´e execu-tada pelo robˆo Janus em um per´ıodo completo, totalizando 42 segundos. Uma taxa de amostra-gem de 10 ms ´e utilizada, obtendo-se assim 4200 amostras.

Para garantir que em nenhum momento ao longo da trajet´oria o robˆo ultrapassar´a os seus li-mites f´ısicos, as seguintes restri¸c˜oes s˜ao considera-das na determina¸c˜ao da trajet´oria ´otima:

0 ≤ q1(t) ≤ 3π/2 para 0 ≤ t ≤ 42 −3π/4 ≤ q2(t) ≤ 5π/4 para 0 ≤ t ≤ 42 −π/3 ≤ ˙q1(t) ≤ π/3 para 0 ≤ t ≤ 42 −π/3 ≤ ˙q2(t) ≤ π/3 para 0 ≤ t ≤ 42 −50 ≤ ¨q1(t) ≤ 50 para 0 ≤ t ≤ 42 −25 ≤ ¨q2(t) ≤ 25 para 0 ≤ t ≤ 42

O problema de otimiza¸c˜ao ´e resolvido utili-zando o software MatLab com a fun¸c˜ao de oti-miza¸c˜ao n˜ao linear com restri¸c˜oes fmincon. A figura 2 apresenta as trajet´orias ´otimas para as duas juntas.

Esta trajet´oria ´e, ent˜ao, executa 10 vezes, para obter-se a covariˆancia amostral da tens˜ao ao longo da trajet´oria.

A figura 3 mostra a s´erie de Fourier (11) da posi¸c˜ao medida da junta 1 durante um experi-mento. Nela ´e poss´ıvel visualizar que as amplitu-des das componentes de frequˆencias da trajet´oria de referˆencia ´otima s˜ao consideravelmente maiores

0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 Posição (Rad) Tempo (s) Junta 1 Junta 2

Figura 2: Trajet´orias ´otimas.

que as demais. Desta forma, pode-se filtrar o si-nal selecionando tais componentes e desprezando as demais (que s˜ao consideradas ru´ıdos). Assim se obt´em um sinal peri´odico e de banda limitada para o movimento do robˆo. O ru´ıdo presente nas demais componentes ´e ent˜ao eliminado ao re-construir o sinal, levando-se em conta somente as frequˆencias de interesse. O sinal ´e reconstru´ıdo com a s´erie inversa de Fourier discreta (12).

0 1 2 3 4 5 6 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Amplitude Frequência (Hz) Junta 1

Figura 3: S´erie de Fourier da posi¸c˜ao da junta 1. A tens˜ao que ´e gerada pelo controlador du-rante um experimento ´e apresentada na figura 4. Com esses dados, ´e poss´ıvel montar as matrizes F e Σ de (6) obtendo assim os dados necess´arios para realizar a identifica¸c˜ao acima mencionada.

Os parˆametros identificados para o modelo do robˆo Janus s˜ao os seguintes:

θ1= 0.1580 θ2= 0.1310 θ3= 0.0069

θ4= 0.0335 θ5= −0.0022 θ6= 0.0039

θ7= 1.6611 θ8= −0.0577 θ9= 6.9473

θ10= 8.9915 θ11= 0.0798 θ12= 0.8700

7 Valida¸c˜ao do Modelo

A valida¸c˜ao do modelo obtido deve ser feita atra-v´es da compara¸c˜ao de dados medidos com dados

(5)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 −8 −6 −4 −2 0 2 4 6 8 Tensão (V) Tempo (s)

Figura 4: Tens˜ao aplicada no robˆo.

obtidos do modelo utilizando uma trajet´oria dife-rente da utilizada para identifica¸c˜ao dos parˆame-tros (Aguirre, 2004). Para compara¸c˜ao com tra-balhos anteriores, usa-se a mesma trajet´oria utili-zada na valida¸c˜ao do modelo de Santini and La-ges (2009). Compara-se a resposta experimental do sistema com as respostas obtidas pelo modelo proposto neste trabalho e pelo modelo de Santini and Lages (2009) para verificar se houve uma me-lhora significativa na qualidade do modelo.

Inicialmente, (4) ´e simulada. Neste ensaio, uma tens˜ao ´e aplicada ao modelo do robˆo, e junta-mente com a condi¸c˜ao inicial para sua simula¸c˜ao. O modelo ´e integrado numericamente com um in-tegrador Runge-Kutta de quarta ordem com um passo de 2 ms. As figuras 5 e 6 mostram o re-sultado obtido. Nestas figuras, a legenda Modelo anterior refere-se ao modelo obtido em Santini and Lages (2009) e a legenda Modelo ao modelo obtido neste trabalho.

0 1 2 3 4 5 6 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 Posição (Rad) Tempo (s) Medida Modelo Modelo Anterior

Figura 5: Posi¸c˜ao Angular da junta q1.

Em ambos os modelos, inicialmente os resul-tados simulados s˜ao pr´oximos dos medidos, com o passar do tempo, os modelos come¸cam a se distan-ciar. Isto ´e esperado pois com o passar do tempo, todos os pequenos erros no modelo, devido `a erros param´etricos bem como eventuais dinˆamicas n˜ao modeladas, s˜ao acumulados. Tamb´em ocorrem

er-ros no procedimento num´erico de integra¸c˜ao. A tabela 1 apresenta os valores de erros entre a tra-jet´oria medida e as simuladas.

Tabela 1: Erros entre as trajet´orias.

Erro Modelo Modelo Ant.

M´aximo q1 5.27 × 10 −2 1.24 × 10−1 M´edio q1 −5.37 × 10 −4 −5.59 × 10−2 Quadr´atico q1 7.06 × 10 −4 4.41 × 10−3 M´aximo q2 8.72 × 10 −2 1.39 × 10−1 M´edio q2 1.91 × 10 −2 −7.58 × 10−2 Quadr´atico q2 1.65 × 10 −3 6.94 × 10−3

O modelo obtido neste trabalho apresenta va-lores de erros m´edios menores que o modelo an-terior para ambas as juntas, neste caso, pode-se afirmar que o Modelo ´e menos tendencioso do que o modelo de Santini and Lages (2009). Os valores de erros quadr´aticos demonstram que o modelo obtido aqui ´e mais preciso que o modelo de San-tini and Lages (2009).

A segunda verifica¸c˜ao ´e feita com base em (5), ou seja, dada uma trajet´oria, ´e utilizado o modelo para verificar qual seria a tens˜ao a ser aplicada para a execu¸c˜ao da mesma. As figuras 7 e 8 mos-tram os valores de tens˜ao medidos no ensaio e si-mulados. Comparando as duas figuras, ´e poss´ıvel afirmar que o modelo obtido consegue prever a tens˜ao com algumas oscila¸c˜oes. Isto est´a associ-ado ao ru´ıdo nos sinais do robˆo, uma vez que neste ensaio, utilizou-se uma trajet´oria n˜ao peri´odica, e sem limita¸c˜ao de banda, e portanto nenhum tra-tamento foi aplicado aos sensores. As regi˜oes nas quais a diferen¸ca entre os modelos e a medida ´e grande indicam que o modelo de torque utilizado em (2) foi incapaz de representar o real comporta-mento do atrito. A tabela 2 apresenta uma com-para¸c˜ao entre os dois modelos, atrav´es da an´alise do erro obtido entre as suas previs˜oes e as medidas de tens˜ao.

Neste caso, verifica-se que os modelos apresen-tam um resultado similar, por´em o modelo deste

0 1 2 3 4 5 6 −0.8 −0.6 −0.4 −0.2 0 0.2 0.4 0.6 Posição (Rad) Tempo (s) Medida Modelo Modelo Anterior

(6)

0 1 2 3 4 5 6 −4 −2 0 2 4 6 8 10 Tensão (V) Tempo (s) Aplicada Modelo Modelo Anterior

Figura 7: Tens˜ao da junta q1.

0 1 2 3 4 5 6 −2 0 2 4 6 8 10 12 Tensão (V) Tempo (s) Aplicada Modelo Modelo Anterior

Figura 8: Tens˜ao da junta q2.

trabalho melhora a predi¸c˜ao para a junta 1. Um fato importante ´e que as predi¸c˜oes apresentam um erro m´edio quadr´atico pequeno, quando compa-rado com as tens˜oes que foram aplicadas durante o ensaio. O pequeno valor do erro m´edio tamb´em indica que o modelo ´e n˜ao tendencioso.

8 Conclus˜oes

A utiliza¸c˜ao de uma entrada peri´odica de banda limitada permitiu a obten¸c˜ao de uma matriz de observa¸c˜ao livre de ru´ıdo, de forma que a estima-tiva dos parˆametros obtida aqui ´e menos tendenci-osa do que a obtida em Santini and Lages (2009). O m´etodo dos m´ınimos quadrados ponderado per-mite que os valores com menores covariˆancias

te-Tabela 2: Erros de tens˜ao.

Erro Modelo Modelo Ant.

M´aximo q1 4.22 × 100 3.51 × 100 M´edio q1 −6.42 × 10 −3 1.70 × 10−1 Quadr´atico q1 3.91 × 10 −1 7.65 × 10−1 M´aximo q2 2.27 × 10 0 1.94 × 100 M´edio q2 3.31 × 10 −2 8.12 × 10−3 Quadr´atico q2 4.43 × 10 −1 4.11 × 10−1

nham um peso maior na identifica¸c˜ao, aumentado assim a sua precis˜ao.

O m´etodo apresentado neste trabalho ´e uma boa alternativa na identifica¸c˜ao de parˆametros de um robˆo manipulador. Isso porque o modelo foi obtido atrav´es de experimentos que garantida-mente obede¸cem `as limita¸c˜oes f´ısicas do manipu-lador, que s˜ao levadas em conta no problema de otimiza¸c˜ao, al´em de que o modelo fornece boas estimativas do desempenho real do robˆo.

Referˆencias

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Referências

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