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INFLUÊNCIA DA SUBSTITUiÇÃO DO MilHO E DO FARElO DE SOJA NO BALANÇO PROTÉICO E ENERGETICO EM SUíNOS'

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INFLUÊNCIA

DA SUBSTITUiÇÃO

DO MilHO E DO FARElO DE SOJA

NO BALANÇO PROTÉICO E ENERGETICO EM SUíNOS'

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ELIAS TADEU FIALHO2, CLAuDIO BELLAVER3, ALFREDO RIBEIRO DE FREITASe PAULO CEZAR GOMES;z

--RESUMO -Foram conduzidos dois ensaios de metabolismo. No primeiro, foram utilizados doze suínos mestiços, machos castrados, em quatro períodos de coleta. O delineamento experimental foi o in-teiramente ~asua1izado, com três repetições, sendo os tratamentos arranjado~ em estrutura fatoria! 2 x 4 x 2, sendo duas amostras de milho (A e B), quatro períodos de coleta de excremento (PCE) (três, cinco, sete e nove dias) e dois pesos (27,4 :!: 0,3 e 64,3 :!: 0,5 kg). No segundo, foram utilizados 24 suínos mestiços, machos castrados, com 46,7 :!: 1,0. O delineamento experimental foi o inteiramen-te casualizado, com três repetições, sendo os tratamentos arranjados em estrutura hierárquica 2 x 4, tendo dois ingredientes (milho C e farelo de soja) e quatro níveis de substituição dos ingredientes pela ração-referência (30%, 45%, 60% e 100%). Foi constatado que o PCE influenciou (P < 0,01) somente os valores de energia digestível do milho. O aumento no PCE influenciou os intervalos de confiança das variáveis de digestibilidade. O PCE de cinccJ dias proporcionou resultados conf"Jáveis para à determina-ção da digestibilidade. Níveis acima de 30% de substituidetermina-ção do milho e 45% do farelo de soja pela ra-ção-referência influenciaram os valores de digestibilidade da matéria seca, proteína e valores energéti-coso

Termos para indexação: metabolismo, energia digestível, energia metabolizável, proteína digestível. INFLUENCE OF CORN AND SOYBEAN MEAL SUBSTITUTION

IN A DIET ON DIGESTIBILITY OF NUTRIENTS IN PIOS

ABSTRACT -Two metabolic assays were carried out. In the first, 12 crossbred barrows were used during four periods, in a 2 x 4 x 2 factorial experimental design, with three replications, two samples of corn (A and B), four excreta collection periods -ECP (3, 5, 7 and 9 days) and two weights (27.4 :!: 0.3 and 64.3 :!: 0.5 kg). In the second, 24 crossbred barrows (46.7 :!: 1.0 kg) were used in a 2 x 4 hierarchical design with three replications, two feedstuffs (corn C and soybean meal) and four levels of substitution in the reference diet (30%, 45%, 60% ând 100%). ECP had only a significant effect (P < 0.01) on digestible energy values corno Confidence intervals for digestibility coefficients varied with the ECP. The period of tive days gave enough accuracy for digestibility of corn nutrients. Values of digestible and metabolizable energy of corn and soybean meal were influenced by levels of substitution. Levels above 30% for corn and 45% for soybean meal in the reference diet influenced dry matter, protein digestibility and energetic values of feedstuffs.

Index terms: metabolism, digestible energy, nietabolizable energy, digestible protein. INTROOUÇÃO

A digestibilidade dos nutrientes dos alimentos para suínos pode ser influenciada por fatores como: composição química e física dos ingT~dientes

(Batterham et al 1980); o nível de alimentação (May & Bell 1971, Peers et alo 1977); níveis de substituição do ingrediente na ração-referência (Diggs et aI. 1965, Morgan et aI. 1975, Peers et alo 1977), e idade ou peso dos suínos (Saben et alo 1971, Baird et alo 1974, Fialho et alo 1982a, b, s.n.t.).

A técnica relativa à adição ou substituição do ingrediente-teste pela ração referência é a mais uti-lizada para determinar ou estimar os valores pro-téicos e energéticos de alimentos para suínos. Se-gundo May & Bell (1971), Lawrence (1972) e Morgan et alo (1975), a opção de utilizar diferentes metodologias está em função do ingrediente a ser testado.

Quanto ao número de dias de coleta de excre-mentos (fezes e urina), existem muitas variações. Ensaios de metabolismo, com duração de três dias, foram conduzidos por Skitsko & Bowland (1970), Saben et alo (1971) e Erickson et alo (1978); com quatro dias, por Bell et alo (1983); com cinco dias, por Young et alo (1977), Noland et alo (1977) e Fialho et alo (1982 a, b); com seis dias, por Diggs et alo (1965), May & Bell (1971), Baird et alo (1974) e Frape et alo (1976), assim como trabalho Aceito para publicação em 17 de junho de 1985.

Eng. -Agr., M.Sc., EMBRAPA/Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves (CNPSA) , Caixa Postal,

D-3,.CEP 89700 Concórdia, SC.

Méd. -Vet., M.Sc., EMBRAPA/CNPSA.

Pesq. agropec. bras., Brasília, 20(10):1229-1236, out. 1985.

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1230

E.T. FIALHO et alo

utilizando sete dias, de Pals & Ewan (1978), Wu & Ewan (1979) e Wiseman et alo (1982). Entretanto, segundo Robinson et aI. (1965), a metodologia de coleta total de fezes e o período experimental de cinco dias é o método mais indicado em ensaios de metabolismo com suínos. Porém, sibbald & Price (1975) observaram que o aumento do período de coleta ( dias) dos excrementos reduziu os erros-pa-drão das médias dos valores de energia metabolizá-vel de ingredientes, determinados com aves.

Este trabalho objetivou determinar a influência

dos níveis de substituição do ingrediente na ração--referência e o número de dias do período de

cole-ta de excrecole-tas, sobre os valores de digestibilidade dos nutrientes do milho e do farelo de soja, com suínos de diferentes pesos.

de amostragem das fezes foi utilizado nos períodDs de cin-co, s~te e nove dias.

Quanto à coleta de urina do volume total diário, foi retirada uma alíquota de 5%, a qual foi colocada em fras-cos de plástico e armazenada em freezer. A amostragem foi feita no terceiro, quinto, sétimo e nono dia.

Foi utilizado o método de coleta de fezes com óxido férrico como marcador fecal, de acordo com a metodolo-gia descrita por Fialho et ai. (1979).

As gaiolas estavam instaladas em salas com janelões, as quais propiciavam ambientes parcialmente controlados, durante a condução dos ensaios de metabolismo.

As análises das rações, dois ingredientes e dos excre-mentos (fezes e urina) foram realizadas conforme os mé-todos descritos pela Association of Official Analytical Chemists (1980). A análise da energia bruta foi determi-nada em bomba calorimétrica, equipada com controle master.

Os parâmetros determinados foram: matéria seca di-gestível (MSD), coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (CDPB), energia digestível (ED), energia metaboli-zável (EM) e energia metabolimetaboli-zável corrÍgida (EMC). As re-MATERIAL E MÉTODOS

TABELA 1. Composição percentual média das rações-re-ferência utilizadas nos experimentos 1 e 11 (matéria natural). Experimento Ingrediente II % % 70,00 27,00 2,3 0,5 0,2 70,00 27,00 2,3 0,5 0,2 88,65 17,52 3836 3342 3,20 2,78 4,46 0,55 0,72 87,18 18,09 3890 3366 2,95 2,92 3,65 0,61 0,70 Milho triturado Farelo de soja Fosfato bicálcico Mistura mineral! Mistura vitam(nica2 Valores analisados Matéria seca, % Prote(na bruta, % Energia bruta, Kcal/kg Energia digest(vel Kcal/kg3 Fibra bruta, %

Extrato etéreo, % Matéria mineral, % Total de Ca, % Total de P, % Foram conduzidos dois experimentos na unidade

ex-perimental do CNPSA, em Concórdia SC, nos meses de agosto de 1982 e julho de 1983.

Experimento I -Período de coleta

Foram utilizados doze suínos machos castrados, mes-tiços (Landrace & Large White), sendo seis com peso mé-dio inicial de 27,4 :t 0,3 kg (fase de crescimento) e seis com 64,3 :t 0,5 kg (fase de terminação), durante os qua-tro períodos de coleta.

Os animais foram distribuídos individualmente em gaiolas de metabolismo. Os ingredientes testados substi-tuíram 30% de uma ração-referência à base de milho e farelo de soja, suplemelltada com minerais e vitaminas contendo 18% de proteína bruta (Tabela 1), a qual foi testada em seis animais. Os ingredientes analisados foram duas amostras de milho, e obtidos em duas regiões dife-rentes do Município de Concórdia, SC (Tabela 2).

O delineamento experimental utilizado foi o inteira-mente casualizado, com três repetições, e os tratamentos, arranjados em estrutura fatorial 2 x 4 x 2, a saber: dois ingredientes (milho A e B), quatro períodos de coleta (três, cinco, sete e nove dias)'e dois pesos (27,4 :t 0,3 e 64,3 :t 0,5 kg).

Os animais permaneceram nas gaiolas por um período de quatorze dias consecutivos. Ao término do primeiro período de coleta (três dias), foi feita a coleta total das fezes, e uma amostra de 20% do peso total foi retirada e acondicionada em sacos de plástico e armazenada no (reezer a -100c. Os 80% das fezes restantes do período precedente retomava ao bojo coletor de fezes, os quais foram incorporados com o total das fezes do período em estudo, sendo retirada deste uma amostragem, correspon-dente a 20% da quantidade total da excreta. Este critério

, Fornecendo por quilograma de ração 4,2 9 de NaCI; 6,0 mg Cu; 2,0 mg Mn; 60,0 mg Zn; 60,0 mg Fe. 2 Fornecendo por quilograma de ração: Vit. A 5000 UI;

Vit. 03 400 UI; Vit. E 11 UI; Riboflavina 3 mg; Niaci-na 14 mg; Acido Pantotênico 11 mg; Vit. 812 11 JJ.g. 3 Valores médios obtidos nos ensaios de metabolismo, do

Experimento I e 1I respectivamente.

(3)

INFLUÊNCIA DA SUBSTITUIÇÃO DO MILHO E DO FARELO DE SOJA

1231

TABELA2. Composição química e energia bruta dos ingredientes testados nos Experimentos I e 11 (matéria natural).

2 Farejo de soja (45% PB) Milho2 C MilhoJ A Milho! B Item

-86,96 8,92 3,58 2,39 1,72 4002 0,03 0,31 4,73 52,00 9,79 27,35 0,26 0,34 0,31 0,12 86,72 9,33 3,32 2,36 1,04 3945 0,04 0,26 3,40 46,00 8,60 15,60 0,28 0,42 0,30 0,09 87,01 9,15 3,48 2,45 1,03 4032 0,03 0,28 2,80 38,00 7,90 14,60 0,22 0,38 0,28 0,11 88,76 45,32 1,37 4,72 5,39 4231 0,22 0,64 14,12 233,40 43,85 46,43 2,62 1,28 1,51 0,97 Matéria seca ( % I Prote(na bruta ( % I Extrato etéreo ( % ) Fibra bruta ( % ) Matéria mineral ( %) Energia bruta (kcal/kg) Cálcio ( % I Fósforo ( % ) Cobre (ppm) Ferro (ppml Manganês (ppml Zinco (ppm) Usina ( % ) Metionina + cistina ( % I Treonina ( %) Tripofano (% I

1 Ingrediente testado no Experimento I 2 Ingrediente testado no Experimento I1

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Experimento I

Os dados de composição química e energia bru-ta das amostras do milho (A e B) utilizados no pre-sente experimento encontram-se na Tabela 2.

Foi constatado que as amostras de milho A e B} testadas apresentaram teores de nutrientes si-milares entre si e sisi-milares aos citados pelo National

Research Council (1979), Allen (1983), Fialho & Albino (1983) e Rostagno et alo (1983).

Na Tabela 3, encontram-se os resultados refe-rentes aos valores médios de digestibilidade dos nu-trientes das amostras do milho A e B.

Considerando que as variáveis de digestibilidade estudadas não foram influenciadas (P > 0,05) Relo peso dos animais, foi adotado, como critério, dis-cutir, neste trabalho, os valores médios obtidos com os animais nos diferentes períodos.

Pelos dados obtidos, pode-se observar que os va-lores de ED relativos ao período de coleta de três dias foram estatisticamente superiores (P -< 0,05) aos de cinco e nove dias, porém semelhantes (P > 0,05) aos de sete dias. Não foram constatadas

lações energia metabolizável e energia digestível (EM: ED) foram determinadas segundo as equações citadas por Matterson et al. (1965) e o valor 6,77 Kcaljg de nitrogê-nio urinário excretado foi utilizado para se determinar a EMC (Diggs et al. 1965).

Experimento II -N(veis de substituição

Foram utilizados 24 suínos mestiços (Landrace x Lar-ge White), machos castrados, com peso médio inicial de 46,7 :t 1,0 kg). Os animais foram distribuídos

individual-mente.

Foi utilizada uma ração-referência, contendo 18% de proteína bruta (Tabela 1), similar à utilizada no Experi-mento I. A mesma foi testada em três animais. Os ingre-dientes analisados foram o milho e farelo de soja (Tabe-la 2).

O delineamento experimental utilizado foi o inteira-mente casualizado, com três repetições, sendo os trata-mentos arranjados em estrutura hierárquica 2 x 4, tendo dois ingredientes (milho C e farelo de soja) e quatro níveis de substituição dos ingredientes-teste para a ração-referên-cia (30%,45%, 60% e 100%). O nível de 100% de substi-tuição foi suplementado com vitaminas e minerais, simi-lares aos demais níveis estudados.

As respostas das variáveis, medidas em função do nível de substituição, foram estimadas através de regressão poli-nomial. A metodologia e os parâmetros analisados neste experimento foram os mesmos descritos no Experimen-to I.

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E.T. FIA:LHO et aI.

1232

r ABELA 3. Influência dos períodos e fases de coleta de excrementos (PCE) ..,bre os valores médios e respectivos erros-padrão de digestibilidade da matéria se-seca, proteína bruta e energia de dois lotes de milho, dados expressos na base da m.téria

seca-M'dia Coeficiante

da.

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fa... variação, %

2.29

Por(ado do coleta (dias) Fase 3 5 7 9 1 89,93 :!: 0,5 86,68 t 0,4 87.o3:!: 1,1 88,72:!: 0,7" 88,06A:!: 0.6 2 89,15 t 0,8 87.65:!: 0,4 88.93 t 0.9 87.94:!: 1,2 88.42A:!: 0,8 m6di8 89.498:!: 0,6 87.168:!: 0,4 87.988 t 1,0 88,338t 0.9 1 87,17 :!: 1.0 86.48:!: 0,6 86,94:!: 1,6 87,17:!: 1.5 86,79A:!: 1,2 2 89,26 :!: 1,6 87,30:!: 0,2 86.33:!: 2,5 86,54:!: 1,9 87,36A:!: 1.6 m6di8 68.218:!: 1.1 86,898:!: 0,4 86,338:!: 2,0 86,868:!: 1,6 1 4.247 :!:47,34.117 :!:29.9 4.170 :!:67,5 4.145 :!:34,4 4.170A :!:44,4 2 4.302 :!:13.6 4.154 :!:28,7 4.282 t24.0 4.166 t38,7 4.226A :!:26,2 m6di8 4.2758 :!:31,3 4.136b :!:28,5 4.226ab :!:46,5 4.156b :!:37,2 1 4.149 :!:43,8 4.042 :!:26,8 4.037 :!:64,5 4.044 :!:38,8 4.068A :!:43,2 2 4.140 :!:53.0 4.058 :!:26.9 4.203 :!:19,7 4.009 :!:44,6 4.125A :!:36,1 m6di8 4.1458 :!:50,3 4.0508 :!:27,2 4.1208 t42,5 4.0718 :!:41,5

1 3.550 :!:21),O 3.584 :!:53,O 3.615 t21,4 3.619 :!:21.9 3.592A :!:29.1 2 2.556 :!: 39,7 3.639 t 34,0 3.626 :!: 36,2 3.645 :!: 22,5 3.617A :!: 32,7 m6di8 3.5548 :!:29,5 3.6118 :!:45,2 3.6218 :!:29,5 3.6328 :!:23,5 1 97,70 :!: 0,5 98,17:!: 0,2 96,81 t 0,5 97,53:!: 0.3 97,55A:!: 0,4 2 96,23 :!: 1,4 97,69 t 0,1 98.14:!: 0,2 98,39:!: 0.3 97.61A:!: 0.6 m6di8 96,678:!: 0.7 97.938:!: 0,2 97.478:!: 0.3 97,968:!: 0,3 4,32 \2.26 Matéria seca digest(vel, MSD (%) Coeficiente de digestibilidede da prote(na bruta, CDPB (%) Energia digest(vel, ED (Kcal/kg) Energia metabolizállel, EM (Kcal/kg) Energia metabolizável oorrigida, EMC" (kcal/kgl

Relação energia metabolizável e energia digest(vel, EM: ED (%)

2,52

2,24

1.46

--ab Em uma mesma linha e AB na coluna, para cada item, indicam diferenças significativas (P < 0,051 .Os pesesrnádios dos suínos no início das fases 1 e 2 foram 27,4 tO,3 e 64,3 tO,5 kg. ..Corrigido para nitrogênio retido (Diggs et ai. 19651.

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diferenças significativas (P > 0,05) entre os perío-dos de cinco, sete e nove dias.

Os valores referentes MSD, CDPB, EM, EMC e à relação EM:ED foram semelhantes entre si (P > 0,05), podendo ser constatado, desta forma, que não houve influência dos PCE para estas va-riáveis.

Na Fig. 1, são apresentados os intervalos ,de confiança (IC) das variáveis estudadas para os da-dos relativos a MSD, CDPB, ED, EM e EMC, os quais foram melhores para o período de cinco dias de coleta, para os milhos (A e B) analisados em conjunto, em relação aos demais períodos testa-dos. De acordo com sibbald & Price (1975), ocor-re uma ocor-redução no erro-padrão da média para energia metabolizável, determinada com aves, quando se aumenta o período de coleta dos excre-mentos. Verstegen et alo (1973) também constata-ram uma redução no coeficiente de variação nos valores de digestibilidade aos cinco, sete, dez e doze dias, no período de coleta, em ensaios com suínos em crescimento. Os resultados do presente experimento não concordam com os obtidos por estes autores, uma vez que períodos de coleta su-periores a cinco dias não necessariamente reduzi-ram os intervalos de confiança das variáveis estu-dadas (Fig. 1).

3 5 7 9

PERrODO DE COLETA (dias)

FIG.1. Intervalos de confiança relativos a: matéria seca digestfvel -MSD (+++). coeficiente de digestibi-lidade da prote(na bruta -CDPB (---), energia digest(vel -ED I-I, energia metabolizável -EM ( 1 e energia metabolizável corrigida -EMC (. ..) das médias dos milhos A e B.

(5)

INFLU~NCIA DA SUBSTITUIÇÃO DO MILHO E DO FARELO DE SOJA

1233

o período de coleta de cincb dias propiciou, em média, valores de digestibilidade de nutrientes referentes à proteína bruta e à energia metabolizá-vel similares aos demais períodos e intervalos de confiança menores, proporcionando, conseqüen-temente, resultados mais confiáveis. Estes dados confirmam as observações de Lassiter et alo (1956), os quais testaram períodos de três, cinco e sete dias de coleta de excretas, e concluíram que o pe-ríodo de cinco dias é suficiente para obter resulta-dos confiáveis na determinação de digestibilidade dos nutrientes com suínos.

Experimento II

ram decréscimos lineares (P < 0,005), à medida que se aumentaram os níveis de substituição da ra-ção-referência pelo milho. Desta forma, o acrésci-mo de 1 % na substituição propiciou decrésciacrésci-mos estimados de 3,89 Kcal/kg para esta variável.

Os efeitos quadráticos (P < 0,029) obtidos para os valores estimados de EMC apresentaram decrés-cimos até o nível de 67,5% de substituição, haven-do um acréscimo a partir deste nível. A variável MSD não foi influenciada (P > 0,01) pelos níveis de substituição do milho na ração-referência. Os valores médios relativos a MSD foram 86,1%; 87,7%; 88,0% e 88,1 %, respectivamente para os ní-veis de 30%, 45% e lÓO% de substituição.

Para o farelo de soja, foram constatados efeitos quadráticos (P < 0,001) sobre os valores estimados de MSD, ED, EM e EMC, os quais apresentaram acréscimos até os níveis de 52,9%; 45,9%; 56,6% e 38,7%, e decréscimos para níveis subseqüentes.

Não houve influência dos níveis de substituição testados no presente experimento para a variável CDPB, cujos valores, em média, foram de 88,4%; 89,4%; 87,1% e 87,5%, respectivamente para os níveis de 30%, 45%, 60% e 100% de substituição.

Os níveis crescentes de substituição do farelo de soja pela ração-referência propiciaram aumento de proteína bruta na ração-teste, os quais

influencia-ram nos valores energéticos do farelo.de soja

testa-do.

Aos dados obtidos pela substituição dos ingre-dientes milho C e farelo de soja, na ração-referên-cia, relativos às variáveis MSD, CDPB, ED, EM e EMC dos nutrientes, nos referidos ingredientes, fo-ram ajustados por regressões polinomiais (Tabela 4 e Fig. 2).

Para o milho, foi observado comportamento sig-moidal cúbico (P < 0,03) sobre os valores estima-dos de CDPB e EM, tendo sido constatado acrésci-mos positivos nos níveis de 30% a 38% e 30% a 41 % de substituição da ração-referência pelo milho

e decréscimos nos níveis 39% a 81% e 42% a 83%, em ambos os parâmetros.

Os dados estImados da ED do milho

apresenJ;a-TABELA 4. Estimativas dos parâmetros da equação Y= â + bx + êx2 + dx3 e coeficientes de determinação (R2) dos va: lores de digestibilidade de matéria seca, proteína e energia, em relação aos níveis de substituição dos ingre-dientes na ração basa) (Experimento 11).

Parâmetros estimados 'Y' Ingrediente M* FS* M 75,32360 29,17900 0,41340 3,51770 0,00391 0,06813 0.86 0.80 P < 0,001 P < 0,003 + 0,00038 FS M FS M FS M FS Matéria seca digest(vel,

MSD=% Coeficiente de digestibili-dadeda prote(nabruta, CDPB-% Energia digest(vel, ED -Kcal/kg Energia metabolizável, EM -Kcal/kg Energia metabolizável corrigida, EMC -(Kcal/kg)

4264,26000 3804,42000 1181,55000 3331,61000 4107,15000 2985,92000 3,88950 + 15,68340 + 165,28500 + 19,36600 -18,53800 + 7,22246 0,56 0,92 0,69 0.67 0.54 0,92 P < 0,005 P < 0,001 P < 0.059 P < 0.006 P < 0.029 P < 0,001 -0,17085 -3,00741 -0,17092 +0,13739 -0,09393 +0,01619

* As letras M e FS representam, respectivamente, o milho e o farei o de soja, utilizados no Experimento 11,

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E. T. FIALHO et alo

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Segundo os autores May & Beli (1971) e Mor-gan et alo (1975), o teor de proteína brota dos in-gredientes exercem influência na determinação dos valores energéticos dos alimentos para suínos.

Os decréscimos nos valores de energia metaboli-zável (EM), em função dos altos teores em proteí-na brotá proteí-na ração-teste, estão relacioproteí-nados, possi-velmente, de acordo com May & Beli (1971), com o aumento da perda de nitrogênio na urina, asso-ciado à desaminação do excesso de proteína absor-vida, subestimando, desta forma, os valores da EM dos alimentos protéicos (farelo de soja).

A influência dos níveis crescentes de substitui-ção do ingrediente pela rasubstitui-ção basal nos valores energéticos dos ingredientes (milho e farelo de so-ja), observados no presente ensaio, discorda, em parte, dos citados por Peers et aL (1977), os quais obtiveram aumentos significativos. nos valores em EM de ingredientes protéicos com aumentos nos níveis de inclusão de ingrediente-teste na ração--referência. Porém, essa influência discorda dos obtidos por Cunningham et alo (1962), May & Beli (1971), Saben et alo (1971), Young et alo (1977) e Morgan et alo (1975), os quais não encontraram di-ferenças significativas na determinação dos valores de ED e EM dos ingredientes, quando utilizar:l.m diferentes níveis de substituição do ingrediente na ração-referência.

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CONCLUSÕES

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.

1. O período de coleta dos excrementos (PCE) influenciou somente os valores de energia digestí-vel dos milhos testados.

2. Os aumentos dos PCE influenciaram os inter-valos de confiança das variáveis de digestibilidade estudadas.

3. A coleta de excrementos aos cinco dias pro-porcionou resultados confiáveis na terminação da digestibilidade da matéria seca, proteína e .valores energéticos do milho para suínos.

4. Os valores energéticos (ED e EM) do milho e farelo de soja foram influenciados pelos níveis de substituição do ingrediente-teste na ração-referên-cia.

30 45 60 75 90 100 NrvEL DE SUBSTITUiÇÃO (%)

FIG.2. InfluAncia do n(vel de substituição do milho (---) e do farei o de soja (-) sobre os valores da matéria seca digest(vel (MSD). coeficiente de digestibilidade da prote(na bruta (CDPB). energia digest(vel (ED) e energia metabolizável (EM).

5. De acordo com os resultados obtidos neste experimento e nas condições em que o mesmo foi conduzido, a inclusão do milho acima de 30% ou Pesq. agropec. bras., Brasília, 20(10):1229-1236, out. 1985.

(7)

INFLUÊNCIA DA SUBSTITUIÇÃO 00 MILHO E DO FARELO DE SOJA

1235

do farelo de soja acima de 45% em substituição à ração-referência influenciou os valores de digestibi-lidade da matéria seca, proteína e valores energéti-cos destes ingredientes, quando determinado com suínos.

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