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Raspa de Mandioca na Alimentação de Vacas Leiteiras

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA

Raspa de Mandioca na Alimentação de Vacas Leiteiras

RICARDO PIMENTEL RAMALHO

AREIA – PB

JANEIRO – 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAM BUCO UNIVERSIDADE DO CEARÁ

PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA

RASPA DE MANDIOCA NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS

RICARDO PIMENTEL RAMALHO

AREIA – PB JANEIRO – 2005

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RICARDO PIMENTEL RAMALHO

RASPA DE MANDIOCA NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS

Tese apresentada ao Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia da Universidade Federal da Paraíba, do qual participam a Universidade Federal Rural de Pernambuco e Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Zootecnia.

Área de Concentração: Produção Animal

Orientador:

Prof. Dr. Marcelo de Andrade Ferreira

AREIA – PB JANEIRO – 2005

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RASPA DE MANDIOCA NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS

RICARDO PIMENTEL RAMALHO

Tese defendida e aprovada pela banca examinadora em 31 de janeiro de 2005

Banca examinadora

_____________________________________________________________ Profª. Drª Antônia Sherlânea Chaves Véras – UFRPE/ DZO

Avaliador

_____________________________________________________________ Prof. Dr. Severino Gonzaga Neto – UFPB/ CCA

Avaliador

_____________________________________________________________ Profª. Drª Adriana Guim – UFRPE/ DZO

Avaliador

_____________________________________________________________ Prof. Dr Alexandre Carneiro Leão de Mello – UFAL/ CECA

Avaliador

_____________________________________________________________ Prof. Dr. Marcelo de Andrade Ferreira – UFRPE/ DZO

Presidente

AREIA – PB JANEIRO – 2005

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Aos meus pais Waldemir e Amenaíde Ramalho; irmãos Waldemir e Valério; e esposa Vitória Régia, por serem o alicerce de minha vida, por me amarem nos dias difíceis e por me motivarem a ser quem sou.

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BIOGRAFIA

RICARDO PIMENTEL RAMALHO, nascido em 21 de março de 1974, em Campina Grande, Paraíba, filho de Waldemir Alves Ramalho e Amenaíde Pimentel Ramalho, é Zootecnista formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, em maio de 1997. Obteve o título de Mestre em Produção Animal pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFRPE, em fevereiro de 2001. Em março de 2001, ingressou no Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia, Área de Concentração de Produção Animal, pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Obteve o título de Especialista em Produção de Bovinos Leiteiros pela Universidade Federal de Lavras - UFLA, Minas Gerais, em agosto de 2002. Assumiu o cargo de Zootecnista da Secretaria Municipal de Saúde do município de Maceió, Alagoas, em maio de 2004. É professor das disciplinas Economia e Administração Rural e Melhoramento Animal do Centro de Ensino Superior de Maceió – CESMAC, desde julho de 2004.

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AGRADECIMENTO

À insuportável e metida colega de pós-graduação em 2002; companheira, amiga e namorada em 2003; colega de trabalho, noiva e esposa em 2004, Vitória Régia Ramos de Albuquerque Rocha Ramalho (Ikinha), por sermos um só, todo o dia, todos os dias.

Ao meu sogro Manoel Rocha e sogra Maria do Socorro Ramos “do” Albuquerque Rocha, por serem, na essência da palavra, pais.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa de estudos para a efetiva realização desta pesquisa.

À Universidade Federal da Paraíba, especialmente ao Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia, pela oportunidade oferecida.

À Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária – IPA, pelo apoio técnico-científico e por ceder instalações e animais para o desenvolvimento da pesquisa.

Aos funcionários do Laboratório em Nutrição Animal pertencente ao Departamento de Zootecnia da UFRPE, e aos amigos Omer, Maria Cláudia, Carmem Valéria e Karine, pela ajuda nas análises laboratoriais.

Aos professores da UFPB, Edgard Pimenta Filho, Roberto Germano, Ariosvaldo e Divan Soares, pela paciência, e contribuição durante minha passagem por Areia.

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Aos professores da UFRPE, Sherlânea Véras, Ângela Batista, Adriana Guim, Carlos Bôa-Viagem, Wilson Dutra, Maria Norma, Severino Benone, Mario Lira, Francisco Carvalho, pela dedicação e carinho dispensados.

Aos colegas, Ricardinho, Gladston, Dantas, Glesser, José Geraldo, Robson, Mauricéia, Vanessa, Valéria e Cibele, pela valiosa ajuda durante todo o processo.

Aos amigos Kleber Régis, Antônio Travassos, Fábio, Geovergue, Aldrin e Ronaldo; e aos que em algum momento foram meus amigos e que por um acaso deixaram de ser, meu eterno obrigado.

Ao pessoal da Estação de Arcoverde, Zumba, Adonis, Cícero, Deda, Sr. Fernando (in memoriam); e de São Bento do Una, Paulo Brito, Marcos “Doido”, “Tutu”, a “Menina da Precipitação”, Zé “Cabeção”; e aos amigos veterinários Sidney e “Val”, pelos momentos maravilhosos e por serem minha família, durante os meses de experimento.

A Luis Evandro de Lima, pela agradável companhia de amigo, pelos ensinamentos, pela luz, pelo espírito maravilhoso que é.

A Djalma Cordeiro dos Santos, pela importante contribuição durante o experimento.

Ao professor orientador Marcelo de Andrade Ferreira, pela compreensão, amizade, paciência, comprometimento, dedicação, respeito, pelo belo exemplo profissional, enfim, por ser, de uma maneira ímpar, quem é.

A Deus, por tudo de bom que aconteceu nesses quatro anos, por manter-me próximo de pessoas boas de índole e num ambiente feliz.

Enfim, Agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho, por terem aberto meus caminhos e inspirado a força necessária para vencer as dificuldades e resistências.

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SUMÁRIO LISTA DE TABELAS... x LISTA DE ABREVIAÇÕES... xi RESUMO... 01 CONSIDERAÇÕES INICIAIS... 02 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 08

CAPÍTULO I: Substituição do Farelo de Soja pela Mistura Raspa de Mandioca e Uréia em Dietas para Vacas Mestiças em Lactação... 11

RESUMO... 12 ABSTRACT... 13 Introdução... 14 Material e Métodos... 17 Resultados e Discussão... 23 Conclusões... 31 Literatura Citada... 32

CAPÍTULO II: Substituição do Milho pela Raspa de Mandioca em Dietas para Vacas Primíparas em Lactação... 35

RESUMO... 36 ABSTRACT... 37 Introdução... 38 Material e Métodos... 40 Resultados e Discussão... 44 Conclusões... 50 Literatura Citada... 51 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 53

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LISTA DE TABELAS CAPÍTULO I

1 Composição das dietas experimentais ... 20 2 Teor de nutrientes da silagem de sorgo, palma forrageira, concentrados e dietas

experimentais... 21 3 Consumo de matéria seca e nutrientes, coeficientes de variação, equações de

regressão, probabilidade e coeficiente de determinação, em função das dietas

experimentais... 24 4 Digestibilidade aparente dos nutrientes, em função das dietas experimentais... 26

5 Produção de leite, produção de leite corrigida para gordura, teor de gordura do leite e eficiência alimentar, em função das dietas experimentais ... 27 6 Requerimentos de energia líquida para mantença, produção, energia líquida

ingerida por dia e balanço de energia líquida... 29

CAPÍTULO II

1 Composição percentual das dietas experimentais, com base na matéria seca... 42 2 Consumo médio de matéria seca e demais nutrientes em função das dietas

experimentais... 44 3 Digestibilidade aparente dos nutrientes, em função das dietas experimentais... 45 4 Produção de leite, produção de leite corrigida para gordura, teor de gordura do

leite e eficiência alimentar, em função das dietas experimentais... 47 5 Requerimentos de energia líquida para mantença, produção, energia líquida

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

CNFd...Carboidratos não Fibrosos digestíveis

e...Base do Logaritmo Neperiano

EEd...Extrato Etéreo Digestível ELmantença...Exigência em Energia Líquida para Mantença ELprodução... Exigência em Energia Líquida para Produção de Leite FDNd...Fibra em Detergente Neutro Digestível NDT...Nutrientes Digestíveis Totais PBd (concentrado)...Proteína Bruta Digestível Oriunda de Alimentos Concentrados PBd (forragem)...Proteína Bruta Digestível Oriunda de Forragens PIDA...Proteína Insolúvel em Detergente Ácido PIDN...Proteína Insolúvel em Detergente Neutro PL...Produção de Leite PLC...Produção de Leite Corrigida para Gordura

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Dois experimentos foram conduzidos com o objetivo de avaliar a inclusão da raspa de mandioca em substituição total ao farelo de soja ou milho, em dietas para vacas leiteiras. O primeiro experimento foi realizado na Estação Experimental de Arcoverde pertencente à Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), com oito vacas cruzadas 5/8 holando:zebu, 60±30 dias em lactação, produção média diária de 15,1 kg e distribuídas, pela ordem de lactação, em dois quadrados latinos (4×4). O experimento teve a duração de 68 dias e as dietas foram compostas por palma forrageira (Opuntia ficus

indica, Mill), silagem de sorgo, suplemento mineral e vitamínico e mistura raspa de

mandioca+uréia em substituição ao farelo de soja (0; 33; 67 e 100%, com base na matéria seca). Os parâmetros avaliados foram: o desempenho, o consumo e a digestibilidade dos nutrientes. O segundo experimento foi realizado na Estação Experimental de São Bento do Una, pertencente à mesma empresa, com cinco vacas primíparas da raça holandesa, 60±15 dias em lactação, produção média inicial de 24,8 kg de leite por dia, e distribuídas em um único quadrado latino (5×5). O período experimental foi de 85 dias e as dietas foram compostas por palma forrageira, silagem de sorgo, suplemento mineral e vitamínico, farelo de soja e raspa de mandioca em substituição ao milho moído (0; 25; 50; 75 e 100%, com base na matéria seca). Os parâmetros avaliados foram os mesmos do primeiro estudo. Em ambos os experimentos, a substituição do farelo de soja e do milho moído pela mistura raspa de mandioca+uréia e raspa de mandioca, respectivamente, afetaram a produção de leite, leite corrigido para gordura e eficiência alimentar sem afetar a digestibilidade dos nutrientes, apresentando as menores médias de produção de leite, os níveis com maior inclusão da raspa de mandioca (P<0,05). Diminuição linear no consumo de nutrientes (P<0,05) foi encontrada no primeiro experimento, mas não no segundo. Nas condições do presente estudo, a raspa de mandioca não substituiu o milho ou o farelo de soja contido nas dietas de vacas em lactação.

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo e deve galgar novas posições nos próximos anos, pois apresenta maior crescimento na produção que os principais países competidores (Vilela, 2004). O mesmo autor afirmou que nos últimos 30 anos houve aumento de mais de 160% na produção leiteira nacional, sendo o leite o terceiro maior produto pecuário do país, perdendo apenas, para a carne bovina e a de frango, representando 10% do valor bruto da produção agropecuária nacional (VBPA).

O estado de Pernambuco aparece nesse contexto com o quinto maior rebanho bovino do Nordeste, segundo maior na produção de leite e na produtividade, perdendo para os Estados da Bahia (produção anual) e Alagoas (produtividade em litros por vaca por ano), respectivamente (IBGE, citado pela EMBRAPA-CNPGL, 2002). Apresentou nos últimos dez anos, aumento de 15% na produção anual de leite, com redução do rebanho na mesma proporção, evidenciando melhoria na genética, alimentação e nas condições de manejo, mas mesmo assim, ainda é importador do produto (DATAMÉTRICA, 2004).

Mas a exploração leiteira é uma atividade que se encontra permanentemente a mercê de inúmeros fatores que determinam crises periódicas. Estas, contudo, atingem de forma acentuada, os sistemas produtivos mais dependentes de alimentos concentrados (Fernandes, 1980).

A utilização maciça de alimentos concentrados nas dietas para ruminantes tem ocasionado discussões sobre as desvantagens econômicas, e também, sobre a competição por alimentos entre animais e humanos. Assim, o máximo aproveitamento dos alimentos volumosos e a otimização no uso da fibra dietética, dentro das limitações de cada nicho econômico e ecológico, devem ser objetivados para a viabilização dos sistemas produtivos (Van Soest, 1994).

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A palma forrageira (Opuntia ficus indica, Mill e Nopalea cochenillifera, Salm-Dyck) na região Nordeste é uma prova da otimização dos sistemas de produção de alimentos para ruminantes, pois é uma espécie adaptada às condições edafoclimáticas (Santos et al., 1997), e uma realidade nessa região, sendo cultivada por grande parte dos produtores de leite, mesmo que seja, apenas, para a reserva estratégica durante o período de seca (Fernandes, 1980).

A palma forrageira é uma cactácea de origem mexicana, rústica, resistente à seca e capaz de adaptar-se às condições adversas de clima e solo; sendo particularmente apropriada à regiões sujeitas às secas (DATAMÉTRICA, 2004). Apresenta baixos teores de matéria seca, fibra, proteína bruta e fósforo; e altos teores de cálcio e carboidratos solúveis, de grande importância para os rebanhos, principalmente no período seco do ano, que, além de fornecer um alimento verde de excelente palatabilidade, supre grande parte das necessidades hídricas dos animais na época de escassez (Farias et al., 1984; Santos et al., 1997; Wanderley, 2001; Torres et al., 2003). É uma planta totalmente incorporada à paisagem semi-árida do Nordeste brasileiro, sendo introduzida na região em meados do século XIX, para servir de suporte à criação da cochonilha, produtora do corante carmim. Desde então, a palma rapidamente se expandiu e ocupou progressivamente o espaço regional, em função da sua capacidade de adaptação às condições edafoclimáticas, que encontrou na região, e da utilidade como fonte de alimentação para os rebanhos (DATAMÉTRICA, 2004).

Muitos trabalhos têm sido realizados com o objetivo de otimizar o uso da palma forrageira para vacas em lactação na região Nordeste (Santana et al., 1972; Santos et al., 1990; Matos, 2000; Dias et al., 2001; Wanderley, 2001; Andrade et al., 2002; Araújo, 2002; Melo, 2002). Esses estudos comprovam a necessidade de associar alimentos concentrados e fibrosos à palma forrageira, com o objetivo de suprir a demanda nutricional

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(em fibra e proteína) dos animais em lactação sem inviabilizar a exploração leiteira, mantendo-a em condições de competir com o leite vindo de outras regiões do País.

Dentre os suplementos supracitados, encontra-se a mandioca (Manihot esculenta Crantz), também conhecida por cassava, manioc, yuca, tapioca ou sagu; é originária da América do Sul, provavelmente do Brasil, e tem por característica ser uma planta tolerante à seca e a solos de baixa fertilidade (Carvalho, 1998). O mesmo autor afirmou que quando os descobridores portugueses encontraram na roça indígena a mãdi’og, utilizada no fabrico de diversos tipos de comida, perceberam tratar-se de um alimento com grande potencial, e assim, iniciou-se o processo de expansão da cultura nos trópicos dos diferentes continentes.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de mandioca, com produção anual estimada em 24 milhões de toneladas, na safra 2003/2004, sendo as maiores produções registradas nos estados do PA, BA, PR, MA e RS. A indústria farinheira é a principal consumidora das raízes produzidas, utilizando aproximadamente 80% da produção nacional de mandioca (IBGE, 2004, citado por Vieira, 2004). Ainda Vieira (2004) apresentou o estado de Pernambuco como 14º maior produtor no Brasil, com 473,9 mil toneladas produzidas na mesma safra.

A raiz de mandioca apresenta 60,0 a 65,0% de umidade; 21,0 a 33,0% de amido; 1,0 a 1,5% de proteína bruta; 0,18 a 0,24% de extrato etéreo; 0,70 a 1,06% de fibra bruta e 0,60 a 0,90% de matéria mineral (Smet et al., 1995; Zeoula 1999; Silva et al., 2001). Porém, a composição é variável de acordo com as condições ambientais em que a planta se desenvolveu, com o cultivar utilizado e com a idade da planta, esses valores energéticos estão próximos ao apresentados pelo milho, com a vantagem do amido da raiz de mandioca apresentar maior digestibilidade, por não possuir complexação com lipídios ou matriz protéica que venha a interferir em sua solubilização durante o processo de digestão pelos ruminantes (Zeoula, 2001).

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A mandioca apresenta um princípio venenoso devido a presença de glicosídeos cianogênicos conhecidos como linamarina e lotaustralina, os quais sob a ação de ácidos ou enzimas, sofrem hidrólise e liberam acetona, açúcar e ácido cianídrico (HCN), sendo este último, um produto venenosíssimo que inibe a atividade das enzimas da cadeia respiratória dos seres vivos; essa reação pode não ocorrer na planta, mas as enzimas presentes no trato digestivo dos animais e seres humanos possuem a capacidade de efetivá-la, podendo surgir sintomas de intoxicação dependendo da quantidade e tipo de alimento ingerido (Silva et al., 2001). Os mesmos autores afirmaram que o processamento para diminuição do princípio tóxico baseiam-se na dissolução em água ou na volatilização, envolvendo processos como a maceração, embebição em água, fervura, torrefação ou fermentação das raízes, ou ainda, a combinação desses processos.

Os primeiros estudos científicos de substituição dos grãos de cereais por mandioca, em rações para animais de interesse econômico, são da década de quarenta, mais precisamente, do período imediatamente posterior ao final da segunda guerra mundial, na Alemanha. Nesse período, as fazendas estavam sem reservas de grãos e necessitavam alimentar seus animais. Assim, esses estudos determinaram a possibilidade de substituir em até 20 e 40% os cereais contidos nas rações de monogástricos e ruminantes, respectivamente (Mueller et al., 1978; citados por Vearasilp & Mikled, 2000).

No Brasil, as pesquisas sobre a utilização da mandioca e seus resíduos para a alimentação animal se intensificaram nos últimos 30 anos (Carvalho et al., 1969; Carvalho, 1983; Camarão et al., 1993). Especificamente, para vacas em lactação, Mello et al. (1976) e Ribeiro et al. (1976) estudaram a substituição do milho, contido nas dietas, por fontes de energia alternativas como a mandioca, o sorgo granífero e o melaço desidratado, sem que fossem encontradas diferenças significativas na produção dos animais.

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Campero (1994) substituiu o milho por farinha de banana ou farinha de mandioca em dietas para vacas criadas a pasto com suplementação concentrada, e também obteve êxito, sem que fossem afetadas as produções de leite, recomendando assim, a utilização da mandioca.

Todavia, para o estudo de viabilidade na utilização de fontes alternativas de energia e/ou proteína, em substituição às tradicionais, faz-se necessária a avaliação dos efeitos causados em alguns parâmetros que interferem no desempenho animal. O consumo de alimentos é, dentre estes, fundamental para a nutrição, pois determina as quantidades de nutrientes disponíveis para a manutenção da saúde e produção animal, assim, uma estimativa acurada previne a sub ou superalimentação, promovendo, dessa maneira, o uso eficiente dos nutrientes (NRC, 2001). Ainda, segundo o NRC (2001), a subalimentação, além de restringir a produção, pode afetar a saúde do animal, enquanto o aumento nos custos de produção, elevada excreção de nutrientes para o ambiente e efeitos adversos à saúde, são conseqüências da superalimentação.

O consumo é, segundo Van Soest (1994), regulado e limitado pelos requerimentos do animal, pela sua fisiologia e metabolismo. Dentre as teorias mais conhecidas está a relacionada com a fibra em detergente neutro (FDN) contida nos alimentos que é associada à baixas taxas de digestão e, conseqüentemente, ao efeito de enchimento do reticulo-rúmen, sendo considerada uma das causas de regulação da ingestão de matéria seca. Outra causa é atribuída quando ocorre absorção de nutrientes excedente aos requerimentos do animal, ou ainda, quando a taxa de absorção de alguns nutrientes está incorreta (NRC, 2001).

A digestão pode ser definida como um processo de conversão de macromoléculas dos nutrientes em compostos mais simples, que podem ser absorvidos a partir do trato gastrintestinal, enquanto a digestibilidade do alimento é a capacidade do mesmo permitir

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que o animal utilize em maior ou menor escala os seus nutrientes (Silva e Leão, 1979; Van Soest, 1994). Ainda Silva & Leão (1979) afirmaram que essa capacidade é expressa pelo coeficiente de digestibilidade, sendo uma característica do alimento e não do animal e quantifica os alimentos quanto ao seu valor nutritivo, indicando a quantidade percentual de cada nutriente do alimento que o animal tem condição de utilizar.

Existem vários fatores que podem influenciar a digestibilidade, como a composição e preparo dos alimentos da ração, além de fatores dependentes dos animais e da dieta, especialmente a densidade energética e o nível de fibra da ração. Além disso, a interação entre os ingredientes, o nível de ingestão, substâncias antinutricionais, diferenças no sexo, categoria, estado fisiológico e diferenças genotípicas entre os animais, são citados na literatura como fatores que interferem nos coeficientes de digestibilidade (Silva & Leão, 1979).

Importante salientar que a manipulação da dieta pode interferir nas características física e química da mesma, como também, na quantidade consumida. Esses fatores são descritos como os principais causadores de variação na eficiência alimentar, pois interferem diretamente na digestibilidade e absorção dos nutrientes (Mattos, 2004). O mesmo autor afirmou ainda, que a eficiência alimentar tem sido usada como ferramenta para se mensurar o desempenho da atividade leiteira, e, quanto maior for este índice, maior será o retorno econômico do investimento em alimentação e, conseqüentemente, maior será a lucratividade da produção de leite.

Assim a presente pesquisa tem por objetivo avaliar a utilização da raspa de mandioca em substituição a fontes tradicionais como o farelo de soja ou milho moído em dietas para vacas em lactação.

Os capílulos a seguir foram elaborados segundo as normas para publicação da Revista Brasileira de Zootecnia.

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(21)

WANDERLEY, W.L. Palma forrageira (Opuntia ficus indica Mill) em substituição a

silagem de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) na dieta de vacas holandesas em lactação. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2001. 41p. Dissertação

(Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco.

ZEOULA, L.M.; PRADO, I.N.; BRANCO. A.F.; et al. 1999. Solubilidade e degradabilidade ruminal do amido de diferentes alimentos. Revista Brasileira de

(22)

CAPÍTULO I

Substituição do Farelo de Soja pela Mistura Raspa de Mandioca e Uréia em Dietas para Vacas Mestiças em Lactação

(23)

Substituição do Farelo de Soja pela Mistura Raspa de Mandioca e Uréia em Dietas

1

para Vacas Mestiças em Lactação1

2 3

Ricardo Pimentel Ramalho2, Marcelo de Andrade Ferreira3;5, Antonia Sherlânea

4

Chaves Verás3, Djalma Cordeiro dos Santos4, Maria Cláudia Soares Cruz6

5 6

RESUMO: Com o objetivo de avaliar a substituição total do farelo de soja pela mistura

7

raspa de mandioca+uréia sobre o desempenho, consumo e digestibilidade dos nutrientes 8

em dietas a base de palma forrageira (Opuntia ficus indica, Mill) e silagem de sorgo, 9

oito vacas mestiças Holandês:Gir, com 60±30 dias em lactação e 491 kg de peso vivo 10

(PV), foram distribuídas em dois quadrados latinos (4×4). Os resultados foram 11

interpretados através de análise de variância e regressão. A mistura raspa de 12

mandioca+uréia substituiu 0; 33; 67 e 100% do farelo de soja contido na dieta. Os 13

consumos de matéria seca (expressa em kg/dia, % do PV, g/kg0,75 do PV), proteína bruta 14

(PB), fibra em detergente neutro (FDN), extrato etéreo (EE), matéria orgânica (MO) e 15

carboidratos totais (CHOT), diminuíram linearmente com a substituição do farelo de 16

soja. Houve efeito linear decrescente na produção de leite, leite corrigido para 4% de 17

gordura, e produção de gordura com a inclusão da mistura raspa de mandioca+uréia em 18

substituição ao farelo de soja. A digestibilidade dos nutrientes não foi influenciada pela 19

substituição do farelo de soja. 20

21

Palavras-chave: composição do leite, consumo, digestibilidade, eficiência alimentar, 22 NNP, produção do leite 23 24 25 26 27 28 29

1Parte da tese de doutorado do primeiro autor

30

2Aluno do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia – PDIZ - UFPB/ UFRPE/ UFC

31

3Professor Adjunto do Departamento de Zootecnia/ UFRPE

32

4Pesquisador do IPA

33

5Bolsista CNPq

34

6Mestre em Zootecnia - UFRPE

(24)

Replacement of Soybean meal for Cassava Scrapings and Urea in Diets for

1

Crossbred Cows

2 3

ABSTRACT: This study was carried out to evaluation the soybean meal substitution by

4

the mixture urea plus cassava scrapings in the nutrient intake, digestibility, and 5

performance of crossbred cows in lactation fed with rations composed of forage cactus, 6

sorghum silage, and concentrate. Eight animals with 60±30 days of lactation, and 491 7

kg of LW were alloted randomizaded in treatments with four levels the soybean meal 8

replacement 0; 33; 67 and 100 percent. Were assigned in a two 4×4 Latin Square 9

design. The results were interpreted by variance and regression analyses. The addition 10

of increasing urea plus cassava scrapings to the diet showed decreasing linear effect on 11

the intakes of dry matter (DM) (kg, LW%, and g/LW kg0,75), organic matter (OM), 12

crude protein (CP), ether extract (EE), nonfiber carbohidrates (NFC), and total 13

carbohydrates (TCHO). The acid detergent fiber intake (ADF), neutral detergent fiber 14

(NDF), nonfiber carbohydrates (NFC), and total digestible nutrients TDN were not 15

affected by cassava and urea levels in the diet. Urea plus cassava scrapings levels did 16

not affect the apparent digestibilities of nutrients. The milk production corrected or not 17

for 4,0% fat, and the fat yield linearly decrease while the fat content and feed efficiency, 18

expressed as kg milk/ kg of DM were not influenced by the soybean meal replacement 19

levels in the diet. 20

21

Key-Word: composition of the milk, digestibility, intake, NPN, protein, yield 22 23 24 25 26 27 28 29

(25)

Introdução

1

O farelo de soja constitui uma importante fonte protéica nas dietas destinadas às 2

vacas em lactação, contudo, flutuações da moeda americana refletiram em constantes 3

aumentos no custo de aquisição desse ingrediente, tornando praticamente inviável a sua 4

inclusão. 5

Como características comuns a todos os ruminantes, as vacas de leite possuem 6

elevada capacidade de digestão dos carboidratos, eficiente utilização da proteína 7

dietética e habilidade em utilizar nitrogênio não protéico (NNP), através da atividade 8

microbiana ruminal. As bactérias ruminais são especialmente ativas nos processos de 9

síntese protéica e podem utilizar como substratos para essa síntese, além dos 10

aminoácidos, fontes de NNP como precursores para formar novos aminoácidos. Essas 11

reações permitem que o ruminante economize compostos nitrogenados e obtenham 12

proteína a partir de fontes de NNP, como a uréia, a qual pode ser utilizada como fonte 13

suplementar na dieta desses animais. 14

A proteína ingerida pelo ruminante pode, então, passar para o abomaso sem 15

sofrer ação dos microrganismos ou ser degradada no rúmen, com hidrólise das ligações 16

peptídicas (proteólise) e liberação dos peptídeos e aminoácidos (AA), utilizados para a 17

síntese de proteína microbiana (PM), ou ainda, esses aminoácidos serem deaminados, 18

produzindo amônia e ácidos graxos voláteis (AGV’s) (Santos et al., 2001). Ainda no 19

rúmen, a amônia é convertida em compostos nitrogenados, e, quando em excesso, é 20

absorvida pela parede ruminal, daí, é transportada ao fígado, via circulação sanguínea, 21

onde é transformada em uréia. Essa uréia pode ser reciclada ou eliminada via urina e 22

leite (Santos et al., 2001). 23

(26)

Assim, a quantidade de proteína presente no intestino delgado para a absorção é 1

a soma da proteína que compõe os microrganismos (proteína microbiana) e da proteína 2

alimentar que escapa da digestão ruminal ilesa (proteína não degradada no rúmen). 3

A uréia é uma fonte de NNP largamente utilizada na alimentação de ruminantes, 4

todavia, quando a quantidade de carboidratos é insuficiente para o aproveitamento do 5

NNP para a síntese microbiana, ocorre deficiência ou ineficiência na utilização da 6

proteína dietética com redução da digestão dos carboidratos e perda de nitrogênio na 7

forma de amônia (Fregadolli et al. 2001). Outra desvantagem relatada, quando da 8

utilização de uréia, é a diminuição na ingestão de alimentos, ocasionada pela baixa 9

palatabilidade (Church, 1974). Ressaltando-se que o consumo é considerado mais 10

importante que a digestibilidade para explicar as variações no desempenho dos animais 11

(Mertens 1994). E ainda, que níveis elevados de NNP, podem intoxicar o animal pelo 12

excesso de liberação de amônia, reduzindo, ainda mais, o consumo (Roseler et al., 13

1993). 14

O processo fermentativo de aminoácidos, com aproveitamento da amônia para 15

a síntese de proteína microbiana, é parcialmente controlado pela disponibilidade de 16

carboidratos no rúmen (Russell et al., 1981), pois, a produção de ATP está 17

correlacionada à síntese de proteína microbiana, além de favorecer a utilização de 18

aminoácidos absorvidos para a formação de mais proteína microbiana. Van Soest 19

(1994) afirmou que a escassez de carboidratos promove maior fermentação dos 20

aminoácidos da dieta, com aproveitamento da cadeia carbônica para a produção de 21

energia na forma de ATP e liberação da amônia. Uma conseqüência imediata do 22

aumento da concentração de amônia no rúmen é o decréscimo da retenção de nitrogênio 23

pelo animal. 24

(27)

Assim, a otimização da produção de proteína microbiana depende do 1

sincronismo entre a disponibilidade de amônia e da cadeia carbônica para os 2

microrganismos ruminais. Essa sincronia, por sua vez, depende do tipo de carboidrato e 3

da fonte de NNP oferecidos na dieta. 4

Lines & Weiss (1996) estudaram diferentes fontes de proteína para vacas 5

lactantes da raça holandesa e não encontraram diferenças significativas no consumo e 6

digestibilidade dos nutrientes nem no desempenho dos animais, quando da utilização do 7

farelo de soja, uréia, proteína de origem animal ou feno de alfafa tratado com amônia, 8

respectivamente para as quatro fontes de proteína testadas. 9

Oliveira et al. (2001) avaliaram a substituição do farelo de soja (0; 22,8; 45,6 e 10

68,4% com base na MS) pela mistura milho+uréia nas dietas de vacas holandesas 11

lactantes, com 450 kg de PV e produção diária de 20 kg de leite. Esses autores 12

encontraram reduções tanto do consumo de MS como da produção de leite, sem que 13

fossem alteradas as digestibilidades dos nutrientes da dieta, com a inclusão da mistura 14

milho moído+uréia em substituição ao farelo de soja. 15

Resultados semelhantes foram encontrados por Silva et al. (2001), quando 16

substituído o farelo de soja pela mistura milho moído+uréia nas proporções de 0; 22,8; 17

45,6 e 68,4% do farelo de soja com base na MS, em dietas para vacas mestiças 18

Holandês:Gir, lactantes, com peso vivo médio de 511,8 kg e produção média diária de 19

18,75 kg de leite. 20

Melo et al. (2003) também observaram redução nos consumos dos nutrientes e 21

nas produções de leite com a substituição parcial do farelo de soja (0; 18; 36 e 54% com 22

base na MS) pela mistura palma forrageira+uréia, em dietas destinadas à vacas lactantes 23

da raça holandesa, com produção média daria de 20 kg de leite e 600 kg de PV. 24

(28)

Assim, o objetivo do presente estudo foi estudar os efeitos da substituição do 1

farelo de soja pela mistura raspa de mandioca+uréia sobre o desempenho, consumo e 2

digestibilidade dos nutrientes por vacas mestiças em lactação. 3

4 5

Material e Métodos

6

O experimento foi realizado entre dezembro de 2001 e fevereiro de 2002, na 7

Estação Experimental de Arcoverde, pertencente à Empresa Pernambucana de Pesquisa 8

Agropecuária (IPA), localizada no município de Arcoverde, Agreste de Pernambuco, 9

com duração de 68 dias, divididos em quatro períodos experimentais, tendo, cada um, 10

10 dias de adaptação dos animais às dietas e sete dias para coleta. 11

Foram utilizadas oito vacas mestiças 5/8 Holandês:Gir, multíparas, com peso 12

vivo médio inicial de 491 kg, produção média inicial de 13,2 kg de leite por dia e média 13

de 60 dias em lactação. Os animais foram distribuídos, de acordo com a ordem de 14

lactação, em dois quadrados latinos (4×4) e alojados em estábulo com cocho individual 15

para controle do consumo de alimentos. O fornecimento das rações, isoprotéicas, foi 16

realizado duas vezes ao dia, às 6:00 e 14:00 horas, na forma de ração completa, e, para 17

garantir o consumo voluntário e manter os níveis dos diferentes tratamentos, foram 18

permitidas sobras de 5 a 10% do total de alimentos fornecidos, com base na matéria 19

seca. 20

Amostras da dieta oferecida aos animais, bem como das sobras, foram recolhidas 21

diariamente durante o período de coleta, pré-secas em estufa de ventilação forçada a 22

60ºC, identificadas e armazenadas em sacos de papel. No final de cada período 23

experimental, foi realizada mistura das amostras referentes a cada animal por período e 24

novamente armazenadas para posterior análise bromatológica. 25

(29)

As fezes foram coletadas diretamente na ampola retal no 11º e 17º dia de cada 1

período experimental. Essas amostras foram secas em estufa de ventilação forçada a 2

60ºC por 72 horas, moídas e acondicionadas em recipientes plásticos para posterior 3

análise. 4

As amostras do alimento oferecido, sobras e fezes foram moídas, identificadas e 5

acondicionadas em recipientes plásticos. Posteriormente, essas amostras voltaram à 6

estufa por 12 horas a 105ºC para a determinação da matéria seca (MS) de acordo com 7

metodologia descrita pela AOAC (1980). Foram determinados: matéria mineral (MM), 8

extrato etéreo (EE) e proteína bruta (PB), segundo Silva (1990); A fibra em detergente 9

neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) foram determinadas de acordo com o 10

método de Van Soest et al. (1991) e a matéria orgânica (MO), obtida por diferença da 11

MM do total de MS. Os carboidratos não fibrosos (CNF) contidos nos concentrados 12

foram calculados, também por diferença, segundo Equações (1 e 2), descritas por Hall 13 (1997). 14

(

)

[

PB % FDN% PIDN% EE% MM%

]

100% CNF%= − corr. + − + + (1) 15 ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ × ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ + − = + 100 PB% % PB % PB % PB % PB amônio de sulfato uréia NNP NNP total corr. (2) 16

Onde: PBcorr.%=Percentual corrigido de proteína bruta para o cálculo dos CNF%; 17

= %

PBtotal Percentual de proteína bruta da dieta; 18

= %

PBNNP Percentual de proteína bruta da dieta oriunda de composto não 19 protéico; 20 = +sulfatodeamônio uréia

PB% Percentual de proteína bruta do composto não protéico. 21

O consumo dos nutrientes foi calculado através da subtração entre o total do 22

nutriente contido nos alimentos ofertados e o total do nutriente contido nas sobras. 23

Foram determinadas as digestibilidades aparentes de matéria seca (MS) 24

utilizando-se como indicador interno a FDAi (fibra em detergente ácido indigestível), 25

recomendada por Berchielli et al. (2000) e metodologia descrita por Cochran et al. 26

(30)

(1986), com adaptação da metodologia pela incubação (por 144 horas) das amostras no 1

rúmen de um animal bovino fistulado, ao invés da incubação in vitro. 2

O coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDAMS) e dos 3

demais nutrientes (CDAN) foram calculados pelas Equações 3 e 4, respectivamente, 4

descritas por Silva & Leão (1979). 5 ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ × − = fezes das MS na FDAi % consumido alimento do MS na FDAi % 100 100 CDAMS (3) 6 100 sobras nas nutriente de kg fornecido nutriente de kg fezes nas nutriente de kg sobras nas nutriente de kg fornecido nutriente kg CDAN × − − − = (4) 7

O cálculo dos nutrientes digestíveis totais de mantença foi efetuado segundo 8

Equações 5, 6, 7, 8 e 9 propostas pelo NRC (2001). 9 7 FDN 2,25) (EE PB CNF (%) NDT1x = d + d + d× + d − (5) 10 CNF 98 , 0 CNFd = × (6) 11 ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ × × = PB PIDA 1,2 (forragem) d PB PB e ou PB PB PIDA 0,4 1 PBd(concentrado) × ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ × − = (7) 12 0 EE então 1, EE Se EE EEd = ⇒ < = (8) 13

(

)

[

]

⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ − − × − − × = 0,667 d FDN PIDN Lignina 1 Lignina PIDN FDN 0,75 FDN (9) 14

As energias digestíveis para o nível de mantença (ED1x) e produção (EDP), como 15

também as energias metabolizáveis (EMP) e líquidas (ELLp) das dietas foram calculadas 16

de acordo com as Equações 10, 11, 12, 13, 14 e 15, recomendadas pelo NRC (2001). 17 3 , 0 4 , 9 100 EE 6 , 5 100 PB 2 , 4 100 FDN 2 , 4 100 CNF (Mcal/dia) ED d d d d 1x = × + × + × + × − (10) 18 (FC) ingestão de nível o para Correção de Fator ED EDp = 1x × (11) 19 0,75 PV 035 , 0 NDT de Total Consumo Ingestão de Nível × = (12) 20

(

)

[

]

{

NDT1X - 0,18 NDT1X -10,3 NíveldeIngestão-1

}

/NDT1X FC= × × (13) 21 45 , 0 ED 01 , 1 EMp = × 1x− (14) 22

(31)

(

0,703 EM

)

0,19

ELLp = × p − (15)

1

A mistura uréia+sulfato de amônio foi elaborada na proporção de nove partes de 2

uréia para uma de sulfato de amônio com o objetivo de fornecer o elemento químico 3

enxofre para a síntese de aminoácidos sulfurosos (Santos et al., 2001). 4

As rações foram formuladas para atender as exigências dos animais com 15 kg 5

de produção de leite, de acordo com o NRC (1989) e consistiram de quatro níveis de 6

substituição do farelo de soja (0; 33; 67 e 100%) por raspa de mandioca e uréia no 7

concentrado das dietas (Tabela 1). A raspa de mandioca (casca e polpa) foi seca ao sol 8

antes de ser incorporada às rações. 9

A composição bromatológica da silagem, palma, concentrados e dietas 10

experimentais encontram-se na Tabela 2. 11

TABELA 1 – Composição das dietas experimentais (% da MS)

12

TABLE 1- Composition of the experimental diets (% of DM) 13 Dietas experimentais Experimental diets Ingredientes Ingredients 0% 33% 67% 100% Silagem de sorgo Sorghum silage 38,34 38,35 38,50 38,53 Palma forrageira Forage cactus 43,87 43,94 44,14 44,08 Farelo de soja Soybean meal 16,39 10,90 5,38 0,00 Raspa de Mandioca Cassava scrapings 0,00 4,42 8,65 13,07

Uréia + sulfato de amônio

Urea + ammonium sulfate 0,00 0,99 1,93 2,92

Mistura mineral

Mineral mix 1,40 1,40 1,40 1,40

14

Foram realizadas duas ordenhas diárias, às 5:00 e 14:00 horas; quando a 15

produção individual de cada animal foi registrada. Amostras de leite das duas ordenhas 16

foram coletadas no segundo e no último dia de coleta, em cada período experimental, 17

para determinação do teor de gordura, que foi realizado segundo metodologia de 18

Gerber, descrita por Behmer (1965). 19

(32)

O cálculo da produção de leite corrigida para 4,0% de gordura (PLC4,0%) foi 1

realizado pela Equação 16, proposta pelo NRC (2001); onde PL é a produção de leite 2

diária e %G o percentual de gordura médio das amostras do leite. 3 PL 100 %G 15 PL 0,4 PLC4,0% ⎟× ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ × + × = (16) 4

Foram estimadas as exigências em energias líquidas de mantença e produção dos 5

animais, expressas em Mcal/dia, segundo o NRC (2001) (Equações 17 e 18, 6

respectivamente), para a realização do balanço de energia líquida. 7 0,75 mantença 0,08 PV EL = × (17) 8

(

)

[

]

{

0,360 0,0969 %gordura

}

PL ELprodução = × + × (18) 9

As eficiências alimentares nos tratamentos foram calculadas segundo Mattos 10

(2004). Sendo a eficiência alimentar razão da produção de leite corrigido para 4% de 11

gordura pela matéria seca consumida. 12

TABELA 2 – Teor de nutrientes da silagem de sorgo, palma forrageira, concentrados (C1, C2,

13

C3 e C4) e dietas experimentais (T1, T2, T3 e T4)

14

TABLE 2 - Nutrient content in the sorghum silage (SS), cactus forage (CF), concentrates (C1, C2, C3 15

e C4), and experimental diets (T1, T2, T3 e T4) 16 Ingredientes Ingredients Dietas experimentais Experimental diets Nutrientes Nutrients Silagem SS Palma CF C1 C2 C3 C4 T1 T2 T3 T4 MS (%) DM (%) 27,96 8,22 87,26 86,57 84,47 85,26 14,43 14,41 14,35 14,36 MO1 OM 92,18 83,06 88,65 89,56 90,07 91,52 87,55 87,71 87,79 88,05 PB1 CP 5,79 5,89 48,87 49,80 48,07 49,87 13,50 13,62 13,16 13,49 EE1 EE 2,86 2,60 1,85 1,31 0,87 0,78 2,57 2,47 2,40 2,38 CHOT1 TCHO 85,03 76,03 41,91 50,69 61,97 70,80 71,48 71,61 72,22 72,17 CNF1 NFC 12,22 37,55 26,00 39,51 53,77 65,96 23,55 25,90 28,26 30,33 FDN1 NDF 72,81 38,48 15,91 11,18 8,20 4,84 42,68 41,79 41,18 40,73 FDA1 ADF 36,91 15,29 10,86 8,29 5,37 2,58 25,84 25,01 24,55 23,97 PIDA1 ADFCP 1,50 1,42 3,32 2,41 1,29 0,20 - - - - PIDN1 NDFCP 1,55 0,95 3,98 2,46 0,74 0,43 - - - - NDT1x (%) TDN1X (%) 53,20 62,28 76,81 77,45 78,65 81,27 61,38 61,48 61,62 62,07 ELLp (Mcal/ kg) NELp(Mcal/ kg) - - - - 1,32 1,31 1,29 1,29

1Porcentagem da matéria seca (dry matter percentage)

(33)

Os dados foram submetidos à análise de variância e regressão, utilizando-se o 1

sistema de análise estatística e genética SAEG (UFV, 1998). 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

(34)

Resultados e Discussão

1

As médias referentes aos consumos de MS, MO, PB, EE, CHOT, CNF, FDN, 2

FDA e NDT, expressos em quilogramas por dia, aos consumos de MS e FDN, em 3

porcentagem do peso vivo (%PV), e ainda consumo de MS em gramas por unidade de 4

peso metabólico (g/kg PV0,75), bem como os respectivos coeficientes de variação (cv%), 5

equações de regressão, nível de significância (P) e coeficientes de determinação (r2), são 6

apresentados na Tabela 3. 7

TABELA 3 – Consumo de matéria seca e nutrientes, coeficientes de variação (cv), equações

8

de regressão, probabilidade (P) e coeficiente de determinação (r2) das dietas

9

experimentais

10

TABLE 3 - Average dry matter and nutrients intake, coefficient of variation (cv), fitted regression 11

equations, level of probability (P), and the respective coefficients of determination (r2)

12 Níveis de substituição (%) Replacement levels (%) Consumo Intake 0 33 66 100 cv (%) Regressão Regression P r 2 MS1 DM 17,26 16,81 16,71 15,58 6,71 Ŷ = 17,36 – 0,015MU 0,012 0,86 MS (% PV) DM (LW%) 3,34 3,24 3,25 3,07 7,61 Ŷ = 3,34 – 0,002MU 0,049 0,82 MS (g/kg PV0,75) DM (g/LW kg0,75) 158,96 154,39 154,69 145,46 7,36 Ŷ = 159,38 – 0,120MU 0,048 0,84 MO1 OM 15,06 14,70 14,62 13,64 6,97 Ŷ = 15,16 – 0,013MU 0,021 0,85 PB1 CP 2,40 2,35 2,19 2,07 8,06 Ŷ = 2,42 – 0,003MU 0,008 0,97 EE1 EE) 0,47 0,44 0,43 0,41 6,44 Ŷ = 0,46 – 0,0006MU 0,004 0,98 CHOT1 TCHOT 12,19 11,91 12,01 11,16 7,44 Ŷ = 12,27 – 0,009MU 0,042 0,73 CNF1 NFC 5,00 5,09 5,17 4,58 11,43 Ŷ = 4,96 ns - FDN1 NDF 7,19 6,83 6,84 6,58 7,18 Ŷ = 7,13 – 0,005MU 0,043 0,88 FDN (% PV) NDF (LW%) 1,39 1,32 1,33 1,29 13,18 Ŷ = 1,33 ns - FDA1 ADF 4,34 4,05 4,06 3,80 15,99 Ŷ = 4,06 ns - NDT1 TDN 10,59 10,33 10,30 9,67 12,94 Ŷ = 10,22 ns - 1kg (kg) 13

MU = nível de substituição (MU = level of replacement) 14

O consumo diário de matéria seca observado durante o experimento foi, em 15

média, 11,18% maior (16,59 kg) que o preconizado pelo NRC (2001) (14,84 kg), que 16

considera a produção de leite corrigida para 4% de gordura, o peso metabólico (PV0,75) 17

e o ajuste da ingestão pelo número de semanas em lactação. Importante ressaltar que o 18

percentual médio de matéria seca das dietas experimentais foi de 14,39%, e, uma 19

(35)

diminuição na ingestão de matéria seca (IMS) pode ser esperada com o aumento de 1

umidade da dieta (NRC, 2001). Lahr et al. (1983) afirmaram que o tempo total diário de 2

mastigação do alimento não é alterado com o aumento na umidade da dieta, porém, há 3

um aumento no tempo de mastigação por kg de MS ingerida, reduzindo assim, a 4

ingestão diária de MS. 5

Uma possível explicação para a IMS acima dos valores preconizados pela 6

literatura pode residir no nível de potássio das dietas, uma vez que a palma forrageira 7

possui valores próximos a 2,4% (com base na MS) desse elemento (Wanderley, 2001), 8

deixando as dietas com teores próximos a 2,0%, valores que concordam com os citados 9

por Sanchez et al. (1994), para o aumento nas ingestões de matéria seca. Esses mesmos 10

autores explicaram que, sob condições de estresse térmico, as vacas perdem mais K no 11

suor, e níveis dietéticos acima dos recomendados pelo NRC (2001) interferem na IMS, 12

com aumento linear, até o limite de 2,0%. 13

Foram encontradas diminuições lineares nas ingestões de matéria seca, matéria 14

seca em relação ao peso metabólico e em relação ao peso vivo com o aumento da 15

inclusão da mistura raspa de mandioca+uréia em substituição ao farelo de soja (Tabela 16

3). A equação de regressão apresentada na mesma tabela indica que a cada unidade 17

percentual de substituição do farelo de soja pela mistura mandioca+uréia, ocorreu 18

decréscimo de 15 g no consumo de matéria seca. 19

Resultados semelhantes foram encontrados por Oliveira et al. (2001) num estudo 20

com quatro níveis de compostos nitrogenados não-protéicos (0; 0,7; 1,4 e 2,1% de uréia 21

na MS) em rações para vacas holandesas lactantes com produção média diária de 20 kg. 22

Trabalhos de Silva et al. (2001) e Melo (2002) também apresentaram resultados de 23

diminuição na ingestão de matéria seca que corroboram com os achados no presente 24

estudo, trabalhando os primeiros autores com vacas mestiças lactantes alimentadas com 25

(36)

quanto níveis de uréia (0; 0,7; 1,4 e 2,1% na MS) enquanto Melo (2002) substituindo 0; 1

18; 36 e 54% do farelo de soja por uréia+palma forrageira correspondendo a (0; 0,8; 2

1,6; e 2,4%) de uréia na MS das rações. A possível explicação para essa diminuição 3

linear na ingestão de matéria seca parece estar diretamente relacionada à pouca 4

palatabilidade das dietas com maiores níveis de uréia, além de que, níveis elevados de 5

nitrogênio não-protéico nas dietas podem induzir a toxidez, pelo excesso de liberação de 6

amônia, causando redução do consumo. 7

Torres et al. (2003) substituíram parcialmente o farelo de soja por milho 8

moído+uréia (0; 20; 40 e 60%) em dietas à base de palma forrageira, para novilhas 9

mestiças em crescimento, e obtiveram sucesso. Esses autores utilizaram níveis menores 10

de uréia (0; 0,6; 1,2 e 1,8% na MS), além disso, os consumos de MS, e 11

conseqüentemente os de uréia, nos níveis de maior substituição foram bem menores (60 12

g/ 100 kg de PV) comparados aos do presente estudo (109 g/ 100 kg de PV). 13

Os consumos médios de matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato 14

etéreo (EE), carboidratos totais (CHOT) e fibra em detergente neutro (FDN), expressos 15

em kg/dia, decresceram linearmente (P<0,05) com a inclusão crescente da mistura 16

mandioca+uréia em substituição ao farelo de soja. A redução no consumo desses 17

nutrientes provavelmente está associada ao consumo também decrescente de matéria 18

seca, uma vez que a composição nutricional das dietas experimentais foi semelhante. 19

O percentual de proteína contido nas dietas variou entre 13,2 e 13,6%. Esses 20

valores satisfazem as exigências (11,9% e 12,3% de PB), segundo o NRC (2001), para 21

os requerimentos protéicos dos animais, com base no peso vivo (500 kg), consumo de 22

MS (15,58 a 17,26 kg), produção de leite (13,55 a 16,59 kg) e percentual de gordura do 23

leite (3,68 a 3,86%) entre os níveis testados. 24

(37)

As dietas apresentaram, em média, 41,6% de FDN, o que está dentro dos limites 1

recomendados pelo NRC (2001). Não houve diferença significativa no consumo desse 2

nutriente, expresso em porcentagem do peso vivo (%PV), apresentando média de 3

1,33%, estando próximo dos recomendados por Mertens (2001), que são de 1,1 a 1,3% 4

do PV. 5

Não houve diferença significativa entre os coeficientes de digestibilidade 6

aparente dos nutrientes (P>0,05) com a substituição do farelo de soja pela mistura raspa 7

de mandioca+uréia (Tabela 4). Esses resultados foram semelhantes aos encontrados por 8

Lines e Weiss (1996), que trabalharam com quatro fontes de proteína (farelo de soja, 9

proteína animal, feno de alfafa amoniatado ou milho moído+uréia) em dietas de vacas 10

lactantes com 30 kg de produção média diária. Oliveira et al. (2001) e Silva (2001) 11

também não encontraram diferenças nos coeficientes de digestibilidade aparente da MS 12

ou demais nutrientes quando da substituição do farelo de soja pela mistura milho 13

moído+uréia, trabalhando com vacas puras holandesas e mestiças Holandês:Gir, 14

respectivamente. Esses autores afirmaram que a redução no consumo de matéria seca 15

não foi suficientemente grande para alterar significativamente a digestibilidade dos 16

nutrientes, uma vez que a literatura apresenta relação inversa entre consumo e 17

digestibilidade (NRC, 2001). 18

Os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (MS), matéria 19

orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), carboidratos totais (CHOT), 20

carboidratos não fibrosos (CNF), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em 21

detergente ácido (FDA) foram, em média, de 79,04; 80,78; 82,07; 84,63; 81,74; 93,03; 22

71,60; 73,95%, respectivamente. Valores acima dos encontrados por Oliveira et al. 23

(2001) e Melo (2002), porém, semelhantes aos encontrados por Silva et al. (2001). 24

Essas diferenças parecem estar associadas ao nível de ingestão dos animais. 25

(38)

TABELA 4 – Digestibilidade aparente (DA) dos nutrientes nas dietas experimentais

1

TABLE 4 – Apparent digestibility (AD) of nutrients in experimental diets 2 Níveis de substituição (%) Replacement levels (%) DA AD 0 33 66 100 cv (%) Regressão Regression P MS DM 75,86 81,79 80,21 78,30 8,53 Ŷ = 79,04 ns MO OM 77,66 83,14 81,95 80,34 7,77 Ŷ = 80,78 ns PB CP 78,37 84,79 83,52 81,61 8,61 Ŷ = 82,07 ns EE EE 83,38 86,02 85,26 83,85 6,13 Ŷ = 84,63 ns CHOT TCHO 77,85 83,67 83,19 82,26 7,51 Ŷ = 81,74 ns CNF NFC 92,70 94,74 92,62 92,17 3,68 Ŷ = 93,03 ns FDN NDF 68,19 73,36 73,24 71,61 15,87 Ŷ = 71,60 ns FDA ADF 69,50 78,17 77,03 71,11 11,57 Ŷ = 73,95 ns 3

As médias diárias referentes à produção de leite (PL), produção de leite 4

corrigida para 4% de gordura (PLC), teor de gordura do leite (%G), a produção de 5

gordura em gramas (PG) e a eficiência alimentar (EA), bem como os coeficientes de 6

variação, as equações de regressão, os níveis de significância e os coeficientes de 7

determinação, encontram-se, respectivamente na Tabela 5. As produções de leite, leite 8

corrigido para 4% de gordura e gordura diminuíram linearmente (P<0,05), ao se 9

elevarem os níveis de substituição do farelo de soja pela mistura raspa de 10

mandioca+uréia nas dietas. 11

Oliveira et al. (2001) trabalharam com 16 vacas lactantes, distribuídas em 4 12

quadrados latinos 4x4, alimentadas com rações contendo, na base da MS, 0; 0,7; 1,4 e 13

2,1% de uréia. As rações continham aproximadamente 14% de PB e 60% de silagem de 14

milho na base da MS. Esses autores encontraram reduções lineares nas produções de 15

leite corrigidas ou não para 3,5% de gordura com o aumento de NNP nas rações. 16

Resultados semelhantes foram encontrados em outros dois trabalhos de substituição do 17

farelo de soja por uma fonte de energia+uréia (Silva et al., 2001 e Melo et al., 2003). 18

(39)

Uma possível explicação para a queda na produção de leite pode residir no fato 1

de que ingestões menores de matéria seca estão acompanhadas por menores ingestões 2

de nutrientes com conseqüente queda na produção de leite. 3

Melo et al. (2003) afirmaram que a substituição do farelo de soja por uma fonte 4

de energia+uréia pode provocar aumento na relação da proteína degradada no rúmen 5

(PDR) pela não-degradada no rúmen (PNDR) o que extrapola os valores preconizados 6

pelo NRC (2001). Santos et al. (2001) afirmaram que, quando isso ocorre, há um 7

dispêndio em energia para converter a amônia que se encontra no fígado do animal em 8

uréia, com perda de nitrogênio que deveria ser convertido em proteína microbiana e esta 9

última, digerida no intestino delgado. Estas afirmativas podem explicar a queda linear 10

na produção de leite, encontrada no presente estudo, para os níveis com inclusão da 11

mistura raspa de mandioca+uréia, entretanto, Cruz (2002), estudando as concentrações 12

de uréia plasmática, no leite, e na urina, como também, a excreção de nitrogênio nas 13

fezes, durante o presente experimento, não encontrou diferenças significativas que 14

comprovassem o desbalanço entre a PDR e a PNDR. 15

A equação apresentada na Tabela 5 indica que 30; 20 e 0,8 g são diminuídas nas 16

produções de leite, leite corrigido para gordura e gordura, respectivamente, a cada 17

unidade de substituição do farelo de soja pela mistura raspa de mandioca+uréia. 18

TABELA 5 – Produção de leite, produção de leite corrigida para gordura (PLC), teor de

19

gordura do leite (%G) e eficiência alimentar (EA), em função das dietas

20

experimentais

21

TABLE 5 – Milk yield (MY), fat corrected milk yield (FCM), fat percentage (Fat), fat yield (FatY), and 22

feed efficiency (FE) as a function of experimental diets 23 Níveis de substituição (%) Replacement levels (%) Variáveis Parameters 0 33 67 100 cv (%) Regressão Regression P r 2 PL (kg) MY (kg) 16,59 15,47 14,84 13,55 4,41 Ŷ = 16,57 – 0,03 MU <0,01 0,99 PLC (kg) FCM (kg) 15,76 14,84 14,59 13,27 4,96 Ŷ = 15,77 – 0,02 MU <0,01 0,94 %G Fat (%) 3,68 3,73 3,87 3,86 5,43 Ŷ = 3,78 ns - PG (g) FatY (g) 608,02 576,99 576,72 523,24 6,52 Ŷ = 610 – 0,8 MU <0,01 0,87 EA FE 0,92 0,90 0,89 0,85 10,50 Ŷ = 0,89 ns -

MU = nível de substituição (MU = replacement level) 24

(40)

Os teores de gordura no leite, expressos em porcentagem, não foram 1

influenciados (P>0,05) pelos tratamentos do presente estudo (Tabela 5). Esses 2

resultados estão de acordo com os achados na literatura (Oliveira et al. 2001 e Melo et 3

al. 2003). Silva et al. (2001) encontraram diminuição linear no percentual de gordura do 4

leite, ao se elevarem os níveis de nitrogênio não-protéico das dietas experimentais e 5

atribuíram esse efeito às menores ingestões de MS observadas. 6

Os balanços de energia líquida (BEL) foram positivos com relação à exigência 7

de mantença e produção, segundo o NRC (2001), isto é, houve sobra em energia para 8

outras funções que não foram destinadas à produção de leite, em todos os níveis de 9

substituição testados (2,18; 2,24; 2,06 e 1,55 Mcal/ dia) (Tabela 6). 10

TABELA 6 – Requerimento de energia líquida para mantença (RELM), produção (RELP),

11

energia líquida ingerida por dia (ELi) e o balanço de energia líquida (BEL)

12

TABLE 6 – Maintenance net energy requirements (MNER), lactation net energy requirements (LNER), 13

net energy intake (NEI) and, net energy balance (NEB) 14 Níveis de substituição (%) Replacement levels (%) Variáveis Parameters 0 33 67 100 RELM (Mcal/dia) MNER (Mcal/d) 8,721 8,683 8,619 8,640 RELP (Mcal/dia) LNER (Mcal/d) 11,888 11,161 10,907 9,946 ELi (Mcal/dia) NEI (Mcal/d) 22,793 22,089 21,585 20,135 BEL (Mcal/dia) NEB (Mcal/d) +2,184 +2,245 +2,059 +1,548 15

Observou-se que a eficiência alimentar (expressa em kg de leite corrigido para 16

4% de gordura em relação a ingestão de matéria seca) não foi influenciada (P>0,05) 17

pela substituição do farelo de soja pela mistura raspa de mandioca+uréia, apresentando 18

valor médio de 0,89; mas, apresentaram tendência de diminuição. Esse valor médio foi 19

inferior aos encontrados por Matos et al. (2000), Dias et al. (2001), Melo et al. (2003) e 20

superior aos encontrados por Magalhães et al. (2002). Esses resultados para a eficiência 21

alimentar concordam com os achados por Silva et al. (2001) e refletem na inviabilidade 22

de substituição do farelo de soja quando o mesmo estiver com custo de aquisição 23

próximo ao da mistura raspa de mandioca+uréia. Para se inferir sobre esses resultados 24

(41)

se faz necessária a análise econômica, poderando-se os custos com aquisição e 1

processamento da raspa de mandioca+uréia comparados aos do farelo de soja. 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

(42)

Conclusões

1

A mistura raspa de mandioca+uréia não substitui o farelo de soja contido nas 2

dietas de vacas mestiças em lactação, pois influenciam negativamente o consumo e o 3

desempenho animal, sem, contudo, afetar a digestibilidade dos nutrientes. 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

(43)

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