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CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU LICENCIADO EM CIÊNCIAS DE ENGENHARIA - ENGENHARIA E ARQUITECTURA NAVAL

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CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU

LICENCIADO EM

CIÊNCIAS DE ENGENHARIA - ENGENHARIA E

ARQUITECTURA NAVAL

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO

Março de 2006

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1. INTRODUÇÃO

A Engenharia Naval é uma actividade profissional reconhecida e regulamentada pela Ordem dos Engenheiros e que consiste fundamentalmente na concepção, construção e gestão da operação dos sistemas que se destinam à exploração do mar, nas suas vertentes de via de transporte marítimo, de fonte de recursos vivos e minerais e ainda como local de actividades de desporto e recreio.

A formação em Engenharia Naval iniciou-se no IST em 1980-81, como uma evolução natural dos cursos de especialização que funcionaram de 1976 a 1980 no âmbito da Reitoria da Universidade Técnica de Lisboa, então sob a designação de Engenharia de Construção Naval. No ano lectivo de 1988/89, entrou em vigor uma reestruturação curricular que criou a Licenciatura em Engenharia Naval que vigorou até ao ano de 1998/99, altura em que se procedeu a nova reestruturação curricular da qual resultou a actual Licenciatura em Engenharia e Arquitectura Naval.

Nesta reestruturação foi criada uma nova área de especialização em Transportes Marítimos e Portos que veio alargar o âmbito da formação anterior a qual ficou concentrada no outro perfil de formação nomeadamente Projecto e Construção Naval. Esta evolução resultou da observação de como a indústria e a actividade profissional dos engenheiros tem evoluído em Portugal e na Europa em resultado da localização das indústrias pesadas em países do Médio Oriente.

O actual curso de Licenciatura em Engenharia e Arquitectura Naval do Instituto Superior Técnico, que está organizado em 10 semestres curriculares, foi positivamente avaliado pela Fundação das Universidades Portuguesas e está acreditado pela Ordem dos Engenheiros, através do seu Colégio de Engenharia Naval.

O modelo de organização da formação superior em Engenharia e Arquitectura Naval do Instituto Superior Técnico assenta no desenvolvimento de um conjunto muito diversificado de competências que permitem assegurar aos licenciados em engenharia condições de integração profissional num leque abrangente de saídas profissionais e em circunstâncias similares às que são proporcionadas pelas instituições de referência de ensino universitário do espaço Europeu. De facto, os engenheiros navais formados no Instituto Superior Técnico têm tido grande facilidade em integrar-se no mercado de trabalho, uma vez que as entidades empregadoras continuam a procurar nesta formação superior as boas qualidades sistematicamente demonstradas ao longo dos tempos pelos seus profissionais.

A Secção Autónoma de Engenharia Naval do Instituto Superior Técnico, que tem sido responsável pelo curso de Licenciatura em Engenharia e Arquitectura Naval desde a sua criação em 1990, tem vindo a manter um elevado nível de actividade científica integrada em consórcios internacionais, o que permitiu dar aos seus docentes uma elevada formação científica e uma grande actualização e integração nas actividades europeias de ensino e investigação, assegurando assim um ensino actualizado e de qualidade. Esta característica de elevado nível de contactos internacionais também criou uma interessante atractividade de alunos estrangeiros que ao abrigo do programa SOCRATES têm vindo a frequentar os últimos anos da licenciatura do IST, representando já 10 a 20% dos alunos dos últimos anos.

Com a adopção da Declaração de Bolonha a formação em Engenharia Naval será adequada em dois ciclos, a Licenciatura em Ciências de Engenharia – Engenharia e Arquitectura Naval e o Mestrado em Engenharia e Arquitectura Naval, de 3 e 2 anos respectivamente, com os quais se

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pretende ministrar a formação necessária ao desempenho da profissão de Engenheiro Naval como é definida pela Ordem dos Engenheiros.

O presente documento foi elaborado nos termos do artigo 53 do Decreto-Lei de Graus Académicos do Ensino Superior e serve de suporte ao processo de registo da adequação do ciclo de estudos junto da Direcção-Geral do Ensino Superior.

2. OBJECTIVOS VISADOS PELOS CICLOS DE ESTUDOS

Considera-se que os objectivos centrais dos dois ciclos de estudos conducentes ao Grau de Mestre em Engenharia e Arquitectura Naval são os seguintes:

ƒ dotar os alunos de capacidade de intervenção no domínio da Engenharia e Arquitectura Naval, ao longo de toda a sua vida activa, isto é, qualificá-los independentemente da evolução dos conhecimentos, que precisam constantemente acompanhar;

ƒ prover a formação académica necessária para a subsequente atribuição do título profissional de Engenheiro, conferido pela Ordem dos Engenheiros.

A prossecução destes objectivos exige que os formados possuam uma sólida formação de base bem como uma formação avançada em áreas de especialização, que lhes permita intervir, como especialistas, em sub-áreas da Engenharia Naval. Adicionalmente, é crucial que os formados tenham desenvolvido espírito crítico, flexível e criativo.

Para a consecução destes objectivos há que ter em atenção: o tipo de formação a ministrar, a natureza dos conhecimentos a leccionar e a forma de os transmitir. Finalmente é necessário aferir o modo como os alunos se apropriam e utilizam os conhecimentos e práticas adquiridos ao longo da sua formação.

2.1 Intervenção profissional do Engenheiro Naval

A Engenharia Naval é uma profissão com longa tradição em Portugal, sendo inclusivamente uma das especialidades mais antigas existentes na Ordem dos Engenheiros. Em Portugal continuam a existir indústria e serviços que necessitam desta especialidade, e o empenhamento de vários governos sucessivos pelo sector do mar tem sido claro pelo que é necessário continuar a preparar profissionais para o exercício desta profissão.

A transferência das actividades de construção naval da Europa para os países asiáticos que se tem vindo a operar durante os últimos 20 anos, conduziu a que na Europa o peso relativo da preocupação com a construção dos navios tenha diminuído em relação a um maior investimento na actividade de projecto, de planeamento e de racionalização do trabalho bem como na manutenção da frotas.

Outra tendência que é evidente na Europa é uma maior preocupação com o Transporte Marítimo e a constatação explícita que o funcionamento dos Portos tem de ser tido em conta no estudo do Transporte Marítimo. Cada vez mais o projecto de novos tipos de navios está integrado com o estudo do transporte marítimo e em particular da interface do navio com o porto e com a integração do transporte marítimo na cadeia de transporte multimodal, explorando a complementaridade entre o transporte marítimo, e o rodoviário e ferroviário.

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Em Portugal verificaram-se mudanças no sector no mesmo sentido que no resto da Europa e o exercício da profissão de engenharia naval foi assim ficando com um espectro mais alargado de actuação que exige uma formação mais diversificada que no passado.

A evolução que houve nas características da profissão é de certo modo espelhada nas estatísticas dos empregos dos licenciados em Engenharia Naval pelo IST que nos últimos anos mostram uma percentagem semelhante entre o sector dos Transportes Marítimos e Portos e o da Indústria de Construção e Reparação, enquanto que há vários anos este último sector era dominante. Para poder preparar engenheiros capazes de desempenhar as actividades que se descreveram, a sua formação deverá ter como objectivo formar profissionais com espírito crítico capazes de entender os problemas, de os resolver e de continuar a aprender. Assim, a formação geral sólida e uma formação dirigida à compreensão dos problemas, atitude e raciocínios a aplicar na sua resolução é fundamental e deve sobrepor-se à transmissão de informação demasiado especializada.

A formação em engenharia e arquitectura naval tem portanto como objectivo prestar um serviço à comunidade formando engenheiros navais capazes de se continuarem a especializar através da formação contínua, e de desempenharem com qualidade as suas funções que representam um grande contributo para o desenvolvimento do País.

Em termos gerais podem-se sistematizar em quatro os níveis de intervenção profissional dos engenheiros navais:

Nível 1 - Execução

Saber aplicar os conhecimentos e a capacidade de compreensão adquiridos de forma a resolver problemas e a evidenciar uma abordagem profissional ao trabalho desenvolvido no âmbito da concepção de produtos, equipamentos e sistemas sujeitos a condicionalismos tecnológicos, económicos, sociais e ambientais.

Nível 2- Coordenação

Capacidade de recolher, seleccionar e interpretar a informação relevante para fundamentar as soluções que preconizam e os juízos que emitem, incluindo na análise os aspectos sociais, científicos e éticos relevantes.

Nível 3 - Auto aprendizagem e desenvolvimento

Competências de aprendizagem que lhes permitam uma aprendizagem ao longo da vida, de um modo fundamentalmente auto-orientado ou autónomo com o objectivo de se manterem actualizados e de possuírem uma visão alargada sobre os diferentes domínios da engenharia naval.

Nível 4- Concepção e inovação

Saber aplicar os conhecimentos e a sua capacidade de compreensão e de resolução de problemas em situações novas e não familiares, em contextos alargados e multidisciplinares. Capacidade para integrar conhecimentos, lidar com questões complexas, desenvolver soluções ou emitir juízos em situações de informação limitada ou incompleta, incluindo reflexões sobre as implicações e responsabilidades éticas e sociais que resultem ou condicionem essas soluções e esses juízos. Capacidade para mudar os princípios, métodos e técnicas de execução.

O nível 1 requer conhecimentos básicos de carácter científico e tecnológico, capacidade de conceber e projectar e uma atitude profissional, adulta e responsável;

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O nível 3 requer hábitos de aprendizagem continuada ao longo da vida;

O nível 4 requer atitudes de liderança e hábitos de pensar de forma independente examinando os conceitos de forma crítica.

Todos os níveis de intervenção profissional dos engenheiros navais exigem elevadas capacidades de expressão oral e escrita, por vezes em línguas diferentes. Os engenheiros navais devem ser capazes de comunicar as suas conclusões e os raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas quer a não especialistas, de forma clara e sem ambiguidades. A natureza internacional da actividade marítima, requer uma capacidade de expressão em língua estrangeira e a uma necessidade de interacção com profissionais de diversos países.

2.2 Requisitos para o pleno exercício da actividade profissional de Engenharia Naval

O exercício da actividade profissional na área da engenharia naval encontra-se regulamentado pela Ordem dos Engenheiros. Segundo o Artigo 4º do DL 119/92, de 30 de Junho, o título de engenheiro só pode ser utilizado por titular de licenciatura (com 5 anos de duração) em curso de engenharia, inscrito na Ordem como membro efectivo, e que desempenha actividades de investigação, concepção, estudo, projecto, fabrico, construção, produção, fiscalização e controlo de qualidade, incluindo a coordenação e gestão dessas actividades e outras com elas relacionadas.

O Colégio de Engenharia Naval da Ordem dos Engenheiros define os domínios de intervenção desta especialidade como:

“Os engenheiros navais efectuam estudos, concebem e executam projectos e elaboram pareceres relativos à construção, exploração, manutenção e reparação de navios e de outras estruturas flutuantes, incluindo os aspectos ergonómicos, a automação, a segurança e a prevenção da poluição marinha; estudam e elaboram pareceres sobre aspectos tecnológicos e funcionais relativos à tecnologia dos estaleiros navais, ao transporte marítimo e à actividade marítimo portuária, e ainda os aspectos relacionados com a interpretação dos acidentes marítimos”.

Este conjunto de requisitos corresponde claramente aos níveis 3 e 4 de intervenção definidos na secção anterior e encontra particular articulação com a formação proposta para o engenheiro naval no IST, o qual deve ter capacidade de concepção e de integração de conhecimentos, de análise de questões complexas, de desenvolvimento de soluções e tomada de decisões em situações de informação limitada ou incompleta.

A Ordem dos Engenheiros fixa ainda como deveres gerais do engenheiro para com a comunidade:

• possuir uma boa preparação, de modo a desempenhar com competência as suas funções e contribuir para o progresso da engenharia e da sua melhor aplicação ao serviço da humanidade;

• defender o ambiente e os recursos naturais;

• garantir a segurança do pessoal executante, dos utentes e do público em geral; • opor-se à utilização fraudulenta, ou contrária ao bem comum, do seu trabalho;

• procurar as melhores soluções técnicas, ponderando a economia e a qualidade da produção ou das obras que projectar, dirigir ou organizar.

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2.3 O curso de engenharia e arquitectura naval face à missão e aos objectivos institucionais do IST

O IST tem como missão contribuir para o desenvolvimento da sociedade, promovendo um ensino superior de qualidade nas áreas de engenharia, ciência e tecnologia, e desenvolvendo as actividades de investigação e desenvolvimento essenciais para ministrar um ensino ao nível dos mais elevados padrões internacionais. Por isso, o IST é hoje considerado, em Portugal e no estrangeiro, como uma grande escola de engenharia, ciência e tecnologia, atingindo níveis comparáveis aos das escolas de referência nas suas áreas de competência.

A história, a missão, o prestígio nacional e internacional do IST e o enquadramento legal resultante da concretização dos objectivos do Processo de Bolonha determinam que a formação superior ministrada pelo IST nas diferentes áreas de engenharia deverá privilegiar a formação de mestres em engenharia de concepção com uma duração de 10 semestres curriculares.

No caso concreto da engenharia naval, só com 10 semestres curriculares, que são o resultado de dois ciclos de estudos conducente ao grau de mestre é que se consegue assegurar uma formação sólida em ciências básicas e em ciências de engenharia indispensáveis à formação de um engenheiro naval de concepção e, garantir a capacidade para o exercício da profissão preconizado pela Ordem dos Engenheiros.

Esta situação é análoga na generalidade das instituições de referência de ensino universitário de engenharia naval do espaço Europeu e que estão referenciadas na secção 5 deste documento. De facto, existe uma prática estável e consolidada ao nível destas instituições de perspectivarem a formação em engenharia naval para a obtenção de um grau ao fim de 10 semestres curriculares, embora algumas universidades também considerem graus intermédios.

A adopção de uma estrutura de organização da formação de engenheiros navais semelhante à da generalidade das instituições de referência de ensino universitário do espaço Europeu tem em vista assegurar aos estudantes portugueses condições de mobilidade, formação e de integração profissional similares, em duração e conteúdo, às dos restantes estados que integram aquele espaço.

2.4 Objectivos educacionais e de formação científico-tecnológica

Em face do que foi exposto nas secções anteriores estabeleceram-se os seguintes objectivos educacionais e de formação científico-tecnológica para o conjunto dos dois ciclos de estudos conducentes ao grau de mestre em engenharia e arquitectura naval:

• Assegurar uma formação sólida em ciências básicas e em ciências de engenharia e da especialidade, procurando transmitir um conhecimento científico e tecnológico actualizado.

• Desenvolver competências para aplicar os conhecimentos e a capacidade de compreensão adquiridos de modo a, de uma forma criativa, crítica, autónoma e interdisciplinar, resolver problemas e evidenciar uma abordagem profissional ao trabalho desenvolvido no âmbito da concepção, projecto, execução e exploração de infra-estruturas e sistemas sujeitos a condicionalismos tecnológicos, económicos, sociais e ambientais.

• Desenvolver competências para recolher, seleccionar e interpretar a informação relevante para fundamentar as soluções que preconizam e os juízos que emitem, incluindo na análise os aspectos sociais, científicos e éticos relevantes.

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• Desenvolver competências de aprendizagem que facilitem o estudo ao longo da vida, de um modo fundamentalmente auto-orientado ou autónomo. Desenvolver competências para aplicar os conhecimentos e a capacidade de compreensão adquiridos na resolução de problemas em situações novas e não familiares, em contextos alargados e multidisciplinares.

• Desenvolver competências para integrar conhecimentos, lidar com questões complexas, desenvolver soluções ou emitir juízos em situações de informação limitada ou incompleta, incluindo reflexões sobre as implicações e responsabilidades éticas e sociais que resultem ou condicionem essas soluções e esses juízos.

• Desenvolver competências para mudar os princípios, os métodos e as técnicas de execução.

Desenvolver competências de expressão oral e escrita que facilitem a comunicação de conclusões, e os raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas, quer a não especialistas, de uma forma clara e sem ambiguidades.

Desenvolver uma compreensão dos aspectos económicos, sociais e humanos e o seu relacionamento com os problemas técnicos, nomeadamente os métodos de organização e gestão das instituições e das empresas.

Desenvolver competências para incorporar as mais recentes inovações tecnológicas na intervenção profissional.

Desenvolver competências de empreendedorismo que permitam criar empresas de base tecnológica.

Desenvolver competências de interacção que permitam lidar com situações profissionais que envolvam sectores da sociedade com níveis culturais e educacionais muito diferenciados.

Desenvolver competências de análise e síntese assim como hábitos de pensar de forma independente, examinando os conceitos de forma crítica.

Desenvolver nos alunos uma atitude profissional, adulta e responsável como cidadãos informados que possuam uma sólida formação humana e ética.

Desenvolver o gosto pela prática de actividades extra-curriculares que ajudem a complementar a formação académica e/ou que sejam relevantes para a sociedade.

Incutir nos alunos a noção de que a engenharia naval é uma área do conhecimento vasta e interdisciplinar.

Este conjunto de objectivos educacionais e de formação científico-tecnológica corresponde aos paradigmas de formação desde sempre adoptados pelo IST e ajusta-se aos níveis 3 e 4 de intervenção profissional dos engenheiros descritos no capítulo 2.1.

3. FUNDAMENTAÇÃO DO NÚMERO DE CRÉDITOS

O número total de créditos, a duração total dos ciclos de estudos e o número de créditos de cada unidade curricular dos ciclos de estudos conducentes aos graus de Licenciado em Ciências de Engenharia e Arquitectura Naval e Mestre em Engenharia e Arquitectura Naval tem por base a nova legislação decorrente do Processo de Bolonha.

A primeira parte desta secção foi elaborada com base no disposto no artigo 19º do Decreto-Lei de Graus Académicos e Diplomas do Ensino Superior enquanto que a segunda parte introduz os

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parâmetros básicos que fundamentam o número de créditos ECTS que, com base no trabalho estimado, é atribuído a cada unidade curricular do plano de estudos.

3.1 Número total de créditos e duração dos ciclos de estudos

O IST decidiu organizar a formação superior em engenharia e arquitectura naval num modelo de dois ciclos de estudos consecutivos conducentes aos graus de Licenciado e de Mestre. O primeiro com 180 créditos e uma duração de 6 semestres curriculares e o segundo com 120 créditos e uma duração de 4 semestres curriculares.

O primeiro ciclo permite dotar os alunos de uma sólida formação de base que lhes possibilita o acompanhamento da evolução dos conhecimentos e tecnologias ao longo de toda a sua vida profissional.

O segundo ciclo permite dotar os alunos de uma formação avançada e especializada em engenharia e arquitectura naval, que lhes permitirá intervir como especialistas e motores de inovação e criação de riqueza em todas as áreas de intervenção do engenheiro naval.

O conjunto dos dois ciclos dá a formação exigida para o exercício da actividade profissional de engenheiro naval que é regulamentada pela Ordem dos Engenheiros. De acordo com a Posição da Ordem dos Engenheiros relativamente ao Processo de Bolonha, definida pelo Conselho Directivo Nacional no dia 14 de Outubro de 2004, “uma formação que confira a capacidade e responsabilidade de intervenção a todos os níveis de actos de engenharia exige, no presente estado do conhecimento, uma formação de Ensino Superior acumulada de 5 anos (ou, usando a referência de avaliação de trabalho introduzida pelo Processo de Bolonha, 300 créditos ECTS), a que acrescerá a necessária prática e estudo ao longo da vida.”

3.2 Número de créditos de cada unidade curricular

A legislação1,2 que regula a organização dos curricula resultantes da implementação do processo de Bolonha, impõe que esta organização deverá ter como base o número de horas de trabalho do estudante (HT) medidas através de créditos (ECTS).

Assim, de acordo com o artigo 5º do DL 42/2005:

O trabalho de um ano curricular, a tempo inteiro é fixado entre 1500 HT e 1680 HT e é cumprido num período de 36 a 40 semanas;

O número de horas de trabalho do estudante (HT) a considerar inclui todas as formas de trabalho previstas, designadamente as horas de contacto e as horas dedicadas a estágios, projectos, trabalhos no terreno, estudo e avaliação;

O número de créditos correspondente ao trabalho de um ano curricular realizado a tempo inteiro é de 60 ECTS.

Com base nestes parâmetros e adoptando para a formação em engenharia e arquitectura naval do IST um trabalho correspondente a 1680 horas por ano curricular, poder-se-á considerar que, 1 ECTS <> 28 HT

Para além da relação entre o número de horas e o número de créditos, foram igualmente estabelecidas opções em termos das cargas horárias. Assim, considerou-se como base de

1

Decreto-Lei n.º42/2005 de 22 de Fevereiro de 2005 – Princípios reguladores de instrumentos para a criação do espaço europeu de ensino superior.

2

Despacho n.º 10 543/2005 (2ª série) de 11 de Maio de 2005 – Normas técnicas para a apresentação das estruturas curriculares e dos planos de estudos dos cursos superiores e sua publicação.

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trabalho que as cargas horárias possam variar, ao longo dos anos curriculares, de forma a adaptar os modelos de ensino à maturidade dos alunos. Se nos primeiros anos se poderá justificar um maior número de horas de contacto em detrimento das horas destinadas ao trabalho autónomo, nos anos mais avançados justifica-se um menor número de horas de contacto e um maior espaço para o desenvolvimento autónomo. Assim, considerou-se uma distribuição do tipo:

1º e 2º ano – Número máximo de horas de contacto – 25 horas/semana 3º, 4º e 5º ano – Número máximo de horas de contacto – 22,5 horas/semana

Uma terceira vertente que foi considerada na organização do plano curricular é a que diz respeito ao regime de funcionamento que se admitiu ser semestral, à semelhança da generalidade dos cursos de engenharia e arquitectura naval das universidades Europeias, com as quais o IST promove intercâmbio de alunos.

No regime semestral considera-se que cada semestre terá uma duração de 14 semanas lectivas e será seguido de um período de avaliação com uma duração de 5 semanas. Este regime corresponde ao que se encontra actualmente em vigor no IST, ao qual corresponde em termos gerais:

1º semestre – Período lectivo: 2ª quinzena de Setembro a terceira semana de Dezembro; avaliações: Janeiro e 1ª semana de Fevereiro.

2º semestre – Período lectivo: 2ª quinzena de Fevereiro a 1ª semana de Junho, com interrupção de uma semana na Páscoa; avaliações: entre a 2ª semana de Junho e a 3ª semana de Julho.

Neste regime cada semestre corresponderá a 30 ECTS. Analogamente ao que sucede actualmente no IST, prevê-se a possibilidade de existência de 4 a 6 unidades curriculares a funcionar simultaneamente em cada semestre, correspondendo a uma média de 7,5 a 5 ECTS por unidade curricular, no caso de distribuição uniforme de créditos.

Contudo, a organização adoptada contemplou soluções em que coexistam unidades curriculares com diferentes exigências em termos de volume de trabalho. Assim, como forma de facilitar a partilha de unidades curriculares por diferentes planos de estudo, e de acordo com as recomendações constantes do ECTS USERS’ GUIDE3, considerou-se a hipótese de modelação das unidades curriculares nas seguintes tipologias:

UC5 – 7,5 ECTS – 210 HT UC4 – 6,0 ECTS – 168 HT UC3 – 4,5 ECTS – 126 HT UC2 – 3,0 ECTS – 84 HT UC1 – 1,5 ECTS – 42 HT

Paralelamente com a adopção de uma métrica ECTS para cada unidade curricular previu-se a forma como estas unidades curriculares se poderão associar para dar origem às organizações curriculares de cada semestre.

A organização dos planos curriculares dos dois ciclos de estudos conducentes aos graus de Licenciado em Ciências de Engenharia e Arquitectura Naval e Mestre em Engenharia e Arquitectura Naval foi efectuada tendo como base duas métricas independentes: carga horária

3

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presencial e número de créditos ECTS. A distribuição de carga horária presencial e de créditos ECTS respeitou os limites adoptados para cada uma destas grandezas para cada semestre lectivo. Embora se devam evitar adoptar regras monolíticas de correspondência directa entre cargas horárias e créditos ECTS, na fase actual de preparação dos currículos, não existindo ainda valores medidos para o número de horas de trabalho dispendido pelos alunos, será aconselhável definir algumas correspondências entre créditos ECTS e número de horas presenciais em unidades curriculares da mesma natureza.

Nestas condições, procurou-se, para alguns tipos de aulas e de unidades curriculares, tipificar a seguinte relação possível entre carga horária e créditos4.

Aula teórica

Neste tipo de aula considera-se que são abordados temas numa perspectiva eminentemente teórica e de natureza formativa. As matérias tratadas necessitarão de aprofundamento, desenvolvimento e prática a ser realizado pelo aluno de forma autónoma. Para este tipo de aula poderá considerar-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir duas horas de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de contacto Horas de trabalho extra aula Horas de trabalho ECTS 1 14 28 42 1,5 Aula de seminário

Aula de natureza teórica mas com carácter mais informativo. As matérias tratadas não necessitarão de aprofundamento por parte do aluno mas apenas de integração com outros conhecimentos já adquiridos. Para este tipo de aula será razoável considerar que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir meia hora de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de contacto Horas de trabalho extra aula Horas de trabalho ECTS 1 14 7 21 0,75 Aula de problemas

Aula onde são apresentadas aplicações de conceitos já tratados de um ponto de vista teórico. Estas aulas consistem essencialmente na apresentação de técnicas ou algoritmos para resolução de problemas de natureza física, numérica, gráfica ou de programação. Neste caso considera-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir uma hora de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de contacto Horas de trabalho extra aula Horas de trabalho ECTS 1 14 14 28 1,0 Aula de laboratório

Aulas onde através de experiência ou simulação se comprovam ou testam conceitos já desenvolvidos. Neste tipo de aulas é executada a componente de experimentação, em horas de trabalho extra o aluno deverá preparar os trabalhos a executar e eventualmente completar os

4

Esta tipificação encontra fundamento nos cursos que são actualmente leccionados no IST. (Caracterização dos Planos Curriculares 2004/2005, GEP-IST, Agosto 2005).

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relatórios, caso não o faça no decorrer das sessões presenciais. Para este tipo de aula estima-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir uma hora de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de contacto Horas de trabalho extra aula Horas de trabalho ECTS 1 14 14 28 1,0 Aula de projecto

Aulas onde se apresentam conceitos e técnicas de resolução de problemas ligados a concepção e projecto. Estas aulas pressupõem que os alunos possam desenvolver autonomamente soluções próprias no âmbito da concepção e projecto. Para este tipo de aula estima-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir duas horas de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de contacto Horas de trabalho extra aula

Horas de trabalho

ECTS

1 14 28 42 1,5

A distribuição de créditos ECTS pelas diferentes unidades curriculares foi efectuada tendo em conta que não se prevêem desvios significativos no que respeita às exigências do volume de trabalho solicitado aos alunos em relação à actual formação em engenharia e arquitectura naval. Os inquéritos aos alunos que o Conselho Pedagógico do IST tem efectuado todos os semestres mostram que, em termos médios, o número total de horas dispendido para cada unidade curricular está de acordo com o número total de créditos ECTS definido pelo Processo de Bolonha.

A alteração mais significativa que se projecta, corresponde a uma redução do peso do ensino presencial, em especial das aulas práticas de resolução de problemas, e a um reforço da componente de estudo autónomo supervisionado centrado na aprendizagem pelo aluno.

4. ORGANIZAÇÃO DO CICLO DE ESTUDOS E METODOLOGIAS DE ENSINO

A estrutura curricular dos dois ciclos complementares de estudos conducentes aos graus de Licenciado em Ciências de Engenharia e Arquitectura Naval e de Mestre em Engenharia e Arquitectura Naval reflecte uma mudança de atitude dos participantes no processo formativo da sociedade, que decorre das alterações das competências dos alunos que ingressam no Ensino Superior, das mudanças culturais que se foram verificando ao longo dos últimos anos e da necessidade de antecipar algumas das tendências que se avizinham.

A passagem de um ensino baseado na transmissão de conhecimentos para um ensino baseado no desenvolvimento de competências em que os alunos devem ser encorajados a desenvolver uma atitude activa e com uma componente de auto-estudo acentuada. Esta mudança requer alterações na forma de ensinar e organizar as unidades curriculares e de as alicerçar em meios de estudo adequados.

Embora assegurando uma forte componente científica, será necessário incrementar a comunicação, o trabalho em equipa, a criatividade e a experiência prática/laboratorial dos alunos.

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Os alunos devem ter mais flexibilidade e mobilidade para ajustar a sua formação, antecipando as necessidades do mercado onde pretendem integrar-se.

Numa sociedade em constante mudança, onde os conhecimentos adquiridos hoje poderão ser obsoletos amanhã, os alunos devem ser estimulados a desenvolver competências que lhes permitam efectuar uma aprendizagem ao longo da vida, de um modo fundamentalmente auto-orientado ou autónomo, com o objectivo de se manterem actualizados e de conseguirem uma visão alargada sobre os diferentes domínios da engenharia naval.

Estes aspectos podem nem sempre ser evidenciados através dos conteúdos das unidades curriculares, na medida em que em muitos casos reflectem apenas diferentes maneiras de pensar, ensinar e aprender, que devem ser absorvidas pelos alunos e, principalmente, pelos docentes e dirigentes académicos e científicos.

4.1 Estrutura dos Cursos de Formação

Os cursos de Licenciatura e Mestrado são constituídos por unidades curriculares de Competências Transversais (CT), Ciências Básicas (CB), Ciências de Engenharia (CE), Ciências da Especialidade (CES) e por uma Dissertação de Mestrado (DM) com características integradoras e/ou de investigação.

O ensino pode agrupar-se em três níveis com características próprias:

• Formação básica em engenharia que é comum a todos os cursos de engenharia, embora com algumas particularidades apropriadas a cada uma das especialidades. Estas unidades curriculares concentram-se nos dois primeiros anos da Licenciatura.

• Formação geral em engenharia consiste numa formação dirigida a um conjunto mais restrito de especialidades de engenharia mas que se limita ao ensino dos princípios fundamentais da engenharia. Estas unidades curriculares concentram-se no segundo e terceiro ano.

• Formação específica em engenharia e arquitectura naval que envolve aspectos mais específicos desta especialidade.

Para além deste tipo de formação também são contempladas matérias transversais que visam dar uma formação diversificada tais como a gestão. Durante a formação e em várias oportunidades fomenta-se a realização de trabalhos que desenvolvam as capacidades de organização e planeamento de trabalho e a de comunicação escrita e oral, aspectos fundamentais na formação de um engenheiro.

Os princípios que estão na base da organização dos dois ciclos de estudos foram os seguintes: Os cursos têm um regime semestral com um número médio de 6 unidades curriculares por semestre, em que uma delas corresponde a uma unidade curricular de Competências Transversais. O modelo de organização pedagógica é baseado num máximo de 25 horas de contacto nos dois primeiros anos e de aproximadamente 22,5 horas nos anos subsequentes. O regime de 22,5 horas semanais é acompanhado por uma maior exigência de dedicação individual ao estudo e uma verdadeira avaliação contínua, exigindo mais trabalho fora das aulas por parte de alunos e docentes.

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4.1.1 Licenciatura em Ciências de Engenharia e Arquitectura Naval

A Licenciatura em Ciências de Engenharia e Arquitectura Naval tem a duração de três anos lectivos e está organizada em unidades curriculares semestrais e por um sistema de unidades de crédito.

O curso de Licenciatura é constituído por 33 unidades curriculares científico-pedagógicas que se estendem ao longo de 6 semestres curriculares.

4.2 Formação transversal

Neste tipo de formação inclui-se a transmissão de conceitos relacionados com a evolução da engenharia e arquitectura naval e os objectivos da actividade do engenheiro naval e a sua interacção com o meio ambiente, com a expressão oral e escrita, com a gestão e com o trabalho em equipa.

4.3 Metodologias de ensino. Aulas, horários e sistemas de avaliação

A organização das aulas deverá fomentar a participação dos alunos, reduzir a sua passividade e encorajar o estudo independente, induzido pela redução da carga horária. A realização de relatórios, exposições e exames orais é igualmente estimulada como forma de promover a capacidade de comunicação do futuro engenheiro.

O sistema de avaliação do curso é coordenado através de metodologias que incluem: componentes expressivas de avaliação contínua nos 3 primeiros anos.

acompanhamento personalizado de alunos por intermédio de professores tutores nos primeiros anos.

elaboração de trabalhos/projectos e dissertação de mestrado de características integradas (multidisciplinar) e/ou de investigação ao longo do último ano do curso.

4.4 Formação por objectivos

A organização temporal do primeiro ciclo de estudos conducente ao grau de licenciado em ciências em engenharia e arquitectura naval estrutura-se em duas etapas distintas, ao fim das quais se espera do aluno um conjunto bem definido de competências, conhecimentos e qualificações.

Ao fim do 2º ano

• Interpretar e resolver problemas representados por modelos cuja solução exige a aplicação directa de matemática e informática.

• Comunicar efectivamente os resultados de trabalhos analíticos e compreender a literatura que contem a aplicação directa e mínima de matemática.

• Compreender modelos matemáticos elementares de problemas de engenharia, nomeadamente aqueles cuja análise requer a utilização de elementos estatística, de

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álgebra linear e/ou conduz a problemas de cálculo diferencial e integral, de equações diferenciais lineares com condições iniciais ou de fronteira.

• Formação em química, versando a estrutura atómica e molecular, reacções químicas e electroquímica dando assim os fundamentos para o conhecimento das propriedades dos materiais em geral, metais e polímeros e dos fenómenos de corrosão.

• Formação em física onde são abordados os princípios e leis das interacções fundamentais da natureza, em particular, sobre partículas e campos, mecânica, óptica e electromagnetismo.

Esta etapa, correspondente à área das ciências básicas, constitui-se assim numa componente de índole marcadamente formativa com o objectivo de obter de forma integrada e, com recurso à matemática, informação quantitativa sobre os sistemas da natureza.

No final da Licenciatura

• Formação na áreas das ciências básicas e das ciências de engenharia e afins que permitam receber formação da especialidade e das diferentes áreas de especialização no IST ou noutra qualquer instituição de ensino universitário do espaço europeu segundo o espírito do Acordo de Bolonha.

A organização temporal do segundo ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em engenharia e arquitectura naval estrutura-se em duas etapas distintas, ao fim das quais se espera do aluno um conjunto bem definido de competências, conhecimentos e qualificações.

4.5 Áreas de desenvolvimento curricular Curso de Licenciatura em Engenharia e Arquitectura Naval

O curso de Licenciatura em Ciências de Engenharia e Arquitectura Naval é constituído por unidades curriculares de competências transversais (CT), ciências básicas (CB), ciências de engenharia (CE).

Repartição das unidades curriculares de acordo com a sua natureza

Unidades Curriculares do 1º ciclo ECTS

Ciências Básicas Cálculo Diferencial e Integral I 6 Álgebra Linear 6

Química 6 Computação e Programação 6

Cálculo Diferencial e Integral II 7,5 Ciência de Materiais 6 Mecânica e Ondas 6 Análise Complexa e Equações Diferenciais 7,5 Matemática Computacional 4,5 Electromagnetismo e Óptica 6 Probabilidades e Estatística 6

67,5

Ciências da Engenharia Desenho e Modelação Geométrica I 4,5 Desenho de Construção Naval 6 Materiais em Engenharia 6

(15)

Mecânica Aplicada I 6 Sistemas Eléctricos e Electromecânicos 6 Mecânica dos Materiais 6 Termodinâmica I 6 Mecânica Aplicada II 6 Mecânica dos Fluidos I 6 Mecânica dos Sólidos 6 Vibrações e Ruído 6 Electrónica e Instrumentação 6 Arquitectura Naval 6 Hidrodinâmica 6 Controlo de Sistemas 6 Mecânica Computacional 6 Hidrostática do Navio 6 Investigação Operacional 4,5 105 Competências Transversais Introdução à Engenharia Naval 1,5

Gestão 4,5 Portfólio Pessoal 1,5

7,5

Total 180

Competências transversais:

Recorrendo às competências transversais o futuro Licenciado em engenharia e arquitectura naval deverá:

• Ter capacidades de análise documental, de síntese escrita, de apresentação oral e debate perante audiências.

• Compreender o funcionamento das organizações e do meio no qual elas desenvolvem a sua actividade incluindo a perspectiva da gestão

• Ter uma visão global e generalista sobre os navios, estaleiros, portos e actividades marítimas em geral,

Estas competências vão sendo desenvolvidas ao longo do curso e estão reforçadas através de unidades curriculares de Introdução à Engenharia Naval, Gestão e Portfólio Pessoal.

Ciências básicas:

Recorrendo às ciências básicas o futuro Licenciado em ciências de engenharia e arquitectura naval deverá ser capaz de:

• Interpretar e resolver problemas representados por modelos cuja solução exige a aplicação directa de matemática.

• Compreender modelos matemáticos elementares de problemas de engenharia, nomeadamente aqueles cuja análise requer a utilização de elementos de estatística, de álgebra linear e/ou conduz a problemas de cálculo diferencial e integral, de equações diferenciais lineares com condições iniciais ou de fronteira.

(16)

• Utilizar meios informáticos e métodos numéricos no desenvolvimento de modelos matemáticos de complexidade crescente e sua aplicação a problemas de engenharia Mantém-se assim um currículo básico em matemática onde se abordam os temas principais do cálculo diferencial e integral, álgebra linear, análise complexa, equações diferenciais, métodos estatísticos e métodos computacionais.

Na formação básica em física são abordados os princípios e leis das interacções fundamentais da natureza, em particular, sobre partículas e campos, mecânica, óptica e electromagnetismo.

Ainda no âmbito das ciências básicas inclui-se a formação em química, versando a estrutura atómica e molecular, reacções químicas e electroquímica dando assim os fundamentos para o conhecimento das propriedades dos materiais em geral e dos fenómenos de corrosão em particular. A disciplina de ciência de materiais completa este tipo de formação.

A área das ciências básicas completa-se com a formação básica em computação e programação. A área das ciências básicas constitui-se assim numa componente de índole marcadamente formativa com o objectivo de obter de forma integrada, e com recurso à matemática, informação quantitativa sobre os sistemas da natureza através do estabelecimento e análise de modelos matemáticos representativos da realidade física.

Ciências de engenharia:

Recorrendo às ciências de engenharia futuro Licenciado em ciências de engenharia e arquitectura naval deve ser capaz de:

• Interpretar e resolver problemas simples das diferentes áreas de engenharia.

• Recorrer à informática para a resolução dos problemas de engenharia, aplicando os modelos matemáticos adequados, apreendidos nas unidades curriculares de ciências básicas.

• Compreender e resolver problemas simples de engenharia e arquitectura naval, envolvendo conhecimentos básicos fornecidos por unidades curriculares de formação abrangente.

Neste conjunto de ciências de engenharia estão representadas as áreas de desenho e modelação geométrica, mecânica aplicada, termodinâmica, mecânica dos materiais, mecânica dos fluidos, controlo, sistemas eléctricos e electromecânicos e investigação operacional. Esta formação deve fornecer ao aluno uma aprendizagem horizontal das matérias, sobre as quais possam assentar, subsequentemente, o conhecimento das áreas específicas de engenharia e arquitectura naval.

Ciências de especialidade:

O primeiro ciclo de estudos em engenharia e arquitectura naval tem uma componente pequena de ciências de especialidade (cerca de 13% em termos de créditos). O objectivo é introduzir no primeiro ciclo um conjunto de conteúdos, que embora muito pequeno, permite diferenciar esta formação da de licenciaturas em outras engenharias. Deste modo faz-se a aplicação das competências adquiridas nas ciências básicas e ciências de engenharia a assuntos específicos da engenharia e arquitectura naval que incluem a arquitectura naval e a hidrostática do navio. Recorrendo às ciências de especialidade o futuro licenciado em engenharia e arquitectura naval deve ser capaz de:

• Interpretar e resolver alguns problemas simples e específicos de engenharia e arquitectura naval.

(17)

• Recorrer à informática para a resolução dos problemas de engenharia e arquitectura naval, aplicando os modelos matemáticos adequados.

4.5.1 Distribuição temporal das unidades curriculares do Curso de Licenciatura em Ciências de Engenharia e Arquitectura Naval por semestres

1º ANO - 1º Semestre

ECTS

Cálculo Diferencial e Integral I 6,0 Álgebra Linear 6,0

Química 6,0

Computação e Programação 6,0 Desenho e Modelação Geométrica I 4,5 Introdução à Engenharia Naval 1,5 Total 30,0

1º ANO - 2º Semestre

ECTS

Cálculo Diferencial e Integral II 7,5

Gestão 4,5

Ciência de Materiais 6,0 Mecânica e Ondas 6,0 Desenho de Construção Naval 6,0 Total 30,0

2º ANO - 1º Semestre

ECTS

Análise Complexa e Equações Diferenciais 7,5 Matemática Computacional 4,5 Materiais em Engenharia 6,0 Electromagnetismo e Óptica 6,0 Mecânica Aplicada I 6,0 Total 30,0 2º ANO - 2º Semestre ECTS Probabilidades e Estatística 6,0 Sistemas Eléctricos e Electromecânicos 6,0 Mecânica dos Materiais 6,0 Termodinâmica I 6,0 Mecânica Aplicada II 6,0 Total 30,0

(18)

3º ANO - 1º Semestre

ECTS

Mecânica dos Fluidos I 6,0 Mecânica dos Sólidos 6,0 Vibrações e Ruído 6,0 Electrónica e Instrumentação 6,0 Arquitectura Naval 6,0 Total 30,0 3º ANO - 2º Semestre ECTS Hidrodinâmica 6,0 Controlo de Sistemas 6,0 Mecânica Computacional 6,0 Hidrostática do Navio 6,0 Investigação Operacional 4,5 Portfólio Pessoal 1,5 Total 30,0

(19)

5. COMPARAÇÃO COM CURSOS DE REFERÊNCIA NO ESPAÇO EUROPEU

A profissão de engenheiro naval tem uma dimensão reduzida na generalidade dos países pelo que a oferta de formação neste domínio é também significativamente menor que em outras especialidades de engenharia.

Por isso nem todas as Universidades oferecem formação nesta área, havendo uma tendência para ser em Universidades que estão localizadas junto a zonas ribeirinhas que se encontram as ofertas mais fortes de formação em engenharia naval.

De entre toda a oferta de ensino universitário europeu, as Universidades onde há um ensino mais sólido de engenharia e arquitectura naval tanto pela qualidade do ensino como pela quantidade de alunos são as que se apresentam na Tabela seguinte.

Tabela – Organização da formação superior em Engenharia e Arquitectura Naval nas Universidades Europeias de referência

Universidade Organização da formação superior em Engenharia e

Arquitectura Naval

Universidade Norueguesa de

Ciência e Tecnologia (Noruega) O curso tem duração de 5 anos conducente ao grau de Mestre. Universidade Técnica Nacional

de Atenas (Grécia) O curso tem duração de 5 anos. Universidade Politécnica de

Madrid (Espanha) O curso tem duração de 5 anos.

Universidades de Glasgow e Strathclyde (Reino Unido)

Tem dois cursos de 4 e de 5 anos. O primeiro curso tem várias saídas em função de números dos créditos (Honors degree, BEng Pass Degree, Diploma of Higher Education e Certificate of Higher Education). O curso de 5 anos conducente ao grau de MEng.

Universidade de Genova (Itália)

O curso tem dois ciclos. O 1º ciclo de estudo conducente ao primeiro grau em engenharia e arquitectura naval com a duração de 3 anos. O 2º ciclo, conducente ao grau de Mestre, com a duração de 2 anos.

Desta comparação se conclui que todas estas Universidades oferecem uma formação de cinco anos conducente a um grau de Mestre que permite o desempenho da profissão. Algumas Universidades optam pelo ciclo único de 5 anos enquanto outras têm dois ciclos complementares.

(20)

6. INCORPORAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO EXTERNA NA ORGANIZAÇÃO DOS CICLOS DE ESTUDOS

O actual curso de engenharia e arquitectura naval foi avaliado por duas vezes pela Fundação das Universidades Portuguesas e está acreditado pela Ordem dos Engenheiros.

Da última avaliação pela Fundação das Universidades Portuguesas registam-se os comentários mais significativos que apontam pontos fortes e fracos do ensino:

A Licenciatura em Engenharia Naval e a investigação importante que lhe está associada podem ser consideradas estratégicas num país com a tradição, longa de séculos, de uma ligação estreita ao mar.

A boa qualidade dos licenciados pela LEN é testemunhada pelos empregadores.

A Licenciatura em Engenharia Naval do Instituto Superior Técnico é claramente uma licenciatura de boa qualidade, e o seu plano de estudos e programas das disciplinas garantem a satisfação dos objectivos a que se propõem.

O corpo docente é muito dedicado às funções gerais de ensino e investigação, e é bom o relacionamento entre professores e alunos.

O ensino padece da falta de infra-estruturas condignas, e não se antevê uma solução a curto prazo que não passe pela expansão das instalações do IST.

A componente experimental do curso não tem a dimensão global recomendável, devido essencialmente à falta de espaço para laboratórios, onde as carências são gritantes, e ainda de verbas para os apetrechar.

Globalmente pode ver-se que há uma opinião muito positiva do ensino em geral mas que são apontadas deficiências a nível de infraestruturais e componente experimental específica do curso. A opinião positiva relativamente ao curso indica que existem todas as condições para que no âmbito da presente reestruturação o IST continue a oferecer uma formação de elevado nível. Relativamente à componente experimental do ensino cabe mencionar que no âmbito dos Concursos para a Melhoria da Qualidade do ensino que o IST tem vindo a promover internamente, foram concedidos à actual licenciatura verbas da ordem dos 100 KEuros para construir e equipar um canal para ensaios de arquitectura naval que sirva de apoio ao ensino, perspectivando-se que continue a mesma politica que permitirá resolver o problema de falta de equipamento para ensino experimental.

Referências

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