A ACLAMAÇÃO DE D. PEDRO I
E
m 12 de Outubro de
1822, D. Pedro foi
aclamado Imperador do
Brasil, sendo
prestigiado por uma
muitas pessoas.
Iniciava-se o Império
Brasileiro.
Aclamação de Dom Pedro I, Imperador do Brasil, no Campo de Sant'Ana, Rio de Janeiro. Jean-Baptiste Debret (1831-1834)
Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Dia_do_Fico.jpg> Acesso em: 14 jul. 2020.
AS LUTAS PELA INDEPENDÊNCIA
Embora o momento festivo retratado na obra
de Debret, a independência do Brasil reservou
momentos violentos, e algumas lutas que
MEMÓRIAS SOBRE A INDEPENDÊNCIA
A data de 12 de outubro de 1822 foi utilizada por todo o
período monárquico como a data oficial do processo de
independência.
A data foi transferida para o 07
de setembro no período
republicano.
Disponível em:
<https://it.m.wikipedia.org/wiki/File:Flag_of_The_Empire_of_Br azil_1822-1889.png> Acesso em : 14 jul. 2020.
LUTAS PELA INDEPENDÊNCIA
A proclamação da independência não foi aceita de forma pacífica pelos portugueses, principalmente pelos que residiam em terras brasileiras.
A Corte portuguesa exigia um posicionamento rígido de D. João VI, já os portugueses residentes no Brasil
passaram a formar movimentos de resistência em várias províncias.
O enfrentamento de tropas portuguesas e brasileiras ocasionou diversas batalhas pelo país.
Províncias
brasileiras em
1822
Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Brazil_in_1822. svg> Acesso em: 15 jul. 2020.
A BATALHA DO JENIPAPO
As tropas portuguesas tentando frear o processo de emancipação política do Brasil enviaram armamentos e soldados para o Piauí sob a liderança do general Cunha
Fidié.
Em resistência aos piauienses favoráveis a Independência, juntaram-se brasileiros e brasileiras de outras províncias (Bahia, Ceará, Maranhão) e armados com facas, machados e espingardas enfrentaram os canhões portugueses em março de 1823.
A BATALHA DO JENIPAPO
• A batalha contra o general português e suas tropas ocorreu às margens do Rio Jenipapo. Embora derrotados, o movimento debilitou as tropas portuguesas que foram definitivamente derrotadas na cidade de Caxias, no Maranhão.
Canhão utilizado na batalha.
(Memorial da Batalha do Jenipapo/PI)
Disponível em:
<https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Canh %C3%A3o_da_Batalha_do_Jenipapo.JPG> Acesso em: 14 jul. 2020.
LUTAS PELA INDEPENDÊNCIA
Na Bahia vários combates ocorreram, e os soldados brasileiros conseguiram cercar as tropas portuguesas em Salvador.
Liderados pelo coronel Madeira de Melo os portugueses romperam o cerco brasileiro e foram vencidos na Batalha de
Pirajá.
Em 02 de julho de 1823 as tropas portuguesas foram forçadas a deixar o Brasil, consolidando a vitória brasileira frente a resistência portuguesa.
Nas batalhas da Independência do Brasil os estudos históricos apontam a presença de várias mulheres.
MARIA QUITÉRIA
Desobedecendo sua família,
disfarçou-se de homem e vestiu um uniforme militar, atuando em
algumas batalhas contra os
portugueses na Bahia. Depois dos conflitos, foi condecorada pelo
próprio D. Pedro I por seu ato de bravura.
Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Domenico_Failu tti_-_Maria_Quit%C3%A9ria.jpg> Acesso em: 14 jul. 2020.
As lutas pela Independência, como por exemplo, as batalhas do Jenipapo, Pirajá e outras que tiveram pelo país não foram suficientes para o reconhecimento da Independência do Brasil, pelos portugueses e por países europeus.
O primeiro país a reconhecer o Brasil como
nação livre foram os EUA (Estados Unidos da América) em 1824.
O RECONHECIMENTO DA INDEPENDÊNCIA DO
BRASIL
O RECONHECIMENTO DA INDEPENDÊNCIA DO
BRASIL
Em 1825, para reconhecer a Independência
do Brasil, Portugal exigiu o pagamento de 2
milhões de libras esterlinas.
O Brasil aceitou a dívida e fez um pedido de
empréstimos aos banqueiros ingleses.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/hino.htm> Acesso em: 15 jul. 2020.
“Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”
Vamos ler um trecho da Constituição brasileira de 1988, a última e atual em nosso país:
Você sabe o que é Constituição e para que ela
serve?
E o trecho que mencionou os Poderes? Você
sabe o que são eles?
Agora vamos falar um pouco sobre a primeira
Constituição brasileira: a Carta Magna de
A NECESSIDADE DE UMA CONSTITUIÇÃO
Uma vez consolidada a Independência ao
menos em solo brasileiro, o Brasil precisava de
um conjunto de leis, o que denomina-se
Constituição.
Antes da emancipação política brasileira,
os brasileiros obedeciam as leis que eram
estabelecidas pelos portugueses.
ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE
Em maio de 1823 foi feita uma Assembleia
Constituinte, ou seja, uma
reunião com deputados na capital do Império, o Rio de Janeiro, a fim de escrever as leis do país.
Disponível em:
<https://it.m.wikipedia.org/wiki/File:Flag_of_The_Empire_of_Brazil_ 1822-1889.png> Acesso em: 14 jul. 2020.
ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE
Os deputados escreveram leis que limitavam o poder de D. Pedro I e não permitam a dissolução da Câmara dos Deputados o que desagradou D. Pedro I.
Durante uma noite inteira os deputados debateram sobre as leis e os conflitos políticos acerca do Imperador, fato conhecido por Noite da Agonia.
O Imperador, contrariado, mandou soldados para fecharem a Assembleia Nacional Constituinte e levarem presos deputados.
A CONSTITUIÇÃO DE 1824
Em 1824 a Assembleia continuava fechada e D. Pedro I para resolver a necessidade de uma Constituição, delegou a tarefa de escrever o primeiro conjunto de leis do Brasil ao seu Conselho de Estado.
O Conselho era formado por dez pessoas, que tiveram o tempo de 40 dias para elaborar e redigir o texto
A CONSTITUIÇÃO DE 1824
Disponível em:
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a2/Constitui %C3%A7%C3%A3o_de_1824_do_Brasil.jpg> Acesso em: 15 jul. 2020.
A primeira Constituição do Brasil foi
outorgada (permitida pelo
Imperador) em 25 de Março de 1824 e mantinha no Brasil a
A CONSTITUIÇÃO DE 1824
A Constituição de 1824 estabelecia 4 poderes:
Poder Moderador: exclusivo do Imperador e acima dos
outros três poderes.
Poder Executivo: na incumbência do Imperador auxiliado
por seus ministros (Conselho de Estado).
Poder Legislativo: deputados e senadores que deveriam
elaborar e aprovar leis.
Poder Judiciário: exercido pelos juízes que deveriam
CONSTITUIÇÃO DE 1824
Em outras palavras, a Constituição dava plenos poderes ao Imperador D. Pedro I de intervir em qualquer poder e não ser questionado ou julgado por nenhuma ação cometida.
Em termos políticos haviam medidas restritivas, como por exemplo, o voto censitário, que estabelecia que somente poderiam votar cidadãos (homens), livres, que comprovassem uma renda anual de 100 mil réis.
Com isso, escravizados, mulheres e pobres
foram afastados da política imperial brasileira. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:P edro_I_por_Henrique_Jos
%C3%A9_da_Silva.jpg> Acesso em: 14 jul. 2020.
A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
(CONTEXTO)
• A Constituição de 1824 outorgada por D. Pedro I trouxe grande insatisfação pelo seu caráter centralizador e autoritário;
• Na província de Pernambuco, jornais criticavam duramente o governo, em especial o Tiphys Pernambucano, de Frei Caneca;
Além da insatisfação política, uma crise financeira decorrente da queda do preço de exportação dos produtos brasileiros, os altos impostos e a carestia dos alimentos e aluguéis; aumentavam o descontentamento da população da província.
Cabeçalho do jornal em que Frei
C aneca defendia ideias republicanas e
convocava o povo à luta.
D is po ní ve l e m : < ht tp :/ /m ul tir io .r io .r j.g ov .b r/ in de x. ph p/ es tu de /h is to ri a-do -b ra si l/b ra si l-m on ar qu ic o/ 90 -p ri m ei ro -r ei na do /8 90 5-fr ei -c an ec a- e- i- o-tif is -p er na m bu ca no -i > , ac es so d ia 1 9/ 07 /2 02 0.
Em 1823, nas linhas do jornal Typhis, Joaquim da Silva Rabelo, o Frei Caneca, analisou a crise econômica e política do país:
“Quando a nau da pátria se acha combatida por ventos embravecidos; [...] ela ameaça naufrágio e morte, todo cidadão é marinheiro”
Disponível em:<http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada7/_GT1%20PDF/FREI%20CANECA,%20O%20TYPHIS %20PERNAMBUCANO%20E%20A%20EDUCA%C7%C3O%20repetido.pdf>,acesso em 19/07/2020.
Manifesto de Manoel de Carvalho Paes de Andrade, presidente exonerado da província de Pernambuco, conclamando todos os brasileiros a aderirem à Confederação do Equador. Recife, 1824. Disponível em: <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Confederacao_do_Equador.jpg>, acesso dia 19/07/2020.
A REAÇÃO DO IMPÉRIO BRASILEIRO
D. Pedro I reagiu estabelecendo uma ofensiva militar por terra e mar contra os revolucionários para reprimir o movimento;
Para tanto, precisou pedir dinheiro emprestado aos bancos ingleses, bem como, contou com soldados e mercenários britânicos;
Mesmo com poucos recursos bélicos e financeiros, os revolucionários da Confederação do Equador resistiram por quase dois meses;
Ao adentrarem em Pernambuco, as tropas imperiais, já vitoriosas, exageraram na violência cometida, incendiando casas e matando populares, bem como, os líderes que foram condenados a morte.
Representação da
A Execução de Frei
Caneca (1924). Óleo sobre
tela de Murillo La Greca.
Fonte: Museu Murillo La Greca
D is po ní ve l e m : < ht tp s: // pt .w ik ip ed ia .o rg /w ik i/F re i_ C an ec a# /m ed ia /F ic he ir o: A _E xe cu % C 3% A 7% C 3% A 3o _d e_ F re i_ C an ec a. jp g> , ac es so d ia 1 9/ 07 /2 02 0.
A IMPOPULARIDADE DE D.PEDRO I
• O governo de D. Pedro I, aclamado em 1822 por ter permanecido no Brasil, passou a sofrer duras críticas desde o processo da Constituinte (1823-1824) e a efetivação da Constituição em 1824;
• Com a violenta repressão à Confederação do Equador tornou-se mais impopular;
CRISE E IMPOPULARIDADE
• A Constituição de 1824, a reação violenta sobre a Confederação do Equador e o endividamento do Brasil levaram ao desgaste da imagem política de D. Pedro I;
• Aumentando a caréstia de alimentos e aluguéis, e a falência do Banco do Brasil em 1829 ampliavam a reprovação do governo Imperial.
A QUESTÃO CISPLATINA (1825-1828)
• Em 1816, sob o comando do General Carlos Frederico Lecor, o território foi anexado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, sob a justificativa dos direitos sucessórios da rainha Carlota Joaquina sob a região.
• A Província Cisplatina ficava ao sul do Brasil e seus habitantes não eram portugueses, em sua maioria, eram descendentes de espanhóis e indígenas que almejavam a separação política em relação ao Brasil;
• Os cisplatinos iniciaram um conflito armado por sua independência e D. Pedro I enviou tropas para frear o movimento, mas com o apoio dos argentinos a Cisplatina derrotou o Brasil e se emancipou politicamente;
Disponível em: <https:// pt.wikipedia.org/wiki/Fic heiro:Cisplatina.png> Acesso em: 19 jul. 2020.
Província Cisplatina em
destaque no mapa Império Brasileiro em 1825. Bandeira da Província Cisplatina (1821-1828) Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Flag_of_the_Provincia_Cisplatina.svg> Acesso em: 19 jul. 2020.
A QUESTÃO CISPLATINA (1825-1828)
• Os cisplatinos fundaram a República Oriental do
Uruguai, levando a diminuição do território do
Império Brasileiro. Assim, as perdas financeiras e militares tornaram-se mais um episódio agravante na crise política de D. Pedro I.
Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Bandeira_do_Urug uai#/media/Ficheiro:Flag_of_Uruguay.svg> Acesso em: 18 jul. 2020.
A CRISE NO GOVERNO PORTUGUÊS
Quando D. João VI faleceu em Portugal no ano de 1826, D. Miguel, irmão de D. Pedro I, assumiu a liderança do reino português.
D. Pedro I planejou e preparou uma reação militar; fato este que levou políticos brasileiros a criticarem a postura do Imperador, que priorizava assuntos portugueses ao invés de dedicar-se às questões brasileiras.
Caricatura representando os irmãos D. Pedro e D. Miguel.
(Honoré Daumier, 1833)
Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Migue l_I_de_Portugal#/media/Ficheiro:Li beral_Wars.jpg> Acesso em: 19 jul. 2020.
A RENÚNCIA DE D. PEDRO I (CONTEXTO)
A imprensa brasileira fazia críticas ao governo de D. Pedro I. Um dos principais críticos, o jornalista Libero Badaró foi assassinado em 1830.
Divulgou-se que o assassinato de Badaró era de interesse de apoiadores do governo de D. Pedro I, e em todo o Brasil foram feitos protestos contra o Imperador.
Na tentativa de recuperar o apoio da população, sobretudo das elites provinciais, o Imperador visitou Minas Gerais, mas não foi bem recebido.
De volta ao Rio de Janeiro, portugueses receberam D. Pedro I com homenagens, o que gerou manifestações contrárias dos brasileiros e confrontos contra os portugueses nas ruas da capital brasileira; no episódio chamado de Noite das Garrafadas em Março de 1831.
Legenda do panfleto:
Morre um Liberal, mas não morre a Liberdade.
Disponível em:
<http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/estude/historia-do- brasil/brasil-monarquico/90-primeiro-reinado/8925-a-morte- de-libero-badar%C3%B3-em-1830-e-o-agravamento-da-crise-pol%C3%Adtica> Acesso em: 19 jul. 2020.
A RENÚNCIA DE D. PEDRO I (CONTEXTO)
Para reconquistar o apoio político, D. Pedro I criou um Ministério formado por membros da oposição, entretanto, a medida não surtiu efeito.
Depois, substituiu o Ministério formado por brasileiros, por um de portugueses. A reação de intelectuais, populares, militares, entre outros
foi uma manifestação pedindo o retorno do Ministério dos Brasileiros. A situação de política de D. Pedro I chegara a uma situação de insustentabilidade, e em tal contexto, no dia 07 de Abril de 1831, o Imperador D. Pedro I abdicou, ou seja, renunciou o trono do Império Brasileiro em favor do seu filho, Pedro Alcântara com 5 anos.
Uma vez que o filho de D. Pedro I era ainda criança, o Brasil passaria a ser governado por regentes.
D is p on ív el e m : < h ttp s: //p t.w ik ip e di a .o rg /w ik i/A b di ca % C 3% A 7% C 3 % A 3 o_ d e_ P ed ro _I _d o _B ra si l > A ce ss o em : 1 9 ju l. 20 20 .
"Usando do direito que a Constituição me
concede, declaro que hei muito
voluntariamente abdicado na pessoa de meu muito amado e prezado filho o
Senhor D. Pedro de Alcântara.
Boa Vista, 7 de abril de mil oitocentos e
trinta e um, décimo da Independência e do Império."
D is po n ív e l e m : < h ttp s: //p t.m .w ik ip e di a .o rg /w ik i/F ic he ir o: P ed ro _I I_ do _B ra si l_ ao s_ 4_ an o s. p ng > A ce ss o e m : 1 9 ju l. 20 20 .
D. Pedro II com 4 anos de idade.
Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Abdica
%C3%A7%C3%A3o_de_Pedro_I_do_Brasil#/ media/
Ficheiro:Carta_de_Despedida_de_Dom_Pedro_I .jpg> Acesso em: 19 jul. 2020.
Carta de despedida deixada ao filho D. Pedro II.
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
✔ A questão da Cisplatina: uma guerra no sul do país, entre 1825 e 1828, na qual o Brasil perdeu para os cisplatinos, apoiados pelos argentinos;
✔ A derrota para o país atualmente chamado de República do Uruguai, aumentou a crise política e econômica do governo de D. Pedro I;
✔ A falta de apoio político ao Imperador, bem como a crise econômico reforçada pelo endividamento do Brasil levaram o governo brasileiro a uma crise profunda;
✔ Depois de várias tentativas em reconquistar o apoio político e não conseguir o resultado esperado, em 07 de Abril de 1831 D. Pedro I abdicou (renunciou) o trono do Império brasileiro em favor de seu filho.
✔ Pedro Alcântara tinha cinco anos de idade, por tal motivo o Brasil passou a ser governado por Regentes até que o menino se tornasse maior de idade;