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Emprego (%) Volume de Negócios (%) 8.20% Agricultura Comércio Alojamento e restauração Construção Indústrias transformadoras

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Academic year: 2021

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1. Agricultura enquanto Matriz Identitária de Idanha-a-Nova

A agricultura constitui atualmente o cerne da economia do município. Idanha é assim dos poucos municípios portugueses em que a matriz rural do território tem um reflexo evidente na estrutura do seu tecido económico. A agricultura é a fileira líder em termos da criação de emprego uma vez que representa 28,31% dos postos de trabalho que existem no território. No entanto, o sector dotado de maior liquidez é o comércio, assegurando 34,70% do volume de negócios gerado no município. Esta observação demonstra que a fileira agrícola deverá evoluir no sentido de desenvolver produtos e serviços transaccionáveis de maior valor acrescentado. O investimento em ativos agrícolas (i.e., com implantação no município) apresentou uma taxa média de crescimento anual na ordem dos -2,59% ao longo da última década. O incremento do valor acrescentado, permitiria atrair uma maior formação bruta de capital fixo, aproximando o ritmo de investimento da média dos municípios Europeus (UE 28), que se traduz numa taxa média de crescimento anual de +7,83%.

Matrix Identitária do Tecido Económico Local

Fonte: Instituto Nacional de Estatística e Eurostat (2014).

É indispensável assegurar a materialização das potencialidades endógenas do território, designadamente, por intermédio do desenvolvimento de mecanismos práticos que permitam o cultivo das terras abandonadas. A rentabilização dos solos depende igualmente da identificação de novas culturas, que assegurem níveis adequados de produtividade e sejam suscetíveis de transação nos

28.31%   16.05%   15.30%   9.95%   8.46%   28.00%   34.70%   8.20%   7.70%   8.50%  

Agricultura   Comércio   Alojamento  e  restauração   Construção   Indústrias  transformadoras  

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mercados internacionais. Por outro lado, torna-se necessário implementar instrumentos técnicos que permitam melhorar as propriedades dos solos e maximizar a produtividade dos mesmos. A agricultura enquanto fileira de elevado valor acrescentado deverá induzir uma reocupação progressiva do território. A implementação desta abordagem passaria pela aplicação de um modelo de gestão integrada dos solos aráveis permitindo o aluguer de terras e/ou a exploração à consignação do minifúndio abandonado. Só agregando as propriedades devolutas em unidades produtivas de maior escala é que se poderá maximizar o potencial agrícola em ‘sectores-chave’ como os hortícolas, o olival e os cereais.

2. Agricultura de Elevado Valor Acrescentado Ao contrário do que possa parecer menos de 1% do município (i.e., 0,6%) caracteriza-se por apresentar solos inférteis, sendo que os remanescentes 99,4% do território são compatíveis com as melhores práticas agrícolas e florestais.

Distribuição da Tipologia dos Solos Aráveis no Município de Idanha-a-Nova

Fonte: Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Em termos da distribuição dos solos atualmente sujeitos a atividades do setor primário, podemos concluir, que a principal ocupação reside nas pastagens, com 94,96%. Apesar do significativo potencial agrícola de Idanha, a agricultura de carácter comercial assume um papel meramente residual, com uma ocupação limitada a 4,5% da área afeta à prática da agricultura.

Tipo  III  a  VI   45%   Tipo  II  

33%   Tipo  I  

(3)

Fonte: Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Embora a agricultura de subsistência represente 24% dos agricultores, o território ocupado por este tipo de atividade, não chega a alcançar 1% dos solos com uso agrícola (i.e., 0,54%). Tal fato é consequência da atomização que carateriza este tipo de propriedades. A matriz de especialização encontra-se plasmada nos 57% de agricultores que encontra-se dedicam à pastorícia. Apesar de explorar apenas 4,5% da área agrícola, a agricultura de caráter comercial, contribui com 19% da população afeta ao setor primário, assumindo-se como um importante dinamizador do emprego à escala do município.

Distribuição dos Agricultores por Tipo de Atividade (%)

Fonte: Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Produção de Biocombustíveis Uma das eventuais apostas poderá passar pela produção de biocombustíveis,

a partir de subprodutos ou resíduos decorrentes da produção de cereais. A possibilidade de se utilizar uma conjugação de diferentes resíduos – que são

94.96%   4.50%   0.54%  

Pastorícia   Agricultura  comercial   Agricultura  de  subsistência  

Pastorícia   57%   Agricultura  de  subsistência  

24%   Agricultura  comercial  

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sistematicamente desperdiçados – afirma este negócio como uma nova fileira, suscetível de alcançar uma elevada rentabilidade. Os aditivos de proveniência biológica são usados recorrentemente como oxigenante dos combustíveis, funcionando como alternativa aos derivados do petróleo, entre os quais o chumbo tetraetil e o MTBE. Os combustíveis terão de alcançar uma taxa mínima de oxigenação – situada em 10% a partir de 2020 – meta que só poderá ser alcançada por intermédio dos aditivos de base biológica. Cada unidade industrial tem capacidade para absorver até 400 mil toneladas de resíduos decorrentes da produção em sequeiro. Os resíduos processados permitem gerar cerca de 150 mil toneladas de biocombustíveis e aditivos para combustíveis de origem petrolífera, gerando um volume de negócios médio na ordem dos 831 Milhões de Euros anuais por cada unidade industrial ancorada no território.

Fileira Florestal

Sendo Idanha-a-Nova um território eminentemente constituído por floresta (i.e., 53% do solo) é inevitável abordar-se a fileira florestal enquanto vetor estratégico de desenvolvimento. A fileira florestal – nas suas diversas aplicações económicas e sociais – caracteriza-se por apresentar um valor acrescentado local de 71,4%. Este dado significa que 71,4% dos recursos financeiros gerados por intermédio comercialização de produtos da fileira florestal permanecem no local onde foram produzidos.

Valor Acrescentado Local por Fileira (%)

Uma vez que existe uma considerável retenção da riqueza gerada pela fileira

36.60%  

47.20%  

62.90%  

71.40%  

Fileira  florestal   Produtos  energéKcos  e  água   Máquinas  e  aparelhos   Material  de  transporte  

MÉDIA  NACIONAL   59,3%  

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produção (i.e., capital e trabalho). O valor acrescentado local da floresta é manifestamente superior à média nacional (59,3%) e a alguns dos sectores económicos com maior valor acrescentado local, entre os quais, os produtos energéticos e água (62,9%), as máquinas e aparelhos (47,2%) e o material de transporte (36,6%).

Exportações da Fileira Florestal

As exportações da fileira florestal, para fora da UE, têm evidenciado grande dinamismo, materializado numa taxa média de crescimento anual de dois dígitos (i.e., 10,7%). Por outro lado, a procura da UE mantêm-se estável, com uma taxa média de crescimento anual na ordem dos 3%. Este facto é particularmente relevante uma vez que a UE absorve quase 70% das exportações da fileira florestal portuguesa.

Crescimento Sustentado da Procura Externa de Papel (Milhões de Euros)

São exemplo os painéis derivados da madeira, o mobiliário de madeira, a rolha e outros produtos de cortiça, a pasta, o cartão e o papel, todos produtos nacionais com aceitação crescente a nível mundial pelo seu carácter de inovação que lhes garante elevados padrões de qualidade e atua como diferenciador face aos competidores que enfrentam.

Crescimento Sustentado da Procura Externa de Pastas Celulósicas (Milhões de Euros)

350.2  

200.7   192.9  

108.3   106.7  

Espanha   França   Alemanha   Reino  Unido   Itália  

TAXA  MÉDIA  DE  CRESCIMENTO  ANUAL   8,8%  

(6)

Portugal é o país da Europa em que o rácio do VAB do sector florestal face à área de floresta produtiva é mais elevado, mais precisamente 370 Euros. Este fator evidencia a capacidade que a fileira tem demonstrado para a realização do potencial económico da floresta portuguesa.

Crescimento Sustentado da Procura Externa de Mobiliário (Milhões de Euros)

A fileira florestal é o 3º sector mais representativo no contexto agregado das exportações portuguesas. Portugal é simultaneamente o 4º produtor europeu de pasta para papel e o 13º na produção de papel e cartão.

Exportação de Frescos A horticultura poderá vir a constituir uma significativa fonte de rendimento para

os pequenos proprietários, convertendo as suas terras num ativo económico passível de transação (i.e., exploração direta, trespasse, aluguer e/ou venda). A ocupação do território poderá ser alavancada pelos hortícolas destinados a exportação, tomando como referência as vantagens competitivas para a produção deste tipo de alimentos. Esta abordagem consolida uma oportunidade para um território desertificado como Idanha-a-Nova – caracterizado por uma

166.9  

87.9  

69.1  

40.1   33.5  

Espanha   Alemanha   Países  Baixos   China   Suécia  

181.5  

90.1  

75.3  

22.7   15.4  

França   Espanha   Angola   Alemanha   EUA  

TAXA  MÉDIA  DE  CRESCIMENTO  ANUAL   17,3%  

TAXA  MÉDIA  DE  CRESCIMENTO  ANUAL   10,9%  

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elevada percentagem de terras abandonadas – contribuindo para um povoamento regular e para a valorização da agricultura enquanto recurso económico de proximidade, que beneficia predominantemente as comunidades locais.

Evolução das Exportações de Frescos (Toneladas)

Fonte: FAOSTAT (2014).

Portugal beneficia de melhores condições em comparação com os principais exportadores de frescos, não só em termos das caraterísticas dos solos, mas também no que concerne às condições climatéricas.

Exportações de Frescos na Europa (Milhões de Euros)

Fonte: UN Comtrade Database (2014).

Para além dos aspetos relacionados com a produção agrícola, importa realçar que a posição geográfica confere significativas vantagens logísticas, no acesso

285,041 0 50,000 100,000 150,000 200,000 250,000 300,000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* UE27 PT 0   500   1,000   1,500   2,000   2,500   3,000   3,500   4,000   4,500   5,000  

Holanda   Espanha   França   Itália   Bélgica     Alemanha   Polónia  

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aos principais mercados de exportação. O incremento da horticultura poderá desempenhar um papel relevante num território em que, pelo menos, 14% das propriedades se encontram abandonadas e desprovidas de qualquer tipo de utilização.

Afetação dos Solos no Município de Idanha-a-Nova

Fonte: Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Mercado Halal

Em Idanha 94,96% do solo agrícola encontra-se afeto a atividades relacionadas com a pastorícia sendo que a mesma é responsável pelo emprego de 57% dos agricultores. Para além deste aspeto, importa realçar que os rebanhos são maioritariamente constituídos por ovinos, evidência materializada no facto de existirem aproximadamente 6 ovelhas por cada vaca. Importação de Borrego Halal (Milhares de Euros)

Fonte: UN Comtrade Database (2014).

Os muçulmanos são os maiores consumidores per-capita de carne em geral e de borrego em particular. Face ao cenário macroeconómico atual (i.e., subactividade dos matadouros, dificuldades económicas e financeiras da generalidade das empresas do sector, dificuldade no acesso a crédito junto de

53%   32%   14%   1%  

Floresta   Agricultura   Abandonado   InférKl  

192,463   164,336  

[VALOR]  

12,909   11,704   11,377   9,452   4,378   3,844  

2,838   2,541   2,487   781  

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instituições financeiras), a penetração na dieta alimentar das comunidades muçulmanas, constituiria uma oportunidade de especialização das exportações num mercado emergente e em franca expansão. Para a entrada sistemática neste mercado seria necessária a certificação do processo de abate podendo o mesmo ocorrer numa única unidade de processamento. De acordo com a orientação islâmica não é permitido tirar a vida de um animal sem uma razão justificável (i.e., a alimentação) e pedindo autorização divina para tal através de um ritual. Nesse ritual de Halal é obrigatório o abate por um muçulmano que compreenda a obrigatoriedade do ato, que recite o Tassmiyah (i.e., Bissmillah) para cada animal, cortando posteriormente a traqueia, o esófago e um dos canais sanguíneos do pescoço de forma rápida e eficaz tentando reduzir ao máximo o sofrimento do animal, evitando que a cabeça seja separada no momento do abate. Após este ato, a carne torna-se Halal desde que não venha a ser contaminada posteriormente, como em tanques de lavagens ou em linhas de desmancha do animal.

Referências

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