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[Recensão a] Ilíada de Homero: tradução em quadrinhos. Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa, Andreza Caetano, Paulo Corrêa, Piero Bagnariol

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Academic year: 2021

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[Recensão a] “Ilíada” de Homero: tradução em quadrinhos. Tereza Virgínia Ribeiro

Barbosa, Andreza Caetano, Paulo Corrêa, Piero Bagnariol

Autor(es):

Trevizam, Matheus

Publicado por:

Imprensa da Universidade de Coimbra

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/35078

DOI:

DOI:http://dx.doi.org/10.14195/2183-1718_66_28

Accessed :

10-Jul-2021 08:36:52

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2014

IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA COIMBRA UNIVERSITY PRESS

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Humanitas 66 (2014) 435‑486

Recensões 449

“Ilíada” de Homero: tradução em quadrinhos. Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa, Andreza Caetano, Paulo Corrêa, Piero Bagnariol. Belo Horizonte: RHJ, 2012, 112 p. (ISBN: 978 ‑85 ‑7153 ‑310 ‑3)

“Odisseia” de Homero em quadrinhos. Tradução por imagens de Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa e Piero Bagnariol. São Paulo: Peirópolis, 2013, 88 p. (ISBN: 978 ‑85 ‑7596 ‑183 ‑4)

Algumas iniciativas, partindo do interno do mundo acadêmico, têm por mérito “arejar” o panorama da recepção dos grandes clássicos da Anti‑ guidade pelo público, especializado ou não. Este é o caso da transposição da Ilíada e da Odisseia de Homero para os quadrinhos, em dois trabalhos coordenados pela professora Dra. Tereza Virgínia Barbosa (FALE ‑UFMG) e com a colaboração artística – desenhos – de Piero Bagnariol. Como se avisa nas duas obras, trata ‑se sempre de resultados de uma pesquisa acadêmica desenvolvida na Faculdade de Letras da UFMG,1 sob a responsabilidade da

docente mencionada, especialista no idioma e na literatura da Grécia Antiga. Com isso, conjugam ‑se para a qualidade dos dois livros de quadrinhos em questão ao mesmo tempo o respaldo científico e a experiência da professora Tereza Virgínia e a linguagem nova e, sobretudo, jovem, trazida para essas adaptações pela arte de Bagnariol. Não é de modo algum banal, ressaltamos, que adaptações de grandes obras da literatura universal para as artes visuais possam contar com a participação e apoio tão próximos de conhecedores profissionais dos autores correspondentes, como é o caso dos dois livros aqui comentados.

Passando ao comentário em separado dos quadrinhos, parece ‑nos caracterizar esta adaptação da Ilíada, talvez, o primeiro e fundamental épico da tradição no Ocidente, uma espécie de progressão linear ou “limpeza” narrativa, o que se depreende da concentração dos autores no essencial da trama homérica (a chamada “ira de Aquiles”), da relativa contenção das falas das personagens, fazendo com que se expressem bem mais as figuras que os textos, da “economia” imagética, pois, em muitas cenas, não abundam tanto os detalhes... Mesmo a palheta de cores escolhida – em que se sobressaem negros, ocres, vermelhos e cinzentos, a depender das cenas –, bem como os traços utilizados para representar os guerreiros, as paisagens, as armas e os deuses de Homero resultam bastante harmoniosos com o espírito límpido

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e, até, cru da narrativa original, sem espaços para floreios nos gestos e ríspidas palavras; a linguagem adotada nesta Ilíada, ainda, conserva algo da dicção Homérica em tantas situações estereotipadas do mundo épico, como o são as súplicas a deuses e homens, as promessas de salvação ou desgraça e as palavras de escárnio diante dos inimigos...

Quanto à adaptação da Odisseia para os quadrinhos, sem dúvida se trata de outros pressupostos e operações a regerem a feitura do livro aqui comentado: como sabemos, Homero focaliza neste outro épico o tema geral do nóstos, retorno de Ulisses para a ilha natal de Ítaca depois do fim da guerra de Troia. Corresponde ao desenvolvimento narrativo deste esquema, em princípio muito simples, a adoção do gesto da “costura” de episódios, de maneira que várias histórias “paralelas” se juntam para compor as multifacetadas aventuras do herói: assim, vemos Ulisses, desde a obra original, entre os Feácios, na ilha de Ogígia e em meio às seduções de Calipso, entre os Ciclopes, de volta a Ítaca com o porqueiro Eumeu, já no palácio familiar em enfrentamento mortal aos pretendentes à mão de Penélope...

O mesmo caráter “labiríntico” do poema homérico em pauta foi trans‑ posto, em alguma medida, para a adaptação aos quadrinhos correspondente, não só porque os principais episódios do original também aparecem aqui, mas ainda pela maior exuberância visual – com uma seleção de cores mais vivas do que as da Ilíada, em que não faltam várias nuanças de azul e muitos contrastes cromáticos –, pela opção em multiplicar as vozes (havendo, até, citações de passagens da poesia e da música brasileira nas falas das personagens!), pela quebra da linearidade narrativa... Por este último aspecto, entendemos a própria disposição do texto em linhas sinuosas ou bem curvas, que obrigariam o leitor a virar o livro para decodificar as mensagens, os jogos com a espacialidade das páginas, que às vezes representam diferentes níveis da paisagem ou dos edifícios e inserem neles o que se teria dito em cada lugar específico, a eventual oscilação de tom, do humorístico para o mais sério, ou o contrário...

São, em relação à Odisseia em quadrinhos, aspectos mais desafiadores da leitura, sobretudo para o público que não é mais adolescente e, em princípio, parece corresponder ao alvo essencial deste novo texto interse‑ miótico. Contudo, há que se considerar, como dissemos, a necessidade de concretizar, nos dois produtos obtidos por meio da linguagem moderna, algo dos distintos “tons” de uma e outra obra homérica. E, de fato, é justo negar que tanto esta Ilíada quanto esta Odisseia em quadrinhos se mantenham indiferenciadas nos limites do mesmo.

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Humanitas 66 (2014) 435‑486

Recensões 451

Só temos, então, a felicitar ‑nos com a publicação das duas obras em quadrinhos aqui comentadas, na medida em que de novo disponibilizam ao público jovem uma porta de acesso ao milenar imaginário grego. Também pesa nesta apreciação positiva, como vimos, o cuidado dos autores de buscarem um diálogo inovador, mas respeitoso e não ‑ingênuo, com os clássicos.

MatheuS trevizaM

Faculdadede letraSda uFMG

http://dx.doi.org/10.14195/2183‑1718_66_28

Miriam Leonard, Derrida and Antiquity. Introducing the Trojan Horse into

the heart of Western pride?, New York and Oxford: Oxford University Press 2010. 420 pp. ISBN 978–0–19–954554–4

Derrida and deconstruction

In 1967 (nearly half a century ago!) Derrida published three books (La

voix et le phénomène. Introduction au problème du signe dans la phéno‑Introduction au problème du signe dans la phéno‑ ménologie de Husserl, De la grammatologie and L’écriture et la différence

(translated as Speech and Phenomena and Other Writings on Husserl’s Theory of Signs, 1973, Of Grammatology, 1976 and Writing and Difference, 1978 and 1980) that focused on the nature of the sign and language, on the privileged place of the voice and the spoken word, and on interpretation and meaning in the human sciences in general. This triple exploration of new horizons, published on the eve of the Parisian May revolution, explored the principles of a philosophy of radical ‘presence’ and ‘phonocentrism’, two major items that, for the next decades, were bound to reappear under numerous faces and aspects and were about to change the nature of Western philosophy tout court. A number of what soon would become favourite topics of his were announced here, like the structuralist tenets of De Saussure and Lévi ‑Strauss (esp. the opposition parole / langue), the status of the theory of literature, the consequences of the rationalism of Descartes, and the importance of Levinas (esp. his opposition between Greek and Jewish). These introductory books were to be followed in 1972 by three new ones, Positions, La dissémination and Marges de la Philosophie (Positions, 1981; Dissemination, 1981 and 2004; Margins of Philosophy, 1982 and 1984), in which he continued his discussion about the written word (esp. the notion of pharmakon in Plato’s

Referências

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