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DESMISTIFICAÇÃO DO EMPREGO DO POLEGAR NO PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL E FORENSE

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www.derechoycambiosocial.com │ ISSN: 2224-4131 │ Depósito legal: 2005-5822 1

Derecho y Cambio Social

DESMISTIFICAÇÃO DO EMPREGO DO POLEGAR NO PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO CIVIL E FORENSE

Reginaldo Inojosa Carneiro CAMPELLO1

Eliane Helena Alvim de SOUZA2

Humberto Gomes VIDAL3

Julyanna Jacinto de ARRUDA4

João Carlos HAFFNER5

Ivana Maria de Oliveira GIRÃO6

Fecha de publicación: 01/05/2016

Sumário: Introdução. Revisão de literatura. Objetivos. Materiais e métodos. Resultados. Conclusão. Referências.

Resumo: Objetivo: Determinar os dedos que por apresentarem maior e melhor distribuição dos tipos primários de datilogramas se constituem os mais indicados para identificação civil e criminal. Método: De natureza documental o estudo tomou por base 761 registros de individuais datiloscópicas no ano de 2014 constantes do Banco do IITB/PE. A distribuição dos tipos por dedo foi estabelecida pelo desvio padrão. Resultados: A média dos tipos primários, independente do tipo para cada dedo foi de

1

Professor do Programa de Mestrado em Pericias Forenses mantido pela Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco.

2

Professora do Programa de Mestrado em Pericias Forenses mantido pela Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco.

3

Responsável pela análise estatística dos dados. 4

Aluna do Programa de Mestrado em Pericias Forenses mantido pela Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco.

5

Aluno do Programa de Mestrado em Pericias Forenses mantido pela Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco.

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Aluna do Programa de Mestrado em Pericias Forenses mantido pela Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco.

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14,29% porém o dedo que apresentou desvios mais próximos dessa média, independente da mão, foi o indicador (0,14976 e 0,13736 para a mão direita e esquerda respectivamente). Conclusão: Os indicadores pela maior e melhor distribuição dos tipos primários de datilogramas deveriam ser os dedos de escolha para fins de identificação civil e criminal.

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INTRODUÇÃO

Apesar do uso bastante comum das impressões digitais no mundo antigo, foi só a partir do século dezessete, com as pesquisas de Marcello Malpighi, na Universidade de Bologna, fazendo uso da recente tecnologia microscópica, que foi possível uma primeira descrição científica das impressões digitais1.

Pode-se dizer que o Sistema Antropométrico de Bertillon foi o primeiro processo científico de identificação sendo adotado em vários países por mais de três décadas até que o Processo Papiloscópico fosse comprovadamente estabelecido como um método científico de identificação. Hoje seguramente se pode afirmar ser este processo o mais eficaz em conseguir individualizar as pessoas tanto civil quanto criminalmente2.

Os órgãos de Identificação Civil e Criminal do Brasil adotam atualmente o dedo polegar direito como principal referência em seus arquivos e documentos por eles emitidos.

Assim o presente estudo buscou resposta ao seguinte questionamento: de fato deve ser o polegar o dedo elegível para este processo?

REVISÃO DE LITERATURA

A biometria é o ramo da ciência que estuda as medidas físicas dos seres vivos, daí o termo identificação biométrica para indicar as tecnologias que permitem a identificação das pessoas através dos traços físicos característicos e únicos de cada ser humano, tais como: os traços faciais, a íris, a retina, a voz, a grafia e a impressão digital. Historicamente dentre os vários métodos biométricos já utilizados o Papiloscópico resultou como sendo o mais eficaz, entre outros motivos, por respeitar os princípios do conhecimento científico, ao estabelecer leis válidas para todos os casos da mesma espécie, e conseguir individualizar as pessoas tanto civil quanto criminalmente3.

A papiloscopia ocupa lugar importante entre as técnicas de identificação humana atualmente utilizadas. Ela se baseia na perenidade; individualidade; variabilidade e imutabilidade das papilas dérmicas. Esta ciência pode ser dividida em

datiloscopia, identificação por meio das impressões digitais; quiroscopia,

identificação por meio das impressões palmares e podoscopia, identificação por meio das impressões plantares4.

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www.derechoycambiosocial.com │ ISSN: 2224-4131 │ Depósito legal: 2005-5822 4 Usadas há mais de mil anos como forma de identificação de pessoas, sabemos hoje que as impressões digitais são únicas, sendo diferentes inclusive entre gêmeos univitelinos. As impressões são formadas no feto e acompanham a pessoa por toda a vida, sem apresentarem grandes mudanças. Elas apresentam pontos característicos e formações que permitem a um perito identificar uma pessoa de forma bastante fiável5.

A curiosidade e as aplicações das impressões digitais são muito antigas e os vestígios deste interesse podem ser observados desde as antigas civilizações que delas se utilizavam com objetivo da identificação de indivíduos envolvidos em transações públicas e privadas. Estas primeiras utilizações já pressupunham a possibilidade de individualização através das impressões digitais, mas ainda estavam longe de imaginar a multiplicidade de usos que delas poderiam ser feitas a posteriori1.

Breve Histórico

As primeiras referências sobre as papilas epidérmicas foram feitas por Malpighi no séc. XVII, mas foi só no séc. XIX que Faulds, Herschel, Darwin e Galton sistematizaram sua utilização e Juan Vucetich, na Argentina, criou o método de identificação dactiloscópico atualmente utilizado6.

Reunindo os conhecimentos de Francis Galton e do sistema Antropométrico de Bertillon (técnica de mensuração do corpo humano ou de suas várias partes), este novo método recebeu primeiramente o nome de Icnofalangometria e posteriormente passou a denominar-se Datiloscopia. Fundamentado nos estudos de Johannes Evangelliste Purkinje e José Engel, entre outros estudiosos, Vucetich definiu quatro tipos fundamentais: arco, presilha interna e externa e o verticilo7.

No Brasil o Instituto Nacional de Investigação (INI), que é órgão do Departamento de Polícia Federal (DPF) acrescentou mais três tipos fundamentais. O anômalo, que caracteriza-se por não se enquadrar em nenhum dos tipos, a cicatriz que é uma marca permanente que impossibilita a identificação e a amputação que é a perda total ou parcial da falange distal8.

A dactiloscopia é o método mais utilizado nos laboratórios de polícia por atender plenamente aos princípios anteriores e se tratar de característica de identificação que deixa resíduos nos locais de crimes, ao contrário de outras9.

O Mito do Polegar

O mito está localizado num tempo muito antigo, "fabuloso". O mito não é verdadeiro no seu conteúdo manifesto, literal, expresso, dado. No entanto, possui um valor e, mais que isto, uma eficácia na vida social10.

Em cada povo e civilização, os mitos são fonte de inspiração para as mais diversas obras de arte, prova disto é que os artistas orientais da Idade Média assinavam suas obras com a impressão digital dos polegares3.

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Durante a dinastia T’ang no século VII a.C. até o ano de 650 D.C., chineses, japoneses e indianos utilizavam a prática de apor o polegar direito com tinta em contratos: certidões de divórcio11. Gilbert Thompson, engenheiro americano, funcionário da empresa American Geological Survey, em 1880, no estado de Arizona, usava o Polegar Direito como forma de evitar falsificações em ordens de pagamento12. Em 8 de julho de 1892, um funcionário da polícia Argentina, Eduardo Alvaréz, estudioso de Juan Vucetich, desvenda o assassinato de duas crianças, utilizando-se das impressões digitais ensanguentadas, encontradas em uma porta, do Polegar Direito da própria mãe Francisca Rojas, que até então acusava o seu vizinho.

Especialistas em impressões digitais declaram que os dedos mais encontrados em locais de crime são os Polegares, Indicadores e Médios. O Polegar foi parte fundamental aos nos proporcionar movimentos finos e a capacidade de manuseio e manufatura de utensílios e instrumentos, alia-se a isto o fato de que dentre todos os dedos humanos serem os polegares os de maiores dimensões, permitindo ao observador supor que tenha um maior campo para análise papiloscópica, é que se justificaria o seu uso3.

Historicamente podemos observar que alguns dedos foram utilizados como índices por diferentes critérios. Vucetich quando criou o método de identificação, chamou de “Serie” e “Sección” à semifórmula da mão direita e esquerda, respectivamente. “Fundamental” à letra inicial do polegar direito e aos dedos restantes de “Divisiones”. Associado a isso em 24 de fevereiro de 1910, o Poder Executivo na Argentina decretou a obrigatoriedade da aposição do polegar direito em seus títulos de cidadania, advém daí até os dias atuais o equívoco histórico do excesso de valor aplicado aos polegares, e principalmente ao direito, em menosprezo aos outros dedos, principalmente os indicadores2.

OBJETIVOS

Este trabalho objetivou descobrir como cada tipo primário se distribui dedo a dedo, apontando aquele que possui os tipos primários com maior grau de homogeneidade, para que em uma comparação papiloscópica possa responder a questionamentos com mais eficácia, seguridade e rapidez.

MATERIAIS E MÉTODOS

Fundamentada em informações de impressões digitais e outros atributos físicos a pesquisa de que trata o presente artigo, iniciou-se com a extração, preparação e análise de 761 registros de individuais dactiloscópicas do ano de 2014, extraídos aleatoriamente do banco de dados do Instituto Tavares Buril, o Instituto de Identificação de Pernambuco/ IITB, tendo como premissa apenas a necessidade de

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www.derechoycambiosocial.com │ ISSN: 2224-4131 │ Depósito legal: 2005-5822 6 haver informações sobre as impressões digitais. Foram coletados 409 registros femininos e 352 registros masculinos.

Para que se pudesse calcular como os tipos primários estavam distribuídos nos dedos foi necessário o uso de alguma medida de dispersão de maneira a se demonstrar como os dados estariam dispostos em torno de um valor médio. Estatisticamente se dispôs de algumas destas medidas, e neste caso específico julgou-se mais apropriado o uso do desvio padrão. Quanto menor o valor desjulgou-se desvio maior o grau de homogeneidade, significando que os tipos primários estariam distribuídos de forma mais agregada em torno da média (X)3.

RESULTADOS

Tabela 1 – Frequência (%), média e desvio padrão das frequências dos tipos primários de datilogramas para cada um dos dez dedos.

TOTAL Arco Presilha

Interna

Presilha Externa

Verticilo Cicatriz Amputação Anômalo Média Desvio Padrão Mã o D ir ei ta Polegar 11,30% 0,78% 50,59% 36,79% 0,26% 0% 0,26% 14,29% 0,20700 Indicador 22,20% 10,51% 36,13% 30,09% 0,65% 0% 0,39% 14,29% 0,14976 Médio 11,82% 1,82% 71,48% 15,11% 0,13% 0% 0,26% 14,29% 0,24989 Anular 4,86% 1,97% 52,56% 40,34% 0,13% 0% 0,13% 14,29% 0,21785 Minimo 4,07% 0,52% 78,31% 15,50% 0,78% 0,13% 0,65% 14,29% 0,27662 Mã o E sq u er d a Polegar Indicador 23,52% 17,21% 49,93% 33,77% 12,87% 2,49% 29,43% 28,12% 0,65% 1,31% 0% 0% 0, 26% 14,29% 0,19194 0,39% 14,29% 0,13736 Médio 18,92% 62,02% 1,44% 16,68% 0,39% 0% 0,52% 14,29% 0,21710 Anular 6,17% 54,66% 0,65% 37,31% 0,52% 0,13% 0,52% 14,29% 0,21609 Minimo 12,08% 73,19% 0% 13,27% 0,65% 0% 0,78% 14,29% 0,25950 Fonte: IITB/PE

Nota-se na tabela 1 que a média é de 14,29% para cada dedo. Quanto mais agrupadas as percentagens estão em torno desta média, mais homogênea é a distribuição dos sete tipos primários para aquele dedo, tornando-o o mais indicado para fins de avaliação. Esta proximidade do valor médio está representada pelo desvio padrão, reproduzido na última coluna dessa mesma tabela. Ter um menor desvio padrão (S) significa que os dados se distribuem mais próximos da média, o que aumenta o valor de identificação para o respectivo dedo. Maior desvio padrão, como é o caso dos dedos mínimos, significa uma maior concentração de um ou dois tipos em um único dedo3.

Por exemplo, para os dedos mínimos, o tipo presilha externa é mais comum na mão direita, enquanto que na mão esquerda o tipo mais comum é o de presilha interna. Na tabela 2, esta listada, por ordem crescente, os desvios padrões reproduzidos na última coluna da tabela 1 e observa-se que os dedos com menor

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www.derechoycambiosocial.com │ ISSN: 2224-4131 │ Depósito legal: 2005-5822 7 dispersão são os indicadores, desta forma, os mais indicados para constarem como forma de identificação em documentos civis ao contrário dos polegares. O polegar direito, atualmente usado como referência, está apenas em quarto lugar.

Tabela 2 – Distribuição por ordem crescente dos desvios padrões da distribuição dos Tipos Primários de datilogramas para cada dedo.

Dedos Desvio padrão (s)

Indicador esquerdo 0,13736 Indicador direito 0,14976 Polegar esquerdo 0,19194 Polegar direito 0,20700 Anular esquerdo 0,21609 Médio esquerdo 0,21710 Anular direito 0,21785 Médio direito 0,24989 Mínimo esquerdo 0,25950 Mínimo direito 0,27662

Fonte: IITB/PE

Na tentativa de analisar se existem possíveis diferenças quanto a distribuição dos sete tipos primários em relação ao sexo, dividimos a tabela 1 em duas novas tabelas, uma demonstrativa para os homens e outra para as mulheres.

Tabela 3 - Freqüência (%), média e desvios padrões das freqüências dos Tipos Primários de datilogramas para cada um dos dez dedos, de acordo com o gênero.

MASCULINO Arco Presilha

Interna

Presilha Externa

Verticilo Cicatriz Amputação Anômalo Média Desvio Padrão Mã o D ir ei ta Polegar 11,08% 1,14% 39,77% 47,16% 0,57% 0% 0,28% 14,29% 0,20419 Indicador 22,73% 12,22% 28,13% 35,51% 0,85% 0% 0,57% 14,29% 0,14665 Médio 11,93% 1,42% 65,34% 20,45% 0,28% 0% 0,57% 14,29% 0,23818 Anular 3,98% 2,27% 44,89% 48,30% 0,28% 0% 0,28% 14,29% 0,22138 Mínimo 2,56% 0,57% 73,30% 21,31% 1,14% 0,28% 0,85% 14,29% 0,27102 Mã o E sq u er d a Polegar 20,45% 38,35% 1,14% 38,35% 1,42% 0% 0,28% 14,29% 0,17957 Indicador 21,88% 31,82% 14,20% 29,55% 1,70% 0% 0,85% 14,29% 0,13790 Médio 16,76% 60,80% 0,85% 19,89% 0,85% 0% 0,85% 14,29% 0,22161 Anular 5,68% 48,30% 0,57% 42,90% 1,14% 0,28% 1,14% 14,29% 0,21161 Mínimo 3,98% 78,13% 0% 15,63% 0,85% 0% 1,42% 14,29% 0,28688 Fonte: IITB/PE

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FEMININO Arco Presilha

Interna

Presilha Externa

Verticilo Cicatriz Amputação Anômalo Média Desvio Padrão Mã o D ir ei ta Polegar 11,49% 0,49% 59,90% 27,87% 0% 0% 0,24% 14,29% 0,22615 Indicador 21,76% 9,05% 43,03% 25,43% 0,49% 0% 0,24% 14,29% 0,16459 Médio 11,74% 0,98% 76,77% 10,51% 0% 0% 0% 14,29% 0,28030 Anular 5,62% 1,71% 59,17% 33,50% 0% 0% 0% 14,29% 0,23199 Mínimo 5,38% 0,49% 82,64% 10,51% 0,49% 0% 0,49% 14,29% 0,30388 Mã o E sq u er d a Polegar 14,43% 59,90% 3,67% 21,76% 0% 0% 0,24% 14,29% 0,21812 Indicador 24,94% 35,45% 11,74% 26,89% 0,98% 0% 0% 14,29% 0,14787 Médio 20,78% 63,08% 1,96% 13,94% 0% 0% 0,24% 14,29% 0,23023 Anular 6,60% 60,15% 0,73% 32,52% 0% 0% 0% 14,29% 0,23420 Mínimo 19,07% 68,95% 0% 11,25% 0,49% 0% 0,24% 14,29% 0,25219 Fonte: IITB/PE

Tabela 4 - Distribuição por ordem crescente dos desvios padrões da distribuição dos tipos primários de datilogramas para cada dedo, de acordo com o gênero.

DEDOS DESVIO PADRÃO

(s) INDICADOR ESQUERDO 0,13790 INDICADOR DIREITO 0,14665 POLEGAR ESQUERDO 0,17957 POLEGAR DIREITO 0,20419 ANULAR ESQUERDO 0,21161 ANULAR DIREITO 0,22138 MÉDIO ESQUERDO 0,22161 MÉDIO DIREITO 0,23818 MÍNIMO DIREITO 0,27102 MÍNIMO ESQUERDO 0,28688

DEDOS DESVIO PADRÃO

(s) INDICADOR ESQUERDO 0,14787 INDICADOR DIREITO 0,16459 POLEGAR ESQUERDO 0,21812 POLEGAR DIREITO 0,22615 MÉDIO ESQUERDO 0,23023 ANULAR DIREITO 0,23199 ANULAR ESQUERDO 0,23420 MÍNIMO ESQUERDO 0,25219 MÉDIO DIREITO 0,28030 MÍNIMO DIREITO 0,30388 Fonte: IITB/PE

Nota-se que mesmo quando divididos em gênero, os dois grupos permanecem com resultados idênticos. Os anulares, os médios e os mínimos alteram de mão de acordo com o gênero. Contudo os indicadores continuam sendo os dedos com menor dispersão entre os sete tipos primários e os mínimos com maior dispersão entre os sete tipos primários. O polegar direito, atualmente utilizado como dedo de referência para documentações civis, na presente pesquisa aparece apenas em quarto lugar, não

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www.derechoycambiosocial.com │ ISSN: 2224-4131 │ Depósito legal: 2005-5822 9 corroborando a posição alcançada em estudo desenvolvido por Araújo e Troccoli3, onde ele chegou a ficar no 6° lugar. Tal achado sinaliza existirem três outras opções de dedos que fornecem aos profissionais da área de identificação uma melhor avaliação.

CONCLUSÃO

Os resultados revelam nitidamente que a preferência dada aos dedos polegares, quando se trata de identificação civil e criminal, não possui nenhuma sustentação científica já que eles não são os que apresentam maior concentração de tipos primários, nem tampouco os que apresentam as melhores distribuições.

O polegar direito, pela sua posição intermediária, aparecendo apenas em quarto lugar, não seria recomendado como um padrão nem pela sua natureza de homogeneidade e tão pouco pela sua heterogeneidade. Já os dedos indicadores, sobretudo o esquerdo, apresentam distribuições bem mais uniformes dos sete tipos primários fornecendo uma maior riqueza de dados sobre cada indivíduo.

A predominância da preferência pelos polegares, portanto, pode ser definida como um mito.

REFERÊNCIAS

1. Dias C. Papiloscopia: uma verdadeira ciência. Revista do IGP, n. 4, p. 38-42, 2011. 2. Araújo MEC, Pasquali L. Histórico dos Processos de Identificação, LabPAM, 2005.

3. Araújo MEC , Tróccoli BT. O Dedo Indicados como Referência para a Identificação Civil e Criminal. Uma Alternativa ao Dedo Polegar, 2005.

4. Garrido RG. Evolução do Processos de Identificação Humana: das Características Antropométricas ao DNA, 2009.

5. Lopes BMDV. Modelos Computacionais para Sistemas Automáticos de Identificação de Impressões Digitais, 2009.

6. Garrido RG , Giovanelli A. Criminalística: origens, evolução e descaminhos, 2009.

7. Araújo MEC, Bossois LM, Santana JL. O Arquivo Datiloscópico Criminal Brasileiro: Os Tipos Fundamentais e Suas Frequências. XII Congresso Mundial de Criminologia (XII), p.2, 2003. 8. Silva PA, Da Silva TC, Soares A. Identificação Humana: Um Estudo da Ciência Datiloscópica

na Identificação de Alunos dos Cursos de Saúde do Período Noturno das Faculdades Integradas Promove de Brasília (DF), 2013.

9. Ladeira M, Oliveira MG, Araújo MEC. Lupa Digital: Agilização da Busca Decadactilar na Identificação Criminal Através de Mineração de Dados, 2005.

10. Rocha EPG. O que é mito. São Paulo: Brasiliense, 1985.

11. Patiño AMP, Isaza CPP, Covaleda MR. La Dactiloscopia en el Marco Jurídico Colombiano, 2010.

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