DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST)
Karina S. L. Tafner
São infecções ou doenças endêmicas , de
múltiplas relação
sexual
São infecções ou doenças endêmicas , de múltiplas causas, transmitidas pela relação sexual
DST
DST: possibilidade de infecção múltipla!
PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS - DST
BACTÉRIAS
Neisseria gonorrhoeae: Gonorréia Treponema pallidum: Sífilis
Haemophilus ducreyi: Cancróide ou Cancro Mole
Chlamydia trachomatis (sorotipos D-K): Uretrite Não- gonocóccia
Ureaplasma urealyticum: uretrite
Mycoplasma hominis e M. genitalium:febre pós parto, salpingite
Calymmabacterium granulomatis:donovanose
VÍRUS
Herpes simples tipos 1 e 2 : Herpes Genital
Vírus da Hepatite B : Hepatite, Hepatocarcinoma Vírus da Hepatite A: hepatite
Vírus do Papiloma Humano (HPV: verrugas Genitais (condiloma acuminado) e câncer de colo uterino
Vírus da Imunoeficiência Humana (HIV): AIDS Vírus do Molusco Contagioso: molusco genital Citomegalovírus: mononucleose infecciosa
DST
PROTOZOÁRIOS
Trichomonas vaginalis: Vaginite, Uretrite
FUNGOS
Candida albicans: Vaginite (primária)
ARTRÓPODES
Sarcoptes scabiei: Escabiose Genital Phthirus pubis: Pediculose Genital
DST
Congênita (via placenta ou canal do parto)
Sífilis (Qualquer fase da gestação, especialmente no 1º trimestre)
Gonorréia (oftalmite neonatal), Clamídia (conjuntivite, pneumonia)
HIV, HBV, Herpes
DST - Transmissão
SÍFILIS Sífilis Congênita
Sequelas graves (cegueira, paralisia, doenças cerebrais e cardiovasculares)
Risco de infecção congênita
Morte intra-uterina
Anomalias congênitas que podem se manifestar no momento do parto (1º ao 3º mês)
Infecção silenciosa, que pode não ser aparente até o 2º ano de vida (deformações faciais e dentárias).
SÍFILIS
Doença causada pela espiroqueta T. pallidum
Período de incubação: 10-90 dias
Lesão Primária: Cancro duro ( protossifiloma)
úlcera indolor e única fundo liso e limpo
bordas não proeminentes
Reação nos linfonodos satélites:
duros , isolados, indolores, móveis, sem sinais flogísticos
SÍFILIS Sífilis Secundária
Lesões na pele : aparecem 6 semanas após o desaparecimento do cancro
Roséolas palmar e plantar: patognomônico
Alopécia, micropoliadenopatia, mialgia, artralgia
SÍFILIS Sífilis Terciária ou Tardia
Ocorre após período variável de latência, onde a paciente não apresenta qualquer sinal ou sintoma da doença
Pode apresentar-se em diferentes formas :
Cutânea: formação de gomas, ou eritema Cutânea: formação de gomas, ou eritema
terciário
São nodulações na pele
SÍFILIS Sífilis Terciária ou Tardia
Cardiovascular: aortite, levando à insuficiência aórtica,
Cardiovascular: aortite, levando à insuficiência aórtica,
Cardiovascular: aortite, levando à insuficiência aórtica,
Cardiovascular: aortite, levando à insuficiência aórtica, aneurisma e estenose do óstio coronariano. Gomas
sifilíticas na parede ventricular
Neurosífilis: processo inflamatório ou degenerativo das lesōes nos cordōes posteriores da medula,
Neurosífilis: processo inflamatório ou degenerativo das meninges ou parênquima ocosionando aneurismas
vasculares, demência e paralisia geral progressiva
Tabes dorsalis: lesōes nos cordōes posteriores da medula, causando desequilíbrio e dor
SÍFILIS - Diagnóstico
Evidenciação do T. pallidum nas lesões
Microscopia e PCR
Material clínico: material de cancro, nas lesões cutâneas e mucosas ou secreção nasofaríngea
Fontana Tribondeau
SÍFILIS - Diagnóstico
Sorologia
TESTES NÃO TREPONÊMICOS: não específicos VDRL : detecção de antígeno cardiolipina
•Possibilita a detecção de anticorpos anti lipídeos, formados em resposta ás células danificadas pela infecção ou a lipídeos da superficie do T. pallidum.
Torna-se positivo em 3-6 semanas após o aparecimento do cancro duro
VDRL + : mononucleose, espiroquetose, LUPUS, malária
SÍFILIS - Diagnóstico
Sorologia
TESTES TREPONÊMICOS: específicos (confirmatórios)
utiliza cepas de Treponemas
MHA (Micro-hemaglutinação): antígenos da bactéria ligados a hemácias
FTA-ABS (pesquisa a absorção de Anticorpos Treponêmicos fluorescentes): T. pallidum fixado em lâmina de microscopia
Não podem ser utilizados para controle do tratamento!
Não podem ser utilizados para controle do tratamento!
Não podem ser utilizados para controle do tratamento!
Não podem ser utilizados para controle do tratamento!
Mais sensíveis para diagnóstico de sífilis tardia.
Micro-hemaglutinação
FTA-ABS
SÍFILIS - Diagnóstico
SÍFILIS – Diagnóstico Exame de Líquor
Indicado quando as reações sorológicas
permancem positivas mesmo após o tratamento, nos casos de neurossífilis sintomática ou suspeitas
Linfócitos acima de 10 por campo Proteínas acima de 40 mg/ ml
Linfócitos acima de 10 por campo Proteínas acima de 40 mg/ ml
SÍFILIS - Diagnóstico
Tratamento
Sífilis Primária ou Secundária
2, 4 milhões de penicilina benzatina, IM, dose única Alternativa: doxaciclina 100mg, VO, 12/12hs, 14 dias ceftriaxone , 1g,IM ou EV por 10 dias
Azitromicina , 2g, VO ????
SÍFILIS - Diagnóstico
Tratamento
Sífilis Tardia Latente
2, 4 milhões de penicilina benzatina, IM, dose única
Se duração desconhecida: mesma dose acima, mas por 3 semanas, 1x na semana.
Alternativa: doxaciclina 100mg, VO, 12/12hs, 28 dias Gestantes: ideal DESSENSIBILIZAÇĀO
Eritromicina Não TEM AÇÃO NO FETO!!!!
Seguimento:
Seguimento:
VDRL 6,12,24 meses Aumento de título:
retratar!
SÍFILIS - Diagnóstico
Tratamento
Sífilis Terciária
7,2 milhões de penicilina benzatina, IM, em 3 doses de 2,4 milhões com intervalo de 1 semana
Neurossífilis: penicilina G cristalina, 2,4 milhōes de IU, EV, a cada 4 h, por 10 a 14 dias
Penicilina procaína, 2,4 milhões de UI, IM, por 14 dias +
Probenecide , 500 mg, VO, 6/6h , 14 dias
Gonorréia
Causada pela espécie bacteriana
Neisseria gonorrhoeaePeríodo de Incubação: 2-10 dias após contágio
Bactéria infecta normalmente endocérvice e uretra, também podendo atingir glândulas, ânus , endométrio, trompas, conjuntivas, articulações, coração , pele e fígado.
Gonorréia
Gênito-urinária
Sexo Masculino: uretrite
Complicações: infecção crônica da próstata, estreitamento uretral, esterilidade
Sexo Feminino: secreção endocervical amarelada- esverdeada
Endocervicite, uretrite, cervicite, bartholinite
Complicações: endometrite, infecção das tubas e ovários, Doença Inflamatória Pélvica (DIP), esterilidade
Gonorréia
Corrimento purulento
Oftalmite neonatal Artrite séptica
Gonorréia
Extra Genitais
Localizadas:
Faringite
Conjuntivite do neonato
Proctite
Generalizadas (mais comum nas mulheres)
Artrite
Endocardite
Infecção cutânea
Meningite
Gonorréia - Diagnóstico
Materiais Clínicos:
Secreções (uretral, endocervical, prostática, retal,
orofaringe, conjuntival)
Urina (1º jato)
Esperma
Sangue
Líquido sinovial
Cuidados:
NÃO REFRIGERAR!
Não utilizar swabs de algodão (dracon ou rayon)
Gonorréia - Diagnóstico
Exame clínico: outras DST apresentam sintomas semelhantes (Chlamidia, Trichomonas)
Esfregaço corado pelo Gram e Microscopia
Cultura: agar Thayer Martin (agar chocolate
adicionado de antibióticos).
Colônias de N. gonorrhoeae em Thayer Martin
Gonorréia - Diagnóstico
Gonorréia - Tratamento
Cefalosporinas ou quinolonas (resistência à penicilina)
escolha: Ceftriaxone 125mg, VO, dose única
Ciprofloxacina 500mg, VO, dose única Ofloxacina 400mg, VO, dose única
Levofloxacina 250 mg, VO, dose única
Gestantes: penicilina G procaína, 4,8 milhões , IM, precedida de probenecide, VO, 30 min antes
Co-infecção com Clamídia: frequente!!!
acrescentar azitromicina 1g,VO,dose única ou doxiciclina 100mg, 12/12hs, 7 dias.
Chlamydia
Bactéria Gram-negativa , anaeróbia e intra-celular obrigatória
Existem cerca de 15 sorotipos
Quadro Clínico
Cervicite com colo hiperemiado, friável Ulcerações, corrimento purulento
Uretrite com disúria Endometrite
DIPA
Chlamydia
Tratamento
Escolha: azitromicina , 1g, VO, dose única
doxaciclina 100mg, VO, 12/12hs, 7 dias
Gestantes: eritromicina 500mg, VO, 6/6h,7 diasamoxaciclina 500mg, VO, 8/8h, 10 dias
Linfogranuloma Venéreo
Doença causada pela Chamydia trachomatis, também chamada de bubão-climático
Período de Incubação: 4-21 dias
Quadro ClínicoÚlcera, erosão ou pápula no local de penetração
Acometimento de linfonodos inguinais unilateral,
com formação de abcesso que fistuliza em vários
orifícios, liberando material purulento
Linfogranuloma Venéreo Diagnóstico
Teste de Frei: inoculação intradérmica de
antígenos, com surgimento de nodulações de mais de 5mm, com halo eritematoso após 48h da
inoculação
Teste de microimunofluorescência: detecção de anticorpos específicos
Fixação do complemento: 2 dosagens com intervalo de 2 semanas
Mais utilizado
Linfogranuloma Venéreo Tratamento
Escolha: Doxaciclina 100mg, VO, 12/12h, 21 dias
Tetraciclina 500mg, VO, 6/6h
Sulfixazol 500mg, VO, 6/6h Tianfenicol 500mg, VO, 8/8h
Gestantes: estearato de eritromicina 500mg, VO,
6/6h
Cancro Mole
Infecção causada pelo bacilo gram-negativo
Haemophilu ducrey"Cancróide, cancro venéreo simples, cavalo”
É mais frequente no sexo masculino e a mulher pode ser portadora asssintomática
Período de incubação:2-35 dias ( média de 5 dias)
Cancro Mole
Apresenta-se como úlceras genitais dolorosas, não
endurecidas, secretante, com fundo sujo e bordas avermelhadasEnfartamento linfonodal unilateral,
doloroso, que drena por uma única
fístula
Cancro Mole
Diagnóstico
Coloração pelo Gram: coco curtos, em “cardume de peixe”, paliçada ou impressão digital.
Obtem- se material do raspado das bordas das úlceras ou aspiração do bulbão
Presença de uma ou mais lesões ulceradas Sem evidência de T. pallidum e Herpes
Lesão ulcerada + linfonodo inguinal
Cancro Mole
Tratamento
Azitromicina 1g, VO, dose única
Ceftriaxone 250mg, IM, dose única Tianfenicol 5g, VO, dose única
Gestante: estearato de eritromicina 500mg, VO,
8/8h, 7 dias/ ceftriaxone
Teste de HIV e VDRL Teste de HIV e VDRL
Donovanose
Causada pela Calymmatobacterium granulomatis ( Donovania granulomatis )
Granuloma inguinal, granuloma venéreo, granuloma tropical
Período de incubação: 3-6 dias
Lesões em região cutânea e mucosa da genitália
e região anal e perineal.
Donovanose
Lesão inicia-se como pequena pápula ou nódulo indolor, que evolui ulcerando e aumentando de tamanho
Por auto-inoculação, vão surgindo lesões satélites, que se unem alcançando grandes áreas
Raramente há adenopatia
Donovanose
Diagnóstico
CLÍNICO!!!!!
Confirmaçāo do agente causal nos esfregaços ou histologia por biópsia da lesão
Testes intradérmicos ou fixação do complemento
Donovanose
Tratamento
Doxaciclina 100mg, 12/12h, por 21 dias ou até remissão das lesões
Azitromicina 1g, VO, 1x semana, 3 semanas Ciprofloxacina 750 mg, 4 x dia,21 dias
Gestante: estearato de eritromicina, 6/6h, até a cura clínica
Lesōes =
Lesōes =
Lesōes =
Lesōes muito grandes = CIRURGIA
Herpes Simples
Doença de caráter recorrente,causada pelo
víruas da família Herpesviridae, que apresenta 6 tipos patogênicos para o homem: herpes
simples 1 e 2, citomegalovírus,varicela- zoster,epstein – barr e o tipo 6
HSV 1: lábios
HSV 2: genitais
Os dois vírus podem coexistir em ambas Os dois vírus podemcoexistir em ambas
Herpes Simples
Transmissão: contato sexual ou contato direto com as lesões ou objetos contaminados
É necessário que haja soluções de continuidade já que o vírus nāo penetra em mucosa íntegra
Período de incubaçāo: 2 -26 dias ( 7dias)75% dos casos, a primo infecçāo é assintomática
Herpes Simples
Quadro Clínico
Edema , ardor, prurido e dor no local da inoculação
vesículas agrupadas , que permanecem por 4-5 dias e então se rompem, formando as úlceras
Úlceras formam crostas e desaparecem
Herpes Simples
Diagnóstico
Quadro clínico
Citologia de Papanicolau: cél gigantes multinucleadas, com inclusões virais chamadas de “vidro moído”
Isolamento do vírus em cultura Quadro clínico
Citologia de Papanicolau: cél gigantes multinucleadas, com inclusões virais chamadas de “vidro moído”
Isolamento do vírus em cultura
Herpes Simples
Tratamento
Antivirais reduzem a duração do episódio e reduzem as recidivas
Prima infecção:
aciclovir 200mg, VO, 4/4hs ou 400mg, 8/8h, ambos de 7- 10 dias
famciclovir 250mg, VO, 8/8h, 7-10dias valaciclovir 1g, VO, 12/12hs, 7-10 dias
Herpes Simples Tratamento
Infecção Secundária
Herpes Simples Tratamento
Infecção Secundária
Human Papiloma Vírus (HPV)
DNA vírus , membro da família Papillomaviridae
Há mais de 120 subtipos de HPV e cerca de quarenta
infectam a região genitalSão subdivididos em duas categorias segundo seu
potencial de malignidade: alto e baixo risco oncogênico
16,18,31,33,35,39,45,51,
52,56,58,59,66 6,11,26,42,44,54,70,73
Alto risco
Alto risco Baixo risco Baixo risco
Human Papiloma Vírus (HPV)
Transmissão: contato entre duas superfícies Período de Incubação: varis de meses a anos
Quadro Clínico
Maioria das mulheres é assintomática
Infecção latente
Lesões papulosas ou vegetantes ( condilomas) Lesões detectáveis somente no exame citológico
ou colposcópico Infecção latente
Lesões papulosas ou vegetantes ( condilomas) Lesões detectáveis somente no exame citológico
ou colposcópico
Human Papiloma Vírus (HPV) História Natural
A infecção pode seguir 3 caminhos:
Completa eliminação viral após fase aguda Infecção latente
Infecção ativa e progressiva
Há eliminação espontânea do vírus pelo sistema imune em mais de 80% dos indivíduos infectados no período médio de 18-24 meses
1% tem infecção persistente
Human Papiloma Vírus (HPV)
Diagnóstico
Clínico
Vulvoscopia, colposcopia papanicolau
Tratamento
Nenhuma terapia garante a erradicação do HPV
Human Papiloma Vírus (HPV)
Tratamento
Depende do tipo de lesão
Condilomas Lesão colo
Ácido tricloroacético 70-90% Destruição eletrica Podofilina 10-25% Conização
5-fluoracil crème 5% Imiquimode 5%
Destruição elétrica
Criocauterização
Trichomoníase
Vulvovaginite causada pelo Trichomonas vaginalis, protozoário flagelado que se adere ao epitélio
vaginal
Quadro Clínico
Inflamação da mucosa vaginal e do colo uterino (
colo em aspecto de “framboesa, morango”)
Leucorréia acinzentada, abundante e bolhosa, com odor característicoDisúria, dispareunia
Trichomonas Diagnóstico
Clínico
Exame microscópico a fresco
Tratamento
Metronidazol 2g, VO, dose única
Crème vaginal de metronidazol
Vaginose Bacteriana
Vulvovaginite causada diversas bactérias em
conjunto, sendo a principal delas a Gardenerella vaginalis.
Outras bactérias: Mobiluncus e bacterióides
Quadro Clínico:
Presença de corrimento vaginal amarelo-
esverdeado, com odór fétido, semelhante a
“peixe”ou ovo podre”