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Av. D. João II, n.º1.08.01 D • Edifício H • Campus da Justiça • 1990-097 Lisboa P. IR N .Z 00 .0 7 • R ev is ão : 0 2 • D at a: 16 -0 2-20 15 Questões jurídicas

1. A propósito do pedido formulado pelo Sr. Adjunto do conservador em substituição legal na Conservatória do

Registo Comercial de …, no sentido de ser autorizada a remuneração pelo IGFEJ, I.P., do liquidatário nomeado no âmbito de processo oficioso de liquidação, instaurado ao abrigo do disposto no art. 15.º/5/i) do Regime Jurídico dos Procedimentos Administrativos de Dissolução e de Liquidação de Entidades Comerciais (RJPADLEC), conforme entendimento firmado no processo C. Co. 32/2013 STJ-CC, foram submetidas à apreciação deste Conselho as seguintes questões:

- Como proceder quando das operações de liquidação resultar um património inferior ao que foi comunicado pelo tribunal e insuficiente para suportar todos os encargos com o procedimento administrativo de liquidação, mas ainda assim, suficiente para suportar os encargos com a remuneração do liquidatário? Deve ou não declarar-se imediatamente o encerramento da liquidação?

- Quando o conservador tenha declarado o encerramento da liquidação, logo após o apuramento do património da sociedade feito pelo liquidatário, com base na insuficiência desse património para suportar todos os encargos com o procedimento administrativo de liquidação, a quem compete o pagamento dos encargos com a remuneração do liquidatário?

DIVULGAÇÃO DE PARECER DO CONSELHO CONSULTIVO N.º 66/ CC /2015

N/Referência: P.º C. Co. 8/2015 STJSR-CC Data de homologação: 19-11-2015

Consulente: Serviços Jurídicos

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Assunto: Regime Jurídico dos Procedimentos Administrativos de Dissolução e de Liquidação de Entidades Comerciais (RJPADLEC) – liquidação oficiosa – encerramento da liquidação - remuneração do liquidatário.

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Av. D. João II, n.º1.08.01 D • Edifício H • Campus da Justiça • 1990-097 Lisboa P. IR N .Z 00 .0 7 • R ev is ão : 0 2 • D at a: 16 -0 2-20 15 Pronúncia1

1. Em face do disposto no art. 234.º/4 do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE), no caso

de encerramento do processo de insolvência de sociedade comercial por insuficiência da massa (art. 232.º do CIRE), a liquidação da sociedade prossegue nos termos do regime jurídico dos procedimentos administrativos de dissolução e liquidação de entidades comerciais, devendo o juiz comunicar o encerramento do processo e o

património da sociedade ao serviço de registo competente2.

1.1. Da mesma forma, se, antes da prolação da sentença de declaração de insolvência, o juiz concluir pela

presumível insuficiência do património do devedor para a satisfação das custas do processo e das dívidas previsíveis da massa insolvente e não estando tal satisfação por outra forma garantida, é feita a menção da situação de carência na sentença (art. 39.º/1 do CIRE), aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no art. 234.º/4 do CIRE (art. 39.º/10 do CIRE) 3.

1.2. Em qualquer caso, uma vez recebida a comunicação do tribunal, nos termos do art. 234.º/4 do CIRE, caberá

instaurar oficiosamente o aludido procedimento administrativo de liquidação, mediante auto que especifique as circunstâncias que determinam a abertura do processo, e declarar imediatamente o encerramento da liquidação da entidade comercial (art. 24.º/6 do RJPADLEC), exceto se, do processo de insolvência, por isso, da comunicação do tribunal a que se refere o art. 234.º/4 do CIRE, resultar a existência de ativos em valor que permita suportar os encargos com o procedimento administrativo de liquidação.

1.3. Elemento fundamental para a tomada de decisão do conservador (encerramento imediato da liquidação ou

prosseguimento da liquidação) parece ser então a informação transmitida pelo tribunal acerca do “património da sociedade”, porquanto, de acordo com as disposições conjugadas dos arts. 234.º/4 do CIRE e 24.º/6 do RJPADLEC, é nesta informação que consta do processo de insolvência, e não em dados a recolher junto da sociedade, que realmente deve assentar o juízo de valor sobre a carência do ativo do insolvente e, portanto, a opção entre a declaração imediata do encerramento da liquidação ou o prosseguimento do processo.

1 Esta pronúncia tem como hipótese o procedimento administrativo de liquidação, instaurado oficiosamente na sequência da comunicação do tribunal, a que se refere o art. 15.º/5/i) do RJPADLEC, conjugado com o disposto nos arts. 39.º/10 e 234.º/4 do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas, pelo que nas observações a fazer só consideraremos, em geral, a tramitação e o regime legal aplicáveis nesta situação.

2 Como salientam Luís A. Carvalho Fernandes e João Labareda, Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas Anotado, 2.ª edição, Quid Juris Sociedade Editora, 2013, p. 880, o encerramento do processo não é um efeito necessário da insuficiência da massa, mas antes, tal como pode acontecer na fase da declaração de insolvência, um desfecho ditado pela falta do montante adequado para cobrir as custas e outras dívidas da massa insolvente e pelo não suprimento desta falta por parte de algum interessado, nos termos do art. 232.º/2 ou 39.º/2/a) do CIRE.

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1.4. Se entendermos que o conceito de encargos com o procedimento administrativo de liquidação pressuposto

no art. 24.º/6 do RJPADLEC é mais amplo do que aquele que decorre do art. 4.º/5 do mesmo Regime e que, por isso, aquela disposição legal não visa apenas o emolumento devido pela tramitação e decisão do procedimento, incluindo todos os registos (art. 22.º/8 do RERN), mas também outras despesas que se estimem necessárias para os encargos da liquidação, como é o caso da remuneração devida ao liquidatário (cfr. art. 151.º/9 do CSC), o juízo a formular sobre a suficiência dos ativos para suportar tais encargos deverá contar, não só com o encargo emolumentar fixado no art. 22.º/8 do RERN, mas também com a quantia a fixar nos termos do art.17.º/6 do Regulamento das Custas Processuais, que estabelece em 5% do valor da causa (que aqui não existe) ou dos bens vendidos, se este for inferior, a remuneração máxima dos liquidatários (art.18.º do RJPADLEC).

2. Feito este juízo de valor4; se do processo de insolvência resultar a existência de ativos que permitam suportar

os encargos com o procedimento administrativo de liquidação, ao invés do imediato encerramento da liquidação da entidade comercial, cabe ao conservador prosseguir com o processo de liquidação e nomear um ou mais liquidatários, atendendo, para o efeito, ao regime definido no art. 18.º do RJPADLEC, em particular ao disposto no seu n.º 2, que manda designar para o cargo pessoas de reconhecida capacidade técnica e idoneidade, observando-se, no que concerne ao estatuto remuneratório dos liquidatários nomeados, o preceituado nos n.ºs 4 e 5, que manda fixar uma remuneração equivalente à prevista para os liquidatários nomeados judicialmente e expressamente imputa à entidade comercial a responsabilidade pelo pagamento dessa remuneração, como, de resto, acontece segundo o regime geral previsto no art. 151.º/9 do CSC.

2.1. Tendo os liquidatários nomeados a mesma competência que a lei confere aos liquidatários nomeados

contratualmente ou por deliberação do órgão competente da entidade a liquidar (art. 19.º do RJPADLEC), na qual se inclui portanto o cumprimento das obrigações da sociedade, a remuneração devida pelo exercício das suas funções, a definir pelo conservador em conformidade com o critério fixado no art. 18.º/4 do RJPADLEC, há de então ser paga pelos próprios liquidatários, em representação da sociedade em liquidação e no âmbito dos deveres específicos que lhe são atribuídos no art. 152.º/3/b) do CSC, dado tratar-se, como já vimos, de um encargo da liquidação e, dessa forma, de uma obrigação da sociedade (art. 151.º/9 do CSC) 5.

2.2. No entanto, ao contrário do que sucede com as demais obrigações sociais, que, em geral, não encontram

na lei uma ordem ou critério de satisfação a que o liquidatário deva obedecer (cfr. art. 154.º do CSC), o que do art. 24.º/6 do RJPADLEC se elicia, a propósito dos encargos com a liquidação, é, com efeito, uma regra de

4 Como se disse no processo C. Co. 20/2012 SJC-CT, ao serviço de registo cabe uma especial atenção na avaliação inicial que faz da insuficiência do património, não só no sentido de antecipar todos os encargos que possam vir a existir, mas também no sentido de levar em conta a natureza do património.

5 Neste sentido, Raul Ventura, Dissolução e Liquidação de Sociedades, Almedina, Coimbra, 1993, p. 321, Código das Sociedades

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precipuidade, posto que se faz depender a continuação do processo de liquidação da existência de ativos que

permitam suportar, ao menos, os encargos com o procedimento administrativo de liquidação.

2.3. Diante do preceituado nos arts. 39.º/9 e 232.º/7 do CIRE, nos quais se estabelece uma presunção de

insuficiência da massa insolvente quando o património seja inferior a € 5000, é bom de ver que a situação de penúria ou carência subjacente ao processo de liquidação a instaurar ao abrigo do art. 15.º/5/i) do RJPADLEC rondará, normalmente, um valor ativo de reduzida expressão patrimonial e que, por isso, a remuneração máxima dos liquidatários, a traduzir em percentagem limitada desse valor, poderá, por força do que se impõe no art. 18.º/4 do RJPADLEC, ficar muito aquém dos valores a praticar por estes profissionais segundo as regras do mercado e da livre concorrência.

2.4. Contudo, na falta de uma disposição legal que permita ao conservador considerar quaisquer circunstâncias

excecionais que aconselhem uma compensação mais justa, é com este limite máximo de remuneração previsto para os liquidatários nomeados judicialmente que o conservador tem de lidar, na fixação da remuneração a auferir pelo liquidatário nomeado no âmbito do procedimento oficioso de liquidação de sociedade, cumprindo-lhe, dentro destes condicionalismos legais, fazer uma ponderação adequada das tarefas realizadas pelo liquidatário, da sua utilidade e complexidade, do tempo despendido na sua execução, do valor dos bens vendidos ou administrados e do saldo disponível6.

2.5. A propósito da remuneração dos liquidatários, notamos ainda que a atividade normal do liquidatário só

cessa com o encerramento da liquidação e que só com essa cessação de funções será viável consolidar um “juízo global sobre o seu desempenho” tendente à fixação da remuneração respetiva7, pelo que, nas contas a

apresentar nos termos do art. 20.º do RJPADLEC, deverá estar já estimado e “cativado” o valor necessário para os encargos da liquidação até à extinção da sociedade (art. 156.º/5 do CSC) cabendo então, no âmbito da aprovação dessas contas, a apreciação sobre a “provisão” cativada para efeitos de remuneração dos liquidatários, bem como para pagamento dos emolumentos devidos pelo processo de liquidação8, a efetivar a

final, com o encerramento definitivo da liquidação9.

3. Pode, todavia, suceder que, no decurso das operações de liquidação se chegue à conclusão de que o ativo

social é (sempre foi) realmente insuficiente para suportar os encargos com o procedimento, ou é mesmo

6 Sobre o critério de equidade a seguir na fixação da remuneração dos liquidatários, acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 1993/01/14, processo JTRL00009080, sumário disponível em www.dgsi.pt.

7 Cfr. Código das Sociedades Comerciais Anotado, coordenação de António Menezes Cordeiro, cit., p. 1437, em anotação ao art. 25.º do RJPADLEC.

8 Cfr. a propósito, Raúl Ventura, Dissolução e Liquidação…, cit., p. 401, dando como exemplo de despesas a provisionar precisamente a remuneração dos liquidatários e os emolumentos devidos com o registo comercial.

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inexistente, pondo em causa o pressuposto (que agora se revela errado) em que assentou a decisão de prosseguir com o processo e de proceder à nomeação de liquidatários.

3.1. Nesta situação, obviamente anómala, posto que se supõe rigorosa a informação prestada pelo tribunal

quanto ao património da sociedade e bem fundada a decisão de prosseguir com o procedimento de liquidação, coloca-se desde logo a questão de saber se deve ser imediatamente encerrada a liquidação ou se, ao invés, havendo ativos que permitam solver, ao menos, a remuneração devida ao liquidatário, devem as operações de liquidação prosseguir, a despeito da carência de património evidenciada.

3.2. Ora, sobre o desfecho que o procedimento administrativo de liquidação nestas condições deve ter, a

solução apontada no processo C. Co. 32/2013 STJ-CC foi no sentido do encerramento imediato da liquidação, aí se firmando o entendimento de que, detetada a insuficiência do património societário numa fase procedimental posterior, designadamente por via do apuramento da situação patrimonial da sociedade levada a cabo pelo liquidatário, se impõe “ao liquidatário a obrigação de interromper de imediato a respetiva liquidação e ao

conservador a obrigação de declarar o encerramento da liquidação da entidade comercial, nos moldes em que o faria se a dita insuficiência fosse revelada ab initio”.

3.3. De tal entendimento retira-se, a nosso ver, a inviabilidade, já manifestada na 2.ª conclusão da deliberação

tomada no processo C. Co. 45/2012 SJC-CT, de, uma vez constatada a existência de algum ativo patrimonial, se prosseguir com o procedimento administrativo de liquidação com o intuito de se fazer face a parte dos encargos, posto que a tal solução se opõe frontalmente a ponderação legal ínsita no art. 24.º/6 do RJPADLEC, onde se faz depender o prosseguimento da liquidação da existência de ativos capazes de suportar a globalidade dos encargos com o procedimento.

3.4. Considerando que com a instauração oficiosa do procedimento administrativo se gera logo um encargo da

liquidação (o emolumento previsto no art. 22.º/8 do RERN), o facto de o legislador não ter mandado avançar com o procedimento no caso de existência de ativos capazes de suportar desde logo esse encargo assenta, a nosso ver, na certeza de que a tramitação ordinária da liquidação prevista nos arts. 19.º e seguintes do RJPADLEC torna o procedimento ainda mais oneroso e agrava, sem resultado útil, o passivo da sociedade.

3.5. A mesma consequência poderá ser antecipada, num caso como o que determinou a presente consulta, em

que os dados relevantes para a decisão a que alude o art. 24.º/6 do RJPADLEC só se revelaram inexatos após o apuramento efetuado pelo liquidatário nomeado, porquanto, também aqui, continuar com as operações de liquidação poderia realmente traduzir-se em maior agravamento dos encargos, fazendo-se acrescer à divida de emolumentos e ao valor da remuneração a fixar ao liquidatário outras despesas, como, por exemplo, as que a redução a dinheiro do património da sociedade pode acarretar.

4. Não obstante, sabendo-se que a questão da dívida emolumentar se encontra resolvida no art. 42.º/3 do

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resposta direta na lei, a dívida relativa à remuneração do liquidatário que se consolida com o encerramento da liquidação e com a fixação do valor correspondente pelo conservador, segundo o critério de equidade atrás definido.

4.1. Embora a remuneração do liquidatário constitua uma obrigação da sociedade e deva, por isso, ser

suportada pela massa em liquidação (art. 18.º/5 do RJPADLEC), procurou-se, no processo C. Co. 32/2013

STJ-CC, que o erro sobre os pressupostos que justificaram a nomeação do liquidatário (e que, também ali, foi

determinado pela imprecisão dos dados comunicados ao serviço de registo), não se traduzisse em efetiva supressão do direito do liquidatário à remuneração pelo trabalho prestado, dado ter sido este lapso acerca dos pressupostos, e não o resultado económico da liquidação (designadamente o grau de sucesso na redução do ativo social a numerário), a prejudicar o recebimento nos termos gerais.

4.2. Notamos, todavia, que, no caso reportado no presente processo, a situação de carência patrimonial da

sociedade não é total, uma vez que se apurou a existência de ativos suficientes para suportar os encargos com a remuneração do liquidatário10, os quais, com o encerramento imediato da liquidação, passaram a ser

encabeçados pelos sócios11.

4.3. Não obstante possa valer a observação de que, em geral, a absoluta inexistência de património (que, no

caso tratado no processo C. Co. 32/2013 STJ-CC, deu azo à proposta de pagamento da remuneração do liquidatário pelo IGFEJ, I.P.) representa somente um grau a mais relativamente à insuficiência patrimonial, não podemos deixar de ter presente, mais uma vez, que os encargos com a liquidação constituem, normalmente, uma obrigação da sociedade, pelo que, sobrando no património desta entidade ativos que, após o encerramento imediato da liquidação, passaram a ser titulados pelos sócios, temos também de entender que a remuneração com o liquidatário, enquanto dívida que se vence após o encerramento da liquidação, deve ser suportada pelos mesmos sócios, em termos idênticos ao que está previsto para o passivo superveniente no art. 163.º do CSC.

Encerramento

10 Não estando aqui em causa apreciar a remuneração do liquidatário fixada no caso concreto, não deixamos, ainda assim, de salientar que, para nós, o valor atribuído parece exceder em muito o limite máximo posto no art. 17.º/6 do Regulamento das Custas Processuais, pois, a terem sido vendidos os bens que integram a massa da liquidação, não haveria margem legal para fixar essa remuneração em valor superior a 5% desses bens.

Note-se, por outro lado, que o valor da causa (índice alternativo à percentagem de 5% do valor dos bens, quando superior, posto no art. 17.º/6 do RCP para fixação da remuneração dos liquidatários judiciais) não constitui uma opção que possa ser, normalmente, mobilizada para efeitos de definição da remuneração dos liquidatários, por não estar previsto um valor para o procedimento administrativo de liquidação, sendo que a consideração, excecionalíssima, do valor da insolvência feita no processo C. Co. 32/2013 STJ-CC ficou a dever-se à circunstância de a sociedade não ter afinal quaisquer bens suscetíveis de dever-ser vendidos.

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Postas estas considerações, entendemos que à situação relatada no presente processo não é aplicável a solução gizada no processo C. Co. 32/2013 STJ-CC, implicando o pagamento pelo IGFEJ, I.P., da remuneração fixada ao liquidatário nomeado, porquanto a situação de carência patrimonial que determinou a interrupção das operações de liquidação e o seu imediato encerramento não se analisa em inexistência de ativos, mas na sua insuficiência para suportar todos os encargos com o procedimento administrativo de liquidação.

Parecer aprovado em sessão do Conselho Consultivo de 19 de novembro de 2015.

Maria Madalena Rodrigues Teixeira, relatora, Luís Manuel Nunes Martins, Blandina Maria da Silva Soares, Carlos Manuel Santana Vidigal, Ana Viriato Sommer Ribeiro, António Manuel Fernandes Lopes.

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