Intervir com famílias multiproblemáticas
pobres: estratégias com sucesso
Liliana Sousa Sofia Rodrigues
Universidade de Aveiro
Famílias multiproblemáticas pobres: caracterização
Múltiplos problemas severos de longa duração (transgeracionais)
Sucessivas crises
Dificuldade em confiar nos outros
Sentimento de incapacidade
Famílias multiproblemáticas pobres: relevância
ÆDramas vividos pelas famílias
ÆDificuldades para a intervenção
Não se salientam por uma elevada incidência: São cerca de 6% das famílias que recorrem aos serviços de protecção social.
Mas, absorvem 50% dos serviços e do tempo dos técnicos.
E o insucesso é elevado: cerca de 75%.
Estratégias com sucesso
Gestor de caso
Gestor de caso
Mantém o “fio condutor da intervenção”
Coordena, com a família, os diversos formais e informais
Avalia, desenvolve e implementa os planos de intervenção
Gere os encaminhamentos (mínimo necessário)
Tempo
Tempo
A intervenção é mais eficaz se prolongada no tempo
ÆOs problemas destas famílias não se resolvem no imediato!
ÆNecessário tempo: um plano de intervenção e um gestor de caso!
Tempo
Coordenação entre serviços
É necessário uma variedade de intervenções, orquestrada para convergir e suportar mudanças significativas.
Timing: intervenções atempadas para convergir e
suportar necessidades múltiplas.
Tempo
Dos profissionais
Tempo
Das famílias
Se a intervenção não responde a necessidades básicas no imediato, as famílias terão dificuldade em introduzir a rotina da intervenção nas suas vidas.
Só depois de alguns problemas imediatos e
práticos estarem resolvidos é que existe tempo físico e emocional para o envolvimento em processos de mudança.
Flexibilidade
Dos profissionais
O profissional deve ir além das fronteiras tradicionais formais (ex: horário flexível; reuniões sem marcação prévia)!
Estar disponível, evitando ser “apaga-fogos”! Conciliar as necessidades da família com o plano de intervenção!
Ir ao território do cliente: visitas domiciliárias ou equipas de outreach
Flexibilidade
Dos programas de intervenção
Tornar os serviços atractivos para estas famílias! Evitar o estigma:
Na designação dos programas e instituições! Por exemplo, substituir “intervir” por
Informalidade/proximidade
Informalidade
O profissional usa uma linguagem e postura informal.
Fazer coisas com a família que sejam úteis!
Usar a auto-revelação (exemplificar como os profissionais resolvem os seus problemas)!
Ajudas materiais e práticas
Ajudas materiais e práticas: não subestimar
Ajuda material (bens) e prática (reforço ou desenvolvimento de competências e suporte emocional):
Aumenta a probabilidade das famílias
Relação de confiança
Relação de confiança
Condição determinante para a mudança! Envolve: confiança, simpatia/calor, parceria (igualdade), capacidade de escuta e de um
Porque são estas estratégias mais eficazes?
Aproximam o apoio formal do contexto de apoio informal.
E, aumenta a probabilidade de generalização!
Objectivos da intervenção
a) Colocar o rendimento familiar acima do nível de pobreza.
b) Promover a disponibilidade e acesso a novos recursos.
c) Estabelecer um plano individualizado de desenvolvimento pessoal e profissional.
d) Promover a responsabilidade pessoal e a auto-suficiência.
Sugestões, comentários, contributos ….