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REPOSITORIO INSTITUCIONAL DA UFOP: Influência de fatores ambientais sobre a ocorrência e diversidade de mamíferos de médio e grande porte em unidades de conservação da Serra do Espinhaço Meridional.

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Universidade Federal de Ouro Preto

Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais

INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS SOBRE A OCORRÊNCIA E DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM UNIDADES

DE CONSERVAÇÃO DA SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL

Fernando Ferreira de Pinho

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Universidade Federal de Ouro Preto

Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais

INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS SOBRE A OCORRÊNCIA E

DIVERSIDADE DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL

Fernando Ferreira de Pinho

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais da Universidade Federal de Ouro Preto como parte dos requisitos para a obtenção do título de mestre em Ecologia de Biomas Tropicais

Orientador: Dr. Adriano Pereira Paglia

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Agradecimentos

Ao Instituto Biotrópicos pela oportunidade de desenvolver esta pesquisa e por todos as oportunidades, ensinamentos e condições de realizar pesquisa em ecologia desde os primeiros anos da minha formação em Ciências Biológicas;

À Rede ComCerrado e ao núcleo Biotrópicos/UFVJM da rede pela oportunidade de fazer parte desse projeto e contribuir para o conhecimento da mastofauna do bioma Cerrado; Ao CNPQ (programa SISBIOTA, processo 563134/2010-0 e programa PPBIO, processo 457434/2012-0) pelo financiamento que viabilizou o desenvolvimento dessa pesquisa; À FAPEMIG pela bolsa concedida que permitiu a minha dedicação ao desenvolvimento desse projeto;

Ao meu orientador Adriano Paglia pelo auxílio desde o planejamento da amostragem até a redação final da dissertação;

Ao Guilherme Ferreira pela confiança para desenvolver a pesquisa e pela disponibilidade para ensinar e ajudar em todas as etapas deste projeto, assim como já ocorreu em diversas oportunidades anteriores;

Aos docentes do Programa de Ecologia de Biomas Tropicais, da UFOP, pelos ensinamentos; Ao IEF-MG pela licença para a amostragem no Parque Estadual do Rio Preto;

Ao gerente o Parque Estadual do Rio Preto, Tonhão, pelas caronas de São Gonçalo do Rio Preto até a o parque e por toda a prestatividade que tornaram possível a amostragem no ano de 2013;

A todos os funcionários do Parque Estadual do Rio Preto pela receptividade e pelo auxílio nas atividades de campo;

Ao ICMBio pela licença de coleta no Parque Nacional das Sempre-Vivas;

Aos analistas ambientais do Parque Nacional das Sempre-Vivas pelos auxílios logísticos, pela disponibilização de dados referentes ao parque e pela prestatividade sempre que solicitados;

Aos vigias do Parque Nacional das Sempre-Vivas pela receptividade durante as atividades de campo;

(6)

Ao Marcelo Juliano Oliveira e ao Flávio Rodrigues pelo auxílio na identificação de espécies de alguns vídeos mais “problemáticos”;

A todos os colegas de mestrado pela amizade, momentos de descontração, conselhos e incentivos durante este período;

A todos os meus amigos que de uma forma ou de outra me deram forças completar mais esta etapa;

(7)

Índice

Índice de Tabelas ... i

Índice de figuras ... ii

Apresentação ... 1

Área de estudo ... 1

Amostragem ... 3

Referências Bibliográficas ... 6

Capitulo 1- ESTIMATIVAS DE OCUPAÇÃO DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE NA SERRA DO ESPINHAÇO ... 8

Resumo ... 8

Introdução ... 9

Metodologia ... 11

Resultados ... 14

Discussão ... 21

Referências Bibliográficas ... 28

Capítulo 2 - RIQUEZA E USO DO HABITAT POR MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE EM DUAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA SERRA DO ESPINHAÇO ... 37

Resumo ... 37

Introdução ... 38

Metodologia ... 41

Resultados ... 43

Discussão ... 49

Implicações para conservação ... 55

(8)

i

Índice de Tabelas

(9)

ii

Índice de figuras

(10)

1

Apresentação

Este estudo é parte dos estudos desenvolvidos pela Rede ComCerrado, uma rede de

pesquisas que visa o preenchimento de lacunas no conhecimento sobre o bioma Cerrado,

através de uma interação de estudos do meio biótico e abiótico com metodologias

patronizadas em diversas partes do bioma. Um dos objetivos da rede é mapear a

biodiversidade do Cerrado e estudar os fatores ambientais que determinam o atual estado de

conservação do bioma.

Utilizamos nesse estudo protocolos padronizados de armadilhamento fotográfico que

vem sendo utilizados em diversas partes do mundo e, recentemente, têm sido implantados

em algumas localidades do Cerrado. O uso desses protocolos padronizados permite uma

ampla gama de opções de estudos integrados para o melhor entendimento dos processos que

influenciam a distribuição de mamíferos de médio e grande porte no Cerrado.

Aqui dividimos o estudo em dois capítulos, visando futuras publicações. No primeiro

capítulo demos ênfase à ecologia de populações por meio das estimativas de ocupação de

cada espécie de mamífero e aos fatores ambientais que podem influenciar essa ocupação no

Parque Estadual do Rio Preto e no Parque Nacional das Sempre-Vivas. No segundo capítulos

avaliamos a riqueza e estrutura da comunidade nas duas Unidades de Conservação e os

fatores que as influenciam.

Área de estudo

A cadeia montanhosa da Serra do Espinhaço representa uma das mais importantes

regiões biogeográficas do Brasil, pois além de estar inserida na Caatinga, no Cerrado e na

(11)

2

como hostspots para conservação da biodiversidade (MYERSet al. 2000, MITTERMIERet al.

2005). A Serra do Espinhaço é um dos maiores centros de endemismo de espécies de animais

e plantas da América do Sul, sendo que várias espécies de diferentes grupos taxonômicos

têm sido recentemente descritas.

Tal importância biológica tem sido destacada em muitos estudos de priorização de áreas

para a conservação da biodiversidade (e. g. DRUMOND et al.2005,MMA/PROBIO 2007,SILVA

et al. 2008). Em sua parte meridional, a Serra do Espinhaço compreende o Mosaico de

Unidades de Conservação do Espinhaço: Alto Jequitinhonha – Serra do Cabral, onde estão

localizadas sete Unidades de Conservação de Proteção Integral e cinco Áreas de Proteção

Ambiental (Uso Sustentável), sob os domínios do Cerrado, em sua maior extensão, e da Mata

Atlântica, ao extremo leste. A área do mosaico é considerada prioritária para conservação da

biodiversidade pelos critérios de complementaridade e insubstituibilidade (SILVA et al.

2008).

Este estudo foi realizado em duas das Unidades de Conservação de Proteção Integral

do Mosaico de Unidades de Conservação: Alto Jequitinhonha – Serra do Cabral, totalmente

inseridas dentro dos domínios do Cerrado: Parque Estadual do Rio Preto (PERP) e Parque

Nacional das Sempre-Vivas (PNSV).

O PERP foi criado em 1994 e possui uma área de 12.185 hectares. A unidade apresenta

formações vegetacionais abertas e florestadas, compondo um mosaico de vegetação,

incluindo áreas de campo rupestre, cerrado (stricto sensu) e matas ciliares ao longo das

margens do Rio Preto. O parque apresenta um gradiente altitudinal de mais de 1000 metros,

variando de aproximadamente 750 metros até mais de 1800 metros de altitude. Devido ao

(12)

3 de fatores antrópicos recentes sobre a mastofauna no PERP pode ser considerado desprezível.

Uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN Raiz), adjacente ao PERP em sua

porção à noroeste, com características de relevo e vegetação semelhantes ao do parque,

também foi amostrada durante o estudo.

O PNSV foi criado em 2002 e possui uma área de 124.154 hectares. A unidade

apresenta um domínio de formações campestres, principalmente campo rupestre, além de

áreas de campo limpo, cerrado (stricto sensu), veredas, matas-secas e matas ciliares. A

unidade tem uma altitude mínima de aproximadamente 650 metros e altitude máxima de

1.525 metros. Este estudo, no entanto, por questões logísticas, aconteceu somente na parte

sul do parque, em um intervalo de altitude entre aproximadamente 1000 e 1400 metros,

caracterizado por fitofisionomias primariamente campestres, com campos rupestres e campos

limpos, além de formações de cerrado, matas ciliares e capões de mata. Ao contrário de

PERP, o PNSV ainda possui diversas situações fundiárias pendentes e alguns impactos

antrópicos ainda são consideráveis dentro dos limites da unidade. A incidência de fogo é

considerada uma ameaça de alta significância (ÁVILA 2014).

Amostragem

Foram seguidos protocolos internacionais de armadilhamento fotográfico já bem

estabelecidos (TEAM NETWORK 2008, O’BRIEN 2010), que são adotados pela Rede

ComCerrado com algumas modificações. As armadilhas fotográficas foram distribuídas

sistematicamente a uma densidade de uma armadilha fotográfica a cada 200 ha,

representando espaçamento de 1,5 km entre as armadilhas. A definição dos pontos foi feita

utilizando um programa de geoprocessamento, sobrepondo-se blocos quadriculados, de 1,5

(13)

4 blocos quadriculados. Os pontos pré-definidos foram inseridos em um GPS, que auxiliou nas

atividades de instalação das armadilhas fotográficas. Em campo as armadilhas fotográficas

foram instaladas dentro de um raio de 150 m do ponto previamente definido, priorizando o

local que aparentemente era mais adequado para registrar diversas espécies de mamíferos de

médio e grande porte. No entanto, quatro pontos no PERP e dois no PNSV foram deslocados

além do raio pré-estabelecido devido às dificuldades de acesso, não ultrapassando em

nenhum dos casos um raio de 250 m do ponto previamente definido. Dois pontos extras (além

dos pontos pré-estabelecidos) foram incluídos nos limites do PERP, mas respeitando uma

distância de no mínimo 1,2 km entre os pontos. A amostragem destes pontos extras teve como

objetivo preencher lacunas de amostragem na UC, causadas pela inacessibilidade de alguns

dos pontos pré-estabelecidos. No total, foram instaladas 51 armadilhas fotográficas no PERP

(incluindo três pontos na RPPN Raiz) e 55 pontos no PNSV. Devido a falhas nos

equipamentos, no entanto, a amostragem real foi de 49 pontos no PERP e 48 no PNSV (figura

(14)

5 Figura 1 - Mapa da amostragem de mamíferos de médio e grande porte do Parque Estadual do Rio Preto (2013) e Parque Nacional das Sempre-Vivas (2014) por armadilhas fotográficas.

As amostragens ocorreram exclusivamente na estação seca, entre junho e setembro de

2013 no PERP e entre maio e junho de 2014 no PNSV. Cada armadilha ficou em campo por

no mínimo 30 dias, embora algumas tenham parado de funcionar antes de completar este

tempo. No PERP, os pontos válidos foram amostrados de 7 a 108 dias, com média de 57,18

dias/câmera. Já no PNSV, os pontos válidos foram amostrados de 9 a 50 dias, com média de

(15)

6

Referências Bibliográficas

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(16)

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(17)

8

Capitulo 1- ESTIMATIVAS DE OCUPAÇÃO DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE NA SERRA DO ESPINHAÇO

Resumo

Mamíferos de médio e grande porte são essenciais para a funcionalidade do ecossistema

e entender como estas espécies se distribuem ao longo no ambiente e quais são os fatores que

influenciam nessa distribuição é fundamental para medidas efetivas de manejo e conservação

da vida silvestre. Neste estudo procuramos descrever a riqueza e composição de espécies em

duas Unidades de Conservação (UC) de Proteção Integral na Serra do Espinhaço, estimar a

ocupação espécies e avaliar os fatores que influenciam a distribuição dessas espécies.

Seguimos protocolos internacionais de armadilhamento fotográfico e amostramos 49 pontos

no Parque Estadual do Rio Preto (PERP) e 48 pontos no Parque Nacional das Sempre-Vivas

(PNSV). Avaliamos a detectabilidade (p) das espécies registradas em cada UC e realizamos

as análises com modelos mais complexos para todas que apresentaram p>0.1. A proporção

da área ocupada (Ψ) foi calculada através do modelo nulo da estimativa de ocupação

single-season e o efeito dos fatores ambientais avaliados foi medido através do ranking de modelos

(AIC). Registramos 23 espécies, sendo 19 no PERP e 18 no PNSV. As maiores taxas de

ocupação foram do cachorro-do-mato e lobo-guará no PERP e tamanduá-bandeira e anta no

PNSV. Houve uma grande variação dos fatores ambientais que influenciam a distribuição

entre as espécies e entre as UC’s. As relações mais claras encontradas foram da ocupação de

Leopardus tigrinus em áreas de menor altitude no PERP, e Myrmecophaga tridactyla com a

locais com maior densidade de focos de calor no PNSV e Cuniculus paca com habitats

florestais no PNSV. Essas diferentes respostas refletem adaptações morfológicas,

(18)

9 indicam que, mesmo em áreas próximas e com fitofisionomias semelhantes, populações de

uma mesma espécie podem variar suas respostas aos fatores ambientais, muitas vezes em

função de ações antrópicas.

Introdução

O conhecimento da distribuição das espécies e o uso de habitats pelos animais são

elementos chave para ecologia e pré-requisitos básicos para o manejo efetivo da vida silvestre

(SUNQUIST et al. 1999, LINKIE et al. 2007). Por este motivo, a maior parte das análises de

perda de biodiversidade, incluindo análises de comunidades de mamíferos, tem se baseado

na distribuição de espécies e inferências quanto ao uso do habitat (CEBALLOS et al. 2005,

CEBALLOS & EHRLICH 2006, HOFFMANN et al. 2011, RONDININI et al. 2011). De fato, a

extinção de algumas espécies de grandes mamíferos pode desencadear cascatas tróficas com

importantes consequências ambientais (CROOKS & SOULÉ 1999, TERBORGH et al. 2001,

MORENOet al. 2006), devido a direta relação do grupo com dispersão de sementes, controle

de herbívoros e ciclagem de nutrientes (BRODIE &GIBBS 2009,JANSENet al. 2010). Além do

mais, entender como as variáveis ambientais influenciam a comunidade de grandes

mamíferos permite a construção de modelos preditivos de ocorrência de espécies baseado na

relação entre animais e habitats (SUNARTO et al. 2012), informação crucial, especialmente

em regiões de alta biodiversidade e pouco estudadas.

Diversos estudos têm avaliado a influência de fatores bióticos e abióticos sobre a

ocupação de mamíferos médios e grandes. Kinnaird & O’Brien (2012) verificaram que ambientes com maior grau de restrição às atividades antrópicas apresentam maiores taxas de

ocupação de mamíferos de médio e grande porte no Quênia. Linkie et al. (2007), no entanto,

(19)

10 Rica, Ahumada et al. (2013) avaliou como fatores ambientais, como altitude e altura do

dossel, influenciam a ocupação e a dinâmica de populações de mamíferos e observou uma

variedade de respostas entre as espécies avaliadas. Sunarto et al. (2012) estudou populações

de tigres em Sumatra e demonstrou que a cobertura vegetal é determinante para a ocupação

da espécie.

Entretanto, avaliar esses padrões e tendências em comunidades de grandes mamíferos

é um desafio, especialmente no Cerrado, uma vez que geralmente, estas espécies possuem

hábitos noturnos, ocorrem em baixas densidades, são bastante esquivas e difíceis de detectar.

Collen et al. (2011), mostrou que existe uma grande falta de dados a respeito de tendência de

populações de mamíferos na América do Sul, que só poderá ser superada com informações

locais sobre estas espécies. O uso de armadilhas fotográficas é uma técnica com grande

potencial para ajudar a preencher esta lacuna no conhecimento, uma vez que necessita de

relativamente pouco esforço de campo para gerar dados de considerável cobertura espacial e

temporal (i. e. algumas centenas de km2 e várias semanas).

O uso de armadilhas fotográficas tem sido bem-sucedido na determinação de

abundâncias absolutas (KARANTH & NICHOLS 1998, KAWANISHI & SUNQUIST 2004). A

técnica foi bem desenvolvida dentro de uma estatística robusta com dados de captura e

recaptura quando é aplicável a identificação de indivíduos dentro das populações estudadas

(POLLOCK 1982). Para a maioria dos grandes mamíferos, no entanto, os animais não podem

ser individualizados com confiança. A estimativa de ocupação é uma alternativa a este

método, já que leva em conta a detecção ou não de uma espécie em um local particular,

(20)

11 Rovero & Marchal (2009) destacam que a ocupação é muitas vezes um substituto útil

para abundâncias absolutas. Para isso, se assume que a distribuição de ocorrência de espécies

tenha uma relação positiva com a abundância. Segundo Gaston et al. (2000) essa relação é

verdadeira, uma vez que o declínio na abundância de uma espécie tende a mostrar também

um declínio de áreas que ela ocupa, enquanto o aumento da abundância tende a aumentar a

ocupação. A técnica minimiza ainda os efeitos da falsa ausência, ou seja, quando a espécie

não é registrada em um local onde, na verdade, ela ocorre. Isto é importante em estudos

ecológicos, já que as falsas ausências podem levar a inferências incorretas (MCCARTHYet al.

2013).

O objetivo deste estudo foi descrever a composição de espécies de duas unidades de

conservação de proteção integral na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, estimar a

ocupação das espécies mais detectáveis e avaliar quais são os fatores que influenciam a

estimativa de ocupação destas espécies. Acreditamos que as UC’s avaliadas comportem uma

importante parcela da riqueza de espécies conhecida para a Serra do Espinhaço e para o

Cerrado, que as taxas de ocupação das espécies sejam semelhantes entre as duas UC’s devido

à proximidade e similaridade das fitofisionomias que apresentam, e que as respostas aos

fatores avaliados variem entre as espécies, em virtude de suas variações morfológicas,

fisiológicas e comportamentais.

Metodologia

Análise de dados

Estimamos a ocupação (ψ) e a probabilidade de detecção (p) para cada espécie de

mamífero de médio ou grande porte registrada usando a análise de ocupação de única estação

(21)

12

software livre R (RDEVELOPMENT CORE TEAM 2010). Consideramos para os dois casos cada

7 dias como uma ocasião de amostragem. Primeiramente realizamos uma análise exploratória do modelo nulo (sem covariáveis influenciando ψ ou p). Consideramos aqui apenas as

espécies com p>0,1, já que detectabilidades muito baixas superestimam os valores de ocupação. Os valores de ψ do modelo nulo foram consideradas como a proporção da área

ocupada por cada espécie na área de estudo. As análises com modelos envolvendo

covariáveis de ψ e p, foram realizadas para todas as espécies com p>0,1.

Para os modelos com covariáveis, incluímos altitude (exclusivamente para o PERP),

densidade de focos de calor (exclusivamente para o PNSV), fitofisionomia e índice de cobertura de vegetação (NDVI) como covariáveis de ψ (tabela 1). A opção por utilizar

altitude como covariável apenas para o PERP foi devido à baixa variação de altitude entre os

pontos no PNSV (1041 a 1369 m enquanto no PERP a variação foi de 797 a 1751 m).

Consideramos ainda que a incidência de fogo não é um fator importante no PERP, que não

tem ocorrência de grandes queimadas na última década, enquanto o problema ainda é muito

constante no PNSV. A posição das armadilhas fotográficas (em trilhas ou não) foi utilizada

(22)

13 Tabela 1 - Descrição das covariáveis de ocupação e detectabilidade utilizadas nas análises dos dados.

Covariável Classificação PERP PNSV

Altitude Medida através de um GPS GarminEtrex em cada ponto

de instalação de armadilhas fotográficas. X

Foco de calor A partir de dados de focos de calor entre os anos de 1999

e 2012 foi produzido um mapa de Kernel na área do estudo. É uma técnica de interpolação que leva em conta a densidade de pontos para geração de valores. Os valores foram coletados no pixel em que se encontrava o ponto amostrado por armadilha fotográfica, indicando uma provável relação com a intensidade de incêndios no período de 1999 a 2012. Os focos de calor foram fornecidos pelo INPE (2015). A técnica foi realizada através do software ArcGis 10. A medida foi considerada como a frequência em que as áreas amostradas foram queimadas ao longo do período que precede a amostragem deste estudo.

X

Fitofisionomia Classificada para cada ponto em quatro categorias possíveis: mata (matas ciliares, de galeria e capões de mata), cerrado (incluindo cerradão e cerrado stricto sensu), campo aberto (campo cerrado, campos limpos e

sujos) ou ambiente rupestre (campo rupestre e afloramentos rochosos sem ou com muito pouca vegetação). Essa classificação foi pontual, considerando o habitat predominante no entorno do ponto de instalação das armadilhas fotográficas.

X X

NDVI Índice com valores possíveis de -1 a 1, onde -1 indica sem

cobertura vegetal e 1 cobertura vegetal máxima. Foram utilizadas imagens de satélite Landsat 8 de datas próximas à metade da amostragem em cada Unidade de Conservação, obtidas através da USGS. A medida foi feita pela média dos valores obtidos em cada pixel em um buffer de 250 metros de cada ponto de amostragem utilizando o software ArcGis 10.

X X

Trilhas Classificado de acordo com a localização da instalação

das câmeras, podendo assumir apenas duas categorias: trilha ou fora de trilha.

(23)

14 Utilizamos os valores do Critério de Informação de Akaike (AIC) para fazer o ranking de modelos e apresentamos apenas os modelos com ΔAIC ≤ 2.0. O teste goodness-of-fit (GoF)

foi realizado para avaliar a sobre-dispersão, utilizando abordagem desenvolvida para

modelos de ocupação (MACKENZIE & BAILEY 2004), utilizando o pacote AICmodavg

(MAZEROLLE 2015) no programa R. O teste foi aplicado ao modelo melhor suportado para

cada espécie e foi definido o nível de significância de 0.1, abaixo do qual consideramos que

houve sobre-dispersão. Nestes casos utilizamos os valores de quase-AIC (QAIC) para

construir o ranking de modelos e a raiz quadrada do fator de inflação da variância (c-hat)

para ajustar os erros padrões das estimativas dos modelos obtidos, conforme recomendações

de Mackenzie & Bailey (2004). Foram eliminados das análises as espécies que apresentaram

sobre-dispersão (p<0.1) e valor de c-hat maior ou igual a 4.

Resultados

Foram registradas 23 espécies de mamíferos de médio e grande porte nas duas áreas

amostradas, das quais sete são classificadas como “Vulneráveis” (lobo-guará,

raposinha-do-campo, onça-parda, gato-mourisco, tatu-canastra e ante) e uma “Em Perigo”

(gato-do-mato-pequeno) de acordo com a lista de espécies da fauna ameaçadas de extinção no Brasil (MMA

2014), com um total de 19 espécies registradas no PERP em 2865 dias/câmera, e 18 espécies

no PNSV em 2010 dias/câmera (tabela 2). Cinco espécies foram registradas exclusivamente

no PERP enquanto outras três foram registradas apenas no PNSV. De todas as espécies

registradas, 12 apresentaram detectabilidade >0.1, sendo oito no PERP e nove no PNSV.

Dentre estas espécies o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e o veado-catingueiro

(Mazama gouazoubira), ambas no PERP, apresentaram sobre-dispersão e valor de c-hat

(24)

15 Tabela 2 - Registros de mamíferos de médio e grande porte no Parque Estadual do Rio Preto (2013) e Parque Nacional das Sempre-Vivas (2014)

GRUPO TAXONÔMICO NOME POPULAR PERP PNSV

N P N P

Pilosa

Myrmecophagidae

Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim 2 0.01 5 0.111

Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira 59 0.22 34 0.141

Cingulata

Dasypodidae

Dasypus sp Tatu-galinha 2 0.01 5 0.09

Cabassous unicinctus Tatu-do-rabo-mole 3 0.01 - -

Euphractus sexcinctus Tatu-peba 1 >0.01 2 0.01

Priodontes maximus Tatu-canastra 14 0.131 5 0.561

Carnivora

Canidae

Cerdocyon thous Cachorro-do-mato 31 0.161 - -

Chrysocyon brachyurus Lobo-guará 22 0.221 7 0.07

Lycalopex vetulus Raposinha-do-campo - - 15 0.661

Mephitidae

Conepatus semistriatus Jaritataca 3 0.01 5 0.02

Mustelidae

Eira Barbara Irara 6 0.08 3 0.281

Felidae

Puma yagouaroundi Gato-mourisco 3 >0.01 4 0.01

Leopardus pardalis Jaguatirica 4 0.02 5 0.02

Leopardus tigrinus Gato-do-mato-pequeno 10 0.101 3 0.141

Puma concolor Onça-parda 17 0.08 - -

Procionidae

Procyon cancrivorus Mão-pelada 1 >0.01 - -

Nasua nasua Quati 1 >0.01 1 >0.01

Perissodactyla

Tapiridae

Tapirus terrestres Anta - - 19 0.191

Artiodactyla

Cervidae

Mazama gouazoubira Veado-catingueiro 10 0.152 16 0.281

Tayassuidae

Pecari tajacu Catitu - - 3 >0.01

(25)

16

Cuniculidae

Cuniculus paca Paca 6 0.191 26 0.331

Dasyproctidae Dasyprocta sp

Caviidae Cutia 7 0.21 - -

Hydrochoerus hydrochaeris Capivara

- - 1 >0.01

N – Número de registros, p – detectabilidade

1 - p>0.1 e c-hat<4 espécies que foram consideradas para as análises de ocupação 2 p>0.1 e c-hat>4 espécies não avaliadas por apresentar sobre-dispersão

Nas duas UC’s, na maioria dos casos espécies de maior porte apresentaram maiores

taxas de ocupação. As maiores taxas de ocupação estimadas foram: cachorro-do-mato

(Cerdocyon thous) e lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) no PERP e tamanduá-bandeira

(Myrmecophaga tridactyla) e anta (Tapirus terrestris) no PNSV (figura 2). Das espécies que

tiveram sua ocupação estimada nas duas UC’s, tatu-canastra, gato-do-mato-pequeno e paca

apresentaram variações importantes (figura 2).

Figura 2 - Estimativas de ocupação das espécies com detectabilidade maior que 0.1 no PERP e no PNSV

0.37 0.21 0.06 0.06 0.13 0.19 0.74 0.26 0.16 0.15 0.14 0.08 0.04 0.03 0.02

(26)

17 Os fatores ambientais selecionados influenciam a ocupação da maioria das espécies

avaliadas, porém foi observada uma grande variedade de respostas, ou seja, um mesmo fator

pode afetar de uma forma determinada espécie e ter efeito contrário ou inexistente em outra.

Em apenas cinco das 15 populações avaliadas (seis no PERP e nove no PNSV) o modelo nulo para ψ foi o mais forte. A cobertura vegetal (NDVI) representou o modelo mais forte

para cinco populações (muito suportado especialmente para paca no PERP e

veado-catingueiro no PNSV), a intensidade de fogo para três (principalmente tamanduá-bandeira

no PNSV), o habitat para uma (paca no PNSV) e altitude para uma (gato-do-mato-pequeno

no PERP). O fator “trilha”, por sua vez, foi importante para as probabilidades de detecção de

quase 60%, estando mais frequente nos modelos melhor suportados no PERP (cinco dos seis

avaliados) em relação ao PNSV (dois dos nove avaliados) (tabela 3, tabela 4).

Tabela 3- Seleção de modelos de ocupação para oito espécies de maior detectabilidade no Parque Estadual do Rio Preto.

Ocupação Detectabilidade

Modelo Ψ SE Ψ SE K AIC ΔAIC W Wi

Tatu-canastra

ψ(ndvi)p(tr) 35.54 28.79 13.3 213 4 65.12 0 0.38 0.38

ψ(.)p(tr) -0.359 0.77 9.57 35.6 3 65.57 0.45 0.30 0.68

ψ(hab)p(tr) 10.07(Ma); 8.84(Cer); 2.96 (Rup); 9.84 (Ca) 50.3 (Ma); 50.3 (Cer); 287.7 (Rup); 50.3 (Ca)

-1.92 0.561 6 67 1.88 0.15 0.83

Cachorro-do-mato

ψ(.)p(tr) 0.293 0.68 2.03 0.715 3 133.71 0 0.52 0.52

ψ(alt)p(tr) 0.294 1.13 2.08 0.72 4 135.63 1.92 0.20 0.71

ψ(ndvi)p(tr) -2.17 16.18 2.03 0.715 4 135.69 1.98 0.19 0.91

Lobo-guará

ψ(.)p(tr) -0.119 0.57 10.2 32.8 3 99.59 0 0.46 0.46

ψ(alt)p(tr) -0.725 0.86 9.96 31.3 4 100.84 1.26 0.25 0.71

ψ(ndvi)p(tr) 13.7 19.25 20 3954 4 100.98 1.39 0.23 0.94

(27)

18

Gato-do-mato-pequeno

ψ(alt)p(.) -8.29 5.58 -2.08 0.672 3 44.4 0 0.51 0.51

ψ(alt)p(tr) -9.1 5.97 1.46 1.27 4 44.97 0.56 0.38 0.89

Paca

ψ(ndvi)p(tr) 61.9 39.7 19.06 5631.65 4 28.9 0 0.43 0.43

ψ(ndvi)p(.) 62.5 39.9 -1.4 0.933 3 29.94 1.04 0.26 0.69

Cutia

ψ(ndvi)p(tr) 37.3 28.4 2.34 1.36 4 40.9 0 0.26 0.26

ψ(.)p(tr) -2.42 0.80 2.34 1.37 3 41.35 0.45 0.20 0.46

ψ(alt)p(tr) -1.78 1.91 2.28 1.37 4 41.81 0.91 0.17 0.63

ψ(ndvi)p(.) 36.4 27.05 -1.41 0.599 3 42.29 1.39 0.13 0.76

ψ(.)p(.) -2.73 0.77 -1.42 0.591 2 42.8 1.9 0.10 0.86

Ψ – Estimativa de ocupação; SE – erro padrão (logit); p – detectabilidade, K -número de parâmetros; AIC - Critério de Inforção de Akaike; ΔAIC – Variação em relação ao menor AIC; w – peso do modelo; wi– peso acumulado dos modelos (.) – modelo nulo; hab – habitat; alt – altitude; ndvi – Índice de Cobertura Vegetal

Cer: Cerrado; Ma: Mata; Ca: Campo aberto; Rup: Ambiente rupestre

Tabela 4 - Seleção de modelos de ocupação para oito espécies de maior detectabilidade no Parque Nacional das Sempre-Vivas.

Ocupação Detectabilidade

Modelo Ψ SE Ψ SE K AIC ΔAIC W wi

Tamanduá-bandeira

ψ(fc)p(tr) 66.3 68.7 1.31 0.45 4 167.47 0 0.84 0.84

ψ(.)p(tr) 5.21 28.1 1.18 0.44 3 171.9 4.43 0.09 0.93

Tamanduá-mirim

ψ(.)p(.) -1.85 1 -2.07 1 2 42.59 0 0.21 0.21

ψ(hab)p(.) 9.16 (Rup);

7.87 (Cer); 2.97 (Ma); -9.40 (Ca)

42.4 (Rup); 42.4 (Cer); 228.1 (Ma); 42.4 (Ca)

-2.09 1 5 43.15 0.57 0.16 0.37

ψ(fc)p(.) -0.9 0.933 -2.05 1 3 43.36 0.77 0.14 0.51

ψ(.)p(tr) -1.61 1.04 -7.7 48.7 3 43.4 0.81 0.14 0.65

ψ(hab)p(tr) 9.94 (Rup);

8.70 (Cer); 2.95 (Ma); -9.8 (Ca)

56 (Rup); 56 (Cer); 295 (Ma); 56 (Ca)

-9.29 96.65 6 43.64 1.05 0.12 0.77

ψ(fc)p(tr) -1.04 1.04 -7.99 54.15 4 44.06 1.48 0.10 0.87

ψ(ndvi)p(.) -8.715 27.67 -2.08 1.01 3 44.49 1.9 0.08 0.95

(28)

19 psi(.)p(.) -3.81 1.78 0.25 1.38 3 12.18 0 0.29 0.29 psi(.)p(tr) -1.9 1.90 10.6 60.48 4 12.99 0.81 0.19 0.48 psi(fc)p(tr) 12.2 92.05 10.9 100.16 5 13.08 0.90 0.18 0.67 psi(fc)p(.) 22.9 58.89 -0.81 1.06 4 13.18 1.00 0.17 0.84 psi(ndvi)p(.) -47.35 125.55 0.24 1.38 4 13.95 1.77 0.12 0.96

Raposinha-do-campo

ψ(.)p(.) -3.11 0.72 0.67 0.72 2 32.01 0 0.27 0.27

ψ(ndvi)p(.) -43.68 49.24 0.65 0.72 3 32.87 0.87 0.18 0.45

ψ(fc)p(.) 0.59 0.58 0.67 0.72 3 33.08 1.08 0.16 0.61

ψ(.)p(tr) -2.92 0.72 -9.30 49.51 3 33.26 1.25 0.14 0.75

Gato-do-mato-pequeno

ψ(.)p(.) -2.47 0.99 -1.82 1.01 2 32.95 0 0.35 0.35

ψ(fc)p(.) 0.331 0.67 -1.83 1.02 3 34.71 1.77 0.14 0.49

ψ(.)p(tr) -2.66 1.02 -0.57 1.84 3 34.86 1.91 0.13 0.63

Irara*

psi(.)p(.) 1.71 3.36 -0.93 1.68 3 12.62 0 0.43 0.43 psi(ndvi)p(.) 53.41 104.68 -0.91 1.70 4 14.18 1.56 0.20 0.63 psi(.)p(tr) 1.71 3.36 -7.5 91.67 4 14.48 1.85 0.17 0.80

Veado

ψ(ndvi)p(tr) 39.79 21.9 -9.11 49.59 4 80.73 0 0.36 0.36

ψ(ndvi)p(.) 32.56 18.23 -0.94 0.44 3 81.9 1.17 0.20 0.56

0.58

Anta

ψ(ndvi)p(.) 25.11 17.28 0.04 0.87 3 97.72 0 0.32 0.32

ψ(.)p(.) -1.07 0.518 -1.44 0.46 2 98.2 0.48 0.25 0.57

Paca

psi(hab)p(.) 14.84 (Ma); -1.33 (Rup); -1.33 (Cer); -8.14 (Ca) 23.25 (Ma); 70.55 (Rup); 65.90 (Cer); 27.58 (Ca)

-1.11 0.31 6 36.71 0 0.27 0.27

psi(hab)p(tr) 12.39 (Ma); -2.91 (Rup); -3.06 (Cer); -11.55 (Ca) 141.11 (Ma); 756.85 (Rup); 760.06 (Cer); 141.11 (Ca)

-1.136 1.17 7 37.17 0.45 0.22 0.49

psi(ndvi)p(.) -0.44 0.86 -0.705 0.39 4 37.28 0.57 0.20 0.69

Ψ – Estimativa de ocupação; SE – erro padrão (logit); p – detectabilidade, K -número de parâmetros; AIC - Critério de Inforção de Akaike; ΔAIC – Variação em relação ao menor AIC; w – peso do modelo; wi– peso acumulado dos modelos (.) – modelo nulo; hab – habitat; fc – foco de calor; ndvi – Índice de Cobertura Vegetal

Cer: Cerrado; Ma: Mata; Ca: Campo aberto; Rup: Ambiente rupestre

(29)

20 Os efeitos mais consistentes de covariávies sobre ocupação observados no PERP foram

da altitude para o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus) e do NDVI para a paca

(Cuniculus paca). O gato-do-mato-pequeno apresentou maior taxa de ocupação em áreas

baixas do parque. Avaliando os dados brutos, de fato esta espécie não foi registrada na parte alta do parque, chamada de “Chapada” e caracterizada por ambiente predominantemente

campestre. A ocupação da paca apresentou uma relação positiva com o índice de cobertura

vegetal, ou seja, a distribuição da espécie está associada às áreas com maior cobertura.

No PNSV a densidade de focos de calor foi importante para o tamanduá bandeira, o

NDVI foi importante para o veado catingueiro, o habitat foi importante para a paca. O

tamanduá-bandeira apresentou uma forte associação com áreas com maior densidade de

focos de calor, o veado-catingueiro ocupou áreas com maior cobertura vegetal e a paca

apresentou uma associação muito forte, com a ocupação estimada de 99,99%, em áreas de

mata, próximo a 5% para áreas de cerrado e ambiente rupestre e menos de 0.01% em habitats

de campo aberto. Avaliando os dados brutos, a paca foi registrada em cerca de 67% dos

pontos em áreas de mata e nenhum registro foi obtido em outros tipos de habitat.

Nossos resultados não permitem avaliações mais conclusivas sobre os efeitos dos

fatores ambientais para as demais populações avaliadas. Para cachorro-do-mato e lobo-guará

no PERP e tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), raposinha-do-campo (Lycalopex

vetulus) e gato-do-mato-pequeno no PNSV o modelo nulo para ocupação foi o mais

consistente. Tatu-canastra (Priodontes maximus) e cutia (Dasyprocta sp.) no PERP e

(30)

21 variação de AIC entre os modelos mais fortes, indicando uma falta de tendência a resposta

aos fatores avaliados.

Dentre três espécies que foram avaliadas nas duas UC’s, verificamos que uma mesma

espécie pode apresentar variações quanto à resposta aos fatores que mais afetam sua

ocupação em função da UC. Por exemplo, o gato-do-mato-pequeno apresentou associação

com áreas mais baixas no PERP enquanto no PNSV não foi afetado pelos fatores avaliados.

O tatu-canastra, no PERP não apresentou uma clara relação com nenhum fator, embora o

modelo mais bem suportado tenha sido com a covariável de cobertura vegetal (NDVI),

enquanto no PNSV o modelo nulo foi mais bem suportado. A paca também variou a resposta

aos fatores avaliados entre as UC’s tendo sua ocupação associada à maior cobertura vegetal

(NDVI) no PERP e à habitats de “mata” no PNSV.

Discussão

O número de espécies registradas representa 69,7% das espécies de mamíferos de

médio e grande porte na Cadeia do Espinhaço (LESSAet al. 2008) e 54,8% das espécies do

Cerrado (MARINHO-FILHO et al. 2002). A maior parte das espécies registradas, no entanto,

apresentou baixos valores de detectabilidade, impedindo que análises mais robustas e

complexas fossem feitas para estas. Para a maioria destas espécies, as baixas detectabilidades

encontradas devem ser reflexo de baixas abundâncias das espécies nas áreas avaliadas.

Estudos demonstram que a abundância das espécies focais está diretamente relacionada com

a probabilidade de detecção (MCCARTHYet al. 2013). Em populações mais abundantes mais

indivíduos estão disponíveis para serem detectados, levando a probabilidades de detecção

(31)

22

O tatu-canastra apresentou taxas baixas de ocupação nas duas UC’s. Embora a espécie

tenha uma ampla distribuição por uma grande variedade de ambientes, autores indicam que

em todos os locais em que ocorre eles são raros (NOSSet al. 2004, SILVEIRAet al. 2009). No

PNSV, no entanto, sua ocupação foi cerca de 6 vezes menor em relação ao PERP. O fato do

PNSV ser uma UC mais recente e ainda com pressões antrópicas mais evidentes pode

contribuir com essa grande variação. No PERP, embora a cobertura vegetal tenha estado no

modelo com mais suporte, o peso do modelo nulo é muito próximo ao modelo mais

suportado, indicando que pode ser precipitado assumir a cobertura vegetal como um fator

determinante para a ocupação da espécie. No PNSV o modelo nulo foi mais bem suportado,

indicando que os fatores avaliados não são determinantes para a ocupação da espécie. A

existência de uma preferência por habitats pela espécie ainda é controversa na literatura

(ANACLETO 1997, SILVEIRAet al. 2009)

O gato-do-mato-pequeno apresentou maior taxa de ocupação no PERP em relação ao

PNSV. Os dois modelos mais fortes no PERP indicam uma forte tendência de aumento da

ocupação da espécie com a diminuição da altitude. Fato similar já foi observado para outros

felinos (AHUMADAet al. 2013, SUNARTOet al. 2012). No PERP, a maior complexidade dos

ambientes de menor altitude e aparente suporte a maior abundância de presas nesses locais

pode ser o fator determinante dessa associação. No PNSV o efeito da altitude não foi avaliado

devido à baixa variação de altitude entre os pontos, mas a área avaliada como um todo está

em altitude aproximada a parte alta do PERP, o que deve explicar a baixa taxa de ocupação na UC. Em nenhuma das UC’s a espécie apresentou preferência por trilhas, o que pode

indicar um comportamento de evitar o encontro com carnívoros de maior porte que

(32)

23 GOULARTet al. 2009). Este comportamento de fuga foi observado para outros carnívoros de

porte menor que seus competidores (DURANT 1998, CREEL &CREEL 2002, OLIVEIRAet al.

2010).

A paca apresentou taxa de ocupação quase três vezes maior no PNSV em relação ao

PERP. A aparente maior abundância de predadores, especialmente a onça-parda, no PERP

pode explicar esta variação. Enquanto no PNSV a onça-parda sequer foi registrada, no PERP,

embora não tenha sido possível realizar análises de ocupação devido à baixa detectabilidade,

a espécie apresentou uma taxa relativamente alta de registros em pontos variados. No PERP

o NDVI foi a variável que mais afetou a ocupação da paca, enquanto no PNSV foi o habitat.

Em ambos os casos a resposta da espécie condiz com o que é conhecido de sua história

natural, já que as pacas estão geralmente associadas a ambientes de maior cobertura vegetal,

como as matas de galeria (SMYTHE 1983; COLLETT 1981, MARINHO-FILHO et al. 2002;

GOULART et al. 2009). O fato da espécie responder em uma escala maior da paisagem no

PERP (o índice de cobertura vegetal foi calculado pela média dos NDVI dos pixels em um

buffer de 250 metros a partir do ponto da instalação da câmera), enquanto respondeu em um

nível pontual no PNSV provavelmente é devido a configuração da paisagem. Enquanto no

PERP observamos uma transição de mata para o cerrado mais imperceptível, em geral, no

PNSV as matas estão restritas a capões com mudanças abruptas de fisionomia para campos

abertos, o que pode restringir a movimentação da espécie apenas aos capões e matas ciliares.

Entre as espécies que foram avaliadas apenas no PERP, cachorro-do-mato e lobo-guará

não apresentaram relação com as covariáveis de ocupação e foram predominantemente

registradas em trilhas. No PNSV, o lobo-guará teve uma detectabilidade muito baixa e

(33)

24 PNSV, enquanto a raposinha-do-campo, o outro canídeo de menor porte de ocorrência no

Cerrado, foi registrado apenas no PNSV. Para esta espécie o modelo nulo tanto para ocupação

como para detectabilidade foi o mais forte. Entre os canídeos, portanto, nenhuma das

variáveis analisadas foi determinante. Destaca-se, no entanto, a presença de apenas um dos

canídeos de menor porte com distribuição para a região ser registrado em cada UC. Estudos

indicam que relações interespecíficas podem ser importantes para determinar a distribuição

de canídeos (MITCHELL &BANKS 2005,TANNERFELDTet al. 2002). Para o cachorro-do-mato

e a raposinha-do-campo, no entanto, embora seja relatada uma sobreposição de uso de habitat

e dieta em áreas onde coexistem (JÁCOMOet al. 2004, MARINHO-FILHO 2002), estudos das

relações ecológicas entre as espécies ainda são incomuns. É indicado uma análise mais

profunda para entender essa relação.

A cutia foi registrada apenas no PERP e com uma ocupação muito baixa. Essa baixa

frequência vai contra o que parece ser um padrão em diversos biomas brasileiros, onde

geralmente a cutia é abundante. Ahumada et al. (2011) encontrou altas taxas de ocupação

para cutias em três florestas tropicais. No Cerrado, Ferreira et al. (submetido) também

verificou uma alta estimativa de ocupação para a espécie. Diferente da UC avaliada por

Ferreira et al. (submetido) no entanto, as UC’s avaliadas nesse estudo são

predominantemente campestres. É provável que ambientes campestres não favoreçam a

ocorrência de espécies. De fato, o modelo mais forte para cutia indicou uma preferência por

maior cobertura vegetal. A seleção de modelos, no entanto, indica uma variação muito

pequena entre os pesos dos modelos avaliados, o que indica que a relação com a cobertura

(34)

25 Entre as espécies avaliadas apenas no PNSV, o modelo nulo foi o mais bem suportado

para a irara. Além da raposinha-do-campo, o tamanduá-mirim também não apresentou

tendências em relação a nenhuma variável de ocupação nem de detectabilidade. Da mesma

forma, a anta apresentou somente uma relação fraca com a cobertura vegetal, e não podemos

chegar a resultados mais conclusivos a respeito da influência desta variável sobre a espécie.

Entretanto, diversos estudos mostram a associação da anta com habitats ripários (PADILLA &

DOWLER 1994, SALVADORet al. 2011), o que apoia a relação da espécie com maior cobertura

vegetal.

O tamanduá-bandeira obteve no PNSV a maior taxa de ocupação encontrada dentre todas as espécies avaliadas nas duas UC’s. Este fato já havia sido observado no Parque

Estadual Veredas do Peruaçu, no Cerrado do norte de Minas Gerais (FERREIRA et al.

submetido). A associação da espécie com áreas com alta incidência de fogo no PNSV deve

ser explicada pela disponibilidade de recursos alimentares. A ocorrência e a abundância do

tamanduá-bandeira estão diretamente ligadas a abundância de seus recursos alimentares, que

consiste principalmente de formigas e cupins (EISENBERG, 1989). Diversos estudos têm

mostrado que a ocorrência de fogo pode aumentar a abundância de formigas e cupins em savanas (N’Dri et al. 2011; ANDERSEN, 1991; ANDERSEN &MULLER, 2000). Além disso,

uma frequência alta da incidência de fogo deve ser responsável pela conversão de habitats

com vegetação mais densa em habitats com menos densidade de vegetação, o que pode

facilitar a locomoção e a percepção dos recursos alimentares (cupinzeiros e formigueiros)

pela espécie, dessa forma se tornando um ambiente mais atrativo para a espécie.

O veado-catingueiro apresentou uma taxa de ocupação razoavelmente alta no PNSV. A

(35)

onça-26 parda sequer foi registrada durante a amostragem, embora estudos anteriores e relatos

indiquem a presença da espécie na UC (FERREIRA et al. 2011, LESSAet al. 2008). A ausência

de registros do predador no PNSV pode ser reflexo de uma baixa densidade de sua população

local, refletindo em uma pressão menor sobre a população de presas na UC, refletindo em

um aumento de suas populações e consequentemente de sua distribuição, como relatado em

outros estudos (CROOKS &SOULÉ 1999). A cobertura vegetal foi o fator mais determinante

para a ocupação da espécie, que ocorreu preferencialmente em áreas com maior cobertura

vegetal. O veado-catingueiro tem ampla distribuição e ocorre em variados ambientes, desde

habitats campestres até habitats florestais, embora ocorra preferencialmente em áreas

savânicas e florestais em detrimento de áreas campestres (MARINHO-FILHO et al. 2002).

Destaca-se ainda que a espécie teve uma relação negativa com o uso de trilhas, o que pode

ser um comportamento para evitar o encontro com o predador. Ahumada et al. (2013) avaliou

a influência de diversos fatores ambientais sobre a ocupação da Mazama temana na Costa

Rica e observou que as taxas de ocupação da espécie aumentam em maiores alturas de dossel,

que provavelmente deve ter correlação com o índice de cobertura vegetal avaliado nesse

estudo, além de observar ainda um aumento desta taxa em altitudes maiores.

Houve uma variação importante do efeito da trilha sobre a detectabilidade entre as duas UC’s. O uso de trilhas por mamíferos de médio e grande porte é comumente relatado na

literatura e é justificado pela facilitação do deslocamento nessas áreas. No entanto são poucos

os estudos que avaliam o uso das trilhas pelo grupo (HARMSENet al. 2010; SRBECK-ARAÚJO

&CHIARELLO 2013,WEARN et al. 2013). Acreditamos que as características da vegetação

das áreas amostradas em cada UC justificam a variação encontrada. No PNSV, praticamente

(36)

27 heterogeneidade ambiental, com maior parcel de fitofisionomias savânicas e florestais.

Portanto, é provável que a maior complexidade da vegetação no PERP faça com que a

maioria dos mamíferos de médio e grande porte priorize trilhas para o deslocamento nesta

UC. Enquanto na área amostrada no PNSV, com predominância de vegetação mais baixa, o

deslocamento através da vegetação ocorre mais facilmente, minimizando a importância das

trilhas nesta região.

É esperado que espécies diferentes respondam de formas diferentes ao ambiente, como

resultado de um processo evolutivo que maximiza a eficiência da espécie na sua relação com

o meio e minimiza os efeitos negativos das relações interespecíficas. Para isso ocorrem

adaptações morfológicas (DAYANet al., 1992), comportamentais (BOYDSTONet al., 2003) e

ecológicas (SCHUETTEet al. 2013), que, consequentemente, modificam a relação das espécies

com o ambiente (FEDRIANIet al. 2000, KARANTH &SUNQUIST 1995,KITCHENet al. 1999,

OWEN-SMITH &MILLS 2008,SINCLAIRet al. 2003).

Entender a distribuição e o uso do habitat em comunidades silvestres é um grande

desafio para ecólogos. Nosso estudo mostrou que mesmo em áreas próximas e com paisagens

semelhantes populações diferentes de uma mesma espécie podem responder de formas

diferentes aos fatores ambientais locais. São vários os fatores que influenciam a ocupação

das espécies silvestres, e por muitas vezes é impossível controlar todos eles. Aqui, avaliamos

alguns dos fatores ambientais locais mais facilmente perceptíveis e encontramos importantes

relações de uso do habitat. O entendimento mais aprofundado da relação dos mamíferos com

os fatores que influenciam sua abundância tem importância prática na conservação, uma vez

(37)

28 favoráveis a um maior número de espécies são mais úteis e tem maiores chances de serem

bem-sucedidas.

Referências Bibliográficas

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37

Capítulo 2 - RIQUEZA E USO DO HABITAT POR MAMÍFEROS DE

MÉDIO E GRANDE PORTE EM DUAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

DA SERRA DO ESPINHAÇO

Resumo

O bioma Cerrado compreende uma elevada riqueza de mamíferos de médio e grande porte,

com grandes variações de massa corporal e ecologia entre as espécies. Diversos estudos têm

procurado entender os fatores que influenciam a riqueza e a distribuição de espécies. O nosso

objetivo foi avaliar a riqueza de espécies de mamíferos de médio e grande porte em duas

Unidades de Conservação de Proteção Integral localizadas na parte Meridional da Serra do

Espinhaço e entender os fatores que influenciam a riqueza e a taxa de registros. As

amostragens ocorreram nas estações secas dos anos de 2013 e 2014 no Parque Estadual do

Rio Preto (PERP) e Parque Nacional das Sempre-Vivas (PNSV), respectivamente. Foram

amostrados 49 pontos no PERP e 48 no PNSV. Estimamos a riqueza de espécies com

intervalo de confiança de 95% e construímos a curva do coletor para cada UC. Para avaliar

o uso do habitat obtivemos a riqueza de espécies em cada fitofisionomia de cada UC, em

duas faixas altitudinais no PERP, e a riqueza média por ponto no PNSV para correlacionar

com a densidade de focos de calor. Observamos que as duas UC’s compreendem uma

importante parcela da riqueza de espécies da Serra do Espinhaço (69,7%) e do Cerrado (54,8%) ainda que nem todas as espécies tenham sido registradas. Os ambientes de “mata” e “cerrado” compreendem uma maior riqueza de espécies em relação aos ambientes

campestres. Embora a em valores absolutos a riqueza espécies em cotas mais baixas de

altitudes no PERP tenha sido consideravelmente mais alta, esta diferença não foi

significativa, e, no PNSV, não houve uma relação entre a riqueza de espécies e a intensidade

(47)

38

Introdução

Entender os fatores que a influenciam a riqueza de espécies é um desafio constante para

ecólogos. A gama de recursos ofertados pelo ambiente, o grau de especialização das espécies

presentes aptas a utilizar os mais diversificados recursos e a capacidade das espécies

coexistirem com outras espécies que utilizam os mesmos recursos são essenciais para a

determinação da riqueza local de espécies (MACARTHUR 1972). Em geral, habitats mais

heterogêneos sustentam esses fatores mais determinantes. Tews et al. (2004) compilaram

pesquisas das últimas décadas e observaram que 85% dos estudos encontraram uma

correlação positiva entre a heterogeneidade ambiental e a riqueza de espécies para diversos

grupos da fauna. Uma parte desproporcional desses estudos, no entanto, se concentra em

respostas de aves a heterogeneidade (TEWS et al. 2004), mas essa correlação foi observada

também para mamíferos (SOUTHWELLet al. 1999; WILLIAMSet al. 2002). August (1983) por

sua vez, encontrou uma relação positiva entre a riqueza de mamíferos e a complexidade do

habitat, definida como variação vertical do habitat (quantidade de estratos da vegetação), mas

não encontrou essa correlação com a heterogeneidade do habitat, definida como variação

horizontal das fitofisionomias.

A heterogeneidade de habitats é também um fator importante para a coexistência de

espécies potencialmente competidoras e pode minimizar a extinção por competição

interespecífica, favorecendo, portanto, um incremento na riqueza local de espécies. Schuette

et al. (2013) observou no Vale do Rift, no Quênia, que espécies de carnívoros respondem de

formas distintas aos diferentes fatores ambientais e essas variações nas respostas devem

promover a diversidade local de carnívoros. Scognamillo et al. (2003) observaram na

Imagem

Figura 1 - Mapa da amostragem de mamíferos de médio e grande porte do Parque Estadual do Rio Preto (2013) e Parque  Nacional das Sempre-Vivas (2014) por armadilhas fotográficas
Tabela 1 - Descrição das covariáveis de ocupação e detectabilidade utilizadas nas análises dos dados
Tabela 2 - Registros de mamíferos de médio e grande porte no Parque Estadual do Rio Preto (2013) e Parque Nacional das  Sempre-Vivas (2014)
Figura 2 - Estimativas de ocupação das espécies com detectabilidade maior que 0.1 no PERP e no PNSV 0.370.210.060.060.130.19 0.740.260.160.150.140.080.040.030.020.000.100.200.300.400.500.600.70 0.80Cachorro-do-matoLobo-guaráCutiaTamanduá-bandeiraAntaVeado-
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