1
DISSERT AC AO
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CADEIRA DE PATHOLOOIA MEDlCA
TABES DORSALIS
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Tres
sobre cadauma
das cadeirasda Faculdade
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AI*I>1£SKN t'AlJA A
ruaimiK it vtniim mi RIO HE JWEIIIO
Em 26 de Setembro de 1&88
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P**r a n l e o l l n suatti*nLa<la rm 1 4 cl*1 D(7.(*mbro
I'J.L M
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DC JAN HI
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MONTHNROItO, I'UH NOVA do OuYllloi* IJ * 1(5 1888' J . VWEAv
FACDL 01 DE DE MEDIC 1 SA DO E 10 UE JANEIRO
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LURGCTuU Consclheiro In*. Rant9 d« Suhoia.
ViCE
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DIRF TOR Coiiselneiru Dr. Banin de s. Salv ilor de CamposSECKETAUIO l>r. Antonio do Mello Muni/ Main,
LENTE3 CATHEDEATICOS
Physica inedica.
(.Iiiimen mineiul , i&odicu o miiioni-
logla.
Botunica t* zaulngia medicas. Anntumm desciijdiva.
ilisi login tli^onca e pratirn
.
. Clihnica urg mica ** hhdnglca,
Phy'hdngja Uimrica eexpt'-rimental.
I'uiliulogiu geia)
.
. . . Anato iaeptiysioiogiu pfithologicas.
Pmhologiu nimlicn. Pntludogia rinirkrn.
Cons. I tar
.
ta 8.S.tlvadm*de I'umpo* Malaria mepacinImenre-
ileabraxiteit* tlmrnpera. utica, oa-Ohstetrinta.
Anal >inin oirnrgicii, tneilicitm opa-
ral
-
ria e apparelbus.Fygiune p liisturia da mediriua. PlmriUHCoh
-
gia e arte rio formular.Mudiciuu legal e LOXtrOlogiu*
CUnicn inmllca de adultos.
CJiuirn. cirurgica de nlnltos.
(tiinim ophtntmologica.
Cjini it
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bytotrka e gvnecoluginuClin, mod rn e einogicu dr rrinm;us Clm de nml i-ntnii as e r*yphil
-
ticaa. ClinIra psyrtmiutea. LKNTRS snwrm TOS SERVING* UB ADJCNTOS
Amitoniht descnplivu.
l)ra.
Joan Martins Trixeira
Augusts Fermira due Santos Jufto Jnajumi Pizam) .
Per
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fra CuimaraosAtiLoniu i imlnno
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ie Aimeid iDomingos Jose Frail*
Jtno it.ijiiislu Kossuth ViindJi
Jose Bellicin do Abreu
Gyprimiu de Suuzn Froltus
Joiio Inomisremi PeQiiulm da Silva
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Mfimsu de Carvalho lAmim-
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'iiiamin AnLonin d i Ruehu Faria Jnsf; Mariii ToiX'drii. . .Aguatinho .ln.se de Soti/a Mum CniwallMro Nnw> de Andrade..
Uniuingus de Almeida Martins Costa Cons, Jtarno do Submit...
Jouo da r.j s i a Lnmi e Castro. ,.,
liihirim Snares de fimivea ....
Krim M .iriidm da tinmu Coelhu Cun Ibin Bam*a llibciro
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Csrar Adolplm de italliArs Hibeiro•r
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Chiin mineral,medira e mmeralngia
Hotnnini e .oologin niedicas.
Ihsinlnghi t pHrira e jenllra.
Cliimiru o r j*micae hitilogira.
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lira e ex i enmen tillAfiiitnmuif* I'hysii-lngiii patludogiras Anntninia rimrgira
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rateiin enpparelhos,
M aieria tnedira «i llierapeuticft, es-
pecirtlmentr bmzlleira.
Fhiirmncidogiu o a te de I'ormular.
Mediritm li*gtil e toxiiologin. Hygiene e historia da merTirmn. Geuilllio Mat pies Mnnrehn
Ariiuir Fmnu des t -umpus Ala Paz Joiio Paulode ( iLt vnlhn
L.ui/ Kibeiro de Souza Fniiten
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Ernilio A i l l i m lid (dm da lmnsp-ra-
Henriqu" iai lisiau de Suu/ ri la prs - s >a «- n «
Fl'unrjsco lie 1'ftstio
Eilumdu AugllStn dfl Mene/e s Bernardo Alves Portorn, , -
Cirl'‘« Jiodri
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nes do Vaseonrollos. .Ei neuto de Freitas r i lssmmn .
Fraiirisro de Paula Vdilladnres. . Podro Severiano de MnguIliAes Domiiuos de f !o s e V srOn el1(i&
Angiist <i de Son/.a ItrarnJAo Lui/- lift Onsta Clmvo? de Fm i n
Jn;if|imn Xavier Pereirn da Cunlift
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•J i
No seculo actual
,
cm que acxpansao
daactividade
humanase
tcm manifestado dc modo
maravilhoso
em quasi todos os ramos de eonhccimcntos, nao seria permittido quca
sciencia medicasc
conser-
vasse
estacionaria diame dcsse caminhar accelerado das outras scien-
ces .
E com
cffeito,
ternapparccido
medicos degrande
talento,
cujosnomes nao poderiamos menciouur aqui
,
sem desvio do assumpto aque
nospropSraos . Somcnte
citareinos o nome do eelebre Duchenne (deBoulogne
), o qual,
alcm de outros titulos de gloria que con-
quistou no estudo da pathologia medica, c tambem considerado como o creador do typo clinico da molestia
,
de que nosoccupamos
:ataxia locomotora progressiva .
Remontando d
antiguid
&de
,nao
se encontra descripcao de mo-
lestia alguma
,
que possua os caracteres da especie morbida descripta por Duchenne*E
1 verdaJc quc ja Hippocrates servira-
se da palavra— ataxia — ,
mas para designar phenomenospathologicos
anormaes ;tabes dorsalis ja tinha sido
empregada
pclo tambem aexpressao
pai da
inedicina ,
mas para signiticar umgrupo
de accidentesprodu -
zidos pelo abuso dos prazeres venereos
,
taes como : aspermatorrhea
,o marasmo
.
a febre hectica.
Jtf desviada
,
de sua significacaoprimitiva
estaexpressao — tabes
dorsalis
— era
desde epoca remold empregada pelos medicos allemaespara
denominar as myellites em geral : oque ,
enirctanto,
jadevc
serconsiderado
como
approximacao domal
dcDuchenne .
*
xJ . YWWi - ,
4 1
Estis ideas assim confusas, atravessnram todas
essas
centenasde
an
nos echegaram
ateo
fim do seculo passado,
o que demonstra hema ignarancin ,
quehavia em
relacao as affcccocs damedula . O
eonherimento mah cxacto da pathologiamedullo -
espinhal 6 conquistadeste seculo.
Deixando
de parte o historico d;is outrasmyellites
* aqui somen -
Jtionaremos os factos prlncipaes
relativos
asclerose
atrophica doscordoes
posterSores,
colleccionados ate a cpoca emque
esta molestia
foi briliiantemente descripta por Duchcnnc (de Boulogne)
. Em 1827 ,
Ollivicr
dangers
cm sea tratado intituladoMaladies
dela motile epim
'ere
* relata algumas observacoes,
cm que sao apontados alguos symptomasda
sclerose espinhal posterior ; em i838,
Gruveilhierno
volume V de $
ua
anatomiapathologica
faz mencao desens principacs
symptomas; cm
iS _
p,
Bouiliaud exprime- se
do modo seguintc,
em
rclacao a esta molestia* cm um artigo publicado na « Ga\e(a dos Hospitals » ; « i]v a
desordres,
dcsequilibrationdes
raouvements, la
coordcnation est abolie »,Em i
85
r| , publicada
a monographia de Romberg*,
eontendou n i a dcscripcao
mats
perfeita d'estaentidade morbida
, a qual o pro-
fessor
Je Berlim denominou—
tabes dorsalis—
,resiringindo deste modo
a sigmficacaogenerica
que, conto jadissemos ,
tinha estaex -
pressao
m Allcmanha
. ApezarJe
toJos esses
dados referiJos,
oco
*nhecimenrn desta
myellite
ainda bao era complcto ; scusymptom a
fundamental nao tinha sido surprehendido*
Finalmente
Duchcnnc (deBoulogne) , observando, desde
rmiitotempo, em certos
individuoa ,
tidoscoma
paralyticos,
o poder decxccutur movimentos quando sc achavam Jeitados
,
concluio quenestes casos nao se tratava de
urm
paraplegia, mas sim de falta dc coordenacao« de movimentos.Depois dc
estuj&r cuidadosamente todasessas
pseudo-
paraple-
gias
,
notando em todas ellas uma symptomatology e marcha com-
mu
ns
, o illustre professor fez a descripcao magistral do novo typo clinico das molestiasespinhaes ,
que publicounos
*Archives deMedi -
cinal em 1858 e para a qual prop6z a
denominacao
detora progressiva,
Esta expressao, stgnificauva do
principal
symptoma damolestia
,foi accrta pela maioria dos medicos,
0
professorDuchcnnc
,bascundo - sc
nasexperiences
dc Flou-
4
ataxia
lomo -
\
! , VWVi 4
r 5
rens
,
acreditou que as lesoes anatomicas da ataxia locomotora pro* gressiva erao situadas no cerobello ; porem autopsia feita em urn tabetico,
revelando integridade deste orgao, desfez a illusao de Duchenne,
o qual depots julgou ser uma nevrose,
opiniao compar*tilhada por Trousseau ate 1865*
Os estudos posteriores vieram demonstrar que a ataxia csrava ligada as
alteracoes
dos cordoes posteriores da medulla, Ultima-mente
,
s&o numerosos os trabalhos publicados sobre o tabes dorsali,
por homens illustres na sciencia, como Charcot
,
Vulpian,
GrisollesTopinard, Fournier
,
Althaus,
etc etc.
:
y
SYN0 N 1 A
A ataxia
locomotora
progressiva tem recebido dos sabios grandenumero
dedenominacoes ,
dadas ora sob o ponto de vista clinico, ora
sob o ponto de vista anatomo
-
pathologico.
As principaes sao as seguintes: tabes dorsalis ou dorsualis (
Rom -
berg) ; ataxia locomotora progressiva (Ducheune) ; sclerose espinhal posterior (
Charcot
) ;paralysia
espinhal progressiva (Wunderlich) ; sclerose atrophica dos cordoes posieriores ( Leyden) ; mal de Du-
chenne (
Trousseau
) ; myello- phtysica
ataxica (Carrd) ; atrophia doscordoes
posteriores ; meningo-
iiiycHite chronicaposterior ,
etc*,
etc,Nenhuma d’estas expressoes caracterisa perfeitamente a molestiu de que tratamos : a propria denominacao
—
ataxia locomotoraprogres -
siva
—
alem denao
poder ser appiicada a todas asformas
damolestia ,
porque ,
algumasvezes ,
as desordens dc motilidadcse inidam
pelos membros superiores,
tem mais o defeito de so significar um periodo(medio) e de prenunciar uma progressao fatal da molestia, o que ds
vezes nao se
realisa*Tabes dorsalis em
sua
significacao restricta (phtysica, consumpcao
dorsal) so seria bem appiicada ao ultimo periodo da molestia, quando
o organismo inteiro, ja cm decadencia
, vai
consumindo-
sesob
opeso
de tao
longos
e crueis soffrimentos*E
alem disto este ultimoperiodo
alguma vez deixa de existir,A denominacao
—
sclerose espin ha! posterior—
tambem nao deveser
aceita, porque
envolve em sua significacao as lesdes dos cordoesde Goll e da zona radicular
posterior .
Ora
, segundo Pierret e outros, a lesao primitiva e necessnria da ataxia locomotora progressiva assesta-
sc nazona
radicularposterior
somente
, sendo
secundaria a lesao dos cordoes de Goll* Todasas
MAI / ViSv
8
outras denominacdes seriam facihneute
criticadas
;porcnn ,
comodisto nao resulta provcito aigum para nossa dissertacao, deixamos dc
o fazer
.
Empregaremos
indilferentemente no correr denosso
trabalho asexpressoes serem as
mais— tabes dorsalis, conhecidas e
aceitase ataxia. locomotora progressiva — por
Dcllnicfto
. —
Nao tipossivel definir -
se bemuma
molestiucomo
o tabes
dorsalis ,
que apresenta symptomas tao variados e incertos.
Damos
aqui
adefimcao
de Axenfeld pubiicada no + Diccionarto das sctendas medicas » com algnmamodificacao ,
porser
aquella que nosparece poder ser applicada a maior numero de casos
.
E1 a seguinte : * Ataxia locomotora progressiva e uma molestia chronica
, principalmente
caracterisada : sobo ponto de vista sympto-
matologico pela aboiicao da coordena
^
ao das movimentos volunta-
ries e paralysia apparent?
, contrastando
com aintegndade
das forcasmusculares, preeedidas Jc dores intensas e passageiras nos musculos, por
paralysia
dos nervos motoresdos
olhos, pela
anesthesia musculo-
cutanea
,
mais ou menos constante ; sobporno
de vista anatomo- pa -
thologlco por lesocs da zona radicular posterior da medulla espinhal
.
»i
i
NL . Whbt ,
ETIOLOGIA
Sc
; cm geral, o conhecimento daetiologiu
dequalquer
molestia e dc grande valorpara o sen
diagnostico etratameuto ,
cm relacao &ataxia locoinotora progressiva essa con.iicao assume uma
importancia capital
; porque e do cmprego de uma medicacuo racional dirigid.icontra seu clemento etiologico, que nestes ultimos tempos
conseguido salvar alguns tabeticos da triste sentenca que
Romberg
proferira contra estes infeli/es : «Lesperance
ne luitpour aucun
de ces malades.
»Infelizmentc
porem ,
estc assumpto dagenese
do tabes dorsalis,
que revestc-
sc de tnmanho valor pratico, ainda
contem alguns pontosduvidosos*
Admitte
-
se o tabesdorsalis
primitivo e sccundario: sendo
estcproduzido pela
propagacao a zona
radicular posterior da medulla,
delesoes existentes
cm
sua visinhanca, taes coino : o mill dc Pott, trau-
matismo na medulla
,
etc.
, e aquelle tendosua
origem na propriame
*dulla espinhal. A esta forma primiliva do tabes dorsalis rdere
-
se anossa dissertaf 5o
1cuja ctiologia multipla passamos a ex
pur.
se tcin
SYPHILIS
Da leirura Je varios trabalhos sobre este assumpto
,
deprehende-
selogo que muitos auctores attribuem a
syphilis
uma uccaoimportantc
na genese do tabes dorsalis ; e para o provarem apresen cam
estatis-
ticas
,
que muito fortaleccm as stias opinioes.
Estabelecendo a proporfilo, fundada nos dados estatisticos,
que
8. 2
l
I
7
10
consul
tamos, achamos osnumeros
segui rites de anteccdentcssyphili -
ticos
por cem
tabeticos: Vulpiam *.
,Quinquand
Fournier.
•Althaus
* * .Erb
Strumpell
*1oo ° j o
IOO
° /
0M I °
/
ogo
%
Cn *
1
»fit °
/
oApezar da
eloquenda defies numeros
e daautoridade daquclles que os
apresentam, outrospnthologistas hcsitam
cm nceitar csta opt-
niao e ate combatem
-
na. Ja Duchcrme (de Boulogne),
o primeiro qucassignalou a existcncia da syphilis nos tabeticos, fa
Hava com rcserva
sobre sua
influencia
,porquc
, diz cl!e, vio o iratamento cspecifico, °
qua! elk chamava « pcdra Je toque » n.Io
proJuzh
* effeito.
Eisenmanne
Topinard observaram quc
, J JS docntes JJ tabes dorsalis a seu cui-
dadoT em poucos
figurava a syphilis.
Oillustrado
professor de pa-
thologia
medica
dafaculdadc
de medicina doRio
deJaneiro , Sr
.Dr .
Pecanlia da Silva, n:lo via grande valor a accao da syphilis como causa desta molestia ; porque, diz elle, ciure nos os casos de ataxia locomotoraprogressiva sao
raros relaiivamente afrequencia
da sy-
philis .
Se poderia tambem perguntar: porv]i.ie otibos dorsalis e raro na mulher
,
a quern asyphilis nao
respeita ?Mas, seja como
for
: o certo e quc as estatisticasconstituem
um argumento de grande valor em favor da inlluencia dasyphilis
na pro-
duccao da ataxia locomotora progressiva, a qu tl desenvolvc
-
sc ordi-
narinmenre M a t e unnos depots da inleccao
.
Strumpell nota que ordinuriamcnie
casos
dcsyphilis , que
se diz benign,t.
Esta circumstancia, que tern scu valor para a
pratica , cxplica -
scpeln
pouca
importancia que se liga aessas
manifestacoes ligeiras, empregando-
se um iratamento insullieientc.
tabes dorsalis succede aos
I DADE
« Rare dans
Pen
fence, la puberte et vie Hesse cctte mala die, diz Topinard, est Hapanage dcs adultes.
»i
'
j. - aMi
f
IIPara AItha
us
a ataxia locomotors progressiva erara
antes dos 3o annosde idade
do ho mem, raradepois
dos 60 efrequente depois
dos 40 armos
.
Com elfeito*,
as observacoes
f dediversos
clinicos temdemonstrado
que o maximum dc frequencia doapparecimento
Jotabes
dorsalis eno periodo da vida* que medea clitre os 3o e 40 an
nos .
Entretanto,
ha cusos de sen
dcsenvolvimento cm
outras i Jades,Assiro
, Friedcrich cita
trescasos
d'esta molestiacm
jovens Je 1S,
16 c 18
annos
;Leyden
faz mcncuo de uni tubetieo de 14 annus dc idadc ; Bou chut naGazette
des hnpilciux Je 1^
74 refere o a.ppared
*memo
d'estamolestia cm
urnpequeno criado
dc 1 t annos c cm uma joven dc 14.
Quanto ao outro extremo da viJa
,
um caso e mcncionado por Duchamp o qualrefere -
se ao dcsenvolvimento Jo tabes dorsalis cm umhomem
de 80annos
Je idadc.
Esta
frequencia da ataxia locomotora ncstaidade
dos 3o aos 40annos e
,
segundo pensamos, muis uma circunistancui, que vcm depSr cmfavor dos
queadmit
tem aaccao
da syphiliscomo causa
d’esta mo-
lestia ; porquanto
,
cordinal iamente
por estaepoca
da vida que asy -
philis
,
cuja mfcccfio tem lugarordirmriamente
na mocidade,
ja se achacm periodo icrciario
,
phase cm queos
orgdos inrernos,como sabemos,
sollVem Je prefercncia ainllucncia perniciosa
Jesta diathesc.
1 IEREDITERIDADE
Muitos a utores
,
entre osquaes
Grisollc,
Topinard,
Carre,
Lcvdene outros dao a
licrediteridade
grande importuncm na produccao d'esta aifcccaoj* ,Charcot,
com
sua conhecida autoridade,
susccnta que a heredi-
tcridade e causa
primeira,
figurando tolas as outras apenas como coudjuvantes. Vulpian
divide alicrediteridadc
d’esta nevropathiaem
directa e mdjrcctu.
Na hcreditcrkladc directa o tabctico tern asccndentes ou irmaos
,
nu
hereJitcridude
indirecta,
o tabcticosoffrernm
ou solirem Je outras mo-
que soffreram do mesmo mal ;
conta asccndentes ou irmaos que
lestias do systema
nervoso
, omo paralyses,
nevroscs,
etc.
J . Ferry collcccionou observacucs de di versos autores
,
que provam• mm *
12
1
ctarameme
ainfluencta
dahcrediteridade ,
tamodirects,
como indi-
rect;!*
Duchenne refere ter visto irmaos ataxicos ;
Ferry
na obscr-
vaato
VII
Je seu tnibalho, tirada
dc Carre, refere
a exhtcncia de t8 tabencos cm L i m a fain ilia ; na observacao IX do mesoioque o pae do
tabetico suiciJAn - se
e ttvera 2fllhos
que sofTreram de accidenres nervosos, Estas e outras irmitas observacoes neste sentido pareeem demonstrar a existencia de urn luco que prende todaseffeccDes
;principalrnente , quando sabemos que a tcansmissao
das mo-
lestias nervosas, sc fa/
sob formas
viriaveis. Verdaie
ti que ha mottoscasos
cm que a herediteridade quer directa ou inJirecta
nao pb_
le scrimputada
; porem., em vista do queaeubinnos de
Jizer sobre sua influ-
ence
c tratando-
se de limamolestia ,
cuja etiologiaainda
naoesti
elu-
ciJada,
edevernosso
indagar cscrupulosamentc Jotabetico
denies de
mi familia .
aucor consta
'i
os
prcce -
RIIEuMATISMO
Segundo
Dujlrdin-
Beaumetz* a existeneia destadiathese
c quasistrapre observ eda no anteceieme Jos tabeticos* Das raolcstius qtic contain myllites
chronkas
nonumero
desuas
mamfestacoes,
o rlieu-
tu uismo d collocado
em
uni Jos primeiros lugares porJaccoud
*Ferry a presen ta
observaeoes que
TOos
tram a inllucncia do rlieu-
matismo no desenvolvimcnto do tabes dorsalis*
ET admitlido
nestes cisos que o arthritismo seju afontc
dc onde proce Eem rodasessae
manifestjeoes. E comeffeito
,sen
do consideradacssa dtathese
,
como Bazin, entao urn carnpo nosologico immenso scabre diantc dc
nos .
O
arthritismo scmanifesto
sobformas diversas
evariadas,
taescomo: arthrites multiples
ag
&das,
dures rheumatoides, asthma,
dys-
pepsia, dermatoses diversas ; porque entao nao podcria se revelar pda
myellile chronica da zona radicular posterior da medulla
? Naopodemos
aquidiscutir
atheoria
doarthritismo :
56meate diremos,
queparece
accilavd a rclacuo entre 0 tabes dorsalis e o rheumarismo, ba-
seando - se
nrata theoriaE como algumas
vezes estadiathese
d igno-
rada
, quern
sabc sc o numero dc ataxia locomotoru progressiva desen-
volvida em terreno arthritico
nao
seja maior Jo quese
suppOc ?j
,
13
Uma
outrahypo these
podeser
admittida paracxplicar
afiliacao cmrc
cubes dorsalise
o rheumatismo.
Como sabemos
,
todo systems sero-
fibroso pode ser accommettido pelo rheumatismo,
c as tunicasserosas
e fibrosas da medulla espinlial nao sao exceptuadas ; ellas estao sujeitasaos insultos Jo rheumatismo, Jomesmo
modo que osinvolucros
das articulacSes,
Jocoracao
c Jo cerebro** r
t
Ora,
as lesbes das meningcas podem-
sepropagar
& zona radicularposterior e produzir o tabes dorsalis
.
EXCESSO DA I
'UNCCAO DOS ORGAOS GENITAES
Os autores
considcranJo
amiluencia
doexcesso
docoito, princi -
palmentc Jo coito cm pe c Jo vicio do onanismo
, no
Jesenvolvimento das mycllitesclironicas , admittemr
por isso, que
afrequencia
J’estesactos produza tambem a sclerose da
zona
radicular posterior dame -
dulla
.
Ferryrefere
utnaobservacao
de Duchcnne deuma
jovenataxica
a quul entregava
-
se desenfreadamente ao onanismo.
Topinard fallade cinco tabeticos observados por Eisenmann
,
nos quaes so o abuso dos prazeres venereos podiam ser incritninados cotno causa.
Os
excessos venereos ,
a nosso ver,
podcrao actuarcomo causa
predisponenle* masnao
determmante ; porque entiio onumero
dos tabeticos scria muitomaior
*So
longas esiatisticus poderiam confirmar o valor Jestacausa ,
porem cstas szio difficeis de ser organisadas ; porquanto
,
os doentesrecusant sempre Jizcr
a
verdade sobre a pratica d’estes actos.
FRIO
Althaus acredita que as pessoas expostas ao frio humido sao mais sujeitasao tabes
dorsalis
,Julgamos
o frio umacausa
coadjuvamc depouca
importand a.
EMOC 0 ES MORAES . FEZARES
Vulpian e
quasi
todos os autores considcramos
pezares violentos, emocoes
tristes edeprimentes ,
como causa dotabes
dorsalis cm certnsCasos
.
L
14
Duchenne
(dcBoulogne
)faz
notarque depois
de Lima rcvolucao social epolitica
o numero dos tabeticos augmenta.
FAIJIGAS
As fndigas exccssivas, as marchas foreaJas sao considcradas cotno
causa
occasional da affeccao que nos occupa.
Liamberg ussiguula prin -
cipalmente a posicao curvaJa pr
>rmuito
tempo.
1
AIXOOUSMO CHKONICO
Alguns autores mencionam a influencia do
alcoolismo
chronicono desenvolvioicnto
d'esca molestia .
Ferrvm coltecionoa cinco obscr-
vacocs
,
cmque
estainHuencia podia
serinvocadu ,
conio causa pro-
ductora d
’
esta alTeccao.
SEXO
Duchenne
,
Trousseau,
Dujardin-
Beaumet/,
Garre, Romberg couiros sao
unanimes
cm affirmarque
os homens sao mais sujeitos a ataxia locomotoraprogressiva
do que as mulheres.
Topinard reunioi 1 4 observacoes
,
fornecidas por outros autores,
nas quaes huvta 33 mulheres cSi
homens. Althaus refere que
cm 3qcasos
de tabes dor-
salis so observou um
caso
no sexo feminino.
Esta
predisposleao ,
observada no sexo mnsculinopara
contrahiresta
molestia
parece creada pelogenero
dos trabalhos mais rudes, a que os homens sc entregam,pda exigencia
da divida, que os expdeyos resfriamentos
,
aos cxcessos, as fadigas, etc.
SUITRESSAo DO SUOR
Alguns autores acreditarn que a
suppressao
brusca do suor,
prin-
cipalmente do suor dos