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1 INTRODUÇÃO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP): EIXOS FILOSÓFICOS... 6

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1 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 3

2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ... 4

3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP): EIXOS FILOSÓFICOS ... 6

4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA ... 8

5 EIXOS FUNDAMENTAIS DO PPP ... 11

6 VISÃO DE SER HUMANO ... 14

7 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA ... 16

8 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ... 17

9 ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR PARA A CONSTRUÇÃO DO PPP ... 18

9.1 Algumas estratégias para a mobilização da comunidade escolar: ... 20

9.2 Elaboração do PPP ... 21

9.3 Definição de um marco referencial orientador do PPP ... 22

9.4 Marco referencial do PPP ... 24

10 ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO OU CONHECENDO A REALIDADE DA ESCOLA 25 10.1 Sugestões de dimensões e indicadores para análise da realidade escolar ... 29

10.2 Elaboração de um plano de ação ... 30

10.3 Plano de ação ... 30

11 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O REAL E O FORMAL ... 31

11.1 É obrigatório as escolas terem um PPP? ... 34

12 DIAGNÓSTICO COM BASE NOS INDICADORES EDUCACIONAIS DA ESCOLA 35 12.1 Missão, visão, princípios e valores da escola ... 36

12.2 Fundamentação teórica e bases legais ... 37

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2 13 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS OU CURRICULARES NA EDUCAÇÃO INFANTIL 39

14 PPP NA EDUCAÇÃO INFANTIL... 44

15 CONSIDERAÇOES FINAIS ... 46

16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ... 48

17BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ... 51

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3 1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.

Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso.

A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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4 2 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Fonte: notícias.matheussolucoes.com

O Projeto Político Pedagógico é antes de tudo a expressão de autonomia da escola no sentido de formular e executar sua proposta de trabalho. É um documento juridicamente reconhecido, que norteia e encaminha as atividades desenvolvidas no espaço escolar e tem como objetivo central identificar e solucionar problemas que interferem no processo ensino aprendizagem. Esse projeto está voltado diretamente para o que a escola tem de mais importante “o educando” e para aquilo que os educandos e toda a comunidade esperam da escola – uma boa aprendizagem.

O Projeto Político Pedagógico é um caminho traçado coletivamente, o qual se deseja enveredar para alcançar um determinado objetivo. Deste modo, ele deve existir antes de tudo porque define-se como ação que é anteriormente pensada, idealizada.

É tudo aquilo que se quer em torno de perspectiva educacional: a melhoria da qualidade do ensino através de reestruturação da proposta curricular da escola, de ações efetivas que priorize a qualificação profissional do educador, do compromisso em oportunizar ao educando um ensino voltado para o exercício da cidadania, etc. É através de sua existência que a escola registra sua história, pois é conhecido como

“um conjunto de diretrizes e estratégias que expressam e orientam a prática político- pedagógica de uma escola”.

É um processo inacabado, portanto contínuo, que vai se construindo ao longo do percurso de cada instituição de ensino. O projeto se dá de forma coletiva, onde

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5 todos os personagens direta ou indiretamente, pais, professores, alunos, funcionários, corpo técnico-administrativo são responsáveis pelo seu êxito. Assim, sua eficiência depende, em parte, do compromisso dos envolvidos em executá-lo.

Veiga (2001), define o Projeto Político Pedagógico assim: Etimologicamente o termo projeto - projetare – significa prever, antecipar, projetar o futuro, lançar-se para frente. A partir desse entendimento, construímos um projeto quando temos uma demanda para tal, quando temos um problema. Assim, falar de projeto é pensar na utopia não como o lugar do impossível, mas como o possível de ser realizado e não apenas do imaginário e desmedido como apresenta inicialmente. O desejo de mudança, a possibilidade real de existir, de:

É um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por quem para chegar a que resultados. Além disso, explicita uma filosofia e harmoniza as diretrizes da educação nacional com a realidade da escola, traduzindo sua autonomia e definindo seu compromisso com a clientela. É a valorização da identidade da escola e um chamamento à responsabilidade dos agentes com as racionalidades interna e externa. Esta ideia implica a necessidade de uma relação contratual, isto é, o projeto deve ser aceito por todos os envolvidos, daí a importância de que seja elaborado participativa e democraticamente. (NEVES 1995, apud GONÇALVES, 2014, p.6142)

O projeto é político por estar introjetado num espaço de sucessivas discussões e decisões, pois o exercício de nossas ações está sempre permeado de relações que envolvem debates, sugestões, opiniões, sejam elas contra ou a favor. A participação de todos os envolvidos no Projeto Político Pedagógico da escola, as resistências, os conflitos, as divergências são atos extremamente políticos. Logo, se concorda com Aristóteles, quando afirma que “todo ato humano é um ato político”.

O projeto é pedagógico por implicar em situações específicas do campo educacional, por tratar de questões referentes à prática docente, do ensino aprendizagem, da atuação e participação dos pais nesse contexto educativo, enfim, de todas as ações que expressam o compromisso com a melhoria da qualidade do ensino.

A dimensão política, a forma social é a forma coletiva, na qual alunos, professores, supervisores, orientadores, funcionários e responsáveis por alunos discutem o Projeto Político Pedagógico. Todos planejamos nosso dia-a-dia, sistematicamente ou não. É através das discussões e das necessidades individuais, tornadas coletivas, que o Projeto Político Pedagógico passa a ser desenhado na

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6 cabeça das pessoas. Ao referir-se a essas dimensões política e pedagógica do Projeto, encontramos em Marques apud Silva (2000), apoio, quando expressa: O projeto político pedagógico tem um caráter dinâmico e não acontece porque assim desejam os administradores, mas porque nos preocupamos com o destino das nossas crianças, da escola e da sociedade e ansiamos por mudanças.

3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP): EIXOS FILOSÓFICOS

O Projeto Político- Pedagógico (PPP) aborda, em sua essência, a identidade da escola; tem como finalidade dar o encaminhamento político e pedagógico da instituição escolar durante todo o ano letivo. Seu foco é a sistematização de toda a ação educativa, por isso esse processo é contínuo, nunca definitivo, se aperfeiçoando e consolidando durante a caminhada pedagógica e política. O PPP não é uma solução mágica para o encaminhamento das questões da organicidade escolar, mas sim, um instrumento de auxílio na resolução dos problemas que surgem ao decorrer do ano letivo. Por esses aspectos, salienta-se a importância desse instrumento enquanto um norte para a instituição escolar, pois considera os resultados que acontecem na dinâmica de compromissos partilhados por todos os sujeitos escolares, ou seja, diante daquilo que foi proposto coletivamente na construção do documento. Nesse estudo recortaram-se os aspectos que identificam o Projeto Político Pedagógico no âmbito da instituição pública.

3.1 Definições e Características do PPP

No que diz respeito ao seu léxico, o Projeto Político- Pedagógico pode ser nomeado de várias maneiras. Vasconcellos (2008) elenca, ao longo de seus estudos sobre o PPP, os seguintes nomes: “proposta pedagógica, projeto educacional, projeto de estabelecimento, plano diretor, projeto de escola”. Este estudo, no entanto, se deterá a utilizar a denominação Projeto Político- Pedagógico, por entender-se que esta favorece uma visão mais abrangente, atual e comprometida desta estratégia curricular. Considerando a nomenclatura Projeto Político- Pedagógico, observa-se que se faz necessário compreender o conceito de cada uma das palavras que a compõem para aprofundarmos seu significado e, assim, tentarmos conhecê-la na

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7 íntegra. A palavra projeto será aqui entendida, segundo a definição de Bueno (1996, p.532), como um “plano; intento; empreendimento; redação provisória de lei; esboço;

plano geral de edificação”. Segundo Veiga (1995), o projeto procura definir o que se pretende fazer, visando uma intencionalidade, a busca por um caminho pelo qual a escola possa 12 percorrer, expondo uma construção coletiva onde todos os sujeitos escolares têm o compromisso orgânico de efetivar as proposições do projeto. O PPP não se resume em mais uma atividade burocrática que a escola realiza para cumprir atos subordinados de entes superiores (Secretarias de Educação, Polos de Ensino, Universidades, Programas de Governos e outros). Contrariamente a isso, o PPP proporciona uma direção e uma instrumentalidade à rotina escolar, não apenas no momento de sua concepção (criação), mas enquanto instrumento dinâmico para a realização das atividades nucleares da escola. As dimensões política e pedagógica do PPP, ainda que possuam particular significação, não podem ser dissociadas. Na concepção mais estrita do PPP, devemos entender que o ato pedagógico é eminentemente político, assim como há uma fundamental força pedagógica no ato político. Vejamos:

[...] todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. [...] na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA 1995, apud CORRÊA, 2014, p.12)

Essas duas dimensões organizam dois principais aspectos do trabalho pedagógico: o primeiro, um sentido total que caracteriza o conjunto das atividades institucionais e o segundo, um sentido mais específico focalizado no desenvolvimento da prática pedagógica em sala de aula, nos corredores, na sala de refeição e na quadra, por exemplo. Nessa perspectiva, o Projeto Político- Pedagógico na instituição pública ressalta a autonomia da escola, refletindo a identidade da unidade de ensino e valorizando-a como um espaço coletivo e de corresponsabilidades. Assim como toda a sociedade está em constante transformação, uma das importantes características do PPP é a dinamicidade. O PPP é vivo. Desta forma, deve ser

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8 realimentado constantemente, tal como a escola se modifica, e, como já enunciado, o PPP procura ressaltar a identidade da instituição escolar.

Como descrito anteriormente, a construção de um Projeto Político Pedagógico deve, acima de tudo, ser uma produção coletiva e participativa onde todos os sujeitos envolvidos no processo terão corresponsabilidades na efetivação do que nele estiver proposto. Os sujeitos devem se “ver” no PPP, pois esse instrumento orientará toda a ação escolar que já foi determinada e construída a partir de pressupostos dos sujeitos escolares (gestor interno e externo, professores, funcionários, pais e comunidade).

Consideramos assim, que a própria escola e os indivíduos que a compõem são capazes de perceber e refletir sua realidade, confirmando esse pensamento Freitas (1991) salienta:

As novas formas têm que ser pensadas em um contexto de luta, de correlações de força – às vezes favoráveis, às vezes desfavoráveis. Terão que nascer no próprio chão da escola, com apoio dos professores e pesquisadores. Não poderão ser inventadas por alguém, longe da escola e da luta da escola (FREITAS, 1991, apud VEIGA, 2004, p.16).

Entende-se a necessidade desse instrumento viabilizar uma construção de corresponsabilidades, pois um dos papéis do PPP é o compromisso com a práxis escolar, denunciando os possíveis desvios e autoritarismos, assim como os frutos políticos e regulamentadores das incoerências resultantes de uma sociedade hegemonicamente capitalista. A construção de um Projeto Político- Pedagógico, além da necessidade de uma participação corresponsável (em sentido de organicidade), requer em todo o tempo uma sólida elaboração. Dessa organicidade e corresponsabilidade demandarão os princípios que fundamentarão o trabalho pedagógico da escola.

4 A IMPORTÂNCIA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA ESCOLA

A construção do Projeto Político Pedagógico surge a partir da necessidade de organizar e planejar a vida escolar, quando o improviso, as ações espontâneas e casuais acabam por desperdiçar tempo e recursos, os quais já são irrisórios. Sendo o Projeto Político Pedagógico a marca original da escola, ele pode propor oferta de uma educação de qualidade, definindo ou aprimorando seu modelo de avaliação levando em consideração os principais problemas que interferem no bom desempenho dos

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9 alunos; estabelecer e aperfeiçoar o currículo voltado para o contexto sociocultural dos educandos; apontar metas de trabalho referentes à situação pedagógica, principalmente no que se refere às experiências com metodologias criativas e alternativas. Em função disso, é que se considera importante estruturar os princípios que norteiam as práticas educacionais.

O projeto deve ser construído tendo por base tarefas simples, passíveis de serem executadas no dia a dia da escola. Mas ele não dispensa o planejamento cuidadoso, a imaginação criadora e o espírito de equipe.

O projeto pedagógico não é uma peça burocrática e sim um instrumento de gestão e de compromisso político pedagógico coletivo. Não é feito para ser mandado para alguém ou algum setor, mas sim para ser usado como referência para as lutas da escola. É u m resumo d as condições e funcionamento da escola e ao mesmo tempo um diagnóstico seguido de compromissos aceitos e firmados pela escola consigo mesma

(FREITAS, 2004, apud SACRAMENTO, 2016, p. 13)

Entretanto, o mais importante para a escola, não é apenas construir um Projeto Político Pedagógico, mas o fazer educativo, a sua aplicabilidade. Não se realiza o Projeto Político Pedagógico somente porque os órgãos superiores o solicitam à escola. Esse processo exige ruptura, continuidade, sequência, interligação, do antes, do durante e do depois, é um avançar continuado. São mudanças que muitas vezes não são bem aceitas pela comunidade escolar, porque dá ideia de mais trabalho, mais tempo, mais custos, daí o porquê da resistência de alguns. Referindo-se a essa ideia, exprime Gadotti e Demo (1998), comenta que o Projeto Político Pedagógico é como um farol de mudanças, pois define pontos importantes para a educação básica como

“A instrumentalização pública mais efetiva da cidadania e da mudança qualitativa na sociedade e na economia”. Para ele, esses aspectos são primordiais no sentido de oportunizar a formação do sujeito competente e viabilizar uma educação centrada na construção da qualidade, considerando que a escola é um espaço adequado onde se processa a capacidade de manejar e produzir conhecimento, pois dela se espera construir o conhecimento, em vez de apenas reproduzir.

O Projeto Político Pedagógico é um meio eficaz para a superação da ação fragmentada tanto na educação quanto na escola, motivando e reanimando o ânimo de toda a comunidade escolar, onde cada um tenha o sentido da pertença, sentindo- se corresponsáveis pelo crescimento e pela melhoria do ensino. O compromisso do professor é grande, podendo contribuir para que a escola seja um lugar de

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10 crescimento e humanização. Assim, é importante primar pela sua atualização constante, buscando referências e apoios didáticos que servirão de subsídios para inovar sua prática docente; trabalhar coletivamente, priorizar espaço onde possa vivenciar e fazer troca de experiências, revisando sempre sua formação.

Ao elaborar e executar o seu PPP a escola deverá destacar:

• Os fins e objetivos do trabalho pedagógico, buscando a garantia da igualdade de tratamento, do respeito às diferenças, da qualidade do atendimento e da liberdade de expressão;

• A concepção de criança, jovens e adultos, seu desenvolvimento e aprendizagem;

• As características da população a ser atendida e da comunidade na qual se insere;

• O regime de funcionamento;

• A descrição do espaço físico, das instalações e dos equipamentos;

• A relação de profissionais, especificando cargos, funções, habilitação e níveis de formação;

• Os parâmetros de organização de grupos e relação professor/ aluno;

• A organização do cotidiano de trabalho com as crianças, jovens e adultos;

• A proposta de articulação da escola com a família e a comunidade;

• O processo de avaliação, explicitando suas práticas, instrumentos e registros;

• O processo de planejamento geral.

• Trazer anexos como: a Matriz Curricular vigente e Projetos Especiais a serem desenvolvidos.

O PPP e o Regimento Escolar das unidades escolares deverão estar:

• Consonantes com as leis vigentes (Lei 9394/96; 11.274/06; Estatuto da Criança e do Adolescente, Resoluções do CME 002/98; 03/99 e 06/99;

Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil, para o Ensino Fundamental de Nove Anos, a Educação de Jovens e Adultos - EJA, Diretrizes Municipais para a Inclusão da História e Cultura Afro Brasileira e Africana no Sistema Municipal de Ensino de Salvador, Lei 10639/03 e as Diretrizes Municipais do Meio Ambiente.

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• Disponíveis para a comunidade escolar, as autoridades competentes e para os pais dos alunos interessados em conhecer os documentos.

5 EIXOS FUNDAMENTAIS DO PPP

Classicamente, utilizam-se os estudos de Vasconcellos (2008) para fundamentar os elementos responsáveis para a orientação dos estágios de composição de um PPP, a saber: Marco Referencial, sendo esse composto por outros três – Marco Situacional, Filosófico e o Operativo – o Marco Diagnóstico e a Programação. Neste estudo, no entanto, será denominado “corpo” enquanto estratégia de articulação do PPP e, objetivamente, para a compreensão do que seja

“eixo fundamental”. Denomina-se “corpo” por compreender sua ideia a uma totalidade em si que constituirá outra realidade total, ou seja, são integrais em si, portanto, não considerada numa composição executada por “etapas” para o entendimento político reflexivo do termo e da ação que de si depreende. Sendo assim, o movimento deste processo de construção do PPP se constituirá em um corpo situacional, um corpo conceitual e um corpo operacional. A função do corpo situacional é apreender o movimento interno da escola, conhecer seus conflitos e contradições, fazer seu

“diagnóstico” e definir onde é prioritário agir, uma verdadeira Análise de Conjuntura.

[...] uma mistura de conhecimento e descoberta, é uma leitura especial da realidade e que se faz sempre em função de alguma necessidade ou interesse. Nesse sentido não há análise de conjuntura neutra, desinteressada: ela pode ser objetiva, mas estará sempre relacionada a uma determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos. (SOUZA,1987, apud, CORRÊA, 2014, p.16).

A Análise de Conjuntura se utiliza de algumas ferramentas para sua efetiva execução e aborda em sua prática os acontecimentos, os cenários, os atores, as relações de força e a articulação entre “estrutura” e “conjuntura”. Salienta-se a importância da Análise de Conjuntura no processo de construção do PPP, pois como afirma Souza (1987, p.17) “é uma análise interessada 17 em produzir um tipo de intervenção na política; é um elemento fundamental na organização da política, na definição das estratégias e táticas das diversas forças sociais em luta”. Por se tratar de um elemento impulsionador de lutas sociais, com a capacidade de amenizar as imposições de uma sociedade capitalista, acredita-se ser necessário entender melhor

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12 a constituição de uma Análise de Conjuntura, apreendendo seus elementos, para a busca de uma construção do PPP que almeja realmente uma sociedade mais justa e menos desigual, podendo a educação ser um dos fatores primordiais na busca dessa transformação. a) Acontecimentos: antes da compreensão sobre o que se trata os acontecimentos em uma Análise de Conjuntura, faz-se necessário apreender o seu significado, Souza (1987, p. 10) define acontecimento como “aqueles que adquirem um sentido especial para um país, uma classe social, um grupo social ou uma pessoa”.

Esse elemento torna-se importante na análise, pois as investigações dos acontecimentos revelam situações da sociedade, de um grupo ou classe social, ocorrências essas que podem afetar a vida social. Alguns exemplos podem ser considerados como: greves gerais, eleições presidenciais, guerras, catástrofes naturais. b) Cenários: os espaços onde ocorrem os acontecimentos sociais, políticos e econômicos, podem ser considerados cenários. Cada cenário possui sua particularidade, um exemplo dessa singularidade é descrito por Souza (1987, p. 11)

“Quando o governo consegue deslocar a luta das praças para os gabinetes já está de alguma forma deslocando as forças em conflito para um campo onde seu poder é maior”. Por isso a necessidade da investigação e reflexão dos cenários de luta e as diferentes características de cada um. c) Atores: Souza (1987, p.12) define ator como

“alguém que representa, que encarna um papel dentro de um enredo, de uma trama de relações. Um indivíduo é um ator social quando ele apresenta algo para a sociedade, encarna uma ideia, uma reivindicação, um projeto [...]”. Porém, ator neste contexto não é considerado apenas um indivíduo, pode ser também grupos sociais, instituições, sindicato, partidos políticos, igreja, meios de comunicação, entre outros.

d) Relação de forças: os atores sociais mencionados acima (indivíduo, classe social, meios de comunicação, partidos políticos) estão em constante relação um com o outro, podendo essa relação ser de conflito, coexistência ou cooperação. A análise de tais forças demonstra relações de autoridade, paridade ou submissão. Muitas vezes as relações de forças não são medidas só por quantidades, podem existir casos onde a verificação será mais abstrata, como por exemplo, ao se analisar a força de um movimento social. Outro fator importante sobre a relação de forças, é que os dados verificados estão em constantes mudanças, não sendo assim imutáveis. e) Articulação entre “estrutura” e “conjuntura”: todos os elementos de uma conjuntura elencados acima, não surgem do nada, pelo contrário, eles possuem relação com a história, com

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13 o momento pelo qual a sociedade está passando, influenciados por aspectos sociais, econômicos e políticos. Devido a isso se faz necessário um olhar mais atento a toda conjuntura, pois por de trás de todo acontecimento, movimento, contradições haverá sempre um pano de fundo, no qual muitas vezes não está evidente. Pensa-se que a construção de um PPP deve sim gerar mudanças, rompendo com imposições autoritárias, compreendendo o real sentido dos acontecimentos para efetivar um trabalho pedagógico gerador de transformações, onde todos os sujeitos escolares terão essa corresponsabilidade. No corpo conceitual (que constitui dois dos objetos do presente estudo), a escola discute a concepção de sociedade, ser humano, educação e a função social da escola visando um esforço teleológico que definirá as prioridades em que deve ser constituída a práxis escolar. Segundo Veiga (1998, p.25) o ato conceitual,

Diz respeito à concepção ou visão de sociedade, homem, educação, escola, currículo, ensino e aprendizagem. Diante da realidade situada, retratada, constatada e documentada. […] neste momento conceitual, devem também ser considerados os eixos norteadores do projeto. (VEIGA 1998, apud CORRÊA, 2014, p.18)

O corpo operacional refere-se a como realizar as atividades a serem assumidas para mudar a realidade da escola. Implica na tomada de decisão para atingir os objetivos e nas metas definidas coletivamente. Uma vez explorados os conceitos que compõem o PPP, serão destacados, no corpo conceitual, dois eixos que fundamentam o Projeto Político Pedagógico revestindo-lhe de objetividade e teleologia. Serão eles a “Visão de Ser Humano” e a “Função Social da Escola”.

Os dois eixos filosóficos, Visão de Ser Humano e Função Social da Escola, presentes neste trabalho foram recortados dos quatro eixos fundamentais de um PPP, ficando designado ao estudo as duas visões acima mencionadas que buscam compreender a característica específica do homem, aqui definida pela categoria trabalho e a função social da escola, que tem como papel específico a transmissão e assimilação dos conhecimentos sistematizados pela humanidade. Os eixos filosóficos serão conceituados seguindo a linha de Pesquisa da orientadora e os estudos desenvolvidos por ela, tendo como base a Análise Histórico-Crítica.

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14 6 VISÃO DE SER HUMANO

Com a finalidade de explicitar o que se compreende por Ser Humano, buscasse fundamento na concepção histórico-crítica, embasada no materialismo histórico dialético, que “não desconsidera o ser humano na sua base biológica natural [...], assim como não nega a representação dos diferentes papéis que o indivíduo desempenha no discorrer de sua prática sociocultural e subjetiva” (PLATT, 2009, p.

146). Segundo Platt e Dutra (2014, p. 3), a concepção histórico-crítica entende “o ser humano determinado a partir das práxis e situado na totalidade dos determinantes sociais e incorporando os elementos de uma condição propriamente humana até tornar-se um habitus”. Conforme essa metodologia, os argumentos do presente trabalho se fundamentarão na defesa da categoria “trabalho” enquanto elemento essencial à caracterização do que seja homem, meio decisivo para a emancipação de sujeitos em uma especificação de espécie humana para a condição de “ser humano”.

O sentido dessa centralidade, enfim, está na consideração de que para a produção de sua humanidade, o ser humano precisa intervir na natureza para adaptá-la a si (às suas necessidades – “da fome à fantasia”), transforma os outros homens por esse trabalho ineludivelmente que transcorre na relação entre sujeitos (sociais) e acaba por transformar, também nesse processo, o próprio sujeito.

Ora, o que define a existência humana, o que caracteriza a realidade humana é exatamente o trabalho. O homem se constitui como tal à medida que necessita produzir continuamente sua própria existência. É o que diferencia o homem dos animais: os animais têm sua existência garantida pela natureza e, por consequência, eles se adaptam a natureza. O homem tem de fazer o contrário: ele se constitui no momento em que necessita adaptar a natureza a si, não sendo mais suficiente adaptar-se a natureza. Ajustar a natureza às necessidades, às finalidades humanas, é o que se faz pelo trabalho.

Trabalhar não é outra coisa senão agir sobre a natureza e transformá-la. Essa ação transformadora sobre a natureza é guiada por objetivos. Este é outro elemento diferenciador da ação humana. Os animais também agem, também exercem uma atividade, mas essas atividades não são guiadas por objetivos.

Eles não antecipam mentalmente o que vão fazer, mas o homem sim (SAVIANI, 2003, apud, CORRÊA, 2014, p.21).

Nesse sentido, à medida que o ser humano se utiliza do trabalho para transformar a natureza à sua volta, acaba por produzir sua própria existência. Essa ação transformadora do homem com a natureza é recíproca, pois ao mesmo tempo em que age sobre a natureza é também afetado por ela. O processo de formação e transformação do ser humano a partir do seu trabalho sobre a natureza ocorre na

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15 relação com o outro, ou seja, nas relações sociais, pois o homem não produz sua existência isoladamente. Os frutos gerados pelos homens nas relações sociais e no trabalho transformador sobre a natureza são a produção, da cultura e de um mundo tipicamente humano, sendo esses dois aspectos construídos e reelaborados com o passar dos tempos. Assim sendo, cada geração se constituirá e se formará de acordo com os determinantes, materiais e imateriais, e com os novos saberes determinados pelo modo de produção em que a sociedade está inserida. A educação é um elemento fundamental na constituição da humanidade no homem, pois se acredita que o homem

“torna-se” ser humano na medida em que internaliza uma cultura humana, criada e acumulada pelas gerações passadas por meio do trabalho. Uma visão de ser humano em sua totalidade é defendida, na qual todos os aspectos humanos são considerados para o pleno desenvolvimento, diferentemente de uma educação especializada, que considera cada aspecto desvinculado do outro. Nesse sentido, salienta-se a importância da educação “omnilateral”, que se refere ao homem em pleno desenvolvimento de todas suas especificidades.

Omnilateral é um termo que vem do latim e cuja tradução literal significa

“todos os lados ou dimensões”. Educação omnilateral significa, assim, a concepção de educação ou de formação humana que busca levar em conta todas as dimensões que constituem a especificidade do ser humano e as condições objetivas e subjetivas reais para seu pleno desenvolvimento histórico. Essas dimensões envolvem sua vida corpórea material e seu desenvolvimento intelectual, cultural, educacional, psicossocial, afetivo, estético e lúdico. Em síntese, educação omnilateral abrange a educação e a emancipação de todos os sentidos humanos, pois os mesmos não são simplesmente dados pela natureza. O que é especificamente humano, neles, é a criação deles pelo próprio homem (FRIGOTTO, 2012, apud, CORRÊA, 2014, p.22)

Embasando a proposta para uma educação omnilateral, o trabalho é uma atividade vital e criadora, na qual o ser humano produz e reproduz a si mesmo. Por isso, Marx, ao referir-se aos processos formativos na perspectiva de superação da sociedade capitalista, enfatiza o trabalho, na sua dimensão de valor de uso, como princípio educativo, e a importância da educação politécnica ou tecnológica. Nesse sentido, defende-se uma educação que vise o desenvolvimento humano em todos seus aspectos, rompendo com a ideia de que apenas uma pequena parcela da população (classe burguesa) tem direito ao acesso cultural, intelectual e social, reservando a classe assalariada o acesso ao mínimo de conhecimento necessário para desenvolver o processo produtivo.

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16 7 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

A instituição escolar desde sua origem passou por diversas transformações, principalmente em relação a sua função social. Durkheim (1995) aborda alguns exemplos da função social da escola em sua obra “Educação e Sociologia” e o modo com esse aspecto se alterou ao longo dos tempos. Durkheim descreve a escola enquanto instituição que existe objetivamente para atender as demandas da sociedade em que está inserida.

A educação tem variado infinitamente, com o tempo e o meio. Nas cidades gregas e latinas, a educação conduzia o indivíduo a subordinar-se cegamente à coletividade, a tornar-se uma coisa da sociedade. Hoje, esforça-se em fazer dele personalidade autônoma. Em Atenas, procurava-se formar espíritos delicados, prudentes, sutis, embebidos de graça e harmonia, capazes de gozar o belo e os prazeres da pura especulação; em Roma, desejava-se especialmente que as crianças se tornassem homens de ação, apaixonados pela glória militar, indiferentes no que tocasse às letras e às artes. Na Idade Média, a educação era cristã, antes de tudo; na Renascença, toma caráter mais leigo, mais literário; nos dias de hoje, a ciência tende a ocupar o lugar que a arte outrora preenchia (DURKHEIM, 1995, apud, CORRÊA, 2014, p.23).

Entretanto, os estudos, aqui desenvolvidos, são dirigidos diferentemente da visão conservadora de Durkheim, para o debruçamento sobre a concepção histórico- crítica de Saviani, a qual aborda a escola enquanto uma instituição social, ou seja, produto das necessidades sociais, das demandas sociais, como uma instituição com um objetivo explícito: transmissão e assimilação dos conhecimentos científicos, além de possibilitar uma transformação do homem e da sociedade por meio do conhecimento elaborado.

[...] a escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber sistematizado. [...] eu disse saber sistematizado; não se trata, pois, de qualquer tipo de saber. Portanto, a escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não ao saber fragmentado; à cultura erudita e não à cultura popular (SAVIANI, 2003, apud, CORRÊA, 2014, p.24).

Dado esse direcionamento, salienta-se a função social de uma instituição escolar: transmissão (ensino) e assimilação (aprendizagem) dos conhecimentos sistematizados, entendendo que o homem se transforma em ser humano a partir do momento em que se apropria da cultura humana produzida pelas gerações passadas, através de um ato educativo, que ocorre principalmente em um espaço

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17 institucionalizado, que tem por função primordial selecionar os conhecimentos eruditos/ clássicos sistematizados e cientificamente comprovados que compõem as atividades curriculares indispensáveis ao ensino.

8 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Fonte: domboscoead.com.br

1. Apresentação ou Introdução (nela devem constar dados sobre o espaço físico, instalações e equipamentos, relação de recursos humanos, especificando cargos e funções; habilitações e níveis de escolaridade de cada profissional que presta serviço na instituição.

2. Breve histórico da unidade escolar

3. Eixo norteador da escola (é o que a diferencia das demais, a sua identidade e função no meio social onde está inserida).

4. Valores e Missão da escola

5. O que queremos? (Marco doutrinal). É a busca de um posicionamento:

• Político - visão ideal de sociedade e de homem

• Pedagógico – definição sobre a ação educativa e sobre as características que deve ter a instituição que planeja.

Ou seja:

• Os princípios

• As teorias de aprendizagem

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• O sistema de avaliação

6. O que somos? (Marco situacional) O diagnóstico da realidade da escola. É a busca das necessidades a partir da análise da realidade e/ou juízo sobre a realidade da escola, comparação com o que se deseja ser).

7. O que faremos? (Marco operativo) Programação do que deve ser feito concretamente para suprir as faltas. É a proposta de ação. Que mediações (conteúdos, metodologias e recursos) serão necessários para diminuir a distância entre o que vem sendo a instituição e o que deverá ser. Ou seja, a Proposta Curricular - organização da escola - organização do trabalho - processos de avaliação

A proposta curricular deve estar diretamente relacionada aos pressupostos teóricos estabelecidos pela instituição, sem perder o foco nos objetivos, conteúdos e avaliação por segmento e área de conhecimento.

8. Anexos

• Matriz curricular

• Marcos de aprendizagem

• Projetos especiais

• Outros

9 ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR PARA A CONSTRUÇÃO DO PPP

Fonte: cdn.aprovadoapp.com.br

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19 Para mobilizarmos a comunidade escolar para a construção coletiva do PPP é necessária a utilização de um conjunto de ações articuladas entre si, o que significa a necessidade de uma vinculação estreita entre objetivos da mobilização e meios usados para tal fim.

A participação influi na democratização da gestão e na melhoria na qualidade de ensino, onde todos os seguimentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela estudam e trabalham melhor a educação ali oferecida (GADOTTI, 1997, apud TOMAZONI 2013, p.32)

O coletivo de organização da mobilização para a construção do PPP na escola deve procurar planejar sua ação com base em algumas referências:

• Qual a melhor maneira de mobilizarmos as famílias? Os estudantes? E os “pequenos” estudantes? Os funcionários? E os professores?

• Qual a melhor forma de comunicação a ser utilizada?

• Qual o conteúdo dessa comunicação?

• Poderemos usar a mesma estratégia para todos os segmentos da comunidade escolar?

• Que recursos iremos utilizar? A escola dispõe desses recursos?

• A campanha de mobilização durará quanto tempo?

• Envolverá outros segmentos organizados da comunidade do entorno da escola?

Mobilizar, como anteriormente já apresentamos, implica conjugar multiplicidades em torno de um objetivo comum. Implica também a difícil tarefa de negociar, buscar concordâncias, o que não significa, por sua vez, anular diferenças.

Nesse sentido, pode facilitar o trabalho de mobilização se esse for coordenado por um coletivo – representantes dos professores, de estudantes (grêmio ou colegas indicados), representantes das famílias. Outra sugestão, nas escolas em que houver conselho escolar atuante que possa se responsabilizar ou colaborar na coordenação dessa tarefa, a presença dos diferentes segmentos da comunidade escolar pode facilitar na escolha das melhores estratégias para se chegar a cada um deles.

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20 9.1 Algumas estratégias para a mobilização da comunidade escolar:

• Elaboração de um livreto ou jornal (com imagens e diálogos) sobre o PPP, sua importância para a escola e necessidade da participação de todos (pode-se, por exemplo, mobilizar estudantes para sua elaboração)

• Elaboração de carta-convite, com explicações sobre o PPP

• “Panfletagem” na escola, mobilizando para um dia de discussões sobre o PPP

• Dia de Mobilização para a construção do PPP da escola

• Promoção de palestras, seminários de troca de experiências com outras unidades escolares que estejam ou já tenham elaborado seu PPP

• Utilização de meios virtuais para divulgação da mobilização, especialmente entre os estudantes

• Criação de canais virtuais, espaços de discussão e jornal voltados para os estudantes

• Divulgação por meio de jornais comunitários, associação de moradores ou outros espaços

• Debates em salas de aula, organização de atividades culturais centradas na discussão sobre a importância da participação da comunidade na construção do PPP.

As sugestões acima são algumas possibilidades; cada escola, de acordo com sua “cultura local”, deve definir quais caminhos utilizará para chamar a comunidade escolar para participar da elaboração do seu Projeto Político- Pedagógico.

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21 9.2 Elaboração do PPP

Fonte: ufpr.br

Diversos estudos que têm tematizado a problemática da construção do PPP nas escolas brasileiras – relatos de experiências, pesquisas, têm apontado também uma diversidade de caminhos seguidos nessa construção. Contudo, encontramos alguns pontos de convergência em torno de alguns “passos” que são apontados como importantes na elaboração do projeto:

• Definição de um marco referencial ou conceitual, que expresse as concepções político-filosóficas da escola com relação à educação, à escola e suas finalidades;

• A elaboração de um diagnóstico da realidade escolar, ou análise da realidade escolar;

• A definição de um plano ou programação de atividades -objetivos, estratégias etc.;

• A divulgação do PPP (torná-lo um documento a ser conhecido por toda a comunidade escolar) e, por fim, e) a aprovação do PPP em instâncias colegiadas ou em fóruns de representação direta, como assembleia da escola.

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22 9.3 Definição de um marco referencial orientador do PPP

Definir um marco referencial significa definir o conjunto de referências teóricas, políticas, filosóficas que balizará o trabalho da escola. Trata-se da explicitação das ideias, das concepções, teorias que orientarão a prática educativa da escola. Para que isso seja possível, é preciso compreender as relações existentes entre a escola e a realidade em que está inserida, realidade não apenas local, mas nacional e mundial.

Significa compreender o sentido histórico da educação e da escola pública, compreendendo suas transformações atuais, à luz dos processos históricos que a determinam. Dessa relação entre o global, o nacional e o local podem-se então compreender a “realidade” da escola em sua singularidade, compreendida, entretanto, como resultante dessas relações mais amplas.

Essa análise pode nos lançar na definição e explicitação sobre as finalidades sociais da educação e da escola, levando-nos a interrogar sobre o tipo de sociedade com o qual a escola se compromete ou deseja se comprometer, que tipo de sujeitos pretende formar, qual sua intencionalidade, compreendida está em suas dimensões política, cultural e educativa.

De acordo com Veiga (2000, p. 23), “a escola persegue finalidades”, por isso é preciso ter clareza das mesmas. Ao ressaltar a importância da reflexão sobre as finalidades e os objetivos da escola, a autora afirma o caráter dialético desse movimento, ao destacar que as questões levantadas geram respostas que, por sua vez, levam a novas interrogações; esse esforço possibilita a identificação das finalidades da escola, de que precisam ser reforçadas, quais estão sendo relegadas ao segundo plano.

Esse trabalho de interrogar-se sobre suas finalidades faz com que a escola se volte para uma de suas principais tarefas, qual seja, aquela de refletir sobre sua intencionalidade educativa. A clareza da finalidade social da escola possibilita à comunidade escolar definir, também com mais pertinência, critérios e projetar sua ação em termos do que deseja para as dimensões pedagógica, administrativa e democrática.

Ao discutir o marco referencial, há três eixos para a discussão: marco situacional; marco doutrinal e marco operativo. O marco situacional refere-se à reflexão sobre as relações da educação, da escola em sua inserção histórica, e suas

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23 relações com contextos sociais mais amplos; trata-se de problematizar a educação relacionando-a com outras dimensões da realidade, não apenas em nível local, mas também nacional e mundial. Procura-se compreender os nexos e as relações dos problemas locais compreendendo-os como parte desse contexto mais amplo.

O ponto de partida é a realidade local da comunidade em que se insere a escola, os modos de vida dos sujeitos que compõem seu coletivo, as formas organizativas e comunitárias, as culturas locais, a ocupação e organização dos espaços comunitários etc.

A discussão desses elementos possibilita apreender as mudanças em seu caráter histórico, discutir valores, conhecer as representações do grupo sobre a sociedade brasileira, sobre sua comunidade, identificar satisfações e insatisfações, expectativas.

A discussão do marco situacional desencadeia processos de reflexão relacionados aos valores sociais e políticos relacionados à sociedade e à educação que levam ao debate e ao estabelecimento do marco doutrinal do Projeto Político- Pedagógico, ou seja, da explicitação dos fundamentos teóricos, políticos e sociais que o fundamentam. Doutrinal, nesse caso, não se refere à doutrina, dogmatismo, mas à discussão da base teórica que sustentará o PPP da escola, que dará norte às suas ações. Procura-se discutir, nesse eixo, o tipo de sociedade que queremos construir, qual a formação social e cultural que queremos para nossas crianças e nossos jovens.

Quais os valores que queremos desenvolver, qual a função social da escola nos processos de formação dos sujeitos humanos etc. Discute-se nesse eixo o “dever-se”

da educação, horizonte necessário para que se possa se projetar um futuro melhor.

Intrinsecamente relacionado a esses dois eixos, o terceiro, o marco operativo, relacionado às relações da escola com a sociedade; trata-se aqui de uma discussão vinculada ao contexto local, com aquilo que é específico da escola como instituição social e, de modo particular, da escola em que se trabalha, se estuda; o marco operativo se refere, então, à realidade local, traduz as necessidades, expectativas, do grupo e seus anseios por mudança. Trata-se da discussão da escola que queremos.

Conforme Gandin (1994, p. 82), o marco operativo é “também uma proposta de utopia, no sentido que apresenta algo que se projeta para o futuro [...]”; todavia, como alerta o autor, para que o marco operativo não se torne um palavreado vazio, é preciso que este tenha um forte aporte teórico. O marco operativo não é o plano ou

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24 programação de ação; ele dá base e sustenta este plano de ação; refere-se à realidade desejada. Por isso, nos alerta Gadotti (2000), o PPP, em suas várias dimensões de elaboração, toma sempre como ponto de partida o já instituído, aquilo que já foi historicamente construído, não para perpetuar ou para afirmar fatalismos (“foi sempre assim, nada mudará”), mas para criar uma nova utopia, um novo instituinte.

9.4 Marco referencial do PPP

Fonte: media.gettyimages.com

Marco situacional:

• Que aspectos da situação global (social, econômica, política, cultural, educativa) chamam a atenção hoje no Brasil e na América Latina?

• Discutir pontos positivos e negativos do mundo atual. Discutir essas mudanças resgatando seu caráter histórico.

• Dentre as tendências/problemas da sociedade, na atualidade, que chamam mais a atenção? Por que chamam a atenção?

• Quais os valores preferenciais na sociedade de hoje? Como essas preferências se manifestam?

• Qual lhes parece ser a explicação dos males da América Latina e do Brasil?

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25 Marco doutrinal:

• Qual o tipo de sociedade que queremos?

• No que se fundamenta uma sociedade justa, democrática e participativa?

• Que valores devem estar presentes nessa sociedade?

• Que atitudes esperamos dos sujeitos humanos diante da sociedade?

• O que significa ser o homem sujeito da história?

• O que motiva o ser humano a tornar-se agente de transformação?

• Como podemos contribuir para a construção de uma nova sociedade mais justa?

Marco operativo:

• Que ideal temos para nossa escola? Que significa ser o educando sujeito do seu próprio desenvolvimento?

• Em que consiste o educar-se; em consequência, qual é o ideal para nossa prática educativa?

• O que significa a educação voltada para a realidade?

• Como tornar a escola um espaço de mudança, de transformação social?

• O que caracteriza a escola democrática, aberta e participativa?

• O que é qualidade de ensino?

• Que princípios devem orientar nossa prática pedagógica? Projeto Vivencial

10 ELABORANDO UM DIAGNÓSTICO OU CONHECENDO A REALIDADE DA ESCOLA

O diagnóstico se constitui em um dos momentos mais importantes na construção do PPP, pois é nesse momento que fazemos uma profunda análise da situação atual da escola, observando-se todas as suas dimensões – infraestrutura física, equipamentos, corpo docente, trabalho pedagógico, gestão, comunidade, qualidade da educação, processos de formação dos estudantes, etc.

Gandin (1994) começa essa discussão dizendo o que um diagnóstico não é: a) não é uma descrição da realidade da escola e b) não é um levantamento de

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26 problemas. Então, o que é um diagnóstico da escola? Como se elabora esse diagnóstico? O termo diagnóstico, comumente associado às práticas médicas, tem sua origem na palavra grega diágnósis, que significa discernimento, “conhecer através de”.

O diagnóstico não é um fim em si mesmo, mas um processo que nos permite obter algum conhecimento sobre uma realidade dada. Ao possibilitar conhecimentos sobre a realidade de um determinado contexto, torna-se um importante instrumento no planejamento de mudanças, na medida em que pode nos ajudar a identificar

“pontos fortes e frágeis” em cada realidade institucional e a ver as alternativas e possibilidades de ação, tendo como horizonte os ideais e objetivos pretendidos. Por isso, o diagnóstico não é apenas uma lista de problemas “daquilo que vai mal na escola”; supõe avaliação, comparação, juízos de valores, tudo isso tendo como ponto de partida o que foi definido anteriormente no Marco Referencial.

Quando é elaborado de forma participativa, o diagnóstico da realidade da escola se constitui em um fecundo espaço de aprendizagem, na medida em que desencadeia um processo de reflexão sobre o que a escola é, aonde quer chegar, identificando os problemas, os efeitos e as consequências destes, mas possibilita também que se identifique o que a escola tem feito de bom, seus pontos fortes; e ponto de partida para que se elabore, de modo fundamentado e com base nas necessidades da escola, o Plano ou Programa de Ação.

O PPP é constituído por três elementos: a) é um juízo, portanto, implica um julgamento, uma avaliação; b) esse juízo é feito sobre uma prática específica (da realidade da escola) sobre a qual se planeja alguma mudança e c) esse juízo é realizado tomando-se como referência os preceitos estabelecidos no marco referencial. Ainda que incidam mais fortemente sobre a dimensão operativa (marco operativo), os critérios de análise referenciam-se também nos marcos doutrinal e situacional. Um bom começo é perguntar-se: “até que ponto nossa prática realiza o que estabelecemos no marco operativo? ”

Tomando o diagnóstico como um dos momentos de construção do PPP, sua função reside em promover um profundo processo de avaliação sobre como a escola tem se organizado e realizado sua tarefa educativa, que dificuldades tem encontrado para o cumprimento desta, que possibilidades encontra para orientar sua ação na direção de uma escola pública democrática. As análises realizadas sobre a realidade

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27 da escola não são neutras; elas tomam como referência certo modo de compreender a função social da escola, como deve ser sua organização, o que inclui o trabalho pedagógico, a gestão, as relações com os estudantes, com a comunidade etc.

Conforme Vasconcellos (1995), o diagnóstico “não é simplesmente um retrato da realidade ou um mero levantar dificuldades; antes de tudo é um confronto entre a situação que vivemos e a situação que desejamos viver”.

Assim, o diagnóstico não é um instrumento técnico, neutro, que pode ser adaptado, aproveitado de outras organizações ou instituições sociais. Ele marca e se fundamenta em uma intencionalidade, é sustentando em valores, aponta para uma direção. Por isso, o diagnóstico da escola deve ser feito também de modo participativo.

Implica a obtenção de dados quantitativos e qualitativos que, organizados, sistematizados, interpretados, constituem-se em indicadores importantes para o planejamento das ações futuras voltadas à mudança na escola.

Fonte: archive.beefjack.com

Como proceder, então, para realizar um diagnóstico da realidade da escola?

Como organizar a produção das informações que auxiliarão na elaboração posterior da análise da realidade da escola? Se não se trata de elaborar uma lista de itens a serem checados; então, como definir o que será analisado?

Para elaborar um diagnóstico sobre a realidade educacional e obter informações que possam auxiliar a elaboração de um plano de ação, é fundamental se terem estratégias para obtenção de informações de análise que possam ajudar a

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28 compreender os diversos fatores que favorecem ou dificultam o trabalho educativo da escola. Como se aproximar, então, da realidade escolar, procurando identificar não apenas os problemas aparentes, mas também as dimensões “não ditas”, as determinações que nem sempre se dão a conhecer a um primeiro olhar?

O primeiro passo é compor uma equipe ou grupo de trabalho com representantes dos segmentos da comunidade escolar, para coordenar essa etapa.

Esse grupo de trabalho pode então elaborar um instrumento que oriente as discussões e facilite os registros das informações, das avaliações, das expectativas da comunidade escolar; esse grupo pode também definir as estratégias que serão usadas para coletar esses materiais com o coletivo da escola. Posteriormente, esses dados deverão ser analisados e consolidados em um documento final, que representa a formalização das discussões realizadas durante todo o processo.

A elaboração de um instrumento que oriente as discussões e obtenção de informações ou coleta de dados deve ter como ponto de partida o marco referencial;

a partir deste, podem ser estabelecidas dimensões da organização e prática da escola que serão objetos de análise. É importante que cada uma das dimensões seja discutida e bem definida, para que se possam definir eixos de análise e suas perguntas, esse sim orientador do processo de discussão com a comunidade escolar.

O estabelecimento de dimensões a serem analisadas tem um valor apenas operativo; visa facilitar a compreensão dos diferentes níveis de funcionamento da escola, facilitando-se a apreensão de fenômenos particulares. Não devemos, contudo, perder de vista que a escola é uma totalidade e que essas dimensões se imbricam, condicionando-se mutuamente. Assim, deve-se, na análise, evitar a compreensão fragmentada da realidade, superando perspectivas teórico-metodológicas que tendem tanto a focalizar como a responder, de modo parcial e seletivo, problemas que são multidimensionais. Nessa perspectiva, um problema como a evasão escolar, por exemplo, não pode ser considerado apenas do ponto de vista dos estudantes, mas também precisa ser analisado a partir da realidade da escola, relacionando-a com o contexto da educação nacional.

Definidas as dimensões constitutivas do diagnóstico, pode-se derivar dessas os eixos e perguntas que orientarão a análise a ser realizada. A essas dimensões e eixos podem ser acrescentados outros, relacionados com a particularidade de cada escola. Trata-se apenas de fornecer indicativos que podem auxiliar na elaboração de

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29 instrumentos específicos, de acordo com as necessidades de análise de cada unidade escolar.

10.1 Sugestões de dimensões e indicadores para análise da realidade escolar

O diagnóstico implica o desafio de apreendermos analiticamente tudo aquilo que constitui o cotidiano da escola. Para isso, precisamos evitar a mera transposição de conceitos ou de instrumentos de análise. Analisar a realidade da escola supõe múltiplas tensões para aqueles que o fazem; impõem a necessidade, muitas vezes, de abandonar pontos de vistas cristalizados, de abrir mão de interesses pessoais em favor daqueles que representam o coletivo. Significa julgar, avaliar, emitir juízos, valorizar, priorizar, selecionar, mesmo sabendo que a autonomia de que se dispõe, muitas vezes, é limitada.

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30 Deve-se ter a necessidade de captar a escola naquilo que ela é, sem procurar enquadrá-la em categorias predefinidas que nos obrigam a ajustar informações, a falsificar consensos. Analisar a escola em suas múltiplas dimensões nos ajuda a compreender suas determinações para além da realidade local, impulsionando para que se atinja a intencionalidade política proposta em seu marco referencial.

10.2 Elaboração de um plano de ação

Gandin (1994) sugere que se analise a necessidade da escola considerando dois critérios: a) o que é necessário; e b) o que é exequível. Segundo o autor, nem sempre o que é necessário é possível para a escolar resolver nas condições e no tempo de duração do plano de ação. Propõe, então, o autor que a escola estabeleça prioridades, considerando o que é mais necessário, oportuno e urgente fazer.

Seguindo ainda essa classificação entre o possível e o necessário, Gandin sugere que o plano de ação ou a programação se organize a partir de quatro dimensões: das ações concretas, das orientações para a ação, das determinações gerais e das atividades permanentes. Ou seja, definidas as prioridades, passa-se a definir o tipo de ação necessária ao atendimento daquela necessidade. Ainda no plano de ação, temos a dimensão temporal, que implica distribuição das necessidades/ações de acordo com uma distribuição em curto, médio e longo prazo.

10.3 Plano de ação

a) Ações concretas: são ações voltadas para um objetivo específico, com uma terminalidade bem definida, sustentando-se em recursos próprios; devido às suas características, são bem delimitadas. Contemplam ações de curo prazo. Ex.:

promoção de uma capacitação sobre um tema delimitado, para atender a uma necessidade específica

b) Orientações para ação: não se constituem em propostas concretas, mas dizem respeito aos valores, às atitudes; procuram modificar os comportamentos, levar à partilha de referências comuns. Exemplo: “desenvolver o espírito crítico nos alunos

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31 c) Atividades permanentes: dizem respeito a atividades de caráter permanente, podendo estar vinculadas ou não à esfera administrativa; são também denominadas rotinas.

d) Determinações gerais: são orientações ou ações que atingem a todos os segmentos da comunidade escolar; são elaboradas também a partir do diagnóstico da escola. Exemplos: requisitos para atividades complementares, apresentação dos planos de aula pelos professores aos alunos.

O plano de ação deve traduzir, em suas prioridades, formas de encaminhamento e as decisões coletivas da comunidade escolar; é a esta que cabe dizer o que é prioridade e quais os melhores meios para se alcançarem os objetivos propostos. As prioridades devem ser escolhidas tomando-se como base o que foi estabelecido no marco referencial – que estabelece o projeto de futuro da escola.

Assim, não cabem decisões arbitrárias ou individuais.

Pode-se ainda contemplar, no plano de ação, um detalhamento das ações – qual é a ação, o que a justifica, qual procedimento/metodologia usaremos para realizá- la, quais as pessoas ou instâncias responsáveis por sua execução, quais recursos serão necessários (recursos materiais, humanos, financeiros), de que forma será acompanhada (avaliação processual). Esse detalhamento facilita a implementação do PPP e da avaliação processual.

Na perspectiva que aqui apresentamos, o plano de ação, parte integrante do PPP, refuta orientações tecnicistas, pois se encontra organicamente articulado às necessidades da escola; e precisa ser flexível, pois a própria dinâmica das atividades da escola pode levar à necessidade de redirecionamentos, de ajustes ou correções.

Assim, o planejamento é práxis, representa uma estreita articulação entre teoria e prática, entre o previsto e o realizado.

11 O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: O REAL E O FORMAL

O Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola revela sua identidade, projeta ações e reflete o processo de ensino e aprendizagem. É importante que o documento vigente em sua instituição esteja em consonância com a rotina escolar e com as necessidades dos alunos e da comunidade. Mas será que ele é revelador da escola

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32 que se tem e da que se quer ter? Vejamos, para começar, quem são os envolvidos no PPP:

• Os alunos: crianças, adolescentes, jovens e adultos, sujeitos principais do processo educativo da escola.

• Os professores: profissionais da Educação, imprescindíveis e responsáveis pelo ensino e pela aprendizagem dos alunos.

• A equipe gestora: profissionais que regem toda essa orquestra,

“empoderados” para gerir, orientar, conduzir, moderar e mobilizar todos os envolvidos com o intuito de entrelaçar os caminhos de cada um e de todos, em um alinhavo potencializador.

• Outros funcionários: profissionais dedicados ao bem-estar de 20 Projeto Político Pedagógico toda a comunidade escolar, muitas vezes esquecidos no que se refere ao ensino e aprendizagem, mas potenciais parceiros no processo educativo da escola.

• Os pais ou responsáveis: pessoas que confiam os filhos à escola para compartilhar sua Educação, sujeitos ocultos ou não, mas parceiros na educação das crianças, adolescentes e jovens.

• A comunidade externa: a comunidade do entorno da escola, pessoas e entidades que podem estar envolvidas direta ou indiretamente no processo educativo da instituição.

Um PPP, quando elaborado solitariamente, não compartilhado com os demais atores da escola, não tem chance de ser vivido – sua existência não faz sentido, uma vez que não reflete as diferentes vozes da comunidade escolar. O desafio é transformar esse documento em mecanismo de participação. Viabilizá-la é o meio mais coerente de obter o compromisso e o engajamento de todos com a Educação oferecida. É também uma forma potente de alinhar os objetivos previstos no documento formal ao cotidiano da escola. Desta forma, para fomentar o pensar certo, na concepção freiriana, todo processo educativo precisa ser autêntico, e, portanto, encontrar-se em relação de organização com a contextura da sociedade a que se aplica. Defende ele:

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33

Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem que responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que é que pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de mudança. Às vezes preservando determinadas formas de cultura. Outras, interferindo no processo histórico, instrumentalmente (FREIRE, 2003, apud SILVA 2015, p.160).

Não há dúvida de que o PPP existe para garantir o direito de aprendizagem dos alunos e assim desenvolver suas capacidades de autoconhecimento e autocuidado, o pensamento crítico, a criatividade, o espírito inovador, a abertura às diferenças, a apreciação da diversidade, a sociabilidade, a responsabilidade e a determinação. No entanto, ele também é um instrumento importante para dar sentido ao trabalho dos educadores – e aqui se incluem todos os profissionais que trabalham na escola.

E por que a equipe escolar precisa trabalhar com sentido? Porque desse modo os esforços pessoais e profissionais serão gratificantes e reconhecidos socialmente.

Para isso, seus membros têm de atuar com respeito, coerência, compromisso, responsabilidade e intencionalidade, aproximando-se da aprendizagem dos alunos.

Portanto, um PPP não é um simples papel, que amarela e se deteriora se fica guardado. A escrita tem função social. Escrevemos um PPP para registrar o que queremos, sentimos e observamos.

Esse documento possui uma função social das mais importantes e não pode ser reduzido a uma obrigação legal. Se for copiado e engavetado, não atingirá seu objetivo; existirá somente para cumprir uma tarefa solicitada pela Secretaria de Educação.

O gestor, como mediador e interlocutor, ao convocar a comunidade escolar para ressignificar o PPP propõe que todos os atores reflitam e participem de sua construção. A base de um bom documento são os questionamentos compartilhados.

O PPP da escola precisa revelar a realidade e ser discutido democraticamente por todos para ser dinâmico e encaminhar ações e soluções que contemplem o desejo da maioria. Por isso não é possível concentrar sua elaboração unicamente na figura do diretor.

Quando nos referimos a construir coletivamente o PPP, estamos falando de educar na e para a democracia. Etimologicamente, o termo “educar” tem origem no latim educare, que é composto pela união do prefixo ex, “fora”, e ducere, “conduzir”

ou “levar”. Assim, “educar” significa “conduzir para fora”, “direcionar para fora”.

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34 A realidade do dia a dia, as necessidades práticas, o funcionamento geral – horário das atividades, o modo como é servida a merenda, o tempo de trabalho coletivo dos professores, a forma como os alunos são tratados, a qualidade das aulas, a organização dos espaços, o acesso aos materiais e suprimentos, a autonomia dos estudantes, entre outros aspectos – são processos que revelam o PPP da escola, seja ele formalizado em um documento ou não.

Devemos partir do pressuposto de que o PPP real é o que já existe na escola.

Ele é o que acontece de fato no cotidiano. O PPP formal pode ou não revelar o dia a dia escolar. Por isso, antes de começar a pensar na elaboração ou na revisão, é importante analisar o PPP real.

Para empreender essa missão, sugerimos iniciar pela observação do funcionamento cotidiano de sua escola, com abertura para se permitir a aprender muito com isso. Nossa primeira reação ao realizar essa análise é justificar o que acontece. Por isso, é preciso um esforço grande para observar friamente os fatos e depois refletir e verificar o que é necessário e o que é possível melhorar para que o sentido máximo da Educação seja alcançado: a aprendizagem dos alunos.

Chame alguns professores e, se possível, alguns representantes do Conselho Escolar. Procurem, juntos, identificar e contextualizar o PPP existente.

11.1 É obrigatório as escolas terem um PPP?

Fonte: diarioaltovale.com.br

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