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FACULDADE DE DESIGN. Rafaella Olmedo Kryvoruchka MOBILIÁRIO INCLUSIVO: MESA ESCOLAR AJUSTÁVEL PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIAMÚLTIPLA

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Academic year: 2022

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(1)

Rafaella Olmedo Kryvoruchka

MOBILIÁRIO INCLUSIVO:

MESA ESCOLAR AJUSTÁVEL PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIAMÚLTIPLA

Porto alegre 2013

(2)

Rafaella Olmedo Kryvoruchka

MOBILIÁRIO INCLUSIVO:

MESA ESCOLAR AJUSTÁVEL

PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Faculdade de Design do Centro Universitário Ritter dos Reis, como requisito parcial para a obtenção do titulo de Bacharel em Design de Produto.

TCC I

Prof.Orientador: Daniel Quintana Sperb Prof.Co-Orientador: Sandro Roberto Fetter TCC II

Prof.Orientador: Mauro Martin Prof.Co-Orientador: Marcelo Martel

Porto Alegre 2013

(3)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família que me apoiou e esteve ao meu lado nos melhores e piores momentos, fazendo com que me levantasse e seguisse em frente, sempre. Vocês fazem parte do meu mundo ideal. AMO VOCÊS MAIS QUE TUDO NA VIDA.

(4)

AGRADECIMENTO

Agradeço a todos que de alguma forma fizeram parte deste caminho, longo, mas satisfatório que foi a minha graduação. Muitos me acompanharam desde o começo, outros fui conhecendo ao longo do caminho, mas nunca deixaram de ser tão importantes quanto.

Ao professor Julio Caetano, que desde meu ingresso na universidade, vem me ajudando e me incentivando, meu professor e orientador Mauro Martin, sempre com a mesma paciência em ajudar e me ouvir, tanto como amigo ou orientador.

Poderia citar todos os nomes de colegas e professores que passaram de tal para amigos e amigas, com certeza para a vida toda e todos de alguma forma fizeram parte deste projeto, sem eles não teria chegado até aqui.

MUITO OBRIGADA A TODOS VOCÊS.

(5)

"Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda."

Paulo Freire.

(6)

RESUMO

O trabalho a seguir refere-se a um projeto de redesenho e melhoramento de uma mesa ajustável para crianças com deficiências múltiplas, à Kinder Centro de Integração da Criança Especial, para auxiliar e facilitação do uso do mobiliário e a vida escolar e pessoal da criança. O projeto divide-se em duas etapas: a primeira etapa destina-se em pesquisas bibliográficas sobre o que envolve este determinado projeto e a segunda etapa destina-se ao desenvolvimento prático do projeto, assim analisando o mercado e produtos existentes, usando a Metodologia Experimental de Gui Bonsiepe (1984) para melhor desempenho projetual. Com a proposta dada, será feita pesquisas e análises já existentes no mercado, para o melhoramento e aperfeiçoamento das quais as já existentes não suprem as necessidades dos usuários. Foi feita uma revisão bibliográfica para entender melhor o assunto e seus princípios. Dividindo-se as fundamentações em Design, Ergonomia, Inclusão e Deficiências.

Palavras-chaves: Design Inclusivo – Ergonomia – Tecnologia Assistiva – Deficiências

(7)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Esquema da Metodologia Experimental ... 20

Figura 2: Alcance manual frontal – Pessoa sentada ... 27

Figura 3: Alcance manual lateral - Relação entre altura e profundidade - Pessoa em cadeira de rodas ... 28

Figura 4: Superfície de trabalho para cadeirante ... 28

Figura 5: Dimensões do módulo de referência (M.R.) para cadeirante ... 28

Figura 6:Cadeira e Mesa Escolar ... 43

Figura 7:Carteira Escolar Ajustável ... 44

Figura 8:Carteira Escolar Inclusiva ... 45

Figura 9:Mesa Escolar ... 46

Figura 10: Mesa para Cadeirante ... 47

Figura 11: Mesa de Madeira... 48

Figura 12:Classe Escolar ... 49

Figura 13:Mesa de Madeira baixa ... 49

Figura 14: Mesa de Madeira baixa ... 50

Figura 15: Mesa Escolar Redonda ... 50

Figura 16: Mesa Escolar Oitavada ... 51

Figura 17: Análise de Regulagem de Inclinação ... 51

Figura 18: Cadeira de praia ... 52

Figura 19: Análise de Regulagem para Altura ... 52

Figura 20: Anúncio de Móveis Escolares, 1916, São Paulo. ... 53

Figura 21: Carteira Escolar de 1930 ... 54

Figura 22: Análise de Uso ... 55

Figura 23: Análise de Uso ... 55

Figura 24: Análise de Uso ... 56

Figura 25:Análise Estrutural ... 57

Figura 26: Análise Estrutural - Componentes ... 58

Figura 27: Análise Morfológica ... 59

Figura 28: Análise Morfológica ... 59

Figura 29: Análise Morfológica ... 60

Figura 30: Sala de aula ... 62

(8)

Figura 31: Geração de Alternativa– Estrutura ... 63

Figura 32: Geração de Alternativa – Estrutura ... 63

Figura 33: Geração de Alternativa – Estrutura ... 64

Figura 34: Geração de Alternativas – Estrutura ... 64

Figura 35: Geração de Alternativa – Estrutura ... 65

Figura 36: Geração de Alternativas – Estrutura ... 65

Figura 37: Geração de Alternativa – Estrutura ... 66

Figura 38: Geração de Alternativa – Tampo ... 66

Figura 39: Geração de Alternativa – Tampo ... 67

Figura 40: Geração de Alternativa – Tampo ... 67

Figura 41: Geração de Alternativas – Tampo ... 68

Figura 42: Geração de Alternativas – Tampo ... 68

Figura 43: Geração de Alternativas – Tampo ... 69

Figura 44: Geração de Alternativas– Regulagens ... 70

Figura 45: Geração de Alternativas – Regulagens ... 70

Figura 46: Geração de Alternativas – Regulagens ... 71

Figura 47: Geração de Alternativas – Regulagens ... 71

Figura 48: Geração de Alternativas – Regulagem ... 72

Figura 49: Geração de Alternativas – Regulagem ... 72

Figura 50: Geração de Alternativas – Regulagem ... 73

Figura 51: Geração de Alternativas – Regulagem ... 73

Figura 52: Geração de Alternativas – Estrutura ... 74

Figura 53: Geração de Alternativas – Estrutura ... 75

Figura 54: Geração de Alternativas - Tubos ... 75

Figura 55: Geração de Alternativas - Tubos ... 76

Figura 56: Geração de Alternativas – Tampo ... 76

Figura 57: Geração de Alternativas - Tampo... 77

Figura 58: Análise do mobiliário com cadeira de rodas ... 77

Figura 59: Análise do mobiliário com cadeira de rodas ... 78

Figura 60: Análise do mobiliário com cadeira de rodas ... 78

Figura 61: Análise do mobiliário com cadeira de rodas ... 79

Figura 62: Mesas ou superfícies para refeições ou trabalho ... 82

Figura 63: Mockup 01 ... 82

Figura 64: Mockup 02 ... 83

(9)

Figura 65: Mockup 03 ... 83

Figura 66: Mockup 04 ... 84

Figura 67: Mockup 05 ... 84

Figura 68: Mockup 06 ... 85

Figura 69: Mockup 07 ... 85

Figura 70: Mockup 08 ... 86

Figura 71: Mockup 09 ... 86

Figura 72: Mockup 10 ... 87

Figura 73:Classificação de materiais ... 88

Figura 74: Tubo Retangular Metalon ... 89

Figura 75: Tubo Quadrado Metalon ... 90

Figura 76: Madeira MDP ... 93

Figura 77: Aproveitamento de chapa MDP ... 94

Figura 78: Tinta Epóxi ... 95

Figura 79: Modelo 3D ... 96

Figura 80: Modelo 3D ... 96

Figura 81: Modelo 3D ... 97

Figura 82: Modelo 3D ... 98

Figura 83: Modelo 3D ... 99

Figura 84: Modelo 3D ... 100

Figura 85: Modelo 3D ... 101

Figura 86: Modelo 3D ... 102

Figura 87: Modelo 3D ... 103

Figura 88: Modelo 3D ... 103

Figura 89: Modelo 3D ... 104

Figura 90: Modelo 3D ... 105

Figura 91: Modelo 3D ... 106

Figura 92: Modelo 3D ... 107

Figura 93: Modelo 3D ... 108

Figura 94: Modelo 3D ... 109

Figura 95: Modelo 3D ... 109

Figura 96: Medidas ... 110

Figura 97: Medidas ... 111

Figura 98: Protótipo ... 112

(10)

Figura 99: Protótipo ... 112

Figura 100: Protótipo ... 113

Figura 101: Protótipo ... 113

Figura 102: Protótipo ... 114

Figura 103: Protótipo ... 114

Figura 104: Protótipo ... 115

Figura 105: Protótipo ... 115

Figura 106: Protótipo ... 116

Figura 107: Protótipo ... 116

Figura 108: Sítio Virtual ... 123

Figura 109: Processo de Fabricação MDP ... 124

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição das deficiências por categoria ... 29

Tabela 2: Etapas Metodologia Experimental ... 41

Tabela 3: Medidas da Mesa Escolar ... 47

Tabela 4: Requesitos Estruturais ... 61

Tabela 5: Requesitos Usuais... 61

Tabela 6: Requesitos Estéticos ... 61

Tabela 7: Requesitos de Materiais ... 62

Tabela 8: Dimensões de mesa ... 81

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LISTA DE SIGLAS

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística MEC Ministério da Educação

EIDD European Institute for Design and Disability ONU Organização das Nações Unidas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9050 Norma Brasileira Registrada de Acessibilidade

CDPD Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência SEDPcD Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência OMS Organização Mundial da Saúde

ICIDH International Classification of impairments, disabilities, and handicaps CIDID Classificação Internacional de deficiências, incapacidades e

desvantagens

CID-IX Revisão da Classificação Internacional de Doenças CAT Comitê de Ajudas Técnicas

(13)

SUMÁRIO

SUMÁRIO ... 13

1. INTRODUÇÃO ... 15

2. JUSTIFICATIVA ... 16

3. OBJETIVOS ... 18

3.1 OBJETIVO GERAL ... 18

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 18

4. METODOLOGIA ... 19

4.1.1 Métodos e Metodologias para o Designer ... 21

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 22

5.1 DESIGN ... 22

5.1.1 Design Inclusivo ... 22

5.1.2 Desenho Acessível... 24

5.2 ERGONOMIA ... 24

5.2.1 Normas ... 25

5.3 TECNOLOGIA ASSISTIVA ... 30

5.3.1 Acessibilidade/Usabilidade ... 31

5.4 INCLUSÃO ... 33

5.4.1 Constituição Federal - 1988 ... 36

5.4.2 Declaração de Salamanca - 1994 ... 36

5.5 DEFICIÊNCIAS ... 36

5.5.1 Conceituação de Deficiência ... 38

5.5.2 Deficiência da Criança ... 39

6. DESENVOLVIMENTO ... 41

6.1 PROBLEMATIZAÇÃO ... 41

6.1.1 O quê? ... 41

6.1.2 Por quê? ... 41

6.1.3 Como? ... 42

6.1.4 SIBD E SFBD ... 42

6.2 ANÁLISES ... 42

6.2.1 Análise Sincrônica ... 42

6.2.2 Análise Diacrônica do Desenvolvimento Histórico ... 53

(14)

6.2.3 ... 54

6.2.4 Análise estrutural ... 56

6.2.5 Análise morfológica ... 58

6.3 DEFINIÇÃO DO PROJETO ... 60

6.3.1 Lista de requisitos... 60

6.4 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS/ANTEPROJETO ... 62

6.5 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E MATERIAIS ... 87

6.5.1 Metalon ... 88

6.6.1.1 AÇO CARBONO ... 90

6.5.2 MDP ... 92

6.5.3 PINTURA EPÓXI ... 94

7. PROJETO ... 95

REFERÊNCIAS... 118

8. ANEXO A ... 123

8.1 ANEXO B ... 1234

(15)

1. INTRODUÇÃO

Inicialmente a proposta do presente trabalho visava uma mesa ajustável para crianças e adolescentes, em função do prejuízo de suas posturas em sala de aula.

Posteriormente, com a parceria/convênio da Uniritter (coordenado pelo Centro de Design da Faculdade de Design) com a Kinder Centro de Integração da Criança Especial, que é uma entidade filantrópica, fundada em 1988 pela Dra. Barbara Fischinger, que educa, reabilita e habilita mais de 300 bebês, crianças e adolescentes com deficiências múltiplas e sem condições financeiras, então optou- se pelo redesenho e melhoramento de uma mesa escolar ajustável a essas crianças com deficiência.

A participação de crianças com deficiência na escola é um direito, conforme consta na Lei nº 12.796, de 04 de abril de 2013 que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (DOU1, 2013), e para isso depende da articulação entre profissionais, famílias e sociedade para o cumprimento de diretrizes educacionais, destinação de recursos humanos e materiais e formação de profissionais habilitados para o enfrentamento dos desafios trazidos pela prática cotidiana do ensino.

Muitas crianças com deficiência, em virtude de suas limitações motoras, requerem materiais e equipamentos adaptados, adequação do mobiliário e da estrutura arquitetônica da residência, as quais lhes assegurem condições de mobilidade, participação, segurança e conforto, necessárias ao seu pleno desenvolvimento, além de proporcionar às crianças maior grau de independência nos diferentes espaços e ambientes significativos do seu cotidiano, podendo também facilitar os cuidados pelos familiares, fisioterapeutas, professores.

Cada criança com deficiência tem um tipo de necessidade, então como redesenhar uma mesa escolar ajustável para crianças com deficiências, melhorando sua condição de vida social e no meio acadêmico?

1 Diário Oficial da União – República Federativa do Brasil, imprensa nacional. Datado em 05 de abril de 2013. Este documento pode ser verificado no endereço eletrônico http://www.in.gov.br/autenticidade.html,pelo código 00012013040500001.

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2. JUSTIFICATIVA

Conforme dados do Censo (2010), a taxa de escolarização das crianças de 7 a 14 anos de idade, com deficiência é de 88,6%, portanto seis pontos percentuais abaixo da taxa de escolarização do total de crianças nesta faixa etária, que é de 94,5%. Crianças com deficiências física, sensorial, cognitiva ou múltipla, apresentam necessidades de recursos especializados para seu desenvolvimento, a fim de minimizar suas dificuldades.

A Constituição Federal estabelece que crianças e adolescentes com deficiências têm que ser observadas com ainda mais rigor, pois o pleno desenvolvimento delas depende de cuidados e estruturas especiais. A escola é o primeiro lugar onde as crianças percebem as diferenças, por isso é importante a interação das crianças com deficiência com as sem deficiência. Quando se fala em educação, deve-se pensar em como a escola pode ser acessível à criança com deficiência. Deve-se prestar atenção em todas as necessidades especiais, como o espaço físico, recursos e equipamentos acessíveis, além disso, devem receber um atendimento educacional especializado, buscando assim eliminar todas as barreiras e suprir suas necessidades (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2013).

A Declaração Mundial sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990), aprovada pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos, de 1990, e a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), firmada na Espanha em 1994, marcaram momentos históricos em prol da Educação Inclusiva. No Brasil, a Constituição Federal de 1988, art. 208, inciso III 2 (Brasil, 1988), o Plano Decenal de Educação para todos (MEC, 1993) e os Parâmetros Curriculares Nacionais MEC (1999) são exemplos de documentos que defendem e asseguram o direito de todos à educação.

Segundo Sassaki (1999), a inclusão social é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaços internos e externos, equipamentos,

2Constituição Federal de 1988 - Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.

(17)

aparelhos e utensílios, mobiliários e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também da própria pessoa com deficiencias. Educação inclusiva significa provisão de oportunidades equitativas a todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiências severas, para que eles recebam serviços educacionais eficazes, com os necessários serviços suplementares de auxílios e apoios, em classes adequadas à idade em escolas da vizinhança, a fim de prepará- los para uma vida produtiva como membros plenos da sociedade (CENTRO NACIONAL DE REESTRUTURAÇÃO E INCLUSÃO EDUCACIONAL, 1994).

O educador, cuidador, professor, devem saber como lidar com cada aluno e sua necessidade especifica devem estar preparados para ajudar a realizar suas atividades, desenvolvendo e melhorando suas qualidades e habilidades.

(18)

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Projetar uma mesa estudantil ajustável para crianças com deficiência múltipla.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Pesquisar e identificar os fatores projetuais envolvidos no projeto

 Pesquisar sobre Tecnologia Assistiva diversas

 Realizar revisão bibliográfica sobre deficiências múltiplas

 Pesquisar dimensões de artefatos usados por crianças com deficiência múltipla

 Analisar materiais de baixo custo

 Analisar produtos existentes

 Analisar regulagens de fácil manuseio

 Analisar formas do tampo da mesa

 Suprir as necessidades dos usuários

 Resolver os problemas de altura de mesas adaptando as crianças

(19)

4. METODOLOGIA

Para melhor desenvolvimento do projeto, o presente trabalho foi dividido em duas partes. Teórica e de projeto. Para a parte teórica, o trabalho foi dividido em: 1) introdução; 2) justificativa; 3) objetivos gerais e; 4) fundamentação teórica. Dentro destas etapas foi feito levantamento bibliográfico relacionado à educação inclusiva, deficiências, ergonomia e ao design de produto.

A parte projetual segue com a metodologia experimental de Bonsiepe (1984), como mostra na Figura 1. O eixo estrutural estabelecido por Bonsiepe é detalhado da seguinte forma:

 Problematização: são traçadas as metas gerais do projeto. Devem ser apresentados os fatores e as influências do problema e as situações que devem ser melhoradas.

 Análise: análise das características dos produtos e processos existentes, onde devem ser conferidas as funções, características de uso do produto, análise funcional, de materiais, estrutural, morfológica, ergonômica.

 Definição do problema: síntese do problema, onde estes devem ser estruturados, fracionados e hierarquizados, se definem os requisitos e prioridades, para que possa dar início à formulação do projeto.

 Anteprojeto e geração de alternativas: são geradas as possibilidades de solução dos problemas. Esse processo pode ser feito através de técnicas para facilitar a produção de ideias como o Brainstorming. Devem ser apresentados esboços do projeto que venham a auxiliar nas tomadas de decisões para uma definição de detalhes técnicos e formais do produto.

 Avaliação, decisão e escolha: as propostas definidas devem ser questionadas e avaliadas. Devem ser escolhidos e definidos os materiais e processos

(20)

Figura 1 - Esquema da Metodologia Experimental

Fonte:Bonsiepe (1984, pg.35.)

(21)

Ainda, segundo Bonsiepe, a apresentação do Projeto deve conter:

 Desenhos técnicos com vistas e cortes;

 Desenhos em perspectiva;

 Detalhamento de uniões, encaixes e demais alternativas de encontros de peças;

 Detalhamento das estruturas;

 Renderings;

 Demais variantes pertinentes ao projeto.

4.1.1 Métodos e Metodologias para o Designer

Para Redig (2005), o processo projetual do Design são caminhos técnicos, que o Designer deve percorrer para ter um equacionamento satisfatório dos fatores projetuais, tornando as metodologias projetuais fundamentais.

Com relação às metodologias projetuais, que são fundamentais para o desenvolvimento de produtos, são caracterizadas por direcionar o projeto baseando- se em estudos de princípios e procedimentos (KINDLEIN JUNIOR, 2009).

Bonsiepe (1984) diz que “a metodologia não tem finalidade em si mesma, é só uma ajuda no processo projetual, dando uma orientação no procedimento do processo e oferecendo técnicas e métodos que podem ser usados em certas etapas”. Assim, ele divide a prática de projeto nas etapas de Problematização, Análise, Definição de Problema, Anteprojeto (geração de alternativas) e Projeto.

Transpor etapas previamente descritas de forma linear não garante o sucesso do trabalho, segundo Baxter (1998). O autor afirma que, em um mercado de alta concorrência, “o planejamento incluindo identificação de uma oportunidade, pesquisa de marketing, análise dos produtos concorrentes, proposta de novo produto, elaboração das especificações das oportunidades e as especificações do projeto” são essenciais.

Já Löbach (2000) diz que todo processo de Design é tanto um processo criativo, como um processo de soluções de problemas. Para este propósito, o autor desenvolve uma metodologia para o processo de Design (projeto) baseado em quatro macro etapas: Preparação (análise problemas), Geração (alternativas do

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problema), Avaliação (avaliação das alternativas do problema) e Realização (realização da solução do problema).

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 DESIGN

5.1.1 Design Inclusivo

Design Inclusivo ou Design Universal, segundo Santos; Senna; Vieira (2007) consiste no planejamento de projeto de produto a fim de atender maior número de usuários, independente de idade, habilidade ou situação, seguindo características antropométricas, biomecânicas e sensoriais. Trata-se de projetar associando os 7 princípios básicos desenvolvidos pela "Center of Universal Design" da Universidade da Carolina do Norte, EUA, que propõe regras simples para projeto universal:

- Uso Equitativo: o design não pode colocar em desvantagem nenhum usuário;

- Flexibilidade no uso: o design acomoda ampla series de preferências e habilidades;

- Uso Intuitivo e Simplificado: o design é compreendido para o uso, respeita e experiência, o conhecimento, o idioma e a concentração do usuário;

- Informação Perceptiva: o design comunica informações efetivas, respeitando condições do ambiente e habilidades sensoriais;

- Tolerância a Erros: o design minimiza o perigo e consequências adversas a uma ação acidental ou sem intenção;

- Mínimo esforço: o design utiliza forma eficiente e confortável, com o mínimo de fadiga,

- Tamanho e Espaço para Uso e Aproximação Adequados: tamanho e espaço apropriado para aproximação, toque, manipulação e uso de acordo com o tamanho do corpo, postura e mobilidade do usuário.

Com isso, deve-se deixar claro, que o termo inclusivo deve ser considerado, desde as primeiras etapas da concepção do produto, que não é obrigatório qualquer esforço financeiro especial ou adição de adaptadores complexos. A sociedade em geral normalmente imagina que tudo o que se constrói para a acessibilidade está

(23)

relacionado com automação, dispositivos mecânicos ou eletrônicos caros e especialmente projetados.

Portanto, Design Inclusivo, ou Universal, não significa só pequenos ajustes referentes à funcionalidade do produto ou serviços oferecidos à sociedade, adaptação à entrada de uma escola com uma rampa, automatizar um produto ou instalação de elevadores. É necessária consideração e comprometimento por parte dos designers e fabricantes de produtos e serviços; de arquitetos, urbanistas e profissionais que direta ou indiretamente exercem atividades chaves no desenvolvimento do ambiente habitado pela sociedade. Esses profissionais devem saber que as pessoas com restrições físicas são usuárias de seus produtos fabricados e ficam expostas e são delatadas das ausências que a sociedade apresenta para a livre circulação e o direito básico de qualquer cidadão de ir e vir, independente de seu estado físico (M. SOFIA PÉREZ FERRÉS, 2005).

Desenho universal - um processo que aumenta a segurança, funcionalidade, saúde e participação social, através do design e a operação de ambientes, produtos e sistemas em resposta à diversidade de pessoas e habilidades. A funcionalidade, porém, não é o único objetivo do desenho universal, e "adaptação e design especializado são uma parte do fornecimento personalizado e escolha, que pode ser essencial para lidar com a diversidade. Outros termos coincidentes para o mesmo conceito são design para todos e design inclusivo. RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE A DEFICIENCIA, 20113.

Pesquisas dos designers do EIDD (European Institute for Design and Disability) junto com linhas de produção demonstraram que projetos inclusivos que facilitam a vida dos usuários, facilitam também suas tarefas. Também foi demonstrado que produtos que procuraram saciar essa variedade de interesses se tornaram mais competitivos e mais apelativos no mercado.

Design for All visa permitir que todas as pessoas tenham oportunidades iguais de participação em todos os aspectos da sociedade. Para conseguir isso, o ambiente construído, objetos do cotidiano, serviços, cultura e informação - em suma, tudo o que é projetado e feito por pessoas para ser usado por pessoas - deve ser acessível, conveniente para todos na sociedade de usar e responsivo à evolução humana diversidade. EIDD STOCKHOLM DECLARATION, 2004.4

3 Relatório mundial sobre a deficiência / World Health Organization, The World Bank; tradução Lexicus Serviços Lingüísticos. - São Paulo: SEDPcD, 2012. 334 p.

4 The EIDD Stockholm Declaration - A Declaração de Estocolmo EIDD - Aprovada em 9 de maio de 2004, na Assembleia Geral Anual do Instituto Europeu de Design e Deficiência, em Estocolmo.

(24)

5.1.2 Desenho Acessível

Sassaki (1999) diz que desenho vem diretamente de design que significa projeto. Em seu livro5, ele diz que o arquiteto Guillermo Conde estabelece três níveis conceituais: planejamento, projeto e construção.

Com o passar do tempo, enquanto ambientes inacessíveis iam sendo criados e outros sendo adaptados, surgiu o conceito de desenho acessível, que é um projeto que leva em conta a acessibilidade para pessoas com deficiências físicas, mental, auditiva, visual ou múltipla, utilizando com autonomia e independência.

Com essa urgência em garantir ambientes e transportes acessíveis a ONU6 reconhece que:

há urgente necessidade de [...] eliminação de barreiras físicas e sociais, visando a criação de uma sociedade acessível a todos, com ênfase particular de medidas para corresponder a necessidades e interesses dos que enfrentam dificuldades em participar plenamente da sociedade; [...]

(NAÇOES UNIDAS, pg.100)

5.2 ERGONOMIA

Niemeyer (2006) diz que os primórdios da industrialização foi um período de confusão da concepção formal de produtos. No século XX, o funcionalismo surgiu como corrente metodológica, afirmando a função como qualidade. Após a II Guerra Mundial, a adequações dos produtos para os usuários servia de base para teorias ergonômicas.

Ergonomia usa os conhecimentos adquiridos das habilidades e capacidades humanas e estudam as limitações dos sistemas, organizações, atividades, máquinas, ferramentas e produtos de consumo de modo a torná-los mais seguros, eficientes e confortáveis para uso humano. Do ponto de vista ergonômico, os produtos são considerados como meios para que o homem possa executar determinadas funções. Esses produtos, então, passam a fazer parte de sistemas

5 Inclusão./ Construindo uma sociedade para todos. 1997, pg.137

6Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização internacional cujo objetivo é facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento econômico, progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial.

(25)

homem-máquina-ambiente. O Objetivo da ergonomia é estudar esses sistemas, para que as máquinas e ambientes possam funcionar harmoniosamente com o homem, de modo que o desempenho dos mesmos seja adequado (IIDA, 2005).

Podem ser identificados três domínios de especialização na área da ergonomia: Ergonomia Organizacional que otimiza os sistemas sócio-técnicos incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e processos; Ergonomia Cognitiva diz respeito aos processos mentais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora e Ergonomia Física que relaciona as características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física (IEA, 1961).

5.2.1 Normas

Para desenvolver projetos para pessoas com deficiência, é preciso seguir algumas normas. Conforme ABNT NBR 9050:2004, sobre "acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos", aplicam-se as seguintes definições, dentre outras:

 Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos.

 Acessível: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação.

 Adaptável: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características possam ser alteradas para que se torne acessível.

 Adaptado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características originais foram alteradas posteriormente para serem acessíveis.

 Adequado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características foram originalmente planejadas para serem acessíveis.

 Altura: Distância vertical entre dois pontos.

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 Deficiência: Redução, limitação ou inexistência das condições de percepção das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos, em caráter temporário ou permanente.

 Desenho universal: Aquele que visa atender à maior gama de variações possíveis das características antropométricas e sensoriais da população.

 Superfície de trabalho: Área para melhor manipulação, empunhadura e controle de objetos.

 Tecnologia Assistiva: Conjunto de técnicas, aparelhos, instrumentos, produtos e procedimentos que visam auxiliar a mobilidade, percepção e utilização do meio ambiente e dos elementos por pessoas com deficiência.

 Pessoa com mobilidade reduzida: Aquela que, temporária ou permanentemente, tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo. Entende-se por pessoa com mobilidade reduzida, a pessoa com deficiência, idosa, obesa, gestante entre outros.

 Reforma: Intervenção física em edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que implique a modificação de suas características estruturais e funcionais.

A ABNT (2004) destaca a importância de se analisar os parâmetros antropométricos, tais como: dimensões da pessoa em diferentes posições com ou sem uso de órtese (andador, bengala ou muleta) ou cadeira de rodas; área de transferência; área de aproximação; área de alcance manual; parâmetros visuais considerando os ângulos de alcance visual e parâmetros de alcance auditivo. E de acordo com os dados encontrados, é possível ajustar o espaço físico implantando condições físicas adequadas.

Com relação às dimensões referenciais das medidas antropométricas da população brasileira, foram adotadas as seguintes siglas com relação aos parâmetros antropométricos desta norma (ABNT NBR 9050:2004):

M.R. – Módulo de referência;

P.C.R. – Pessoa em cadeira de rodas;

P.M.R. – Pessoa com mobilidade reduzida;

P.O. – Pessoa obesa;

L.H. – Linha do horizonte.

(27)

Medições referentes a uma pessoa com cadeira de rodas (figuras 2 até 5).

Figura 2: Alcance manual frontal – Pessoa sentada

A3 = Altura do centro da mão com antebraço formando 90º com o tronco B3 = Altura do centro da mão estendida ao longo do eixo longitudinal do corpo C3 = Altura mínima livre entre a coxa e a parte inferior de objetos e equipamentos D3 = Altura mínima livre para encaixe dos pés

E3 = Altura do piso até a parte superior da coxa

F3 = Altura mínima livre para encaixe da cadeira de rodas sob o objeto G3 = Altura das superfícies de trabalho ou mesas

H3 = Altura do centro da mão com braço estendido paralelo ao piso

I 3 = Altura do centro da mão com o braço estendido, formando 30o com o piso = alcance máximo confortável

J3 = Altura do centro da mão com o braço estendido formando 60o com o piso = alcance máximo eventual

L3 = Comprimento do braço na horizontal, do ombro ao centro da mão M3 = Comprimento do antebraço (do centro do cotovelo ao centro da mão) N3 = Profundidade da superfície de trabalho necessária para aproximação total O3 = Profundidade da nádega à parte superior do joelho

P3 = Profundidade mínima necessária para encaixe dos pés Fonte: ABNT NBR 9050:2004

(28)

Figura 3: Alcance manual lateral - Relação entre altura e profundidade - Pessoa em cadeira de rodas

Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Figura 4: Superfície de trabalho para cadeirante

Fonte: ABNT NBR 9050:2004

Figura 5: Dimensões do módulo de referência (M.R.) para cadeirante

FONTE:ABNTNBR9050:2004

Raio de alcance com o braço estendido

Módulo de Referência (M.R.)

(29)

Segundo Panero e Zelnik (2002), não existe grande escala sobre dados antropométricos de pessoas que são usuárias de cadeiras de rodas, por exemplo.

São inúmeras dificuldades encontradas envolvendo os tipos de deficiência, membros ou segmentos afetados, a extensão da paralisia, o grau de disfunção muscular, o efeito cumulativo na mobilidade global do membro devido ao uso da cadeira. Pode- se verificar na tabela 1, uma distribuição das deficiências por categoria, compilada pelo Michigan Center for a Barrier-Free Environment (1977), ressaltando a magnitude do problema em base nacional.

Tabela 1 - Distribuição das deficiências por categoria

Fonte: Panero e Zelnik, 2002

(30)

5.3 TECNOLOGIA ASSISTIVA

No Brasil, o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT, instituído pela PORTARIA N°

142, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2006 propõe o seguinte conceito para a tecnologia assistiva: é do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (ATA VII - Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) - Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Presidência da República)

Os objetivos da Tecnologia Assistiva são proporcionar à pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado, trabalho e integração com a família, amigos e sociedade (CAT, Ata da Reunião VII, SDH/PR, 2007). Suas categorias são classificadas com base nas diretrizes gerais da ADA7, porém não é definitiva e pode variar segundo alguns autores. A importância das classificações no âmbito da Tecnologia Assistiva se dá pela promoção da organização desta área de conhecimento e servirá ao estudo, pesquisa, desenvolvimento, promoção de políticas públicas, organização de serviços, catalogação e formação de banco de dados para identificação dos recursos mais apropriados ao atendimento de uma necessidade funcional do usuário final.

Segundo Bersch (2008) os recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob medida, utilizada para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Os Serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar recursos, que podem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado, incluindo brinquedos e roupas adaptadas, computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam questões de acessibilidade, dispositivos para adequação da

7 ADA - American with Disabilities Act - regula os direitos dos cidadãos com deficiência nos EUA, além de prover a base legal dos fundos públicos para compra dos recursos que estes necessitam.

(31)

postura sentada, recursos para mobilidade manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente e serviços são aqueles prestados profissionalmente à pessoa com deficiência visando selecionar, obter ou usar um instrumento de Tecnologia Assistiva. Como exemplo, podemos citar avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos.

5.3.1 Acessibilidade/Usabilidade

Acessibilidade tem como possibilidade e condição de alcançar os elementos funcionais do ambiente construído, para assim permitir sua utilização. Ambientes projetados ou adaptados são para adequar as características das pessoas, assim aumentando a usabilidade das instalações facilitando as operações de alcance, resistência e a visibilidade (NICHOLL, 2001).

Como consta na Revista da Educação Especial (2005), artigo escrito por Sassaki, às medidas mais diversas de adequação dos sistemas escolares às necessidades dos alunos são implementadas nas seis dimensões de acessibilidade:

• Acessibilidade arquitetônica, sem barreiras ambientais físicas em todos os recintos internos e externos da escola e nos transportes coletivos.

• Acessibilidade comunicacional, sem barreiras na comunicação interpessoal (face-a-face, língua de sinais, linguagem corporal, linguagem gestual),na comunicação escrita (jornal, revista, livro, carta, apostila, etc., incluindo textos em braile, textos com letras ampliadas para quem tem baixa visão, notebook e outras tecnologias assistivas para comunicar) e na comunicação virtual (acessibilidade digital).

• Acessibilidade metodológica, sem barreiras nos métodos e técnicas de estudo (adaptações curriculares, aulas baseadas nas inteligências múltiplas, uso de todos os estilos de aprendizagem, participação de cada aluno, novo conceito de avaliação de aprendizagem, novo conceito de educação, novo conceito de logística didática), de ação comunitária (metodologia social, cultural, artística etc. baseada em participação ativa) e de educação dos filhos (novos métodos e técnicas nas relações familiares).

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• Acessibilidade instrumental, sem barreiras nos instrumentos e utensílios de estudo (lápis, caneta, transferidor, régua, teclado de computador, materiais pedagógicos), de atividades da vida diária (Tecnologia Assistiva para comunicar, fazer a higiene pessoal, vestir, comer, andar, tomar banho) e de lazer, esporte e recreação (dispositivos que atendam às limitações sensoriais, físicas e mentais).

• Acessibilidade programática, sem barreiras invisíveis embutidas em políticas públicas (leis, decretos, portarias, resoluções, medidas provisórias), em regulamentos (institucionais, escolares, empresariais, comunitários) e em normas de um uso geral.

• Acessibilidade atitudinal, por meio de programas e práticas de sensibilização e de conscientização das pessoas em geral e da convivência na diversidade humana resultando em quebra de preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações.

Conforme regulamenta a Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios para promoção de acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, Art.8º para fins de acessibilidade, considera-se:

I – acessibilidade: condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transportes e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2004)

A diferenciação entre acessibilidade e usabilidade é a base de aproximação e uso, servindo como orientação geral (NICHOLL, 2001).

A usabilidade segundo Pheasant (1997), visa especialmente que a facilidade de uso é um critério de ergonomia, é um termo usado para definir a facilidade com que as pessoas podem empregar uma ferramenta ou objeto a fim de realizar uma tarefa específica e importante. Pode também se referir aos métodos de mensuração e ao estudo dos princípios por trás da eficiência percebida de um objeto.

A usabilidade está geralmente relacionada com produtos interativos, cujos objetivos são: facilidade de aprendizado, efetividade, eficiência e segurança no uso, boa utilidade e memorização.

(33)

Se um projeto cumprir os requisitos de usabilidade propostos e se for confortável em sua utilização, a eficiência no uso também é abordada como o grau em que um produto é mais eficiente e mais aceito pelos usuários.

5.4 INCLUSÃO

Inclusão social se define como um processo em que a sociedade se adapta para incluir pessoas com deficiências, preparando-se para a sociedade. A prática da inclusão social possui princípios considerados incomuns, como a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da cooperação (SASSAKI, 1999).

Na educação, a inclusão passa por um processo de reforma e reestruturação como um todo, segundo Mittler (2003), para dar oportunidades educacionais e sociais a todos, oferecidas pela escola, garantindo o acesso e a participação de todas as crianças, impedindo a segregação e o isolamento.

As crianças com deficiência têm menos chances de começar na escola do que as crianças sem deficiência, com índices mais baixos de permanência. Crianças com deficiências deveriam ter acesso igualitário, porque é essencial para a formação do capital humano e sua participação na vida social e econômica (RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE A DEFICIÊNCIA, 2011).

Segundo pesquisa feita por Pinto(2006), a escola tende a ser um lugar que todos buscam conhecimentos. Entender o que significa conhecimento pode nos ajudar a compreender o fenômeno da inclusão. No ato de conhecimento, o ser que conhece, ao conhecer nasce de novo, ele tem uma nova vida ao ser reconhecido, se torna outra na medida em que entra em contato com a realidade e conhece a nova realidade.

O currículo de uma escola é organizado para um ambiente em que pessoas e fatos da cultura e objetos na natureza tenham espaços para o conhecimento. São organizados pelos educadores, pela sociedade e deve-se levar em conta que isso não é só conhecimento individual e coletivo, mas múltiplos. Pessoas que compõem as minorias da nossa sociedade, aquelas principalmente marcadas por alguma deficiência, são seres que, quando podem, não aceitam suas condições limitadas e buscam se superar.

(34)

A educação inclusiva foi vista como uma inovação de educação especial, mas foi expandindo-se como uma tentativa de educação de qualidade ao alcance de todos. Para Ballard (1997) as características fundamentais para a inclusão são a não discriminação das deficiências, da cultura e do gênero.

Conforme diz no Relatório Mundial sobre a Deficiência (2012), antigamente eram exigidos grandes esforços para prover educação e treinamento, pois eram realizadas em escolas segregadas, como escolas para cegos. Essas instituições atendiam pequenas quantidades de carentes e não eram eficazes no ponto de visto dos custos. A situação só começou a mudar quando a legislação exigiu a inclusão no sistema educacional de crianças com deficiências. As Nações Unidas, na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD) reconhece que todas as crianças tem o direito de receber suporte individual que necessitar.

A inclusão de crianças e adultos com deficiência na educação é importante porque a educação contribui para a formação do capital humano, determinando bem estar e riqueza pessoal; excluir crianças com deficiência das oportunidades educacionais tem altos custos econômicos e sociais; os países não poderão alcançar as metas de Educação para Todos8ou as metas de Desenvolvimento do Milênio9 de universalização da educação primaria, garantindo o acesso à educação as crianças com deficiências e nem todos os países são capazes de cumprir com suas responsabilidades relativas ao Artigo 2410.

Para as crianças sem deficiências, o contato com crianças com deficiência num cenário inclusivo pode reduzir o preconceito, portanto, a educação inclusiva é essencial para promover sociedades inclusivas e equitativas.

A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos, espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos, utensílios mobiliário e meios de transportes e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também do próprio portador de necessidades especiais (SASSAKI, 1999, p.42).

8 Educação para Todos é um movimento global para prover educação básica com qualidade para todas as crianças, jovens e adultos.

9 Desenvolvimento do Milênio enfatiza atrair as crianças à escola e garantir sua capacitação para que possam prosperar num ambiente de aprendizado que permita a cada criança desenvolver toda sua capacidade.

10 A CDPD enfatiza a necessidade de os governos assegurarem acesso igualitário a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e prover instalações razoáveis e serviços de apoio individual a pessoas com deficiência para facilitar sua educação.

(35)

A história da atenção educacional para pessoas com deficiência tem fases de exclusão, segregação institucional, integração e inclusão:

- Fase de exclusão

Nesta fase, nenhuma atenção educacional foi provida às pessoas com deficiência, que também não recebiam outros serviços. A sociedade simplesmente ignorava, rejeitava, perseguia e explorava estas pessoas, então consideradas

"possuídas por maus espíritos ou vitimas da sina diabólica e feitiçaria" (JONSSON, 1994).

- Fase de segregação institucional

Excluídas da sociedade e da família, pessoas com deficiência eram geralmente atendidas em instituições por motivos religiosos ou filantrópicos e tinham pouco ou nenhum controle sobre a qualidade da atenção recebida. Segundo Jonsson (1994), foi neste contexto que emergiu, em muitos países em desenvolvimento, a educação especial para crianças com deficiência, administrada por instituições voluntárias, em sua maioria religiosa com consentimento governamental, mas sem nenhum outro tipo de envolvimento por parte do governo.

Algumas dessas crianças passaram a vida inteira dentro das instituições. Surgiram também escolas especiais, assim como centros de reabilitação e oficinas protegidas de trabalho, pois a sociedade começou a admitir que pessoas com deficiência poderiam ser produtivas se recebessem escolarização e treinamento profissional.

- Fase de integração

Nesta fase surgiram as classes especiais dentro de escolas comuns, o que aconteceu não por motivos humanitários e sim para garantir que as crianças com deficiência não "interferissem no ensino" ou não "absorvessem as energias do professor" a tal ponto que o impedissem de "instruir adequadamente o número de alunos geralmente matriculados numa classe" (Chambers e Hartman, in Jonsson,1994). Nesta fase, os testes de inteligência desempenharam um papel relevante, no sentido de identificar e selecionar apenas as crianças com potencial acadêmico.

Este elitismo, que ainda é defendido com frequência, serve para justificar a instituição educacional na rejeição de mais de um terço ou até a metade do número de crianças a ela encaminhadas. Tal desperdício não seria tolerado em nenhum outro campo de atividade. (UNESCO, in Jönsson, 1994)

(36)

5.4.1 Constituição Federal - 1988

A Constituição Federal vigente elegeu como fundamentos da República a cidadania e a dignidade de pessoa humana (art.1º, inc.II e III) e com um dos seus objetivos fundamentais a promoção do bem estar de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art.3º, inc. IV).

O direito a igualdade trata o direito de TODOS à educação. Visa o "pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho" (art.205).

Nossa Constituição Federal, art.208, inc.III, utiliza-se o advérbio preferencialmente quando se refere ao “atendimento educacional especializado", aquilo que é necessariamente diferente do ensino escolar para atender melhor alunos com deficiência.

5.4.2 Declaração de Salamanca - 1994

Delegados a Conferencia Mundial sobre as Necessidades Educativas Especiais, reunidos em Salamanca, na Espanha, em julho de 1994, reafirmaram compromisso em prol da Educação para Todos. Reconhecendo as necessidades e urgências, da garantindo educação para todas as crianças, jovens, adultos com necessidades especiais, fazendo com que os governos e organizações sejam guiados pelas propostas e recomendações feitas, assegurando que a educação das pessoas com deficiência faça parte integrante do sistema educativo.

5.5 DEFICIÊNCIAS

O termo necessidades especiais é utilizado com um significado mais amplo, às vezes encontramos em livros, palestras e conversas o uso das expressões

"pessoas portadoras de necessidades especiais, pessoas com necessidades especiais e portadores de necessidades especiais", como sendo melhor que falar pessoas com deficiências ou portadoras de deficiências, pois acham que a palavra

"deficiência" pode agredir verbalmente a estas pessoas, então, segundo Sassaki (1997, p.14):

(37)

[...] o uso da palavra 'deficiência', supostamente desagradável ou pejorativa.

Todavia, 'necessidades especiais' não deve ser tomado como sinônimo de 'deficiências'(mentais, auditivas, visuais, físicas ou múltiplas').Portanto, aquelas expressões em itálico são corretas se não forem utilizadas como sinônimas das expressões grifadas. Acresça-se que é aceitável que se diga ou escreva 'pessoas deficientes'. O que não se aceita mais é o uso dos vocábulos 'deficiente' e 'deficientes' como um substantivo, exceto quando um ou outro for necessário no contexto de uma explicação[...]

As necessidades especiais, então podem resultar de condições atípicas, tais como: deficiências mentais, físicas, auditivas, visuais e múltiplas; autismo;

dificuldades de aprendizagem; insuficiências orgânicas; superdotação; problemas de conduta; distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade; distúrbio obsessivo compulsivo; síndrome de Tourette; distúrbios emocionais e transtornos mentais.

Segundo Margaret Chan e Robert Zoellick (2011), as pessoas com deficiências apresentam piores perspectivas de saúde, níveis mais baixos de escolaridade, participação econômica menor e taxas de pobreza mais elevadas em comparação as pessoas sem deficiência. As mesmas enfrentam barreiras nos serviços que muitos consideram garantidos, como saúde, educação, emprego, transporte e informação.

Conforme consta no Relatório Mundial sobre a Deficiência, traduzido pela SEDPcD11 (2012), na IX Assembleia da OMS12 (Organização Mundial da Saúde), em 1976, surgiu uma nova conceituação, a Internacional Classification of impairments, disabilities, and handicaps: a manual of classification relating to the consequences of disease (ICIDH) sendo sua tradução a Classificação Internacional de deficiências, incapacidades e desvantagens: um manual de classificação das consequências das doenças (CIDID13), publicada em 1989.

Em muitos países, a CIDID, tem sido utilizada na determinação da prevalência das incapacidades, aplicada à área de seguro social, saúde ocupacional, concessões de benefícios e, em nível comunitário, em cuidados pessoais de saúde ou como forma de avaliar pacientes em reabilitação.

11 Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo

12 Organização Mundial da Saúde. CID-IX Revisão da classificação internacional de doenças. Porto Alegre: Sagra; 1976.

13 Portugal. Secretariado Nacional de Reabilitação. Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (Handicaps): Um manual de classificação das consequências das doenças (CIDID). Lisboa: SNR/OMS; 1989.

(38)

5.5.1 Conceituação de Deficiência

As deficiências podem ser divididas em cinco grupos que são: deficiência física, mental, sensorial, orgânica e múltipla. Na deficiência sensorial está a limitação relacionada à visão, audição e fala. Já a múltipla é assim considerada quando há a presença de dois ou mais tipos de deficiências associadas (BRASIL, 2004).

A CID-IX propõe uma classificação da conceituação de deficiência que pode ser aplicada a vários aspectos da saúde e da doença, sendo um referencial unificado para a área. Estabelece, com objetividade, abrangência e hierarquia de intensidades, uma escala de deficiências com níveis de dependência, limitação e seus respectivos códigos, propondo que sejam utilizados com o CID (Classificação Internacional de Doenças) pelos serviços de medicina, reabilitação e segurança social.

Por essa classificação são conceituadas:

- Deficiência: perda ou anormalidade de estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou permanente. Incluem-se nessas a ocorrência de uma anomalia, defeito ou perda de um membro, órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais. Representa a exteriorização de um estado patológico, refletindo um distúrbio orgânico, uma perturbação no órgão.

- Incapacidade: restrição, resultante de uma deficiência, da habilidade para desempenhar uma atividade considerada normal para o ser humano. Surge como consequência direta ou é resposta do indivíduo a uma deficiência psicológica, física, sensorial ou outra. Representa a objetivação da deficiência e reflete os distúrbios da própria pessoa, nas atividades e comportamentos essenciais à vida diária.

- Desvantagem: prejuízo para o indivíduo, resultante de uma deficiência ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de papéis de acordo com a idade, sexo, fatores sociais e culturais, caracteriza-se por uma discordância entre a capacidade individual de realização e as expectativas do indivíduo ou do seu grupo social. Representa a socialização da deficiência e relaciona-se às dificuldades nas habilidades de sobrevivência.

Pessoas com deficiências físicas com mobilidade segundo Panero e Zelnik (2002), para esta categoria de usuários, também chamados deficientes ambulantes, é necessário considerar aqueles que utilizam muletas, andadores, bengalas e aqueles que vão acompanhados de cachorros. Todos esses equipamentos de

(39)

auxilio tornam-se uma parte funcional do corpo do indivíduo. Tanto o equipamento auxiliar como o usuário deve ser vistos como uma entidade única. Para fins de projeto, deve-se conhecer não apenas antropometria, mas também analises espaciais envolvidas.

A Lei No. 10.098/0014 conceitua acessibilidade como sendo a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Pessoas com deficiências físicas sem mobilidade conforme estudos feitos por Vasconcelos e Pagliuca, pessoas com deficiências têm dificuldades e são impossibilitadas de executar atividades como as outras pessoas sem deficiências, impondo então a utilização de equipamentos para a facilitação de convívio.

5.5.2 Deficiência da Criança

Relatado por profissionais da saúde, acadêmicos, pesquisadores e centros mundialmente especializados, consta no Relatório Mundial sobre a Deficiência, já citado em outros capítulos, que crianças com deficiências variam de definição e da mensuração da deficiência. A Carga Global de Doenças15 estima que o número de crianças com idades entre 0–14 anos que enfrentam deficiências graves ou moderadas em 93 milhões (5,1%), com 13 milhões (0,7%) de crianças enfrentando dificuldades graves. Em 2005, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estimou o número de crianças com deficiências menores de 18 anos de idade em 150 milhões. Uma análise sobre países de renda baixa e média relatou uma prevalência de deficiências entre crianças de 0,4% a 12,7% dependendo do estudo e da ferramenta de avaliação. Nos países de baixa renda apontou para

14Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179o da Independência e 112o da República. Lei no 10.098,.Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

15Em 1991 a OMS (Organização Mundial de Saúde) deu início ao projeto “Global Burden of Disease and risks factors”, que disponibiliza estimativas da carga global da doença e da carga da doença que é atribuível a um conjunto de fatores de risco selecionados, para as diferentes regiões e países do mundo inteiro. Os estudos da carga global da doença têm como objetivo quantificar a carga de mortalidade prematura e de incapacidade para as principais doenças ou grupos de doenças, usando como medida resumo da saúde da população o DALY (Disability Adjusted Life Year).

(40)

problemas em identificar e caracterizar a deficiência em consequência da falta de ferramentas culturais e linguagens específicas para a avaliação. Isso sugere que as crianças com deficiências não estão sendo identificadas ou recebendo a assistência necessária.

O funcionamento de uma criança deve ser visto não de forma isolada, mas no contexto da família e do ambiente social. Crianças com menos de 5 anos de idade nos países em desenvolvimento são expostas a vários riscos, incluindo pobreza, desnutrição, problemas de saúde, e ambientes domésticos desestimulantes, que podem prejudicar o desenvolvimento cognitivo, motor, e sócio-emocional.

Entre 14% e 35% das crianças foram classificadas como positivas quanto ao risco de deficiência na maioria dos países (Robertson, 2009). Os dados de alguns países também indicaram que as crianças de grupos de minorias étnicas tinham uma maior probabilidade do que outras crianças de serem diagnosticadas como positivas para alguma deficiência.

Crianças com problemas no desenvolvimento motor apresentam maior dificuldade para controlar seu corpo e movimentar-se, necessitando de ajuda de outras pessoas para vencer suas necessidades, diz Pizzol (2009). É feito um tratamento de fisioterapia para a evolução motora, este tratamento tende indicar a criança como ela pode se sustentar, se equilibrar e se movimentar melhor, com a ajuda de um terapeuta e também da família, assim procurando uma maior independência possível.

(41)

6. Desenvolvimento

Para o desenvolvimento deste projeto foi utilizada a metodologia experimental de Bonsiepe (1984), a autora desta monografia divide nas seguintes etapas como mostra na Tabela 2:

Tabela 2: Etapas Metodologia Experimental

PROBLEMATIZAÇÃO

ANÁLISES

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

ANTEPROJETO/GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

PROJETO

Fonte: Tabela elaborada pela autora a partir de BONSIEPE, 1984.

6.1 PROBLEMATIZAÇÃO

6.1.1 O quê?

Projetar um mobiliário inclusivo, mesa ajustável, a fim de atender as necessidades de crianças com deficiências e sendo fácil manuseio para seus cuidadores.

6.1.2 Por quê?

Para melhorar, ajudar e facilitar a vida acadêmica e social da criança com deficiência e manuseio do produto feito pelas fisioterapeutas, professores e cuidadores.

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6.1.3 Como?

Através da Metodologia Experimental de Bonsiepe.

6.1.4 SIBD E SFBD

Projetar uma mesa escolar ajustável para crianças com deficiência, tendo ajuste de altura e regulagem no tampo, comportando as necessidades de um estudante com deficiência. O material inicial para a fabricação será o Metalon (aço carbono) e MDP.

6.2 ANÁLISES

A realização das análises, segundo Bonsiepe (1984), é fundamental para as informações a respeito do projeto, que serão selecionadas e interpretadas, esclarecendo melhor o problema, visando as características dos produtos e processos existentes, nas suas funções, características de uso do produto, análise funcional, de materiais, estrutural, morfológica, ergonômica.

6.2.1 Análise Sincrônica

Foram analisados alguns mobiliários inclusivos em diversos sites relacionados ao assunto e também na própria Kinder - Centro de Integração da Criança Especial, onde a Instituição presta atendimento interdisciplinar a bebês, crianças e adolescentes com deficiências múltiplas.

A Kinder acredita no potencial de aprendizagem do ser humano, independente do grau de lesão física, sensorial ou mental, propiciando a estas crianças e jovens o direito de ir à escola (KINDER, 2013).

Essa análise é feita para a comparação de produtos já existentes, ajudando no desenvolvimento do projeto futuro.

Serve para reconhecer o 'universo' do produto em questão e para evitar reinvenções. A comparação e critica dos produtos requer a formulação de critérios comuns. Convém incluir informações sobre preços, materiais e processos de fabricação (BONSIEPE, 1984 pg.38).

(43)

A Figura 6 mostra uma cadeira escolar ergonômica para posicionamento de alunos com dificuldade motora e mesa escolar ergonômica ajustável. O material utilizado na mesa escolar foi tubo de aço retangular com regulagem de altura, tampo em madeira revestido com fórmica, rebordo em EVA em todo o perímetro e com regulagem de inclinação.

Figura 6:Cadeira e Mesa Escolar

Fonte: Assistiva (2013)

A Figura 7 mostra uma carteira escolar ajustável com tampo em resina plástica de alto impacto, tubo retangular 40x20, estrutura ajustável na altura. Tampo medindo: 60 x 42 x 48 mm - porta lápis.

(44)

Figura 7:Carteira Escolar Ajustável

Fonte: Auriflex

A Carteira Escolar Inclusiva, da The Products (Figura 8), é adequada para todas as crianças. A mesa possui três angulações diferentes em seu tampo, dois locais para materiais escolares e bolsos laterais para a organização do material.

Custo de: R$1.700,00 (sem cadeira).

(45)

Figura 8:Carteira Escolar Inclusiva

Fonte: The Products

(46)

A Figura 9 mostra uma mesa com estrutura em aço tubular com pintura epóxi, base traseira da estrutura alargada, ponteiras de borracha antiderrapante com regulagem para evitar desnivelamento do solo, tampo oitavado com acabamento em MDF e anteparo para objetos, tampo da mesa com três níveis de regulagem de inclinação e regulagem de altura do tampo da mesa em relação ao solo.

Revestimento em EVA e placa imantada.

Figura 9:Mesa Escolar

Fonte: Vanzetti

Na Tabela 3 encontram-se as medidas da mesa escolar.

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