Pré-Modernismo Literatura
Professora Adriana Resende
Turma 3001
Aula 16: 10 a 14 de agosto
Pré-Modernismo (Introdução)
O pré-modernismo foi um período marcado pela transição entre o
simbolismo e o modernismo. No Brasil, houve o surgimento de autores que marcaram essa fase com importantes obras, como Lima Barreto, Monteiro Lobato, entre outros. Leia o nosso resumo e responda os exercícios sobre pré-modernismo para testar os seus conhecimentos.
O pré-modernismo foi um período literário que teve o seu início no começo do século XIX e se estendeu até 1922, na Semana da Arte Moderna.
Como essa fase marcou a transição literária entre o simbolismo e o modernismo, existem vários estudiosos que não concordam que o pré- modernismo é uma escola literária, por apresentar uma diversificação de obras de artes e técnicas literárias.
Principais Autores Brasileiros do Pré-Modernismo
Os autores nesse momento passam por um período em que a crítica social é muito presente, juntamente com as críticas dos antigos modelos literários.
Vários artistas e escritores romperam com a linguagem formal e complexa do arcadismo e iniciaram a exploração de outros assuntos.
Nessa fase, o Brasil passava pela República do Café com Leite, a Revolta da Vacina, Revolta da Chibata, Revolta Armada, Revolta de Canudos, entre diversas outras. Dessa maneira, os temas que abordavam a economia, as mudanças e acontecimentos sociais, políticos e a história brasileira eram bastantes populares.
Os principais pré-modernistas brasileiros são:
Augusto dos Anjos (1884 – 1914) Euclides da Cunha (1866 -1909) Graça Aranha (1868 – 1931) Monteiro Lobato (1822-1948) Lima Barreto (1881-1922)
Contexto Histórico
Guerra de Canudos Revolta da Vacina Revolta da Chibata Greve dos Operários
Ciclo do Cangaço
República do Café com Leite Primeira Guerra Mundial
Euclides da Cunha (prosa)
Os sertões Sertão baiano Denúncias
Guerra de Canudos (divisão da obra) O homem
A terra A luta
Características
Linguagem simples e coloquial Interesse pela realidade brasileira
Regionalismo Sincretismo
Abordava os problemas sociais brasileiros
PRÉ-MODERNISMO
Séc. XX (1900-1922)
Não é uma escola literária Os Sertões – 1902
Euclides da Cunha
Valores
Há um desejo de redescoberta de um Brasil pobre, doente e esquecido.
Há tentativa de reinterpretação do atraso e da miséria.
Augusto dos Anjos -EU (poesia)
-Linguagem escatológica -Morte
-Existencialismo -Cientificismo -Acontecimentos do fim do mundo
Graça Aranha -Cannã – Retrata a chegada dos imigrantes alemãs no ES.
-Natureza -Imigração -Sincretismo
-Romance de tese -Análise do Brasil
Lima Barreto (prosa) -Preconceito
-O Triste Fim de Policárpo Quaresma -Subúrbio Carioca -O negro
-O desempregado -Os marginalizados socialmente
(mascates, lavadeiras)
Monteiro Lobato (prosa)
-Linguagem culta -Urupês
-Cidades mortas -Caipira paulista -Jeca Tatú
-Símbolo da miséria do Brasil
-Analfabetismo
Para Casa: exercícios sobre Pré-Modernismo (caderno)
1 – (UFR) – “Crítico feroz do Modernismo, grande incentivador da disseminação da cultura, defensor dos valores e riquezas nacionais; conhecido, particularmente, pela sua grande obra infantil, em que se destacam os personagens do Sítio do Picapau Amarelo.” O nome do autor a que se refere a afirmativa acima é:
a) Lima Barreto
b) José Lins do Rego c) Monteiro Lobato d) Mário de Andrade e) Cassiano Ricardo
2 – (PUC-SP) –
“Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o
condenava? Matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não
experimentara.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios?
Eram grandes? Pois se fossem… Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada… O
importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas...
Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!”
(Lima Barreto)
As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele:
a) desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas europeias.
b) engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo.
c) antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas.
d) se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do nordestino brasileiro.
e) prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do Modernismo.
3 – (UEL) – Assinale a alternativa incorreta sobre o Pré-Modernismo:
a) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem delimitados, mas como um período de prefiguração das inovações temáticas e linguísticas do Modernismo.
b) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo e o Cubismo, exerceram grande influência sobre nossos escritores pré- modernistas, sobretudo na poesia.
c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da literatura pré-modernista produzida nos primeiros anos do século XX, pois problematizam a realidade cultural e social do Brasil.
d) Euclides da Cunha, com a obra “Os Sertões”, ultrapassa o relato meramente documental da batalha de Canudos para fixar-se em problemas humanos e revelar a face trágica da nação brasileira.
e) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica ao academicismo e à linguagem empolada e vazia dos parnasianos, traço que revela a postura moderna do escritor.
4 – (Enem 2009) – O falecimento de uma criança é um dia de festa. Ressoam as violas na cabana dos pobres pais, jubilosos entre as lágrimas; referve o samba turbulento; vibram nos ares, fortes, as coplas dos desafios, enquanto, a uma banda, entre duas velas de carnaúba, coroa do de flores, o anjinho exposto espelha, no último sorriso paralisado, a felicidade suprema da volta para os céus, para a felicidade eterna — que é a preocupação dominadora daquelas almas ingênuas e primitivas.
CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição comemorativa do 90.º ano do lançamento. Rio de Janeiro: Ediouro, 1992, p. 78.
Nessa descrição de costume regional, é empregada
a) variante linguística que retrata a fala típica do povo sertanejo.
b) a linguagem científica, por meio da qual o autor denuncia a realidade brasileira.
c) a modalidade coloquial da linguagem, ressaltando–se expressões que traduzem o falar de tipos humanos marginalizados.
d) linguagem literária, na modalidade padrão da língua, por meio da qual é mostrado o Brasil não–oficial dos caboclos e do sertão.
e) variedade linguística típica da fala doméstica, por meio de palavras e expressões que recriam, com realismo, a atmosfera familiar.
5 – (UNITAU-SP) – “Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive.”
Os comentários acima são endereçados por Monteiro Lobato:
a) ao nordestino. d) ao caboclo b) ao menor. e) ao paulistano c) ao sertão.
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6 – (Enem 2012) – Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios?
Eram grandes? Pois que fossem… Em que lhe contribuía para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada… O importante e que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas… Restava disso tudo em sua alma uma satisfação?
Nenhuma! Nenhuma!
O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma
decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.
A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopubIico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.
O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento destacado, a reação do perso nagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que
a) A dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.
b) A curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto republicano.
c) A construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.
d) A propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete.
e) A certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.
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