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4 A SINALIZAÇÃO e COPACABANA

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4 A SINALIZAÇÃO e COPACABANA

“O desenvolvimento das cidades e a complexidade das vias de transportes e das comunicações faz com que a sinalização desempenhe um papel essencial na orientação e na circulação das pessoas. Faz parte do nosso ambiente, é fundamental para a organização dos espaços, para a utilização segura das instalações urbanas, para a promoção de negócios e a difusão de conhecimentos e idéias”, afirmam Velho e Magalhães (2006). Os autores acreditam que outros valores são incorporados a ela, além da transmissão de informações utilizando o design funcionalista e os conceitos de ergonomia. Segundo eles:

A sinalização passa a incorporar outros valores: promove o bem-estar e o conforto dos usuários, reforça a identidade visual e é uma poderosa ferramenta de marketing e de divulgação, o que representa um novo conceito de design de sinalização, muito mais amplo e abrangente. O designer tem que desenvolver os projetos, com visão global e interdisciplinar, não somente definindo os conceitos gráficos e formais, mas considerando também os demais aspectos relacionados aos espaços tais como arquitetura, arquitetura de interiores, paisagismo, marketing, merchandising, publicidade, luminotécnica, engenharia, segurança, entre outros.

O ambiente é a estrutura das atividades do ser humano, interferindo diretamente nos seus padrões de uso. Os autores continuam:

Pode-se dizer que existem dois ambientes: os externos, do âmbito da arquitetura e do planejamento urbano, e os internos, em geral determinados por arquitetos, engenheiros e construtores. As relações do ser humano com o ambiente, seja em situações de lazer, em moradias, em situações de viagem ou de trabalho são atualmente muito diferentes das que tínhamos há cinqüenta anos atrás.

Até os anos 50, o campo dos letreiros, sinais e placas não tinham importância: eram considerados efêmeros e do domínio da publicidade.

Desacreditado culturalmente como bom design, foi redescoberto pelo movimento pop, em Londres e Nova York. Atualmente, os espaços urbanos tornaram-se tão complexos e com tantos apelos que estacionamentos, shoppings, ambientes de lazer, entretenimento, centros de convenções, entre outros, investem em sofisticados programas de sinalização. As placas podem apontar para atrações, apresentar aspectos históricos importantes, criar ambientes agradáveis e harmônicos. Independente dos aspectos funcionais, é de grande importância a característica destes projetos em dotar os espaços de uma imagem, de um conceito. A história e a cultura devem ser observadas e podem ser expressas no ambiente.

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O ambiente da tese aqui apresentada é o da sinalização externa das ruas movimentadas de Copacabana e é estudado a partir de critérios ergonômicos.

4.1 A sinalização e o ambiente para o idoso

Conforme Perracini (2002), "Os problemas relacionados ao ambiente incluem qualquer fator que cause insegurança e ofereça risco, restrinja o acesso, restrinja a escolha de preferências, limite o desempenho ou cause desconforto".

Para a autora, os aspectos básicos relacionados ao desenvolvimento de ambientes são:

1. Acessibilidade e uso.

2. Facilidade de circulação, especificamente no que diz respeito ao conforto, conveniência e possibilidade de escolha.

3. Conservação de energia.

4. Comunicação: aspectos sensoriais e interação social.

5. Segurança: sem riscos de lesões e acidentes.

6. Proteção: que não cause medo ou ansiedade e que seja previsível (confiável).

As modificações ambientais têm o objetivo de fazer com que as tarefas sejam facilitadas, diminuir acidentes e riscos e dar suporte à vida independente e autônoma. É preciso lembrar que os idosos podem ser dependentes em certos domínios e independentes em outros, e necessitam do apoio de ambientes protegidos e amigáveis. A partir do que Perracini (2002) apresenta, percebe-se que a sinalização criada a partir de um bom design ajuda a minimizar a sobrecarga de informação visual que o pedestre idoso recebe nas ruas movimentadas de Copacabana, principalmente quando o designer usa no seu projeto algumas

técnicas visuais aplicadas1 tais como a da Simplicidade, da Clareza, e da Minimidade (Gomes Filho, 2003).

4.2 A sinalização e a Ergonomia

Montmollin (1970) apud Moraes (2002) define Ergonomia como a

“tecnologia das comunicações nos sistemas homens-máquinas”. Para a autora:

A realização do trabalho implica na interação entre o homem, homens, máquinas e ambiente, e essa interação se explicita através de atividades de tomada de informações, visuais e auditivas, acionamento de comandos - ações, comunicações

1 As técnicas visuais aplicadas favorecem a leitura visual da forma, e ajudam na criação e desenvolvimento de projetos, etc. São normas e parâmetros de expressão visual.

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orais e gestuais, movimentação corporal e deslocamentos espaciais. O homem recebe os sinais e decodifica os signos e age.

Como ocorrem mudanças de estado ao reiniciar-se o ciclo de envio de novas mensagens, a interação entre os protagonistas implica em coações e constrangimentos, chamados pela autora de ruídos, que perturbam essa comunicação. Entre esses ruídos ergonômicos que perturbam a comunicação entre homens e máquinas, principalmente no que se refere à ergonomia informacional 2, segundo Moraes (2002), estão:

- a apresentação das informações tipográficas, em termos de visibilidade, legibilidade e leiturabilidade3 (dificulta a percepção e conseqüentemente o

processamento das informações verbais);

- a apresentação das informações pictográficas em termos de decodificação e compreensibilidade (dificulta a cognição e tomada de decisões pelos usuários);

- a mesma dificuldade quando da tomada de informações se dá como decorrência da deficiência de iluminação (que prejudica a acuidade visual), ou o excesso (que produz reflexos e ofuscamentos da visão);

- o barulho das máquinas ou da manipulação de determinados materiais, como chapas de aço, implica redução da capacidade de atenção, com prejuízos para a recepção de mensagens e perturbações para a seleção de informações;

- a topologia dos componentes informacionais (mostradores, telas, painéis), assim como as alturas, profundidades e angulação (...) que implicam em problemas interfaciais que determinam constrangimentos posturais que perturbam, também, a tomada de informações;

- a desconsideração dos modelos mentais dos usuários, quando do projeto do modelo conceitual acarreta uma sobrecarga cognitiva para os operadores e produz ruídos semânticos.

Moraes (2002) então, enfatiza que esses ruídos resultam em desconfortos, dores, fadiga, incidentes e acidentes, sobrecarga psíquica e cognitiva que dificultam o desempenho sensório-motor e cognitivo do homem e perturbam ainda mais a comunicação entre os homens e homens, e homens e máquinas.

Carr (1973) mostra que a sinalização utilizada em determinado local

2 A ergonomia Informacional estuda avisos e advertências, manuais de instrução, e sistemas de sinalização.

3 Ver capítulo 5 Percepção Visual e Requisitos Técnicos para a Sinalização.

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depende de muitas coisas envolvidas: as atividades que são executadas ali, quem as executa, como, quando, onde, e de que forma. O autor acredita que as mensagens beneficiam naquilo que é essencial para a segurança, ajudam na orientação no espaço e no tempo, aumentam a informação sobre as atividades públicas e privadas, e potencializam a expressão de diversos itens sociais e valores. A sinalização e a iluminação, que têm como fundamental o bem estar público, ajudam o fluxo do trafego e a segurança, e aumentam o conhecimento sobre o que a cidade tem a oferecer. Dessa forma ela apresenta-se mais educativa e agradável, e, a tornando menos inconveniente e feia, pode contribuir para a saúde mental dos seus cidadãos. Por isso, segundo o autor, limites devem ser colocados nas mensagens privadas que tendem a “esquecer” as prioridades públicas por razões de vantagens competitivas e econômicas. É necessário uma restrição da sinalização privada para reduzir a interferência competitiva, e para que seja mais fácil ao observador achar a informação que precisa.

Desta forma, Carr (1973) defende uma sinalização para as pessoas nos veículos e outra para as pessoas a pé. O sistema para as pessoas a pé consiste em núcleos onde haja um grande acúmulo de pessoas e transporte coletivo. Por sua vez, o sistema para motoristas consiste no controle de tráfego, nas advertências, e nas informações sobre o modo de dirigir sobre condições urbanas típicas, apresentadas sob a forma de signos, sinais, iluminação, e marcas no pavimento das ruas e estradas.

4.3 Categorias dos elementos de informação da sinalização

De acordo com Follis e Hammer (1979) os elementos de sinalização caem em 4 categorias básicas de acordo com a função ou informação apresentada:

1) direcionais

Como o termo implica, essa indica direção. Podem ser sinais indicando um só destino, ou muitos sinais em listagem com destinos diversos, tais como direita, esquerda, ou à frente.

2) de identificação

Sinais que nomeiam locais ou coisas: uma sala de conferência, uma caixa de equipamento de incêndio, ou o escritório de um diretor. Basicamente é quando a pessoa chega em algum lugar, e nela tem o nome do local, onde ela está, e fica no acesso principal.

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3) informacionais

Todas as sinalizações dão informação porém, para uso comum, esses sinais apresentam informações específicas, detalhadas, sobre horários de trabalho ou procedimentos especiais.

4) restritivos ou proibitivos

São sinalizações com algum tipo de restrição ou proibição. Exemplo:

“Acesso restrito”, “Somente funcionários”, ou dá ênfase a algum perigo

“Radiação”, “Perigo” , “Não Entre”.

Existe a placa de circulação, que mostra a direção. A placa não é colocada no local, e sim antes dele, e tem o complemento indispensável que é a seta.

Por outro lado, existem regulamentações oficiais sobre diferentes tipos de sinalizações. A ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas apresenta a NBR 14891 sobre a sinalização vertical viária (placas), e o CTB Código Brasileiro de Trânsito4, reúne as Normas Gerais de Circulação e Conduta. Estas apresentam o direito à via, e velocidade, os sentidos de circulação, as normas de circulação, as normas de advertência, as normas de indicação, e aquelas de serviços auxiliares.

A NBR 14891 (set. de 2002) especifica requisitos para projeto, construção e implantação da sinalização vertical, contendo:

a) as referências normativas;

b) a classificação das placas:

- sinalização de regulamentação - sinalização de advertência - a sinalização de indicação;

c) a função: de regulamentar, advertir ou orientar o tráfego nas vias;

d) a eficiência, que depende:

- da colocação correta no campo visual;

- do entendimento por parte do usuário;

- da propriedade e da clareza da mensagem emitida;

- e da legibilidade;

e) o que se deve levar em consideração para que essas exigências sejam alcançadas;

4 CTB Código de Trânsito Brasileiro - Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997.

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f) a padronização das formas em octógono, circular, triangular, quadrada, retangular, cruz, e formas especiais para rodovias;

g) as cores:

- vermelha: para fundo da placa de parada obrigatória, orla e tarja das placas de regulamentação em geral,

- verde: indicativas de localização, direção, distância e via interrompida;

- azul: para serviços auxiliares, - amarela: para advertências,

- preta: para símbolos e legendas das placas de regulamentação, advertência, educativas e de obras,

- branca: para fundo de placas de regulamentação e educativas legenda de placas de indicação e de parada obrigatória,

- laranja: para fundo de placas de obras;

h) as dimensões, que dependem da velocidade de aproximação do veículo, da localização da placa, do tamanho e da forma das letras, da iluminação ou refletorização , e do tempo de reação do usuário;

i) o tipo de letra (helvética bold e narrow);

j) a refletividade e iluminação, especificando que podem ser luminosas dotadas de iluminação própria, iluminadas através de iluminação externa, pintadas e retrorreflexivas, que apresentam a mesma visibilidade forma e cor de dia e à noite;

k) os materiais;

l) os suportes;

m) os materiais;

n) a implantação;

o) os sistemas de fixação;

p) a localização, que trata também dos sinais suspensos e pórticos, nas vias.

Quanto ao CTB, este dispõe o Art. 7º: Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades: I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN5, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo;

II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e

5 Art. 12. do CTB Código de Trânsito Brasileiro: compete ao CONTRAN: I - estabelecer as normas

regulamentares referidas neste Código e as diretrizes da Política Nacional de Trânsito.

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coordenadores6. Foram encontradas várias normatizações a respeito do trânsito de veículos, e poucas a respeito de pedestres.

O Capítulo IV do CTB trata “Dos Pedestres e Condutores de Veículos Não Motorizados: Art. 68”, e descreve: “É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres”.

O Capítulo V, que trata do cidadão, apresenta o Art. 72. “Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por escrito, aos órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, a sinalização, fiscalização e implantação de equipamentos de segurança, bem como sugerir alterações em normas, legislação e outros assuntos pertinentes a este Código”.

No Anexo II do CTB, conforme Resolução nº 160 de 22 de abril de 2004, são apresentados os tipos de sinalização existentes, verticais e horizontais, mostrando que cada placa ou linha pintada no chão, tem uma característica visual, e uma função. Por exemplo: “Estacionamento Proibido” e “Mão Única”, etc.

Conforme esse Anexo, a sinalização vertical “É um subsistema da sinalização viária cujo meio de comunicação está na posição vertical, normalmente em placa, fixado ao lado ou suspenso sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter permanente, e, eventualmente, variáveis, através de legendas e/ou símbolos pré-reconhecidos e legalmente instituídos”.

As placas circulares, com um anel vermelho, fundo branco, imagem preta, são de regulamentação, e representam leis. Se não forem cumpridas, a pessoa pode ir presa, pagar multa etc. Já as placas de advertência têm uma outra forma, e não são consideradas como leis: existem para a segurança do cidadão, e se apresentam em forma de um quadrado amarelo, na diagonal. Figuras 9 e 10, placas de regulamentação. Figuras 11, 12 e 13 placas de advertência.

Fig. 9: Pedestre, ande pela direita. Fonte: Manual básico de segurança no trânsito (1998).

6 No Rio de Janeiro, a CET-Rio.

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Fig. 10: Proibido trânsito de pedestre. Fonte: site DNIT (2007)

Fig. 11: Área escolar. Fonte: Manual básico de segurança no trânsito (1998)

Fig. 12: Cuidado crianças. Fonte: site DNIT (2007).

Sobre os elementos gráficos empregados nas placas, a CTB, a CET-Rio e outros órgãos ligados ao trânsito utilizam os glifos7 do IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e outros signos desenvolvidos pela EMBRATUR Empresa Brasileira de Turismo. Segundo o site Institucional.Turismo.Gov.Br (2007) a Embratur é a autarquia especial do

7 Glifo = símbolo pictórico = sinal pictórico = pictograma

Fig. 13: Placa de advertência simples, de obras.

Fonte: Manual da CET-Rio (2006).

Fig. 14: Placa de advertência composta de travessia de pedestres. Fonte: Manual da CET- Rio (2006).

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Ministério do Turismo responsável pela execução da Política Nacional de Turismo no que diz respeito à promoção, marketing e apoio à comercialização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional.

A CLF – Coordenação de Licenciamento e Fiscalização da Secretaria de Fazenda, com a coordenação e o design feitos pelo IplanRio Instituto de Planejamento, regulamenta os anúncios de identificação de estabelecimentos, letreiros, totens, etc., segundo o site oficial do Estado do Rio de Janeiro Rio.RJ.Gov.Br. Através do Decreto n° 5725 de 19 de março de 1986, a CLF dispõe sobre a veiculação de publicidade a ar livre ou em local exposto ao público, e a Lei n° 1921 de 05 de novembro de 1992 sobre a veiculação de propaganda em tabuletas, painéis e letreiros nos logradouros públicos e em local exposto ao público. A Secretaria de Fazenda permite ou não, e cobra taxas, para colocar esses letreiros, painéis e tabuletas na rua. Estes são considerados um tipo de sinalização, porém uma sinalização específica, comercial, de anúncios, de propaganda, são os outdoors, são letreiros comerciais de lojas, de postos de gasolina, etc.

O departamento de Transportes da Prefeitura do Rio, através da CET-Rio Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (2005), elaborou o Manual de Sinalização do Trânsito8 com a finalidade de estabelecer critérios para a execução de projetos de sinalização gráfica vertical de orientação para o trânsito de veículos na cidade, amparando-se nas normas e padrões brasileiros vigentes.

Com o passar dos anos e a evolução urbana experimentada pela cidade, o manual adotou referenciais adequados destacando-se as cores de fundo das placas retangulares, ou sejam, o branco, o verde, o azul e o marrom. Segundo a orientação no sentido do tráfego e de fluxo, a cor do fundo da placa é verde, azul ou marrom; quanto à localização, o fundo é branco.

4.4 A sinalização em Copacabana

Em Copacabana existem vários tipos de sinalização normatizados pelo CTB, pela CET-Rio, e aquelas do mobiliário urbano coordenadas pelo IPP Instituto Pereira Passos, na cidade do Rio. Os “pirulitos” do Aloísio, como são apelidados os suportes redondos em cima das placas azuis retangulares,

8 O CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito editou a Resolução nº 180 que estabelece o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, em 6 volumes sobre sinalização.

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indicativas de ruas, formam o tipo de sinalização mais comum e respeitada pelas pessoas, pedestres e motoristas (principalmente os de taxi).

BATELLA apud site Designbrasil.org.br (2007), observa a importância desse tipo de sinalização e dos designers que efetivamente redesenharam esse artefato urbano, como, por exemplo, Aloísio Magalhães9 em 1977. A fig. 13 é um exemplo de “pirulito”, e foi substituído em 2007 por um mais moderno (fig. 14), com a parte superior retangular, por ocasião do evento esportivo do Pan Americano, no Rio de Janeiro.

Fig. 16: placa baixa de rua, com formato abaulado, e propaganda em suporte retangular.

Av. Atlântica com a Princesa Isabel (junho 2007).

Fig. 15: placa tradicional azul na Praça Edmundo Bittencourt no Bairro Peixoto (novembro 2007).

O autor explica que os postes tradicionais (E) foram considerados equipamentos de utilidade pública em 1999, através de decreto do prefeito da época, Marcos Tamoio. Em 1999, receberam o índice de 90% de aprovação da população. Em Copacabana essas placas azuis são encontradas nas ruas transversais à Av. Nª Sª de Copacabana. Nessa grande avenida elas não existem

9 Aloísio Magalhães, designer, professor, artista plástico, com a equipe do seu escritório PVDI Projeto Visual Desenho Industrial, participou da reformulação visual da cidade, incluindo o mobiliário urbano, proposta pelo prefeito Marcos Tamoio.

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porque foram substituídas por um poste alto com placas amarelas compridas na horizontal e com letras escuras (fig.17) durante a reforma do 1º RioCidade, realizada na primeira gestão de Cesar Maia, prefeito da cidade em 1994.

O projeto RioCidade reformulou a paisagem de diversos bairros, modificando vários equipamentos urbanos. Esses postes luminosos permaneceram nas ruas laterais e na Av. Atlântica., mesmo com a remodelação na orla, que não foi feita pelo RioCidade, e sim através de outro programa chamado RioMar. O site do IPP Instituto Pereira Passos, traz a informação que o programa RioCidade, iniciado em 1993 e ainda em implantação em alguns bairros, tinha e continua a ter como meta o resgate das principais artérias da cidade, através de intervenções urbanísticas voltadas para as melhorias sociais, econômicas e culturais de cada localidade.

Nessa época, através de licitações públicas, foram contratados vários escritórios de arquitetura para projetarem o RioCidade nas diversas áreas pretendidas pelo prefeito. Entre esses escritórios destacou-se o de L.A. Rangel &

Cláudio Cavalcanti, que foi encarregado de planejar o RioCidade de Copacabana e apresentou o seu projeto para a Prefeitura em 7 de março de 1994.

Fig. 17: placa amarela na rua Joaquim Nabuco e os “fradinhos” do RioCidade (julho 2005).

As placas amarelas com o nome da rua substituíram as azuis escuras

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luminosas somente onde o RioCidade passou: na Av. Nª Sª de Copacabana, rua Barata Ribeiro, na Av. Princesa Isabel, e em algumas ruas perpendiculares. A figura 17 mostra também os “fradinhos” projetados por Cláudio Cavalcanti, que formavam um tipo de banco de cimento, para evitar que veículos subissem na calçada e estacionassem irregularmente.

Por outro lado, foi observado que a Prefeitura10 implantou, através de serviço licitado de mobiliário urbano, uma sinalização ao mesmo tempo voltada para o fluxo de veículos quanto também para os pedestres.

Fig. 18: placa da Prefeitura criada pela equipe do IPP Instituto Pereira Passos, na rua Barata Ribeiro, Posto 3, a cargo da firma concessionária licitada (setembro 2006).

Nessas placas específicas foram utilizados vários elementos gráficos (letras, setas, símbolos e pictogramas), além de cores para sinalizar informações distintas como o laranja, o verde e o vermelho. O laranja indica bens de serviço, esporte e lazer como o Maracanã, a Confeitaria Colombo. A delegacia de polícia, o posto de saúde, entre outros, também no laranja. O verde indica bens naturais como o parque Chico Mendes na Barra, o Jardim Botânico, etc. No vermelho, os bens culturais, os bens tombados, por exemplo, o Paço Imperial.

As placas mais utilizadas pelas pessoas em Copacabana é a da parada dos ônibus. Como exemplo as placas conjugadas de sinalização de parada de ônibus e placa de orientação de trânsito, como as do Metrô / ônibus.

10 O órgão da Prefeitura que cuida dessas placas é o IPP Instituto Pereira Passos, na cidade do Rio de Janeiro, e subordinado à Secretaria Municipal de Urbanismo.

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Fig. 19: parada da integração Metrô-ônibus na Siqueira Campos, Posto 4 (abril 2006).

Fig. 20: placa de parada de ônibus, várias linhas da mesma empresa (set. 2006).

Outras placas para situações, como estacionamento regulamentado para motos e para farmácias, foram colocadas durante o ano de 2007, acompanhando o crescimento dessas atividades.

Fig. 21: placa de estacionamento de motos (nov. 2007).

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Placas retangulares na vertical, do RioRotativo, que não tinham a cor verde no friso circundante, também surgiram nessa época.

Fig. 22: placa do RioRotativo (nov. 2007).

4.5 Conclusão do capítulo

A afirmação de Carr (1973) que “as mensagens beneficiam naquilo que é essencial para a segurança, potencializam a orientação no espaço e no tempo, aumentam a informação sobre as atividades públicas e privadas, e potencializam a expressão de diversos itens sociais e valores”, representa tudo o que há de mais essencial em uma sinalização voltada para o indivíduo, seja ele motorista ou pedestre.

Ao serem pesquisadas certas normas brasileiras nacionais (exemplo Capítulo V do CTB), estaduais e municipais específicas sobre o pedestre, conclui- se que há distância entre o que se normatiza fazer, e a realidade que se observa no dia-a-dia dos pedestres de Copacabana. Além disso não é dada a suficiente importância ao pedestre na qualidade de idoso, não só através de poucas normas e regulamentações para protegê-lo, como também na falta de projetos efetivos de sinalização e de design voltadas para esse cidadão, tanto por parte do Poder Público quanto por parte da iniciativa privada.

4.6 Referências do Capítulo 4

1 ABETRAN Associação Brasileira de Educadores de trânsito. Manual básico de segurança no trânsito. São Paulo: General Motors do Brasil, junho 1998.

2 Anexo II do CTB Código Brasileiro de Trânsito. Resolução nº 160 de 22 de

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abril de 2004. Brasília: 2004.

3 Apostila do DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito.

Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/>. Acesso em: 10 nov. 2007.

4 BATELLA, Bruno. Os “pirulitos” do Aloísio. Disponível em:

<http://www.designbrasil.org.br/portal/opiniao/exibir.jhtml?idArtigo=959>

Acesso em: 16 maio 2007.

5 CARR, Stephen. City Signs and Lights. The Boston Redevelopment Authority; The U.S. Department of Housing and Urban Development.

Boston (U.S.A.): MIT Press, 1973.

6 CET-Rio Companhia de Trânsito do Rio de Janeiro. Manual de Sinalização de Trânsito: Vertical de Orientação e Plano Diretor de Sinalização de orientação para o Município do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Prefeitura Transportes / CET-Rio, versão 2005.

7 CLF Coordenação de Licenciamento e Fiscalização. Secretaria Municipal de Fazenda. Disponível em: <http://www.rio.rj.gov.br/clf/> Acesso em: 10 nov. 2007.

8 CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito. Anexo II do CTB - Código de Trânsito Brasileiro. Resolução 160 de 22 abril 2004. Brasília, 2004.

9 __________. Resolução 180 de 26 agosto 2005. Brasília 2005. Disponível:

http://www.denatran.gov.br/download/Resolucoes/MANUAL_VOL_I.pdf Acesso em: 11 jul. 2008.

10 CTB Código de Trânsito Brasileiro – Lei nº 9.503 de 23 de setembro de 1997. Acesso em: 10 nov. 2007. Disponível em:

<http://www.senado.gov.br/web/codigos/transito/httoc.htm>

11 DNIT. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes.

Disponível em:

<http://www1.dnit.gov.br/rodovias/placas/placas_regulam.htm>

Acesso em: 10 nov. 2007.

12 Embratur – Empresa Brasileira de Turismo. Disponível em:

<http://institucional.turismo.gov.br/portalmtur/opencms/institucional/

estrutura/embratur.html>. Acesso em: 10 nov. 2007.

13 FOLLIS, John; HAMMER, Dave. Architectural Signing and Graphics.

N.Y.: Watson-Guptill Publications, 1979

14 GOMES FILHO, João. Gestalt do Objeto: Sistema de Leitura Visual da Forma. São Paulo: Escrituras, 2003.

15 IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ministério da Cultura. Disponível em: <www.iphan.gov.br/> Acesso em: 10 nov. 2007.

16 L.A. Rangel; Cláudio M. de A. Cavalcanti. Projeto Rio-Cidade Área:

Copacabana Eixo: Av. Nª Sª de Copacabana Fase: Estudo Preliminar – Fases 1 e 2 RIOCIEP1 e RIOCIEP2. Rio de Janeiro: IPP Instituto Pereira Passos, março 1994.

17 MAGALHÃES, A. et Al. Manual de Uso e Identidade Visual para a Prefeitura do Rio de Janeiro. PVDI Programação Visual Desenho Industrial. Rio de Janeiro: 1976.

18 MORAES, A. de. (Org.) Avisos, Advertências e Projeto de Sinalização.

Ergodesign Informacional. Rio de Janeiro: iUsEr, 2002.

19 PEDROSA, Israel. O Universo da Cor. Rio de Janeiro: SENAC Nacional, 2004.

20 PERRACINI, M. R. Planejamento e adaptação do ambiente para

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21 PINHEIRO, Alexandra; CAMMAROTA, Miriam; SILVA, Sheila Castro Teixeira. Manual de Padronização da Sinalização. Rio de Janeiro: CRT4 Coordenação Regional de Tráfego 4 da CET-Rio, 2005.

22 RioCidade. Disponível em: <http://www.rio.rj.gov.br/ipp/riocidade.htm>

Acesso em: 16 maio 2007.

23 VELHO, A.L.; MAGALHÃES, C. F de. Sinalizar é comunicar a informação a alguém, em um determinado espaço. Curitiba: 7º P&D - Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, out 2006.

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